domingo, 24 de agosto de 2025

Coração; duro de lavar


“Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8

Simples assim? Sim, e não. O coração humano tem nuances que o fazem passar distante da simplicidade. Oculta a própria impureza, pela astúcia que lhe é própria; invés de lidar com suas sujeiras, camufla-as.

Seu dono é convidado a duvidar dele; quando, assim o fizer, o melindroso poderá se ofender. Auto ofendido não assumirá abertamente; antes, tenderá a insinuar que as coisas não são bem assim; que não se deve levar tudo em pontas de facas; se disfarçará de cético. Farei assim, mas quem não faz? Agora usará réguas horizontais, exemplos circunstantes, onde deveria suportar a vertical, do Senhor.

“Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no próprio entendimento... Não sejas sábio aos próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 e 7

Muitas vezes, os “olhos” que mensuram escolhas, valores, derivam dos anseios desse adoecido, o coração. “Enganoso é o coração, mais que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” Jr 17;9

Mera religiosidade não significa saúde espiritual. Podemos ser robustamente venenosos, orando. O Senhor citou um que orava assim: “... Ó Deus, graças te dou porque não sou como os demais homens, roubadores, injustos e adúlteros; nem ainda como este publicano.” Luc 18;11 Acusação, presunção, desprezo, visíveis sem esforço, nesse fragmento.

Logo, vistos esses meandros, entendemos que a aparente simplicidade, lida com uma sutileza mui complexa.

Acerca do exercício do fé, O Salvador também deu uma receita mui “simples.” “... Tende fé em Deus; porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, e não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.” Mc 11;22 e 23

Não parece simples? Basta não duvidar. Adiante, o Senhor pontuou a necessidade da remoção de coisas que ensejam dúvidas. “Quando estiverdes orando, perdoai, se tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos Céus, perdoe vossas ofensas. Mas, se vós não perdoardes, também vosso Pai, que está nos Céus, não perdoará vossas ofensas.” Vs 25 e 26

A existência de algumas reservas, atinentes ao próximo, testificarão da imperfeição do nosso amor; isso bastará para o advento da dúvida. “No amor não há temor, antes, o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena; o que teme não é perfeito em amor.” I Jo 4;18

Se tivermos dores ainda não tratadas nos compartimentos mais íntimos do nossos ser, deveremos começar por elas, a busca pela cura; não, exercitar nossa fé alhures, como se em nosso âmago estivesse tudo bem.

Podemos, a uma análise no atacado, presumir que nossos corações estão limpos, uma vez que não desejamos a morte de ninguém. Porém, ousando buscar lêndeas com pente fino, as coisas mudarão, por certo.

Aquele sarcasmo incontido acerca da má sorte dum desafeto; o esforço teatral para encenar empatia ante a dor d’outro; a necessidade de mencionar o defeito de terceiro, para “pedir oração” em seu favor... ante uma análise honesta, nossos corações “limpos” poderão encontrar mais bichos que o faraó em seu leito, durante a praga das rãs.

A maior dificuldade para o nosso coração ser limpo, pois, é que invés de acusar seus nichos sujos, ele busca escondê-los.

Todas as vezes que A Palavra de Deus exorta que o homem não seja “sábio aos próprios olhos”, está tentando nos proteger da maldade desse infiltrado contra a verdade; ele nos levaria a perder, jurando que nos está defendendo. Como certos “defensores da democracia” do nosso país. Assim se porta o coração adoecido; adota a postura mais nociva possível, e mascara-a com rótulos de probidade.

