domingo, 22 de novembro de 2020

Beber ou Morrer


“A doutrina do sábio é uma fonte de vida para se desviar dos laços da morte.” Prov 13;14

Figuras usadas para definir vida e morte; aquela como um manancial, fonte; essa como um instrumento de caçador, laço.

Jesus chamou Sua Doutrina de Água da Vida; disse que quem a recebesse, além de não mais ter sede, nele se faria uma fonte; “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

Se, a sã Doutrina é uma Fonte de Vida, a heresia se faz laço, como denunciou Jeremias de falsos sacerdotes e profetas; “Porque ímpios se acham entre meu povo; andam espiando, como quem arma laços; põem armadilhas, com que prendem os homens. Como uma gaiola cheia de pássaros, assim suas casas estão cheias de engano; por isso se engrandeceram, e enriqueceram;” Jr 5;26 e 27

Um caçador não produz; antes, explora o que já está criado em benefício próprio.

Os citados por Jeremias tinham vistosos frutos de sua caça; “se engrandeceram e enriqueceram...”

Uma fonte não enriquece a si mesma; antes se doa para terceiros. Assim, os ministérios que, invés de enriquecer espiritualmente aos membros, enriquecem materialmente aos próprios ministros trazem digitais de caçadores onde deveria haver fluxo de vida espiritual.

Se, o fundamento base da Doutrina de Cristo é o amor, e esse “não busca os próprios interesses”, como alguém amaria se enchendo de metais, invés de regar à “Plantação do Senhor?”

Até agora me ocupei dos derivados do Caçador Mor; em determinado momento O Salvador Comparou Sua Obra com a da oposição; de novo, temos um cotejo entre vida e morte; “O ladrão não vem senão a roubar, matar, e destruir; Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” Jo 10;10

Notemos que a figura mudou para pior; se, antes era caçador, agora é ladrão. Um caçador pode pegar algo que está alhures sem um dono específico; enquanto um ladrão furta ao bem, alheio.

O problema é que muitos cristãos, encorajados por caçadores transfigurados em obreiros idôneos equacionam abundância de vida (vida eterna) com comodismo de vida, vida fácil.

O que não nos falta estando em Cristo é vida espiritual; o resto pode faltar tudo, inclusive a vida física; muitos a perdem nas mãos de radicais islâmicos atualmente.

Assim se interpreta ao “Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece”; posso suportar o que vier, não conquistar ao que eu quiser, como ensinam os patifes caçadores de cobiças de incautos, e seus fruto$.

No contexto imediato Paulo coloca nuances que ajudam a interpretar; “... aprendi contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto ter fome; tanto ter abundância, quanto padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;11 a 13

Então, a “Doutrina do sábio é uma Fonte de Vida...” não de facilidades, comodismos ou bens materiais.

Aliás, fonte no usufruto da qual devemos passar sede; “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;” Mat 5;6

Esse “serão fartos” é promessa pro porvir, não aqui; “No mundo tereis aflições...”

Quando se fala em doutrina do Sábio, óbvio que não se refere a um ensinador humano; a Fonte é Ele, Jesus Cristo; nós somos meros canais. “As palavras dos sábios são como aguilhões, como pregos bem fixados pelos mestres das assembleias, que nos foram dadas pelo único Pastor.” Ecl 12;11

Ele O Único Pastor, mediante João encerra a revelação convidando ainda aos sedentos de vida para beberem; “O Espírito e a esposa dizem: Vem. Quem ouve, diga: Vem. Quem tem sede, venha; e quem quiser, tome de graça da Água da Vida.” Apoc 22;17

Figurando poeticamente à morte, Salomão comparou-a com um vaso que se quebra junto a uma fonte; Ecl 12;6

Se o vaso for nosso corpo e a Fonte for Cristo, será apenas uma troca de algo frágil por outro precioso, como ensinou Paulo: “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não nossa... sabemos que, se nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos Céus.” II Cor 4;7 e 5;1

Beber ou não da Fonte é escolha nossa; o caçador de almas não precisamos escolher; ele está caçando desde sempre em toda a terra; “O temor a cova e o laço vêm sobre ti, ó morador da terra.” Is 24;17

Escapa por tua vida, o tempo urge!

segunda-feira, 16 de novembro de 2020

A Luz Escura


“Se, porém, teus olhos forem maus, teu corpo será tenebroso. Portanto, se a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;23

Eventualmente dizemos: “Ouro nas mãos do bandido ainda é ouro.” Se atinarmos às substâncias, estritamente, está certo.

