terça-feira, 26 de dezembro de 2017

A Unidade e o Mosaico Ecumênico

“Mas, um só, o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” I Cor 12;11

“Essas coisas” em apreço era a diversidade de dons distribuídos aos salvos, procedentes do mesmo Espírito. Assim, se as características do desempenho espiritual são múltiplas, o objetivo é ímpar; a Glória de Deus.

O mundo canta em prosa e verso loas à diversidade como se fosse uma coisa boa em si; não é. Depende do seu conteúdo. Se, a diversidade é funcional, cultural, mas, o alvo ímpar, então esse é o espectro Bíblico. Múltiplas formas e dons para o cumprimento da Vontade de Deus.

No entanto, se a diversidade for de credos, doutrinas, valores, aí, deixaremos a submissão ao Único, e tomaremos como diretriz a sugestão do traíra; “Vós mesmos sabereis o bem e o mal.” Sim essa diversidade deixa de ser de meios, e passa a ser, de fins. Invés de muitas formas de exaltarmos ao Único Deus, muitos deuses, cada um endeusando suas opiniões, preferências. Isso é blasfemo.

Não poucos confundem unidade com união. Ora, basta lembrarmos os primeiros passos na matemática para sabermos o que ambas são. A unidade é única, ímpar; união, diversa, plural. 

Se, cultural, intelectual, e funcionalmente podemos ser, e somos diferentes, os fundamentos doutrinários, a base de nossa fé deve ser a mesma, se, somos de fato, servos de Cristo. “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus, Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós. Mas, a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo.” Ef 4;4 a 7

Quando diz que Deus é Pai de todos está falando todos os convertidos, pois, “quem não nascer de novo não pode ver O Reino de Deus.” Aos mentirosos e hipócritas O Senhor disse: “Vós tendes por pai ao diabo...” Aí, os que recusam rever rumos quando deparam com uma mensagem que os desafia presto se escondem atrás do biombo favorito: “Deus é um só.” Certo. Mas, também a fé Bíblica é uma só e quem não a segue conforme revelada, mas, prefere anexar dogmas espúrios ou tradições, deixa a devida obediência ao Único Deus e passa a decidir por si mesmo, ou, seus gurus favoritos as noções de bem e de mal.

Assim, é lícita a multiplicidade de denominações, Batistas, Metodistas, Presbiterianos, Assembleianos, Menonitas, etc. com suas diferenças administrativas e até rituais; todos têm o mesmo Senhor, o mesmo Espírito, a mesma fé, fazem parte do mesmo corpo; a Igreja de Cristo. E, se assim não for, há razões para duvidar da salvação.

Para tais, a unidade necessária está preservada, e a diversidade possível não é um fator de dissenso. O Senhor escreveu a sete igrejas diferentes no Apocalipse e não desafiou nenhuma a ser como a outra, senão, a corrigir eventuais erros doutrinários ou, comportamentais.

No entanto, a união que o mundo busca através de seu proponente maior, (Francisco) é o ecumenismo; uma só religião mundial com seu vasto mosaico de deuses e credos todos sob o governo romano. Fala bem dos de Alá, dos animistas, dos hinduístas, budistas, etc. todos estariam certos, “buscando a Deus”; será?

Eis a diferença entre Cristo e as religiões! Essas são homens inventando rituais para buscarem a Deus do seu jeito; O Salvador é Deus buscando o que se havia perdido e ensinando o Único Caminho possível para se chegar a Ele: “Ninguém vem ao Pai senão, por mim”, disse. A diversidade doutrinária sugere que todas as religiões são boas, todos os caminhos levam a Deus. Pode ser; mas, como salvo, só Um; Cristo.

O mundo sempre foi cheio de religiões, porém, se o alvo do Evangelho fosse a mera união de credos opostos, qual sentido de o pregarmos ainda? O “Evangelho” do mundo prega a tolerância com o diferente, “inclusão”; o de Cristo chama os errados de espírito ao arrependimento, mudança, conversão, enfim, à cruz.