Então, quando O Senhor reivindica o leme dos nossos barcos, não o faz, para mostrar que é Ele que manda; antes, porque tenciona nos levar a alturas espirituais que passam longe dos melhores devaneios dos nossos corações. “Porque assim como os Céus são mais altos que a Terra, são Meus caminhos mais altos que os vossos; e Meus pensamentos mais altos que os vossos.” Is 55;9

Às vezes grandes males precisam vir à luz pelas nossas “santas mãos” para que sejamos purgados das nossas ilusões. Quando isso acontecer, bem faremos em imitar Davi: “Cria em mim, ó Deus, um coração puro, renova em mim um espírito reto. Não me lances fora da Tua presença, e não retires de mim Teu Espírito Santo.” Sal 51;10 e 11

Feito isso, O Eterno nos atenderá; “Dar-vos-ei um coração novo, porei dentro de vós um espírito novo; tirarei da vossa carne o coração de pedra e vos darei um coração de carne.” Ez 36;26

sábado, 23 de agosto de 2025

Seria mesmo, adultização?


“Porque vos dei o exemplo, para que, como Eu vos fiz, façais também.” Jo 13;15

Um exemplo é um parâmetro comportamental que deveria servir de modelo para quem o observa, tanto que se veja instigado a imitar.

Tende o homem a imitar aquilo com o que se identifica; e se identificar com o que apraz, a despeito das consequências. Assim, quem dá maus exemplos, vira estímulo para que a maldade alheia saia à luz.

Um mau, famoso, “embeleza” à maldade camuflando-a com o verniz da fama. Quanto mais alto alguém está, tanto maior deve ser a responsabilidade sobre os valores que difunde, os exemplos que dissemina.

Quem acostumar a agir de determinado modo, mesmo que réprobo, tal modo passará a ser seu “normal”, tanto pela prática disseminada, quanto, pela eventual ausência de exemplos contraditórios, que estimulem noutra direção. Jeremias denunciou: “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23 Um exemplo é a mais eloquente forma de ensino.

Surgiu a expressão, “adultização precoce” dada a denúncia do influencer Felca, que, mostrou inúmeras cenas de erotização de adolescentes e até crianças, onde as perversões morais tinham livre curso, nalguns casos, apoiadas pelos “responsáveis”, até.

O que patrocinou tal “rótulo” é que essas crianças e adolescentes foram estimuladas a agir como adultas antes do tempo. Será? Digo, aquilo que foi mostrado é o normal do comportamento adulto? Onde?

Ora, o que se viu na denúncia foi uma mescla de pornografia, putaria e pedofilia. É atuar assim, que significa ser adulto? Isso é o normal de gente devassa. A expressão “adulto” não é adjetivo para tal tipo de postura. Portanto, prostituição precoce, promiscuidade adolescente estimulada, fica mais adequado.

Infelizmente, numa sociedade que cultiva como heroínas, nulidades cujo único talento é exibir nudez, enquanto “cantam”, e traz nas redes sociais, dezenas de “artistas” cujos “talentos” exibidos é fotografarem seminuas, a ideia do que significa ser adulto, infelizmente está poluída. Muitos homens também entram nessa, pelos mesmos motivos; com a mesma ausência de predicados dignos. O corpo é cultuado, a alma erra na sarjeta.

Sei dos riscos de receber rótulos como “moralismo”, “radicalismo”, “hipocrisia” e similares por tomar posição. A maturidade permite colocar aplausos e vaias na mesma bandeja, e entender que as doenças alheias dizem respeitos aos tais, não a nós, necessariamente. O oxigênio moral acaba sendo um estranho numa geração anaeróbica como essa. Como num campo de nudismo, o transgressor será quem estiver vestido.

Muitos se exasperam contra a ideia das escolas cívico militares, onde impera respeito, valores, disciplina; que atrevimento mais reacionário, que viés mais conservador! o negócio são as “escolas” onde se ensina dancinhas sensuais, que a galera curte. Na falta da ideologia de gênero, (em muitos lugares viceja) sexualização precoce, difusão da ausência de limites, escrúpulos, basta a esses nefastos destruidores das famílias.

Desgraçadamente, onde deveria ser celeiro de exemplos probos, a igreja, muitos entram lá apenas fisicamente; usam indevidamente a pose de cristãos, e ensejam escândalos grotescos. Malgrado, tomem para si O Santo Nome de Cristo, ainda fervilham em suas paixões carnais, no caldeirão do diabo. E, há muitos que desejam “editar” à Palavra de Deus, para caber menos cruz e mais carne, nos ambientes espirituais. “Pastores” que defendem isso também estão de calcinhas.