Entretanto, não usamos o dito com intenção literal; sempre o fazemos como figura de linguagem, tencionando dizer que a boa obra feita por uma pessoa má segue sendo boa; verdade nos lábios de um mentiroso segue sendo verdade; enfim, que um ato qualquer, virtuoso, praticado por alguém vicioso, não perde sua virtude intrínseca, em função do seu agente.

Partilhei um vídeo onde uma pensadora, cujo nome ignoro, faz sábias considerações, sobre meios e fins; advoga, citando Platão, que aos maus, até o conhecimento deveria ser negado; pois esses, no uso de tal meio, fazem mal à humanidade; disse, como argumento, que um tirano como Hitler, seria preferível que fosse um ignorante. Não teria feito os males que fez. Como discordar? Vídeo está no Facebook.

Como estou na escola, tive que reconsiderar certos aspectos do que pensava saber; dando assento a algumas dúvidas no banco das minhas certezas.

Não que não soubesse que o conhecimento pode ser usado a serviço do mal; isso todos sabem e presenciam diuturnamente.

O que me fez pensar foi o princípio platônico que, a boa índole moral deveria preceder o conhecimento, ser uma “credencial” que qualificaria postulantes à luz.

E pensar que muitos pais enchem os pimpolhos de parafernálias eletrônicas com acesso a toda sorte de conhecimento, antes de saberem, sequer, o alfabeto e as vogais. Muitos são “educados” na WWW.

Quando a Palavra desafia pais a ensinar filhos, deixa explícito tratar-se de valores, mais que, conhecimento; “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6 como escopo o dever, não o conhecer.

Mais: “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23 a perversão do ensino como patrocinadora da maldade.

Quando O Salvador diz que a luz que há em alguém pode ser trevas, não está denunciando nenhum lapso de conhecimento; dizendo que o tal não aprendeu direito; antes, que a luz sofre o concurso do mal, “se teus olhos (percepção da vida) forem maus, teu corpo será tenebroso...”

Eventualmente, consideramos que a beleza tem um conjunto que a sustenta, mais que habite numa nuance da personalidade apenas.

Além do aspecto estético, tem o moral, psicológico, espiritual, intelectual... Assim, homens podem ser deuses gregos, e mulheres odaliscas meso-orientais; se, tiverem lapsos morais, ou de outra ordem, a formosura estética sofrerá o concurso da feiura, de modo que a beleza não habitará no “conjunto da obra.”

Salomão o sábio tecera considerações sobre isso, usando a figura feminina no prisma estético; “Como joia de ouro no focinho de uma porca, assim é a mulher formosa que não tem discrição.” Prov 22;11 E a masculina no aspecto, intelectual; um sábio; “Assim como as moscas mortas fazem exalar mau cheiro e inutilizar o unguento do perfumador, assim é, para o famoso em sabedoria e honra, um pouco de estultícia.” Ecl 10;1

Então, quando O Senhor ensina: “Não deis aos cães as coisas santas, nem lanceis pérolas aos porcos”, desafia-nos a certo discernimento; malgrado, a comissão universal, “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”, há momentos em que não devemos fazer isso; há circunstâncias e ambientes nos quais o silêncio é mais eloquente que o mais célebre dos oradores.

Quando Israel era retirado do Egito, O Eterno colocou uma coluna de fogo que alumiava o caminho ao Seu Povo, enquanto escurecia aos perseguidores egípcios.

