domingo, 9 de fevereiro de 2025

Palavra de honra


“Depois disto, Mardoqueu voltou para a porta do rei, porém Hamã se retirou correndo à sua casa, triste, de cabeça coberta.” Et 6;12

Assuero pedira a opinião a Hamã, sobre, como deveria honrar a alguém a quem desejava; pensou o presunçoso, que se tratava dele, e assim, pediu coisas grandes; as vestes, a coroa, o cavalo do rei; um príncipe como arauto da honra real, pelas ruas da cidade.

O monarca desejava honrar a Mardoqueu, desafeto de Hamã, que denunciara uma conspiração contra ele, salvando-lhe a vida.

O rei achou boa a sugestão, de como fazer a homenagem; ordenou que seu “conselheiro” fizesse exatamente o que sugerira. Assim, o que pretendia ser honrado, acabou sendo um mandalete do rei, a serviço da honra daquele ao qual rejeitava.

Passado o incidente, cada um reagiu de uma forma. O Judeu, simplesmente voltou ao lugar costumeiro, à porta do palácio real; Hamã, “se retirou correndo à sua casa, triste, de cabeça coberta.” Algumas versões, invés de ‘triste’ trazem, “enojado.”

Lembra um dito do gaúcho, quando alguém pretende patentear sua estupefação, diante de determinada situação, diz: “Me tapo de nojo.”

Se não me engano é no talmude que que encontramos: “A honra foge de quem a persegue, e persegue a quem foge dela.” Pois, aquele que queria ser honrado, vivia orbitando ao palácio em salamaleques em torno do Rei, acabou sendo humilhado, reduzido e mero serviçal da honra alheia; pior, daquele a quem desprezava.

Esse, que não buscava nada, tão somente fora leal ao rei, na situação que isso se mostrou necessário, acabou recebendo uma honraria que jamais desejou; pela sua atitude subsequente, a coisa em nada o afetou. Voltou ao simples lugar de costume. Se, uma posição honrosa altera nosso comportamento, isso acaba sendo um testemunho que não estamos preparados para ela.

“O coração do homem se exalta antes de ser abatido; diante da honra vai a humildade.” Prov 18;12

A honra faz bem em fugir do arrogante. Estaria em má companhia, que a desfiguraria. O Eterno mesmo diz: “... aos que Me honram honrarei, porém, os que Me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

Ela deve ser consequência de um modo de ser, não de uma busca. Por exemplo: No livro dos recordes, consta que Pelé fez 1283 gols durante sua carreira; um testemunho da excelência e perícia com a qual, a desempenhou; isso é honroso.

Agora, no mesmo livro temos que, determinado grupo de estudantes decidiu bater o recorde mundial, de maior tempo ininterrupto, nadando dentro de uma piscina; para isso revezaram tantas vezes quantas, necessárias, até atingir o alvo; qual o valor disto?

Assim é a “honra” artificial, fruto de uma busca leviana, não derivada da excelência nos feitos de alguém. Uma frase de Einstein se impõe: “Busque ser uma pessoa de valor, não, de sucesso.”

Certamente o homem sábio busca aperfeiçoamento, melhorias, não, reconhecimento. Esse é sentido de determinado provérbio: “Dá instrução ao sábio e ele se fará mais sábio; ensina ao justo, e ele aumentará em entendimento.” Prov 9;9

Em geral, o reconhecimento humano anda na contramão da aprovação Divina, como ensina Jesus; “Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações; porque o que perante os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 1;15

A exaltação dos salvos é ventura reservada para o além; aqui, o que se espera deles é que, como Mardoqueu, sejam leais ao Rei dos Reis que os chamou e salvou; “Portanto, qualquer que Me confessar diante dos homens, Eu o confessarei diante do Meu Pai que está nos Céus.” Mat 10;32

Temos visto com tristeza, muitos que buscam para si a honra de representantes de Cristo sobre a Terra; sem, entretanto, atuarem conforme; assim como o presunçoso Hamã, muitos têm sido envergonhados, e outros tantos ainda o serão. “Deus não se deixa escarnecer”.

Os pequenos do Senhor, eventualmente, em lugares altos, não olham de cima para baixo; nem sabem o que fazer, quando honrados. Como Mardoqueu, se apressam a volver ao lugar simples de antes.