Se, quem tem um bom porte em Cristo apenas se entristece e envergonha vendo essas coisas saírem à luz, quem cultiva a má índole, se sente justificado fazendo o que faz; pacifica eventuais escrúpulos íntimos, vendo nessas coisas o estímulo aos seus descaminhos. O Salvador advertiu: “... ai daquele homem por quem o escândalo vem!” Mat 18;7

Na verdade, a “paz” de quem pratica a impiedade é apenas uma mordaça na consciência; um disfarce para o teatro onde encena.

Uma geração como a atual, avessa ao trabalho, ao aprendizado, ao aperfeiçoamento cultural, intelectual, por que seria afeita aos valores, aos bons costumes?

Não é que faltem bons referenciais apenas. A maioria escolheu à maldade com convicção tal, que apedreja quem prefere um caminho diverso. Desses também, A Palavra Divina fala: “Há uma geração que é pura aos próprios olhos, mas que nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

Infelizmente alguns “cristãos” tímidos inda se escondem sob uma falsa humildade; “não olhe para o homem, olhe para Jesus”. Ora!! Jesus está entre nós em espírito; carece ser visto em nossas vidas!! “Sede meus imitadores, como também eu de Cristo.” I Cor 11;1

Se, por um lado vimos infantes se apressando aos vícios adultos, por outro, há adultos omissos, desejando mimos infantis. “Porque, devendo já ser mestres... vos haveis feito tais que necessitais de leite...” Heb 5;12

A higiene necessária



“Responderam-lhe os judeus: Nós temos uma lei e, segundo nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus.” Jo 19;7

Os do Sinédrio, altercando com Pilatos e pedindo a ele a morte de Jesus. Segundo a acusação, teria Ele cometido o crime de blasfêmia, que requeria pena de morte, de acordo com a Lei.

Todavia, um pouco antes, tentando evadir-se àquele incômodo, o regente pedira que os judeus julgassem ao acusado segundo suas Leis; porém, eles recusaram: “Disse-lhes, pois, Pilatos: Levai-o vós, e julgai-o segundo vossa lei. Disseram-lhe então os judeus: A nós não é lícito matar pessoa alguma.” Cap 18;31

Nesses dois fragmentos, pois, se pode ver a “lógica” da impiedade. Primeiro, segundo a Lei, Cristo deveria morrer. Depois, pediam a Pilatos a condenação, pois, sua Lei não lhes permitia matar. Afinal, a Lei deles contemplava a pena de morte, ou não? Disseram uma coisa e seu oposto, em breve intervalo de tempo, os “Mestres” da justiça.

A Palavra ensina que Deus apanha aos sábios na sua própria astúcia. I Cor 3;19 Aqueles, queriam fazer o que estavam decididos, porém, terceirizando o trabalho sujo, para que parecesse ao vulgo, que fora um ato do Império Romano, não deles. Seu domínio espiritual e sua “santidade” careciam ser preservados “sem máculas”.

Assim, figuradamente o Sinédrio também “lavava as mãos” como literalmente o fez, Pilatos, quando permitiu que levassem a efeito seu intento assassino. Quando todos precisam se lavar é porque sabem que estão sujos.

Qualquer coisa que eu deseje fazer, mas necessite colocar na conta de outrem, isso já é no íntimo, uma inglória tentativa de fuga. Sem nenhuma força policial a perseguir, eis-me, fugitivo! Se, preciso maquiar escolhas, fazer com que pareçam melhores que são, não passo de um trânsfuga, ante a lei interior que denuncia os rumos errados.