Assim é Sua Palavra; a quem obedece ilumina, conduz, alarga a visão; a quem não, cada vez enxerga menos, até cair em trevas. Como mostrou na Parábola dos talentos; “Tirai-lhe pois o talento; dai-o ao que tem os dez. Porque a qualquer que tiver será dado, terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem ser-lhe-á tirado.” Mat 25;28 e 29

Não temos problemas com a luz, se, ela mostra falhas alheias; mas a espiritual derivada da Palavra de Deus mostra as nossas; “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

Voltando a Platão, para terminar, foi ele que disse: “Não é trágico as crianças terem medo do escuro; a verdadeira tragédia são os adultos com medo da luz.”

Ela não se acende para si mesma, mas para iluminar a terceiros; são interesses mesquinhos que a podem converter em trevas.

domingo, 15 de novembro de 2020

Às armas cidadãos!


“Maldito aquele que fizer a obra do Senhor fraudulosamente; maldito aquele que retém sua espada do sangue.” Jr 48;10

Fazer a obra mediante fraude e preservar a espada do sangue era a mesma coisa.

Naquele cenário, de lutas necessárias para a conquista e manutenção da terra, omitir-se quando um irmão estava lutando ensejava maldição, como vimos nos dias de Débora. “Amaldiçoai a Meroz, diz o Anjo do Senhor, acremente amaldiçoai seus moradores; porquanto não vieram ao socorro do Senhor, ao socorro do Senhor com os valorosos.” Jz 5;26

Socorrer aos escolhidos do Senhor foi equacionado com socorrer ao Senhor; (não que Ele, estritamente, precisasse socorro)

Todavia, na transição do Velho para o Novo Testamento as coisas mudaram. Se, então, o alvo era libertar um povo escravizado e constituir uma nação, usando para isso os meios necessários, em Cristo, o alvo passou a ser internacional; o inimigo a ser batido, o pecado, não o semelhante; “Eis O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

Ele disse não ter trazido paz, mas espada; figura para Sua Palavra e o “estrago” que ela faz nas fileiras do pecado, quando ensinada e vivida.

Paulo “equipando” soldados para a batalha espiritual, após todo um aparato de proteção, defesa, (escudo, couraça, cinto, sandálias, capacete) acresceu: “Tomai... a espada do Espírito, que é A Palavra de Deus;” Ef 6;17

Se, aqui ele apenas paramentou ao soldado, noutra parte deu nuances do combate que devemos travar; “Porque as armas da nossa milícia não são carnais, mas poderosas em Deus para destruição das fortalezas; destruindo conselhos, e toda altivez que se levanta contra o conhecimento de Deus; levando cativo todo entendimento à obediência de Cristo;” II Cor 10;4 e 5

Destruir ensinamentos contrários; ensinar obediência irrestrita ao Reis dos Reis; eis, nossa batalha! Dá para ser “inclusivo” nela?

Logo, podemos parafrasear Jeremias contextualizando-o; pois, se os objetos se deslocam, dado o contexto, o princípio permanece. Não se deve fazer a Obra mediante fraude, tampouco, omitir-se.
Assim: “Maldito aquele que fizer a Obra do Senhor fraudulosamente; maldito aquele que deturpa à Palavra, para “incluir” ao que O Senhor exclui!”

Isso joga ao famigerado ecumenismo no lixo.

Embora seja incensado com palavras como amor, igualdade, tolerância, trata-se de um motim global contra O Ungido do Senhor; “Por que se amotinam os gentios, os povos imaginam coisas vãs? Os reis da terra se levantam, governos consultam juntamente contra o Senhor, contra O Seu Ungido?” Sal 2;1 e 2

Espere aí! Deus não é amor? É. Mas quem disse que amor é sinônimo de frouxidão moral, perversidade? Acaso um pai que ama seu filho lhe dará cocaína, crack ou similares se ele desejar, para provar seu amor?

Sabedor das consequências disso contra quem ama, provavelmente “construirá cercas”, invés de pontes que o conduzam à morte.

“Se vós sendo maus sabeis dar boas coisas, (proteção) quanto mais vosso Pai que está nos Céus.”