Porém, os pavões que pensam que são necessidades na terra, que a vida não saberia o que fazer sem eles, quiçá, ela sentiria uma vertigem pela sua falta, olhando a encosta dos grandes feitos, serão um a um, envergonhados, para que entendem, ainda que, ao peso dos açoites, o vero lugar que lhes cabe.

Foi exatamente por aceitar a sugestão dum lugar “mais alto” que o primeiro casal caiu. Dali em diante, a humanidade careceu descer, para retornar ao ponto de partida, em comunhão com O Criador. “Se alguém quer vir após Mim, negue a si mesmo, tome cada dia sua cruz, e siga-me.” Luc 9;23

sábado, 8 de fevereiro de 2025

Bússola perdida


“Procurando guardar a unidade do Espírito, pelo vínculo da paz.” Ef 4;3

O que é um vínculo? Encadeamento, elo, conexão, associação, junção. Algo para ligar duas ou mais coisas; de modo que, vínculo, sempre traz implícita a ideia plural. Entretanto, o texto de Paulo fala da “unidade” do Espírito, uma palavra singular, carecendo de um vínculo para ser mantida, como?

A unidade espiritual não é matemática. Essa carece ser singular, pela presença de um elemento apenas. A do Espírito, se faz singular pela presença do mesmo tipo espiritual, mesma inclinação, mesmo caráter, mesmo propósito, embora, numericamente possa ser plural. A chamada unidade composta.

Se tratando de teor, não há espaço para diversidade; “Há um só corpo, Um só Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo, um só Deus, Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos, e em todos vós.” Ef 4;4 a 6

Alguns “Mestres” que combatem à ideia da Trindade, usam textos como esse, onde diz que há um só Deus, para “provar” que os que creem diferente estão errados. Como pode ser Um Só Deus, e ainda ser, Pai, Filho e Espírito Santo? Argumentam. 

Esses mesmos “doutores” que propõem o unicismo, não têm dificuldades com textos como: “E serão os dois, uma só carne; assim, já não serão dois, mas uma só carne.” Mc 10;8 Ou, “Para que todos sejam um, como Tu, ó Pai, O És em Mim, e Eu em Ti; que também eles sejam um em Nós, para que o mundo creia que Tu Me enviaste.” Jo 17;21

Ninguém carece de um intelecto genial, ser um filósofo de primeira grandeza, para entender isto. Basta que possua entre seus neurônios, ainda funcional, aquele que preside sobre a honestidade intelectual.

Deus não faz acepção de pessoas; prescreve que a Boa Notícia deve ser contada a “toda a criatura”; os termos pelos quais todos serão aceitos diante Dele, são exatamente os mesmos. O amor Divino espraia-se pela Terra, em busca de todo tipo de pecadores que se arrependam; porém, acena a todos com um caminho estreito, uma porta, igualmente estreita, e singular; “Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida; ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6

Essa pretensão “inclusiva” que drogou obreiros incautos, e, em determinado momento perderam a bússola, a qual ensina que, é mais importante agradar a Deus que aos homens, é doentia; pois, deixada a Santa Referência derivaram por atalhos errôneos, em demanda do aplauso do mundo, pretendendo equiparar à devassidão moral, com a diversidade racial, cultural, como se, essas fossem a mesma coisa; frutos do mesmo baraço; não são.

Todos nascemos com veemente inclinação ao pecado, pois, alienados do Criador, nascemos da carne, sem vida espiritual; “Porquanto, a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7 Assim, todos nós, sem Cristo.

Somos chamados à renúncia das perversas inclinações, por amor a Cristo; “Negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.” Luc 9;23 Os que assim fazem, “nascem de novo, da água e do Espírito”, são reconciliados com Deus, e pouco a pouco, regenerados. “Isto é; Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Todos os que renascem, recebem do mesmo Espírito, pelo qual, são chamados a trilhar caminhos semelhantes, em obediência à mesma Palavra. Se, há margem nas coisas periféricas, costumes, formas de culto, locais, denominações, etc. para que existam diferenças, em se tratando do Espírito, não há. Ou andamos segundo O Espírito Santo, ou seremos semeadores da cizânia, da discórdia no seio da Igreja do Senhor.