O mínimo rasgo de desonestidade intelectual que se apresentar como “necessário”, já será uma oblíqua testemunha contra o descaminho. “Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

A ousadia dos justos testifica que ocupam devidamente o nicho para o qual foram criados; atuar em justiça. Por outro lado, a certeza que estão fora do lugar, é o fomento que enseja perturbação nas almas ímpias. “Os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

O Evangelho de Cristo ao trazer a justificação em favor dos que se arrependem e creem, traz anexo a paz com Deus. A boa nova é de paz. “Vindo Ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto;” Ef 2;17

Essa paz, atina ao relacionamento com Deus que estava em inimizade, entre os que viviam às suas maneiras. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós A Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Como os ímpios daqueles dias, os de hoje atuam. Sempre tentam transferir culpas, diluir medos, se justificarem nos descaminhos para fugir do chamado ao caminho estreito.

Ora, porque acontecem escândalos na igreja; outra, porque “pastores são ladrões”; ou, tenho minha religião, não vejo por que mudar; etc. logo quem quiser se “lavar com água suja”, encontrará em abundância.

Porém, quem desejar ser limpo, no íntimo, para a própria salvação, precisa ousar tomar um banho melhor. “... Cristo amou a igreja, e a Si mesmo entregou por ela, para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a apresentar a Si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível.” Ef 5;25 a 27

Vemos que a regeneração e purificação são obradas mediante À Palavra de Deus, não por uma religião, seja essa, qual for. Os que pretendem anexar seus dogmas, tradições, ou escritos alternativos com tantos fazem, ou mesmo ressignificar porções da Palavra, já não lidam com a água pura.

Nada vai adiantar, na hora do juízo, tentarmos lançar as culpas por escolhas que foram nossas, no colo de outrem. Podemos “lavar as mãos” teatralmente ante aqueles que pretendermos fazer boa figura. Mas nada mudará, enquanto seguirmos na impiedade. “Mas, segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5

A entrega submissa a Jesus Cristo, lava muito mais que nossas mãos; purifica nossas almas de qualquer sujeira que tenhamos feito. Uma vez limpos por dentro, somos ensinados e capacitados a preservar a higiene espiritual. “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8

sexta-feira, 22 de agosto de 2025

O "Evangelho" festeiro de Kivitz


“... Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espírito...” Ez 13;3

Há pouco ouvi, de Ed Rene Kivitz: “Não creio num Deus que é um fogo consumidor! Creio num que se assenta à mesa com pecadores.”
“Já pensou, um pai chegar em casa e ralhar com seu filho: Por que você comeu o Danoninho que sua mãe proibiu? Por isso, jogasse seu filho no forno deixando-o lá para sempre.”
Ilustrou.

Bem, gostar ou não do que está revelado é direito de cada um; alterar, negar, é temerário.

Que Deus é um fogo consumidor está na Palavra. Heb 12;29 Qual seja a natureza do “fogo do Inferno”, é discutível; já abordei noutro escrito. Mas, que é para lá que irão os que se recusarem ao convite do Salvador, isso é inegociável. Quem não gosta da ideia mas, prefere seguir vivendo alheio, como se isso o fosse livrar, é apenas um estúpido que trai a si mesmo.

Jesus se assentou à mesa com pecadores; Seus servos ainda o fazem; todavia, a conclusão derivada disso precisa um mínimo de seriedade. O Senhor andou com Judas uns três anos, nem por isso é um traidor.

Ele não se assentou à mesa com pecadores para validar o comportamento deles; antes, para chamá-los ao arrependimento. A cada um que perdoava dizia: “Vá e não peques mais.” Portanto, tentar equacionar o amor inclusivo, à permissividade moral, é estúpido e blasfemo.

A ilustração de um pai cruel que assa um filho por causa dum iogurte vetado pela mãe, é uma caricatura ridícula.

Primeiro: nossas desobediências são como as estrelas; incontáveis. Não se trata de um erro apenas. Foi uma, a primeira desobediência que ensejou a morte física e espiritual; alienação do Criador. Nossas falhas cresceram como ervas daninhas. Contudo, mesmo após inúmeras delas, somos chamados ao arrependimento; quem ouvir e mudar será perdoado.

Segundo: não desobedecemos a ordens indiretas duma suposta mãe; antes, em nossas consciências somos informados sobre o que é probo e o que não; quando agimos errado, mesmo assim, afrontamos ao Pai dos Espíritos que nos formatou arbitrários e livres.