Nos Dez Mandamentos, excetuando dois, “Lembra-te do dia do Sábado, honra teu pai e tua mãe;” um memorial e um mandamento familiar, os demais são todos de veto; Não terás outros Deuses diante de mim, não farás imagens de escultura, não as cultuarás, não matarás, não furtarás, não adulterarás, não cobiçarás, não dirás falso testemunho;” Puxa! Quantos nãos de um Pai que ama; é.

Se você equaciona amor com sentimentalismo frouxo, permissividade, você não tem a menor ideia do que seja esse sentimento que “não folga com a injustiça, mas folga com a verdade.”

Nesse mundo dual, de luz e trevas, verdade e mentira, vida e morte, o amor faz “necessária” a presença do ódio também; “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, Teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais que a teus companheiros.” Sal 45;7

Como derivados desse amor e ódio temos ainda honra e desprezo; o cidadão dos Céus é aquele “A cujos olhos o réprobo é desprezado; mas honra os que temem ao Senhor...” Sal 15;4

Quando A Palavra acena “Uma só fé” está anos-luz de pretender ensinar união; adiante diz: “Um só Senhor”. Assim devemos entender que há uma só fé válida para salvação; O Senhor disse: “Ninguém vem ao Pai senão, por mim.”

Esse mundo ímpio sob a batuta de Francisco apressa-se a “concluir” que as divisões são causadas pelas religiões; dado o diagnóstico a “cura” será a união de todas; quem recusar, estará “provando” que eles têm razão; será perseguido à morte.

Não digo que será fácil, (Deus nos fortaleça) mas, será ridículo o cotejo de valores, entre fazer parte dum balaio de gatos do Capeta, ou ousar por uma coroa eterna; “Sê fiel até à morte, e te darei a coroa da vida”.

sábado, 14 de novembro de 2020

O Segredo da Vida


“Aplicai vosso coração a todas palavras que hoje testifico entre vós, para que recomendeis aos vossos filhos, para que tenham cuidado de cumprir todas as palavras desta Lei. Porque esta palavra não vos é vã, antes é vossa vida; por esta mesma palavra prolongareis os dias na terra a qual, passando o Jordão, ides possuir.” Deut 32;46 e 47

O Eterno lhes estava dando um país; foram escravos por 430 anos no Egito, milagrosamente resgatados pelo Senhor mediante Moisés, o qual, meio num gesto de despedida fazia recomendações atinentes à preservação das próprias vidas.

“Aplicai vosso coração a todas palavras que hoje testifico...”

Via de regra somos superficiais; ouvimos, tipo, entra numa orelha sai na outra. Sem aplicarmos o ensino ao coração, meditar nele de modo a praticá-lo para que sejamos, enfim, transformados por ele, não terá eficácia nenhuma. Por profundos que sejam os conceitos espirituais que esposarmos, não terão eficácia; serão mero desperdício, o clássico “diamante na funda”.

Por isso, o bendito do salmo primeiro é um que, além de evitar a companhia e o caminho dos maus, ainda “Tem seu prazer na Lei do Senhor; na Sua Lei medita dia e noite.”

“Recomendareis aos vossos filhos...”

Se, um exemplo vale mais que palavras, a recomendação de obediência mais eloquente aos filhos será praticando. Sem essa do “faça o que digo, não o que faço.” Exemplo não elimina o concurso do ensino, claro! Se, ele pauta um caminho a seguir, um modelo a imitar, o ensino anexa os motivos do proceder observado. Deus nos deu cérebros para que usemos.

As escolhas podem oscilar ao tempo e circunstâncias; o patrimônio do que foi aprendido na infância é inalienável; ainda em idade avançada estará presente no “HD” de quem o fruiu oportunamente. “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6

Demócrito dizia que bondade, virtude, se aprende; nascemos maus, mas o ensino e os exemplos nos podem melhorar.

Mediante Jeremias, O Senhor associou a prática de vida ao aprendizado, como coisas inseparáveis, diz: “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

A destruição da educação que se obrou por aqui em grande parte, por diretrizes ruins, não culpa dos professores, fez os danos que vemos atualmente. Lapsos morais e cognitivos, alarmantes.

“... tenham cuidado de cumprir todas palavras...”