A mesma Palavra deve ser servida em todos os lugares, a distintos povos e culturas, e ser recebida em paz. Onde houver discrepância de valores, quem deve cambiar somos nós, não A Palavra de Deus, como disse Agostinho; “lendo a Bíblia encontrei muitos erros, todos em mim.”

Assim, os que “descobrem” novas “teologias” que, invés de manter o vínculo dão azo a divisões, já estão em desobediência ao preceito que encabeça esse apanhado. “Procurando guardar a unidade do Espírito, pelo vínculo da paz.”

A primeira coisa necessária a quem desejar andar com Deus, é aprender Dele, estar de acordo com Ele; “Porventura andarão dois junto, se não estiverem de acordo?” Am 3;3

A tentativa de “converter” ao Eterno para que Ele fique igual às nossas paixões, não passa de uma confissão oblíqua que recusamos nos converter a Ele. “Quem deu crédito à nossa pregação? E a quem se manifestou o Braço do Senhor?” Is 53;1

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

A fé


“A fé é o firme fundamento das coisas que se espera, a prova das coisas que não se vê.” Heb 11;1

A fé, pode
 “tocar” às coisas que escapam à vista, isso foi figurado como “olhos da fé.” Muito embora, são os ouvidos em consórcio com um coração submisso, que permitem que O Eterno “pavimente” o caminho, pelo qual andaremos. “Porque andamos por fé, não por vista.” II Cor 5;7

A Abraão “o pai da fé”, O Criador disse: “... Sai da tua terra, dentre a tua parentela, para uma terra que Eu te mostrarei.” Gn 12;1 Nenhum sinal anexo, característica da terra prometida, nenhum rumo, nada; “apenas” A Palavra de Deus.

Tão somente, ouviu. Entretanto, isso bastou ao patriarca; deixou as circunstâncias onde tinha sua vida estabelecida, e foi após à Voz de Deus, sem saber para onde ia. Mais que, “para onde” vai, a verdadeira fé preocupa-se em saber, com quem? Nos nossos dias, com a gama de informações que temos sobre O Criador, crer significa algo ousado; naquele caso, quase nada sabendo, foi um verdadeiro milagre. O Salvador pontuou quais devem ser os objetos da nossa fé; “Não se turbe o vosso coração, credes em Deus, crede também em Mim.” Jo 14;1

De Moisés está dito algo semelhante: “Pela fé deixou o Egito não temendo a ira do rei, porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 11;27 A fé não é visível; os resultados que produz, são sobremodo, eloquentes.

Numa geração vídeo, como a nossa, onde tudo o que acontece no mundo chega-nos, célere mediante imagens, convencer alguém a relegar as coisas que vê, à desimportância, e abraçar às que ouve da parte do Senhor como vitais, é uma tarefa que só O Espírito Santo consegue levar a efeito. Devemos fazer nossa parte, óbvio! Mas, sem Ele, nada podemos.

Não que nossa faculdade de ver seja má; na verdade, olhando da perspectiva correta, podemos ver a Deus, em parte, mediante Suas Obras. “Porque o que de Deus se pode conhecer, neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou; porque Suas coisas invisíveis desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entende e claramente se vê, pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis.” Rom 1;19 e 20 Eles quem? “... homens que detêm à verdade em injustiça.” v 18.

Assim, para quem lê as coisas visíveis de modo honesto, elas também acabam sendo pregoeiras da verdade. Porém, os que as deturpam e pervertem, agem de modo injusto; e, admitindo ou não, obram no intento de deter à verdade. Quantas vezes ouvimos repórteres descrevendo maravilhas da criação, nesses termos: “A natureza é sábia.” Invés de um honesto, ‘O Criador É Sábio e Poderoso’. Tentativa fajuta de deter à verdade em injustiça.

Resulta que, tanto a fé nos desafia a abraçar o que não vemos, fiados na integridade de quem falou o que ouvimos, quanto, a incredulidade, é um esforço inglório do homem em consórcio com o capeta, no afã de negar, mesmo o que está evidente.