Terceiro: Deus não nos envia para o inferno, porque não precisaria; sem Cristo, já estamos na antessala aguardando nossa senha ser chamada.

Mas, nosso Amoroso Pai, enviou Seu Filho a pagar inefável preço, para que possamos sair. O Salvador deixou claro que sua mensagem falava com mortos espirituais. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna, não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

As pessoas equacionam erradamente, existência com vida. Quando da queda a vida espiritual se perdeu; desde então o homem passou a se esconder, com medo de Deus. Portanto, O Salvador não envia uns para o inferno e salva outros; antes, ensina que estão todos mortos sem Ele; convida-os ao arrependimento para salvação.

Os que se perdem pelas suas obstinadas escolhas, não são filhos de Deus. São meras criaturas. Desde o abandono da comunhão em obediência, essa bendita posição foi perdida. Mas é restaurada em Cristo, para os que Nele creem; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

É fácil à velhacaria humana em consórcio com o canhoto, criar um deus que soe palatável às almas ímpias. Mensagens dessa estripe encherão ambientes, com pessoas que preferem panos quentes sobre suas escolhas pecaminosas, invés de ouvirem sobre a cruz.

Alguém ironizou sobre política, que, a excelência nessa arte seria alimentar a onça mantendo o cordeiro vivo. Significando que, quem tiver o poder deve se locupletar, porém deixar algumas migalhas à oposição.

Parece que criaram um “Evangelho” semelhante; onde se pode alimentar carnalidade e impiedade, e ainda assim dormir com a ilusão que ser ovelhas do Senhor.

Vital um mensageiro ousado que dê um soco na mesa, em ambientes assim. Paulo o fez com maestria: “... Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.” Ef 5;14

Gostando disso, o carnal, ou não, A Palavra da Vida é categórica: “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14

Pois, uma coisa é nos assentarmos à mesa com pecadores para testificar de Cristo, O Salvador; outra, fazê-lo por compactuar com seus erros, seu “cristianismo” de fachada. “... não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, avarento, idólatra, maldizente, beberrão ou roubador; com o tal nem ainda comais.” I Cor 5;11

O ilustre pastor disse não gostar de uma fé que segrega; pois, foi a primeira coisa que O Criador fez: Separar a luz das trevas.

O fim do mundo

“... nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo as próprias concupiscências, e dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.” II Ped 3;3 e 4

Deparei com um vídeo de um desses escarnecedores. Um “filósofo” a dizer que, a ideia de fim de mundo, juízo final, são velhacarias exclusivas do cristianismo, que, com isso semeia o medo, gera dependência, submissão, e perpetua seu controle sobre a sociedade. Seu alvo seria o domínio, apenas.

Apresentou previsões fracassadas da Volta do Senhor, dos Testemunhas de Jeová, Adventistas, como provas que tudo não passa de fraude; a cada predição furada, mudariam a data e seguiriam enganando. Em linhas gerais foi isso que o “filósofo” falou.

Citou o Apocalipse como literatura essencial para isso. Como filósofo, por certo o sujeito deve ter um mínimo de informações. Saber que o Apocalipse foi escrito por um prisioneiro, no ano 96 da nossa era. Alguém nessa situação, como João em Patmos, teria aspirações de domínio? Ser mantido vivo naquele contexto, bastava.

O que Cristo falou sobre o fim, nos Evangelhos, ele disse que foi tirado do contexto ou, interpretado literalmente, um símbolo; sem, contudo, ensinar qual o contexto veraz, e qual o significado do suposto símbolo. Esse tipo de “refutação” não é digno de um filósofo.

Que esse ensino seja exclusivo dos cristãos, as demais culturas sigam alheias a isso, segundo suas inclinações naturais é o esperável. O Cristianismo não tem condição de ser “normal”, dada sua origem. O Deus dos cristãos declara falsos todos os demais deuses; Jesus Cristo, O Salvador, apresentou-se com O Único caminho até Ele; “... ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6 Portanto, a rejeição do que é ímpar, por falta de pares, também é uma estupidez.