Eis aqui mais um problema que nos assola; somos fugitivos como Adão na moita.
Travestimos a fuga, contudo, de religiosidade, escolhendo porções que nos agradam da Palavra; alguns chegaram a criar as tais “Caixinhas de Promessas”, onde “pescam” o peixe do dia. Cheias estão as redes sociais de porções bonitas partilhadas por gente que, nem sempre vive vidas bonitas.

Ora, se são válidas as promessas, também o são as correções, disciplina, juízo. “Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” Heb 12;7

Fracionar e escolher o agradável apenas, até o Capeta faz. Tentou ao Salvador com fragmentos calculados; O Senhor redarguiu o dito, remetendo ao compromisso integral com a Palavra, não com petiscos escolhidos; “... nem só de pão viverá o homem, mas de ‘toda’ Palavra de Deus.” Luc 4;4

Tanto é válida A Palavra quando promete abençoar, quanto, quando adverte que O Senhor nos julgará, e em quais termos; “... A Palavra que tenho pregado, essa o há de julgar no último dia.” Jo 12;48

“Porque esta palavra não é vã, antes é vossa vida...”

Se, como vimos, um pai deve dar exemplo primeiro, depois mediante ensino acrescer os motivos, O Salvador vindo, deu exemplo cabal de submissão ao Pai; “Aquele que me enviou está comigo. O Pai não me tem deixado só, porque Faço sempre o que lhe agrada.” Jo 8;29

E mediante ensino acrescenta o motivo; Na Sua Palavra está a vida. “... vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

No verso já mencionado supra, onde o realce é sobre a universalidade da Palavra a ser observada, também está o motivo; a vida. “Nem só de pão viverá...”

Infelizmente a maioria, como Nicodemos, não consegue adentrar às coisas espirituais, presa apenas ao imanente; àquele quando se mencionou “nascer de novo” queria volver ao útero; esses, presumindo já ter vida tudo que querem é “curtir”.

Urge que essa geração tome o antídoto à morte espiritual enquanto ainda pode. “... quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem vida eterna, não entrará em condenação, mas passou da morte pra vida.” Jo 5;24

sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Eleições e o molho

Alguém definiu de forma bem humorada: “A democracia é um sistema que permite que escolhamos com qual molho seremos devorados.” Significando que, nossa “liberdade de escolha” a rigor é pífia, restritiva; longe de representar escolhas espontâneas de homens verdadeiramente livres. Sequer podemos optar se queremos votar ou não; uma vez que, isso é obrigatório, salvas exceções por idade.

Enquanto tivermos um “Estado Leviatã” esse monstro inflado que exige impostos infinitamente superiores aos serviços parcos que presta, qualquer que o esteja pilotando, de certa forma estará nos devorando, via encargos excessivos e contrapartida pífia de serviços.

Mas fale-se em reforma política que exclua privilégios; nosso bravo Congresso presto engessará a iniciativa, como já fez tantas vezes.

No caso de eleições municipais, como agora, o mosaico de partidos que atinam a interesses rasos mais que à defesa de um ideário qualquer, e a falta de um partido conservador, estruturado em todos os municípios do país, deixa nossa possibilidade de escolher “representantes” mui aquém do que seria desejável.

Sinto-me na iminência de tentar escolher o que me parece o mal menor, não o que gostaria, para que me representasse. Esses fatores e a proximidade entre eleitores e candidatos, enseja que se vote em pessoas, mais que, em partidos ou ideologias.

Faltam homens públicos, salvas honrosas exceções; o jogo segue exaustivamente enfadonho, cansativo; sempre se fala de interesses públicos, na arte de seduzir eleitores, enquanto cuida-se majoritariamente dos interesses pessoais, uma vez investidos de algum poder.

O famigerado “Fundão eleitoral” segue pagando carreatas e passeatas, onde candidatos sem escrúpulos fingem ser sem noção; saem de microfones à boca agradecendo a um “apoio” que a realidade insiste em negar, de um eleitorado cético, cansado, que votaria muito pouco, se não fosse forçado a fazê-lo. No auge da pandemia a maioria deles atrapalharam nossas vidas invés de ajudar.