Os falsificadores da fé a pervertem, fazendo a mesma, parecer uma “força”, mediante a qual, baniremos dos nossos caminhos, às coisas que nos desagradam. A fé sadia é um fortalecimento em Deus, que permite que perseveremos no caminho, mesmo que, coisas dolorosas nos aconteçam. “... aprendi a contentar-me como que tenho; sei estar abatido e sei também ter abundância, em toda a maneira e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura quanto a ter fome, tanto a ter abundância quanto, padecer necessidade.” Fp 4;11 e 12

As profanações inclusivas da “teologia liberal”, ou o materialismo avarento da “teologia da prosperidade”, não são assessórios high-tech, de uma fé que se “moderniza” de acordo com os ventos do mundo; antes, são a camuflagem fajuta da incredulidade, que, possuindo autocrítica suficiente para não desfilar nua, tenta furtar algumas vestes da fé, para poder sair às ruas.

Quem carece ampliar à porta estreita, promovendo o liberalismo, ou diluir as necessárias provações no comodismo material, um e outro, deixam patente, que, para eles, A Palavra e a Integridade de Deus não lhes são suficientes. Para os que possuem uma fé sadia, isso basta. “Quem há entre vós que tema ao Senhor, e ouça à voz do Seu servo? Quando andar em trevas e não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

Quando Tomé exigiu ver para crer, foi chamado de incrédulo, pelo Senhor.

Tanto, aquilo que vemos não precisamos crer, quanto, aquilo que cremos, não precisamos ver. “Mas o justo viverá pela fé; e se ele recuar, a Minha Alma não tem prazer nele.” Heb 10;39

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2025

A direção Divina


“Passando pela frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo, de anunciar a Palavra na Ásia; quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, mas O Espírito Santo não lhes permitiu;” Atos 16;6 e 7

Peripécias da viagem de Paulo e Silas. Quando intentavam tomar alguma direção que era diferente da tencionada por Deus, O Espírito Santo não permitia. Embora, O Senhor tenha referido que O Espírito Santo É O Consolador dos cristãos, Ele também é O “Mestre de Obras”, que determina o quê, quando, e onde, deve ser feito.

Se, alguém pretende andar segundo a Divina direção, que aprenda a ouvir e interpretar à Voz Dele. Depois de vetar dois destinos tencionados, à noite deu a eles o apontamento necessário; “Paulo teve de noite uma visão, em que se apresentou um homem da Macedônia, e lhe rogou dizendo: Passa à Macedônia e ajuda-nos.” V 9 Após dois vetos, a direção.

O modo do Santo falar é multiforme; então, foi numa visão. Mas, para quem tiver ouvidos espirituais, tanto os vetos, quanto os apontamentos se farão bem compreensíveis. “Os teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho; andai nele, sem vos desviardes para a direita, nem para a esquerda.” Is 30;21 Alguém disse com conhecimento de causa que; “Na direção em que o Dedo de Deus aponta, Sua Mão abre a porta.”

Essas mega igrejas, que têm um dono humano, seja ele quem for, Papa, apóstolo, bispo, missionário, não passam de empresas de mercenários, dirigidas segundo comichões de homens, amantes do dinheiro, sedentos de poder. A Igreja de Deus é dirigida pelo Espírito Santo, O Dono É Ele. Se os homens não O ouvem mais, é porque perderam o hábito de consultá-lo.

Não me refiro a denominações, como se, essa fosse espiritual, aqueloutra, não. ou vice-versa. Quando são homens espirituais que estão à frente do trabalho, esses se fazem meras “ferramentas do Espírito”, para a realização do Divino querer. Exemplos bons e ruins, são encontráveis nos mais diversos lugares, inclusive, dentro de uma mesma casa.

Por apto e probo que seja o homem, que estiver diante de determinado trabalho, ainda será um homem falho, incapaz de tomar decisões na esfera espiritual, sem a luz indispensável que vem do Espírito Santo. “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem seu caminho; nem do homem que caminha, o dirigir seus passos.” Jr 10;23

Todavia, quando é apenas um mercenário, que faz as coisas ao bel-prazer e trata às ovelhas do Senhor, como se fossem suas, então, temos mero simulacro pobre, um enclave profano, numa seara estabelecida para ser santa. Da mão do homem ingerindo onde não lhe cabe, derivam os nepotismos tão comuns nessas “igrejas”, a promoção de gente desqualificada, para ocupar lugares altos, causando enormes danos, pela usurpação das diretrizes que não pertencem ao homem.