Que o cristianismo é diferente das demais culturas, de acordo. Daí a ser falso são outros quinhentos. 

Usar o argumento da dominação política, como faz o catolicismo, é ignorar o ensino do Salvador, como a referida igreja faz; a Igreja de Cristo não tem chefe humano, é O Espírito Santo; o papado é uma farsa; Cristo disse: “... Sabeis que os que julgam ser príncipes dos gentios, deles se assenhoreiam, seus grandes usam de autoridade sobre eles; mas entre vós não será assim...” Mc 10;42 e 43

As falsas profecias e datas fajutas, como certas seitas “cristãs” marcaram, usadas como argumento para rejeição do cristianismo é ridículo. Seria como negar a essência do trigo por causa da existência do joio.

Os verdadeiros cristãos, os que seguem à Palavra de Deus sem acréscimos nem omissões, não pretendem dominar nada. Só um completo estúpido pensaria isso. Ensinam a quem quiser aprender, que se submeta ao Senhor, não, aos homens.

Mercenários que usam rótulos cristãos para manipular, ganhar dinheiro, empresários disfarçados de bispos, pastores, missionários e apóstolos, estão a anos-luz de ser representantes de Cristo. Porém, nosso “filósofo” parece ser do tipo que afunda ao navio para apagar o incêndio. Cristo advertiu que seria assim; os Seus deveriam vencer, apesar dessas falsificações todas.

Ademais, o fim do mundo não é exatamente o que o vulgo usa pensar, como se tudo fosse explodir, terminar em poeira cósmica.

A Palavra ensina: “A voz do qual moveu então a Terra, mas agora anunciou, dizendo: Ainda uma vez comoverei, não só a Terra, senão também o Céu. Esta palavra: Ainda uma vez, mostra a mudança das coisas móveis, como coisas feitas, para que as imóveis permaneçam.” Heb 12;26 e 27

A destruição das coisas humanas feitas em impiedade, alienados do Criador. O fim de todos os domínios ímpios e finalmente, o Reino submisso ao Digno Rei dos Reis. Será o fim desse mundo ímpio; o começo de outro, justo.

Assim como um convertido depois de Cristo passa a ser “nova criatura”, pela purificação que O Senhor opera nele, o planeta, após as catástrofes previstas no Apocalipse, será purificado e refeito. Os “novos Céus e nova Terra”, serão os mesmos, depois de purificados. O Criador não prometeu fazer tudo de novo, antes, renovar tudo. “... Eis que faço novas todas as coisas...” Apoc 21;5

Entre as coisas que não podem ser removidas, nem nas catástrofes finais, está a convicção daquele que, deveras, se rende ao Senhor. “Por isso, tendo recebido um reino que não pode ser abalado, retenhamos a graça, pela qual sirvamos a Deus agradavelmente, com reverência e piedade;” Heb 12;28

Oportuno citar McCandlish Philips, mais uma vez, acerca dos céticos; ele disse: “Você não pode colocar o verdadeiro Evangelho fora de combate com duas ou três perguntas desajeitadas; antes, suas ilusões é que irão ruir, destacando mais claramente a verdade.”

quinta-feira, 21 de agosto de 2025

O Príncipe da Paz

“Agora, Senhor, despedes em paz teu servo, Segundo Tua Palavra;” Luc 2;29

A Simeão fora revelado que ele não morreria antes de ter visto O Ungido do Senhor. Apresentando Jesus, no templo, com oito dias de vida, entendeu que era Ele o Messias escolhido, então disse as palavras acima.

Despede em paz... as primeiras consequências da entrada do “Príncipe da Paz”, deram ensejo à paz. Quando do Seu nascimento os anjos cantaram: “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra...” Luc 2;14

Dele está dito: “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados...” II Cor 5;18 e 19
Tendo sido gerado pelo Espírito Santo, o mesmo Espírito se encarregou de revelar Quem ele era.