Esse fundo indecoroso jorra tanta “água” que permite a muitos serem políticos profissionais, eleitos ou não. 

Pouco importa se precisem ser “Metamorfoses Ambulantes” para seguirem ativos; “se hoje sou estrela amanhã já se apagou, se hoje te odeio, amanhã te tenho amor...” como cantou Raul Seixas; assim esses defendem hoje o contrário de ontem, com uma falta de vergonha na cara que a gente acaba sentindo por eles.

Em termos de hipocrisia e incoerência os esquerdista são imbatíveis; não tem pra ninguém.

Quando Dilma foi eleita para a Presidência da República, invés do termo neutro “Presidente” que, assim como, “adolescente” serve para nomear ambos os gêneros, faziam questão de chamá-la de “Presidenta”, para evocar, full time, seu “troféu” de ter eleito a primeira mulher para tal cargo.

Agora, o esquerdismo defende a diluição de gêneros, em meras escolhas sociais; não, como sempre foi, derivados de fatores biológicos, tipo, homem nasce homem, e mulher, mulher.

Então, chamar estudantes de aluno, ou aluna seriam uma “Imposição de gênero”; de modo que, em atenção a essa bosta que chamam de “politicamente correto” apregoam que se deve usar palavras “neutras”. Alguém criticou de modo engraçado, disse: “Uma escola ensinar a chamar querides alunes, só pode formar retardades.” É isso!

Se, no caso da Dilma faziam questão do “Presidenta”; agora, usar artigos definidos, sejam masculinos, sejam femininos, para essa gente é um “crime” mais sério que matar um indefeso, como no aborto que eles defendem.

Portanto, mesmo fazendo o melhor que pudermos nessas eleições, devemos nos preparar para o pior em termos de resultados. Ou seriam resultades?

A possibilidade de nos decepcionarmos com eles é proporcional aos bons valores que, eventualmente defendamos; pois, os maus são maioria, infelizmente.

Quem me conhece sabe que sou cristão, conservador, patriota, contra aborto, casamento gay, (no particular cada um faz o que quer; mas, o abono social dependeria da maioria) ideologia de gênero, drogas, corrupção... e digo isso abertamente sem dar a mínima para a patrulha esquerdopata. Não busco aplausos nem temo vaias.

Não temos ainda um partido que concentre em seu ideário esses valores todos. Vamos ver se, o embrionário “Aliança pelo Brasil” uma vez criado, ao menos se aproxima disso.

Para terminar, a “metamorfose” esquerdista não aceita até hoje a legítima vitória de Bolsonaro; mas apressa-se a parabenizar ao canhoto Joe Biden, numa eleição sob júdice, porque eivada de fraudes.

“Democracia” que só aceita um lado da moeda é indício de espírito ditatorial; sempre termina em ditadura onde eles conquistam o poder por tempo suficiente para se apoderar de tudo; aqui foi por um triz.

Saíram da Presidência, mas ficou um Congresso venal, fisiológico, inútil; e um STF todo vermelho, com tara voraz pela impunidade, onde deveriam prover o império da Justiça.

Mesmo assim, muitos votarão de novo neles. Não lhes basta ser devorados; fazem questão que seja com molho de pimenta.

terça-feira, 10 de novembro de 2020

O Sistema e a Partícula

“O mundo passa, e sua concupiscência; mas aquele que faz a Vontade de Deus permanece para sempre.” I Jo 2;17

O cotejo entre duas coisas; sociedade e indivíduo. “O mundo, jaz no maligno”, é inimigo de Deus, fadado a passar rumo à condenação; não só o sistema, mas as próprias bases onde se estabelece; “Passarão os Céus e a Terra...”

Quanto ao indivíduo porém, se lhe facultam escolhas na contramão do mundo, segundo Deus. Isso demanda esforço, renúncia; natural é seguir o som do berrante; ser apenas mais do mesmo.

Paulo chamou ao enfrentamento do si mesmo, que tende a imitar o mundo, de “sacrifício vivo”; “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2 Notemos que o preceito não é para que transformemos o mundo, mas a nós mesmos; “Transformai-vos”.