Aquele que apresenta para o ministério, aos obreiros réprobos, quando impõe as mãos sobre eles, em oração de consagração, recomendando-os a Deus, diante dos homens, se torna culpado dos pecados que esses obreiros cometem. Paulo aconselhou a Timóteo: “A ninguém imponhas precipitadamente as mãos; nem participes dos pecados alheios; conserva a ti mesmo, puro.” I Tim 5;22

Claro que, é diferente orar com imposição de mãos rogando uma bênção sobre um necessitado. Nesse caso, quando o fazemos nos identificamos com a necessidade daquele pelo qual intercedemos; quem impõe as mãos recomendando alguém ao ministério, identifica-se com o caráter daquele ao qual recomenda. Nesse caso, não devemos nos precipitar; antes, orar buscando a diretriz do Espírito Santo.

Não significa, que seria pecado Paulo e Silas pregarem na Ásia, na região da Galácia, o que, no devido tempo, foi feito; seria estúpido eles ignorarem a ordem recebida. Pois, a excelência do andar com O Senhor, é estar no tempo, propósito e lugar que Ele deseja que estejamos.

Sabemos os eventos ocorridos em Filipos por ocasião da passagem deles naquela Cidade. Os tais estavam no propósito do Espírito Santo, a prioridade Divina, segundo O Santo desígnio.

A atuação autônoma, independente de Deus, sabemos de onde se origina; e seria insano pretendermos fazer a Obra de Deus, segundo o princípio do maligno.

Quem pretender servir a Deus, pois, mantenha vivo isso: É um servo. As diretrizes virão a ele, segundo o intento do Senhor.

Basta estarmos atentos ao conselho do Santo, e não careceremos que Ele feche portas diante de nós. “Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com Meus olhos; não sejas como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio, para que não se cheguem a ti.” Sal 32;8 e 9

terça-feira, 4 de fevereiro de 2025

Almas noturnas

“Maldito aquele que fizer com que o cego erre o caminho.” Deut 27;16

O Salvador se referiu também, ao condutor cego; “Deixai-os, são cegos condutores de cegos; ora, se um cego guiar a outro, ambos cairão na cova.” Mat 15;14

No primeiro caso, temos o que faz um cego errar; subentendendo que ele sabe o caminho correto, mas desvia dele ao que careceria da sua ajuda.

No segundo, o que faz errar errando junto, estando também, cego. Naquele, vemos o patrocínio da maldade; neste, da falta de modéstia da ignorância.

Fácil assomam os dois exemplos. O clero católico com todo seu estudo de teologia, filosofia, idiomas, fazendo o povo tropeçar na idolatria. Literalmente, fazem cegos errar o caminho; eles sabem. Dão mais importância à instituição com sua sede de poder político, que ao Reino de Deus que visa salvação das almas, mediante a Palavra. Lhes basta que as pessoas sejam católicas; não importa que se percam.

Isso explica em parte, a oração pelos mortos que fazem; a criação do suposto “purgatório”, cuja única purgação, é do remorso institucional, por saber que desviaram milhões da vereda da salvação.

Por outro lado, o oba-oba “evangélico” onde qualquer mentecapto que aprende citar dois versos, já se faz “pastor” e sai semeando suas cegueiras como se fosse luz. Ai dos que os seguem! Caem todos no mesmo buraco.

A Palavra não prescreve o clericalismo, onde apenas uma elite derivada duma instituição, seria apta a formar ministros da Palavra. Do ponto-de-vista social, muitas vezes os escolhidos do Senhor são gente bem simples; “Deus escolheu as coisas loucas deste mundo, para confundir às sábias...” I Cor 1;27

Não significa que tais escolhidos devam ser ignorantes, antes, embora possam ser limitados nas questões culturais, analfabetos, até, espiritualmente têm a direção de Deus em suas vidas, e nela, não ensinam coisas divergentes da Palavra. Cientes de suas chamadas, buscam preparo, são ouvintes diligentes da Palavra do Senhor. Muitos, outrora analfabetos, hoje foram feitos grandes pregadores.