Os que isso defendem, a união, acham que a igreja deve ser um sucesso de público; os que preservam a sã Doutrina sabem que será um fracasso nesse quesito; “Muitos são convidados, poucos os escolhidos.” Todavia, esses poucos que negam-se e se santificam, cada um deles, para Deus vale mais que o mundo perdido.

Uma coisa é tolerância em questões de convívio; devemos sê-lo para com todos. Porém aquiescência em se tratando de ensinos nocivos não é o que O Senhor espera de nós. Ele nos chamou para vivermos e apregoarmos uma mensagem de vida; não, para sermos cúmplices de assassinato.

segunda-feira, 25 de dezembro de 2017

Todos iguais; só que não

“Eles foram rebeldes, contristaram o seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo; Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;10

O Espírito Santo não era conhecido no Velho Testamento; Isaías O Apresenta como Condutor de Israel que foi entristecido por sua rebeldia e tornou-se adversário.

Após Cristo, Ele, que fora prometido foi derramado sobre os arrependidos que herdaram a ditosa condição de salvos.
Foi Ele que concebeu o corpo para O Salvador; “... Sacrifício e oferta não quiseste, mas, corpo me preparaste;” Heb 10;5

Se, há um Espírito de Natal autêntico esse É O Espírito Santo. Todavia, Sua pessoa combina com as ações humanas atribuídas a Ele?

As comemorações natalinas podem ser vistas por dois aspectos; horizontal e vertical. No interpessoal, que mal há darmos presentes, enfeitarmos casas e praças e desejarmos coisas boas a todos? Nenhum. Somos ensinados a orar até pelos inimigos; logo, fazer o bem é lícito o tempo todo.

Porém, no aspecto vertical, do relacionamento com Deus, será que bebedices e comilanças agradam ao Santo? Temo que não; “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas, justiça, paz e alegria no Espírito Santo.” Rom 14;17

Se, como vimos foi a rebeldia que entristeceu ao Espírito Santo, lícito é concluir que é seu oposto, a obediência que enseja Sua alegria. Mas, obediência ao quê? À Doutrina de Cristo. “...fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho mandado...” Mat 28;19 e 20

As pessoas podem ser divididas em dois tipos; as que obedecem e as que não. Umas alegram, outras entristecem ao Espírito Santo. Para as primeiras todo o cenário natalino não é necessário; para as demais, não é suficiente. Noutra forma: Quem é de Deus não precisa disso; para quem não é não adianta.

Embora o ecumenismo, tolerância e inclusão, sejam palavras da moda, o cristianismo autêntico não é, nem coexiste com um hibridismo doutrinário, um jardim de aclimação de credos discrepantes; de outro modo: Seu fito é a preservação da unidade; não, a promoção da união.

A manutenção da pureza que lhe é peculiar requer ruptura com uma série de coisas, vejamos: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem, luz com trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; serei o seu Deus e eles serão meu povo. Por isso saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo e Eu vos receberei;” II Cor 6;14 a 17

O Natal como vemos é já um ensaio ecumênico, dado que, por “inofensivo” serve a todos. Até os praticantes de religiões afro enfeitam seus terreiros com luzes multicoloridas. Que mal tem? Nenhum, já disse. Mas, se serve para todos, que bem faz a nós que somos desafiados à separação do que O Pai abomina?

Tenho uns vizinhos que estão já há 24 horas poluindo o ar em volta com pornofunk e adjacências; com danças comidas e bebedices; está difícil de escrever, pensar, digo, ouvindo isso; mas, é seu “Espírito de Natal”.

A ditadura do politicamente correto tem sido outra ferramenta de massificação; mas, a mensagem de Cristo é para o indivíduo, não, para a massa. No incidente da conversão de Saulo, apenas ele ouviu a Voz de Cristo; ao seu entorno, ninguém mais. Precisamos a coragem de reagir quando O Senhor nos fala em particular, malgrado, as tendências fáceis da massa.

Às vezes aí está a “porta estreita” nos desafiando a deixarmos a perdição. Uma coisa que entendemos mal, ou, superficialmente é um preceito de Paulo que diz que devemos ter, “calçados os pés na preparação do Evangelho da Paz.”