No ritmo natural da marcha humana sobre a terra, tendemos ao menor esforço, comodismo; pois, mesmo pensar tem lá seu peso, como disse Henri Ford: “Pensar é o trabalho mais pesado que há; essa seja, talvez, a razão para que tão poucos se dediquem a isso.”

É comum, pois, como denunciou alguém, crentes oraram como santos e votarem como ímpios; balizando escolhas por simpatias pessoais, desafeições, idolatrias por líderes humanos, invés de o fazerem baseadas nos valores que representariam sua fé. Seria como desejar mestres virtuosos para os filhos contratando viciosos, para que façam o que não sabem.

Assim, muitos indivíduos com preguiça de pensar partilham mensagens de gente cujas doutrinas são contrárias aos ensinos bíblicos, só porque, em algum momento se assemelham. Ora, toda a falsificação precisa de alguma semelhança com o verdadeiro; carece verossimilhança, se, quiser uma “beira” da credibilidade daquilo que finge ser.

Às vezes deparo com pastagens de gente clamando por união entre todos para um mundo melhor, (quando acontecer será pelo império do Capeta) ou, que o “Verdadeiro líder é aquele que une às pessoas.”

Não duvido da sinceridade nem da boa intenção de quem partilha; entretanto, quanto ao conteúdo sou forçado a discordar, pois, por ele seria necessária a conclusão que Jesus Cristo não é um Verdadeiro Líder. O Comunista Francisco que trabalha pelo ecumenismo seria melhor que Ele.

Cristo, horizontalmente falando, mais separa que une. “Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque Vim pôr em dissensão o homem contra seu pai, a filha contra sua mãe, a nora contra sua sogra; assim os inimigos do homem serão os seus familiares.” Mat 10;34 a 36 Não que seja Sua Vontade separar; mas, os que O recebem são perseguidos pelos que não.

Vemos condenados andando pra lá e pra cá, como se fossem coisas importantes, invés de estar na cadeia; mas, é assim.

Fraudes grotescas nas eleições americanas sendo silenciadas pela imprensa cúmplice; patifes igualmente cúmplices daqui, apressando-se a reconhecer ao “vitorioso” como se fossem favas contadas.

“Os ímpios andam por toda parte, quando os mais vis dos filhos dos homens são exaltados.” Sal 12;8 “As leis são como teias de aranha; pegam os insetos pequenos; os grandes rompem-nas”.

“Fichas sujas” cuja “justiça dos homens” deixa escapar sequer deveriam concorrer, contudo, concorrem e muitos serão eleitos. O mundo é um lixo assim, coerente com os quereres de seu príncipe.

Quem vive os valores do Eterno, necessariamente estará deslocado, como esteve Ló em Sodoma; “Porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias sua alma justa, vendo e ouvindo sobre suas obras injustas.” II Ped 2;8

Se, o Evangelho é chamado de “Evangelho da Paz”, da qual, O Senhor é O Príncipe, Ele mesmo ensinou que Sua Paz é diferente. 

Seu Senhorio sobre nós desfaz a inimizade com Deus, “Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Essa reconciliação acentua contra nós o ódio do sistema comandado pelo inimigo; “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

“Mundo melhor” só no “Novo céu e nova terra onde habita a justiça”; esse como conhecemos está fadado à destruição, breve.

Podemos e devemos manifestar indignação contra injustiças; mas, a coisa vai piorar muito e nada poderemos fazer, em âmbito de sistema, só no particular; em última análise é isso que conta, pois, “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

domingo, 8 de novembro de 2020

As Montanhas


“... Tende fé em Deus; Porque em verdade vos digo que qualquer que disser a este monte: Ergue-te e lança-te no mar, não duvidar em seu coração, mas crer que se fará aquilo que diz, tudo o que disser lhe será feito.” Mc 11;22 e 23

Daí o dito que a fé remove montanhas.

Entretanto, se isso não for devidamente compreendido trará mais problemas que soluções.

Primeiro, que nossa condição de servos não nos dá o direito de decidir, qual “monte” está fora do lugar e precisa ser removido; por isso O Salvador prefacia a promessa com um “Tende fé em Deus;” ou seja: Acreditem no que Ele disser, não decidam por si mesmos.