Quando vejo padres, homens cultos, conhecedores da verdade, levando uma comunidade inteira o rogar as “bênçãos” de fantoches que eles criaram, invés de conduzir o povo a Deus, mediante Sua Palavra, inevitavelmente vejo gente má, sonegando a luz que possui, fazendo cegos errarem o caminho. (Cegos espirituais são como bêbados; nunca admitem que estão bêbados; os obtusos, que são cegos)

O Salvador advertiu: “... Se, portanto, a luz que há em ti são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

Quanto aos ignorantes metidos a ministros, essa é uma doença idosa, desde antes da Igreja, nos dias do sacerdócio levítico existia já; “... qualquer que vem consagrar-se com um novilho e sete carneiros, logo se faz sacerdote daqueles que não são deuses.” II Cron 13;9 Não basta o sujeito se dizer pastor, pois; é necessário que o seja, por escolha de Deus.

Portanto, essa desculpa fajuta que “Deus capacita aos escolhidos”, usada pelos omissos em buscar o necessário preparo, é uma falácia. A Palavra mostra como essa capacitação se dá; “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo.” Ef 4;11 e 12

Entre o que faz errar, malgrado, sabendo o caminho, e o que erra junto com os que lidera, por ignorância, o primeiro tem culpa maior.

No domingo último coloquei um comentário manifestando minha tristeza, pela pomposa festa da “Senhora dos Navegantes” na cidade vizinha de Mormaço. Uma mulher me respondeu exigindo respeito. Ora eu dissera que aquilo não passava de comércio, idolatria e bailão.

Prometiam premiação na casa dos cem mil reais mostrando a pujança comercial das rifas; anunciavam um bailão na paróquia com a banda tal, e tinham feito vistosa “barqueata” no rio em honra a uma imagem da “Senhora/Iemanjá”.

Respondi à indignada senhora que não se tratava de desrespeito, pois eu só falara a verdade; mas de tristeza mesmo, por ver tanta gente desencaminhada.

É direito do suicida se matar, caso queira; é meu direito, olhando de fora, me entristecer vendo a desgraça na qual caiu.

Disse que não precisava da permissão dela para dizer o que penso e lembrei que, quando as águas destroem nosso Estado como ocorreu no mês de Maio, presto cobram a Deus; quando tudo está bem, cultuam à “Rainha das Águas.”

Pior que líderes fazendo os cegos errarem o caminho, é os liderados, os tendo como benfeitores, heróis da comunidade. Nada adianta acender a luz, ante um povo que prefere o escuro. “A condenação é esta; que a luz veio ao mundo, mas os homens amaram mais às trevas que à luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19

O radicalismo de crer


“Se o deixarmos assim, todos crerão Nele; virão os romanos, tirarão nosso lugar e a nação.” Jo 11;48

Fragmento dum concílio das lideranças espirituais de Israel, imediatamente após saberem que Jesus tinha ressuscitado a Lázaro, depois de quatro dias morto.

Invés de ver como um prodígio maravilhoso, eloquente sinal da ação de Deus na Terra, tomaram como uma ameaça, o risco de perder sua importância, seus lugares. O que é uma reles vida de outrem, comparada ao meu posto, meu lugar? Ah, o egoísmo doentio!

Então, a decisão soou natural, como se lhes fosse um direito matar ao Senhor. “... convém que um homem morra pelo povo, e não pereça toda a nação”. V 50 o maquiavélico Caifás, transfigurando os interesses mesquinhos dos líderes, em anseios do povo, (onde já ouvimos isso) em interesses de toda nação. Jesus era uma ameaça viva à hipocrisia religiosa, não à nação de Israel, à qual, pertencia.

Depois que o ego adormecido foi despertado, e a comunhão com Deus foi perdida pela presença do pecado, o canhoto poderia tirar férias; o homem ímpio faz seu trabalho sujo, sem carecer assessoria do traidor.