Preparação, não pregação; em nossos passos. Nosso andar diverso do mundo deve causar estranheza; uma hora, curiosos hão de querer saber a razão; aí, quando a preparação fez sua parte entra em cena a pregação. Como disse Pedro: “... estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós.” I Ped 3;15

A separação, pois, enseja certa curiosidade; a imitação faz supor falsa igualdade. Como dizia Aristóteles, “A pior forma de desigualdade é considerar iguais, coisas que são diferentes.”

No juízo isso estará patente; “Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Mal 3;18

sábado, 23 de dezembro de 2017

Posso não comemorar o Natal?

“Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Edificais os sepulcros dos profetas, adornais os monumentos dos justos,e dizeis: Se existíssemos no tempo de nossos pais, nunca nos associaríamos com eles para derramar o sangue dos profetas. Assim, testificais que sois filhos dos que mataram os profetas.” Mat 23;29 a 31

Religiosos edificavam sepulcros e adornavam monumentos dos “heróis da fé”; todavia, essa “piedade” oca era apenas um testemunho contra eles, que, sendo descendentes dos que mataram aos justos, cultuavam ainda a hipocrisia em lugar da justiça.

Há divisão entre evangélicos na questão de comemorar o Natal. A maioria o faz, nos mesmos moldes do mundo. Nem todas as coisas a Palavra de Deus aborda expressamente; algumas derivamos dos princípios que A Palavra ensina; por exemplo: Não há um texto que ordene obedecer aos sinais de transito; todavia, o princípio da obediência está expresso: “Obedecei às autoridades”.

Quando, uma prática não é mencionada, sequer seu princípio, resta o arbítrio de cada um, com uma ressalva: “... Bem-aventurado aquele que não se condena a si mesmo naquilo que aprova.” Rom 14;22 Isto é, o fato que aprovo algo não o faz lícito, necessariamente; bem pode me trazer condenação.

O que a Bíblia fala sobre comemorar o Natal? Nada. Não menciona, ordena, nem proíbe; sequer traz a data precisa, que, com certeza não foi em Dezembro.

Todavia, as comemorações que julgou relevantes Deus sempre ordenou. Assim, tínhamos as Primícias, Páscoa, Tabernáculos, Pentecostes... tudo expresso na Palavra. Se, o Natal deve ser comemorado pelos filhos de Deus, por que esse silêncio Bíblico?

Na verdade, Ele, Jesus, mandou que comemorássemos Sua Morte, não, Seu Nascimento; pois, foi ali, na Cruz, que Triunfou em Sua Missão. “Todas as vezes que comerdes este pão e beberdes este cálice anunciais a morte do Senhor, até que venha.” I Cor 11;26

Ontem deparei com um vídeo onde uma pregadora nos acusou, os que não comemoram o Natal de “coar um mosquito e engolir um camelo”, segundo ela, não comemoramos, mas, depois compramos roupas brancas para o culto da virada, quiçá, pulamos sete ondas para Iemanjá. A anta sem noção foi aplaudida por uma plateia igualmente sem noção. Quem disse que se recuso a comemorar uma festa mundana o faço em outra igualmente mundana? De onde tirou isso?

Mas, suponhamos que eu fosse um hipócrita assim, eu e muitos que não comemoram; ela basearia sua teologia em nossa hipocrisia invés da Palavra? Uma fora da casinha assim deveria ser internada, não aplaudida.

Disse que somos “A luz do Mundo” isso “explica” as luzes de Hong Kong nas fachadas; que o pinheirinho lembra que somos “como árvores plantadas junto às correntes das águas”; todas à volta estão secas, mas, nós estamos verdes. Aplausos de novo. Ora, o mundo é um deserto de sentido espiritual, de aversão a Deus, mas, segundo ela, fazendo igualzinho mostramos nossa diferença de árvore verde entre as secas??

Uma metáfora usa uma figura para realçar uma substância; “vós sois a Luz do mundo”; isto é, sois responsáveis por iluminar com vosso exemplo, não copiar as fajutas encenações mundanas; desenhando: “...resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras...” Mat 5;16 Tem a ver com nosso agir, obras, caráter.