De Simeão, “... o Espírito Santo estava sobre ele.” V 25 “Fora-lhe revelado, pelo Espírito Santo, que ele não morreria antes de ter visto o Cristo do Senhor.” V 26 Pelo Espírito foi ao templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus...” v 27

Naqueles que Ele habita, O Espírito Santo, revela segredos e conduz. No tocante a nós faz algo mais; “Quando Ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.” Jo 16;8

Simeão, íntimo do Espírito Santo, movido por Ele falou a Maria acerca do que estava por vir; “... Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, para sinal que é contraditado.” V 34 Assim, quem quer falar da parte de Deus, carece viver de um modo que seja idôneo diante Dele. Quem confia integralmente no que O Senhor diz, poderá ser feito uma voz pela qual O Senhor dirá mais coisas.

Outra característica de ter vida espiritual é que, invés de se apegar com todas as forças à vida terrena, confia no Eterno. Simeão, uma vez cumprido o que O Espírito Santo lhe prometera, se dispôs a encerrar sua jornada em paz; “Pois, meus olhos viram Tua salvação.” V 30

O ministério do Salvador seria conhecido trinta anos mais tarde. Porém, ao confiante Simeão, bastou A Palavra do Senhor. Viu o que lhe fora prometido; confiou e descansou.

Quantos mais, também serviram sem fruir na terra as recompensas pelo seu serviço a Deus? “Todos estes morreram na fé, sem terem recebido as promessas; mas vendo-as de longe, crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra.” Heb 11;13 Os heróis da Antiga Aliança.

A Palavra de Deus basta para os que O conhecem e são fiéis. Se Deus disse que algo será de determinada maneira, independente de me ser permitido ver, devo descansar seguro de que assim será; como fez Simeão. Despede-me em paz; já vi, Tua salvação. Vira apenas um menino, mas confiara que seria como lhe fora dito.

Contudo, vivemos tempos em que a Divina Palavra não tem mais livre curso, atualmente. A maioria nessa geração insensata, prefere escolher “doutores” para consumo das suas doentias cobiças, a confiar no Eterno, cuja Palavra adverte que seria assim. “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Se, a Simeão foi permitido ver O Salvador ainda bebê, não foi lhe dada a honra de O ver atuando como tal. Foi requerido que ele confiasse na Palavra Divina e nela descansasse; assim o fez. “Despede em paz ao teu servo segundo Tua Palavra.”

O que mais se vê atualmente é gente caçando “contradições” e “erros” na Bíblia, como se, caso os encontrasse teria elementos para “tirar Deus de cena”.
Essa busca adoecida é já a negação da fé, e da possibilidade de receber revelações que O espírito Santo reserva apenas aos Seus íntimos.

No ápice do ministério do Salvador, Ele foi morto entre dois ladrões; ambos apostaram suas fichas na vida terrena e seus bens, tanto que os roubavam.
Porém, um deles, antes de morrer, vendo a resignação heroica de um inocente que morria sem reclamar, despertou para o fato que a vida não se resume à terra, apenas. Pediu para ser lembrado pelo Senhor quando Ele estivesse no Seu Reino; também ele, como Simeão, não viu Jesus coroado. Foi capacitado pelo Espírito Santo, a tocar em coisas que os olhos não conseguem.

Mesmo nas dores da cruz, também pode se despedir em paz; O Príncipe da Paz chegou e saiu, produzindo aquilo para o que viera. Pagou o preço requerido pela Divina justiça, e nos reconciliou. “O efeito da justiça será paz...” Is 32;17

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Facilidades mortais


“Qual é mais fácil? dizer: Perdoados são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te e anda?” Mat 9;5

O Senhor perdoara um paralítico que fora levado à Sua presença, o que ensejou murmúrios de reprovação. Então, O Salvador fez a pergunta supra. O que é mais fácil?

Do ponto-de-vista Divino, tanto faz. Tudo é possível para Deus, ambas as coisas são fáceis. Porém, como duvidavam que Jesus fosse quem dizia Ser, as coisas eram analisadas no prisma humano.