Além de perder a comunhão com Deus pela morte espiritual, também quedou impotente aos anseios da carne, que se move em seu fisiologismo doentio, manipulando à própria alma, nos seus interesses imediatos, sem vínculos necessários, com valores como, justiça, verdade, honra, santidade.
 “Porquanto, a inclinação da carne é inimizade contra Deus; pois, não é sujeita à Sua Lei, nem pode ser.” Rom 8;7

Quando “trabalha” para tentar, e cegar suas vítimas, “O deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos...” II Cor 4;4 faz isso em contraponto ao Espírito Santo e à Palavra de Deus, que atuam para que pecadores entendam suas situações, e capacitam às escolhas que levam à vida. “Quando Ele vier, (O Espírito Santo) convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo.” Jo 16;8 “A entrada das Tuas Palavras dá luz, dá entendimento aos símplices.” Sal 119;130

O homem natural não se inclinaria jamais às escolhas virtuosas, sem a bendita assessoria do Espírito Santo. Porque O Criador trabalha visando regenerar, o canhoto atua tentando obstruir à vida. A difusão do Evangelho sobre toda a Terra é Deus, através dos Seus, chamando; e a obliteração das mentes, a perversão da verdade, a aposição e sua súcia, tentando parar a Divina Obra.

Por isso, quem tem luz espiritual deve lutar, “Destruindo conselhos e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus, levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo.” II Cor 10;5 Eis, a excelência da batalha espiritual, que incautos pensam se tratar de exorcismo!

Porém, o homem por si mesmo, sem nenhum estímulo, em direção nenhuma, acaba escolhendo sempre o vício, refém das inclinações perversas nas quais jaz. “Disse eu, no meu coração, quanto à condição dos filhos dos homens, que Deus os provaria, para que assim pudessem ver que são, em si mesmos, como os animais.” Ecl 3;18 O renascimento tira o homem de si mesmo, e o associa ao Senhor.

A primeira coisa que todo pecador precisa entender, para ser salvo, pois, é que sim, Jesus Cristo é uma “ameaça” ao seu lugar; desafia todos que o quiserem ouvir para ser salvos, com um solene, “negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me”. Porém, qual é o nosso lugar, se estivermos separados Dele? O que perderemos para servi-lo?

Embora a carne, acostumada a toda sorte de vícios, avessa à disciplina veja na conversão uma perda, (e para ela é) a rigor, na conversão damos um salto do reino da morte para a luz da vida. “Na verdade, na verdade vos digo que, quem ouve Minha Palavra e crê naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Como um viciado em drogas precisa ser internado para desintoxicação, para ser livre de seu vício, também nossa natureza caída está plenamente intoxicada com toda sorte de vícios, e comportamentos indevidos. Embora a justificação para salvação seja imediata ao arrependimento e confissão, nosso aperfeiçoamento requer um processo longo e demorado, a santificação.

Nossa “ressurreição” como a de Lázaro, certamente causará “concílios” burburinhos, de gente que pensará em como nos tratar dali em diante. Nossos amigos e familiares não entenderão, num primeiro momento, como ousamos ser tão “radicais”.

Porém, se perseverarmos, as mudanças vistas em nós, serão a eles, como que, mensageiras das boas novas, um desafio à conversão. “... muitos verão, temerão e confiarão no Senhor.” Sal 40;3 

Enfim, a morte de Lázaro redundou na Glória do Senhor; a nossa também pode ser assim, desde que, com nosso desejo e consentimento.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

Não terceirize


“... que farei então de Jesus chamado O Cristo? Disseram-lhe todos, seja crucificado.” Mat 27;22

Uma decisão que pertencia a Pilatos, ele “terceirizou”, pedindo a opinião da plebe, que, manipulada pelo sinédrio, sabia bem, o que pedir. Crucifica-o!

Os gregos não tinham em estima a pressão das multidões. O homem prudente teme mais o juízo de meia dúzia de sábios, que praticar perante uma turba ignorante. A multidão é uma besta acéfala (sem cérebro) que não sabe o que quer. diziam.