Quem não sabe interpretar uma metáfora, uma alegoria, um símile, uma parábola, não está apto para interpretar Às Escrituras. Disse também O Senhor que somos “O Sal da Terra”; à “teologia” daquela senhora justifica-se o sal grosso que tantos macumbeiros “evangélicos” usam.


Assim como o sal era o elemento da conservação de alimentos num tempo em que não havia geladeiras, devem os salvos ser elementos de conservação da moral, dos bons costumes, da sã doutrina, não mais.

Além disso, se, como disse Tiago, amizade com o mundo é inimizade contra Deus, e todo mundo comemora isso que chama de Natal, mas, no fundo é um festival hipócrita de, comes e bebes, qual minha parte nisso?

Imaginem um filho rebelde, desobediente, drogado, dissoluto, avesso aos pais o ano todo, que no dia dos pais ou, mães chega solícito com presentes; seus pais terão prazer nele? Assim vive a maioria do mundo, avessa Ao Senhor, Sua Vontade; até, combatendo aos servos do Senhor, mas, no Natal e na Sexta-feira Santa têm um surto de piedade.

Anuncio a Palavra do Santo o ano todo; cometo erros, falhas, peco; mas, não preciso de dois dias para fingir que me importo em agradá-lo.

Não acho que aplauso seja pecado, mas, não gosto que plateias aplaudam pregadores. Geralmente as pessoas aplaudem a si mesmas no que se identificam. Um mensageiro probo gera contrição, invés de identificação, pois, apresenta Deus a um povo que tende a alienar-se Dele.

sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Que o Pó Volte-se ao Ouro

“Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!” Lam 4;2

Jeremias descrevendo um povo, antes, valioso; agora, vulgar, ordinário, comum. Valiam ouro; passaram a mero barro. Se, nos elementos naturais não se verifica essa alquimia, a transformação de um elemento em outro, no prisma moral, espiritual, ocorre com frequência.

Normalmente usamos outra figura quando queremos denunciar uma transformação radical; sobretudo, no aspecto positivo; dizemos: Fulano mudou da água pro vinho. No entanto, aquela fora uma mudança “pra baixo”; do ouro pro barro.

Embora os evolucionistas pleiteiem uma evolução contínua, estaríamos num processo que ignoramos onde vai chegar, a Bíblia apresenta a criação como obra acabada, em estágio de decrepitude. O homem como caído da posição original, “Imagem e Semelhança” de Deus, descendo célere a ladeira da degeneração.

Quando O Eterno mostrou num sonho a Nabucodonosor o esboço da saga humana desde então até o Reinado de Cristo, figurou com uma estátua que, começou com cabeça de ouro; desceu para prata, bronze, ferro e por fim, barro.

Da criação diz: “A Terra pranteia, murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da Terra. A Terra está contaminada por causa dos seus moradores; porquanto têm transgredido as leis, mudado os estatutos, e quebrado a Aliança Eterna. Por isso a maldição consome a terra;” Is 24;4 a 6

Diz mais: “sabemos que toda a criação geme; está juntamente com dores de parto até agora. Não só ela, mas, nós que temos as primícias do Espírito também gememos em nós mesmos, esperando a adoção; a saber, a redenção do nosso corpo.” Rom 8;22,23

Longe de combinar com um cenário evolutivo, o que vemos denuncia a degeneração; a causa não é nenhum super asteroide ou cometa colidindo com o planeta e ameaçando a vida; antes, os efeitos colaterais do pecado; “A Terra está contaminada por causa dos seus moradores.”

Mas, o que faz alguém áureo aos Olhos Divinos? Digo; precioso como ouro? A primeira decepção que causamos ao Pai foi duvidar de Sua Palavra; isso soou como se O chamássemos de indigno de confiança, mentiroso. O contraponto que Ele deseja a essa blasfêmia é a confiança irrestrita, fé; Pedro aquilata-a: “...vossa fé, muito mais preciosa que o ouro...” I Ped 1;7

Se, em nossa estrutura ainda somos o velho barro, mediante a fé, nos abrimos a Deus para que Sopre outra vez O Espírito, apagando as manchas pretéritas no Sangue de Cristo e dando nova vida.