Nesse, dizer, “Teus pecados estão perdoados”, certamente era simples. Quem poderia verificar que as coisas não se deram assim? Que os pecados foram apagados? Bastaria dizer.

Porém, falar a um paralítico no leito, “Levanta-te e anda!” Caso não acontecesse, facilmente se poderia denunciar ao dito, como fraudulento.

Então, O Senhor concluiu: “Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma tua cama e vai para tua casa. Levantando-se, foi para sua casa.” Vs 6, e 7

De modo didático, O Senhor mostrou ter autoridade sobre as enfermidades do corpo, como testemunho que tem, também, sobre as da alma. “... o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele; pelas Suas pisaduras fomos sarados.” Is 53;5

Embora, “baseados” nesse texto, alguns “intérpretes” ensinem que os crentes não podem ficar doentes, o texto refere-se às enfermidades da alma, não, do corpo. Diz: “O castigo que nos traz a paz, (não a saúde) estava sobre Ele.” “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo...” II Cor 5;19 A saúde do corpo, pode legar ou não, depende de variáveis como fé, propósito, Divina Vontade.

O Senhor não prioriza o mais fácil, como se tivesse aversão ao trabalho; antes, começa pelo mais necessário, pela Sua ciência das nossas carências, e das coisas eternas em jogo. Assim, ser livre dos pecados é infinitamente mais urgente que fruir boa saúde. Se, nas bodas de Caná foi dito que o bom vinho ficara por último, no prisma da intervenção de Cristo, fora o primeiro.

Uma enfermidade mortal, não nos pode fazer nada após a sepultura; o pecado não resolvido faz danos eternos; por isso O Salvador estabeleceu as prioridades segundo o prisma espiritual; “... Não temais os que matam o corpo depois, não têm mais que fazer. Mas Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a Esse temei.” Luc 12;4 e 5

Começar pelo mais fácil, ou fazer apenas esse, é uma humana inclinação, infelizmente. O que são os falsos profetas, que tanto vicejam por aí, senão, gente que se recusa a pagar o preço de andar pelo caminho estreito para comunhão com O Santo, mas deseja encenar que a possui?

Invés de uma investigação séria da Palavra de Deus para apresentá-la como convém, saem fantasiando coisas agradáveis de ouvir, que, supostamente O Senhor lhes mostrou; desde dias antigos foi assim.

“... Não deis ouvidos às palavras dos profetas, que entre vós profetizam; fazem-vos desvanecer; falam da visão dos seus corações, não da Boca do Senhor. Dizem continuamente aos que Me desprezam: O Senhor disse: Paz tereis; a qualquer que anda segundo a dureza do seu coração, dizem: Não virá mal sobre vós.” Jr 23;16 e 17

A necessidade de correção e confronto aos que trilham ímpios caminhos, é uma “coisa difícil” a que esses farsantes se recusam. “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, porém, profetizaram. Mas, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir as Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, da maldade das suas ações.” Vs 21 e 22

Um profeta veraz é chamado à fidelidade, não ao sucesso. Quando enviou a Ezequiel, O Eterno o preveniu do “fracasso” que o esperava. “... a casa de Israel não te quererá dar ouvidos, porque não querem dar ouvidos a Mim...” Ez 3;7

Não obstante isso, a obra deveria ser feita com integridade; “...quando Eu falar contigo, abrirei a tua boca, e lhes dirás: Assim diz o Senhor Deus: Quem ouvir ouça, e quem deixar de ouvir, deixe; porque eles são casa rebelde.” Ez 3;27

Ao Seu profeta O Eterno disse: “Quando Eu falar contigo abrirei tua boca...” porém aos que necessitam de correção, o sentido a ser exercitado é outro; “Quem ouvir, ouça...”

Também aqui os ímpios escolhem o mais fácil. Dado que ouvir requer meditar, se arrepender e obedecer, mais simples é sair falando, encenando intimidade com Deus.

Quem prioriza o mais fácil ao mais valioso, abdica de riquezas eternas por comodidades efêmeras. Agem “Como o que arma a funda com pedra preciosa...” Prov 26;8