Então, terceirizarmos decisões pessoais, por causa do clamor de uma multidão, ou cedermos a determinada tendência capitulando a uma pressão social, é como dar a estranhos a mordomia sobre nossas vidas. A Palavra de Deus é categórica: “... Cada um dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

Esse mundo se impressiona com números, visualizações, curtidas, interações, engajamentos; essas coisas são as metas prioritárias da maioria. Os que pretendem pertencer a Cristo, devem se acostumar com outra levada. “... porque muitos são chamados, mas poucos, escolhidos.” Mat 20;16 O fato de não sermos do mundo, fatalmente nos remete para o rol dos poucos.

No auge da pandemia, os que eram contra vacinas, como eu, foram ridicularizados, perseguidos com os argumentos mais estapafúrdios e desinteligentes. Diziam que nós, os “negacionistas”, seríamos um risco social, pois, transmitiríamos a o vírus a outros. Sempre perguntei: Mas os outros não estão imunizados pelas vacinas? Como eu os prejudicaria? O risco quem corria era eu.

Agora que se comprovou que, aquilo que foi imposto a toque de caixa, sem os devidos testes, e análise de efeitos colaterais, faz mais mal do que bem, ainda não encontrei um texto dos vacinófilos se desculpando com os “negacionistas”. Quem não aprende com erros históricos tende a repeti-los.

Naquele caso, a pressão social atiçada pela mídia maquiavélica a serviço dos interesses escusos, soou como um canto da sereia, que enfeitiçava a quem o ouvia, tolhendo o senso crítico, e castrando a capacidade de pensar. Se alguém ordenasse, “Fique em casa”, não apenas o sujeito ficava, bovinamente, como ainda se fazia caixa de ressonância, compartilhando a ordem. Sempre me rebelei contra; e trabalhei em quase todo o tempo. Até então, as campanhas de vacinação sempre obraram por esclarecer e convencer, mas nunca tinha sido uma imposição ditatorial como aquela. Isso, por si só já irritava.

A massificação pode ser menos dolorosa para o que prefere a vida irresponsável, diluindo suas culpas no todo. Mas, Deus não trata com a massa; antes, responsabiliza indivíduos. “Quem é de Deus escuta as Palavras de Deus; por isso vós não escutais, porque não sois de Deus.” Jo 8;47

Não defendo que devamos ser antissociais, avessos às coisas comprovadamente boas. Apenas, não sejamos mais do mesmo, no corpo da “besta acéfala”, castrando a capacidade de pensar, e renunciando ao direito de decidir. Cada indivíduo, como a palavra sugere, é uma partícula social indivisível, única; mordomo da própria alma, responsável pelas escolhas que faz.

Abdicar disso pela conveniência do “Mário vai com os outros” é já uma escolha, a pior de todas, porque, covarde.

Então, para não se indispor com os líderes judeus, Pilatos deixou a eles a escolha sobre o destino do Salvador, sendo que o poder e o dever eram dele. Ele mesmo se jactou disso diante de Jesus; “... Não falas a mim? Não sabes Tu que tenho poder para Te crucificar, e tenho poder para Te soltar?” Jo 19;10

Assim, o gesto fútil de lavar as mãos em defesa da Inocência do Senhor, foi como sua assinatura de que sabia estar participando de uma grande injustiça, com a qual discordava, mas não ousava se indispor, por razões meramente políticas.

Que um homem comum, massifique-se, perca sua individualidade na anulação consentida na massa, não é um gesto probo, mas, vá lá. Agora, um governante como ele, transferir para a plebe uma decisão que caberia a ele, foi uma atitude indigna, deprimente.

Diante de jesus Cristo, todo nós carecemos lavar bem mais do que as mãos; não importa o que a mídia proclame, o que as passeatas defendam, o que nossos vizinhos ou familiares achem; todos temos que lidar com a mesma questão do soberano em apreço; “O que farei de Jesus, chamado, O Cristo?” 

Se fizermos ouvidos de mercadores, estaremos relegando-o à irrelevância; se presumirmos que não temos nada com isso, deixaremos patente nossa ignorância; se O recebemos como Senhor, automaticamente nos colocaremos no lugar de servos, aos quais cabe obediência, pessoal, particular.

Embora tenhamos que nos posicionar no tocante a Ele, a rigor, são as nossas vidas que acusarão o impacto da escolha, não, a Dele. Enfim, o que faremos das nossas vidas, em relação a Cristo?