Esse Dom Excelso é que nos faz valiosos ante Ele; dá-nos porque nos ama; depois, nos aprecia como valiosos pelo que Ele mesmo fez valer. “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz foi quem resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, não, nossa.” II Cor 4;6 e 7

Se, o “Tesouro” é o Espírito, o corpo mero vaso de barro, necessária se faz a conclusão que, degenerar alguém do ouro para o barro equivale a deixar de andar em espírito e passar a seguir os anseios da carne. Essa é a tendência do homem natural depois da queda; “Porque a inclinação da carne é morte; mas, a inclinação do Espírito vida e paz.” Rom 8;6

Então, quando O Salvador nos desafia a ajuntar Tesouros no Céu, outra coisa não significa, senão, que andemos em Espírito. “De maneira que, irmãos, somos devedores, não à carne para viver segundo a carne. Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis. Porque todos que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus.” Rom 8;12 a 14

A humanidade emprega todos os meios, lícitos e ilícitos para progredir na aquisição de posses, enquanto, sequer se dá conta da grave indigência no que tange aos valores eternos; escava fundo por barro; despreza o ouro oferecido em Cristo.

Vasos podem ser moldados pela mão humana; porém, como Deus não habita em templos feitos por nós, ou deixamos que Ele nos edifique segundo Sua Palavra, ou, o labor será inútil; “Se O Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que edificam...” Sal 127;1

Se, os coevos de Jeremias, em sua apostasia migraram do ouro para o barro, somos desafiados ao caminho inverso na conversão; “Aconselho-te que de mim compres ouro provado no fogo, para que enriqueças; roupas brancas, para que te vistas, e não apareça a vergonha da tua nudez; e unjas teus olhos com colírio, para que vejas.” Apoc 3;18

quinta-feira, 21 de dezembro de 2017

Os indignos salvos

“Digno és, Senhor, de receber glória, honra e poder; porque tu criaste todas as coisas; por tua vontade são e foram criadas.” Apoc 4;11

Anjos ao redor do Trono do Altíssimo entoando os louvores. A primeira expressão: “Digno...” Segundo o dicionário, “O que está em conformidade, conveniente, adequado, merecedor.”

Porém, a dignidade pode ser vista em dois aspectos distintos; posicional e essencial. A dignidade posicional tem a ver com a posição que alguém ocupa e as honras que a posição requer; por exemplo, um Ministro do STF, um Senador, Deputado... pela posição cabe o tratamento de Meritíssimo, Vossa Excelência, embora, o caráter do “digno” em apreço possa estar abaixo da linha de pobreza moral. Muitas vezes um indigno ocupa um lugar digno; Pois, a dignidade posicional atina ao status, não ao caráter.

Por ouro lado, a dignidade essencial tem ver com o ser de alguém; foi desse viés que os anjos viram ao Eterno: “Digno és...” tinham essa clareza atentando aos Feitos do Senhor, nenhum interesse mesquinho imiscuído; “... porque tu criaste todas as coisas; por tua vontade são e foram criadas.”

Assim sendo, se, a dignidade, o mérito, derivam dos feitos de alguém, o que o inimigo fez para postular igualdade com O Criador? “Serei como Deus.” A Bíblia o reconhece apenas como “Pai da mentira”; eis seu único feito! Porém, no último Livro está escrito: “Ficarão de fora... os que amam e cometem a mentira...” Parece que essa dama não será aceita no Reino de Deus; deve haver bons motivos para isso.

Pois bem, uma vez que todos pecaram e carecem da Glória de Deus, nenhum de nós entrará no Reino do Eterno baseado em dignidade própria; Aliás, O Santo só considera dignos de Si, aqueles que reconhecem a própria indignidade, negam a si mesmos e tomam a cruz, por dependerem exclusivamente da Dignidade de Cristo.