Ouso dizer que essa “remoção” a do ego, o “negue a si mesmo” é a montanha mais pesada e difícil.

A sociedade costuma classificar às pessoas por extratos; esses derivam sempre das condições materiais; assim, temos a elite, os ricos, a classe média, os pobres, os miseráveis, os indigentes...

Deus, para efeito de salvação não faz assim; “nivela” todos; derruba montes e aterra vales, para que todos tenham oportunidade igual de salvação; essa era, aliás a mensagem que deveria trazer a “Voz do que clama no deserto.” “Todo o vale será exaltado, todo o monte e todo outeiro será abatido; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40;4

Foram os “montes” da sociedade de então, os líderes que condenaram O Salvador à morte, porque Seus ensinos, invés de incensá-los expunha sua hipocrisia. Em dado momento disse que prostitutas e publicanos (os “vales” daquela sociedade) entrariam adiante deles no Reinos dos Céus, pois, ouvindo a mensagem de salvação se arrependeram, enquanto eles, orgulhosos, não.

Vivemos uma ética utilitarista, imanente, que, mesmo falando de bens espirituais e eternos, normalmente buscamos coisas materiais e efêmeras como prioritárias.

Assim, os “montes” que desejaríamos remover seria eventual desemprego, falta de algum bem, de um cônjuge... sempre coisas atinentes à vida aqui e agora. Quiçá, estejamos ao pé do Everest.

Acabo de chegar de breve viagem, uns 150 kms mais ou menos, entre Soledade e Bom Retiro do Sul, em cujo trajeto três tipos de relevo são observáveis; saí do planalto, como o nome diz, trata-se de um plano alto, passei por uma região serrana e enfim, a planície do vale do Taquari.

Uma coisa despertou minha atenção; quando na serra, alguns montes pareciam querer engolir a estrada, sobrepor-se a ela, e o horizonte estava a algumas centenas de metros; porém, à medida que ia me aproximando da planície, cada vez mais larga se fazia a visão; os mesmos olhos cansados que enxergavam à trezentos metros, agora, podiam ver a uns trinta quilômetros.

O que mudou para que a visão se ampliasse tanto? A ausência de montes.

Assim são os “olhos da fé”; enquanto não removermos a cordilheira dos nossos egoísmos, imediatismos, materialismo e indiferença, enxergaremos muito pouco; nossa visão será pífia.

Entretanto, tendo fé em Deus, priorizando O Seu Reino e Sua Justiça, deixando alguma empatia ocupar o assento do egoísmo, finalmente começaremos a ver mais longe; poderemos, como Moisés, ficar firmes “como que vendo o invisível”.

O andar em espírito, preceito recorrente nas Escrituras, ensejará comunhão com Deus; essa trará afinidade tal, que desejaremos remover aos mesmos “montes” que Ele. Aí sim, se verificará a eficácia da fé.

Em provérbios temos uma pequena amostra do “relevo” que incomoda ao Eterno; “Estas seis coisas o Senhor odeia, a sétima Sua Alma abomina: Olhos altivos, (orgulho) língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, testemunha falsa que profere mentiras e o que semeia contendas entre irmãos.” Prov 6;16 a 19

Usei relevo entre aspas por se tratar de óbvia figura de linguagem; nenhum imposição, contudo; pois, a mesma Palavra ensina que a “terraplanagem” necessária se faz nos nossos corações, para que, enfim, mediante a fé vejamos melhor; “Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

Assim, a fé não remove, estritamente; mas, associa o crente Àquele que remove. Pois é um “cuja força está em Ti...” (Nele)

O papel da fé é me capacitar para o desafio de andar conforme; na fraqueza do eu, que o Poder Divino opera; “A minha graça te basta, porque Meu Poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o Poder de Cristo.” II Cor 12;9

Nossa fraqueza, pois, não é um monte que O Eterno queira remover; usa-a como mirante, para que, sobre ela vejamos mais longe quão grandes montes Cristo remove por nós.