Estar em Cristo não é uma dignidade essencial; ainda somos pecadores. É uma dignidade posicional de filhos de Deus, reputados Santos por herdarem a graça e a Santidade de Cristo. “A todos quantos o receberam, deu-lhes poder de ser feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem do homem, mas, de Deus.” Jo 1;12 e 13

É isso que muitos opositores não entendem, ou, mesmo entendendo não aceitam. Que alguém de um passado muito ruim, más obras, mau testemunho, reputação, de repente seja perdoado e guindado à honrosa condição de santo, cidadão dos Céus. Acontece que, o ingresso é a fé, não são as obras; “...A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.” Jo 6;29

Claro que alguém perdoado, como Zaqueu, há de rever posturas, valores, e mudar de vida; mas, isso fará porque foi salvo, não, para merecer a salvação. O reconhecimento do pretérito indigno fará a “dignidade” presente que Deus busca em Seus filhos; o trato com a verdade mesmo que essa nos denuncie, pois, o perdão Divino supre nossos lapsos desde que estejamos dispostos a mudar, doravante.

Muitas pessoas ignoram as implicações do Evangelho; acham mera questão de escolha entre religiões, credos; nem percebem que é muito mais urgente e sério que isso. É questão de vida ou morte. “Na verdade, na verdade vos digo que quem ouve minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Que difícil pregar para alguém cheio de pretensão, de justiça própria, que, acha-se merecedor do Céu; mesmo não submetendo-se a Cristo pretende ser Dele por seus próprios méritos. “Não tenho vícios, pago minhas contas, não faço mal a ninguém”, dirá.

Quem é bom para ser salvo pela própria dignidade não precisa de Salvador; ou, não blasfeme contrariando o que Ele disse e arrependa-se de sua “bondade”; pois, é muita falta de noção alguém que comete dezenas de pecados todo dia, por pensamentos, ações e omissões, achar que merece uma posição que bastaria um só pecado para desqualificar pra ela.

“Deus resiste aos soberbos e dá graça aos humildes”; Quando certo centurião solicitou que O Senhor curasse um servo seu Jesus disse: Eu irei. Porém, ele objetou: “Senhor não sou digno que entres em minha casa...” Jesus curou o enfermo e elogiou em público sua fé. Reconheceu quem era; indigno; Quem Jesus É, O Senhor, que poderia dar uma ordem a distância e ser obedecido.

Eis a receita para a salvação: Reconhecer quem somos, indignos pecadores; e Quem Jesus É; O Excelso e Santo Salvador e Senhor. E se Ele é meu Senhor, de hoje em diante minhas preferências e opiniões empalidecem e rege-me Sua Palavra.

quarta-feira, 20 de dezembro de 2017

A Salvação ou, a droga religiosa?

“Ou qual rei que, indo à guerra pelejar contra outro, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? D’outra maneira... manda embaixadores, pede condições de paz. Assim, pois, qualquer de vós, que não renuncia a tudo quanto tem, não pode ser meu discípulo. Luc 14;31 a 33

A figura do Senhor sobre Seu desafio ao discipulado é bastante didática; ou, posso lutar contra, ou, me submeto e peço condições de paz. Embora a essência do Evangelho seja uma declaração de amor, sua mera existência enseja a guerra, dado, o que está em jogo e a índole da oposição.

Não me refiro a Satanás quando penso em opositores da mensagem, ainda que seja aquele o opositor mor; mas, a própria natureza caída do pecador acaba lutando em sua suicida inclinação contra quem a deseja salvar. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus; não é sujeita à lei de Deus, nem, em verdade, pode ser.” Rom 8;7

Falemos aos que vivem no “paraíso” da carne, das paixões insubmissas e desenfreadas, para que refaçam seus pensamentos segundo Deus e Sua Palavra; após isso, mudem seu modo de agir balizados nos mesmos parâmetros; como os gatos que pareciam inofensivos, sem mais nem menos suas garras saltam pra fora num instinto selvagem passam agredir quem os “ameaça”.

“Todas as religiões são boas, todos estão certos, eu tenho a minha tu tens a tua, Deus é um só...” Não se trata com esse discurso fajuto de propor verdades filosóficas, mas, de silenciar a voz que os incomoda, pois, tais “religiosos” viciados em seus pecados preferem enfrentar a outrem que a si mesmos, dada sua subserviência contumaz aos instintos naturais.

Todas as religiões são boas? Uma ova! Tem Falicismo que cultua ao pênis; o Animismo que adora árvores e bichos; o Islamismo que mata desafetos em nome de Alá, o espiritismo que nega a eficácia de Cristo e prega a necessidade de reencarnação, invés ressurreição; sincretismo que mistura a Doutrina cristã com o abjeto culto de imagens que Deus odeia; etc. As religiões são criações humanas; mesmo entre os que têm a sã Doutrina em mãos há muitos hipócritas que dizem uma coisa e fazem outra estando perdidos também.

Todos estão certos? Não! “...Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14;6 “há um só Deus; um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem.” I Tim 2;5 “Em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.” Atos 4;12 etc.

Deus É Um, como vimos acima. Quando se defendem dessa forma não pretendem dizer que estamos apresentando outro; mas, que também pertencem ao Verdadeiro Deus; será? Então, por que a simples menção de uma porção da Sua Palavra que eventualmente os contraria incomoda tanto? Como vimos a princípio, ou, lutamos contra se podemos vencer, ou, pedimos condições de Paz.

Quando O Senhor dos Exércitos enviou Seu Campeão ao mundo os anjos bradaram Seus termos: “Glória a Deus nas alturas, Paz na terra, boa vontade para com os homens.” Luc 2;14 Como glorificamos ao Todo Poderoso, se, ousamos contrariar Seus termos de paz, Sua Palavra?

Quem faz isso, por religioso que seja, piedoso que pareça, luta contra Deus. Essa é uma luta inglória. “...Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria. Que se apodere da minha força, faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27;4 e 5

Incautos tratam as coisas atinentes à salvação na arena empoeirada das humanas opiniões, como se, a coisa estivesse ao nível humano. Não está.

Nas coisas espirituais, não há espaço para nossos pendores, carecemos nos submeter aos Divinos preceitos, senão, nada feito; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque meus pensamentos não são os vossos, nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Eis a diferença entre um carnal resiliente e um convertido! Para esse, a Palavra de Deus é Autoridade cabal; dela deriva suas posições; aquele, inda escuda-se em suas opiniões, mesmo afrontando aos preceitos, pois, passou longe do “negue a si mesmo” requerido para salvação.

Lendo algo assim, invés de se entristecer por descobrir que trai a si mesmo tende a ficar bravo, reagir contra quem tenta despertá-lo do sono da morte. “... Desperta, tu que dormes; levanta-te dentre os mortos e Cristo te esclarecerá.” Ef 5;14

segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

Tempos Trabalhosos

“Aproximo-me suavemente do momento em que os filósofos e os imbecis têm o mesmo destino.” Voltaire

Imagino que o pensador falava da velhice, essa senhora que passo a passo nos aproxima da morte, onde, de certa forma, tolos e sábios ficam nivelados; uma vez que seus recursos, ou, a privação deles de nada valem no dia da morte.

Talvez, estudioso que era, estivesse repercutindo em seu pensar a fala de Salomão que dissera algo semelhante: “Porque nunca haverá mais lembrança do sábio do que do tolo; porquanto de tudo, nos dias futuros, total esquecimento haverá. E como morre o sábio, assim morre o tolo!” Ecl 2;16

Há certo pessimismo exagerado nas reflexões do rei ao dizer que “nunca haverá mais lembrança do sábio que do tolo”; pois, dele e de seus pensares estamos nos ocupando, enquanto, os tolos, seus coevos para nós inexistem.

Se, como diz na Bíblia, depois que alguém se vai do teatro da vida terrena suas obras o seguem, tanto mais será lembrado, quanto, mais relevantes forem seus feitos; de modo que, dona morte não obra isso de nivelar tudo ao rés do chão. O único aspecto que iguala a todos é o de ser uma sina inevitável; no mais, cada um chega a ela com a bagagem de obras, saber, que amealhou ao longo da existência.

Costumamos dizer que “da vida nada se leva”; entretanto, isso carece um escrutínio também. Se, o “nada” tenciona referir-se às coisas materiais, vá bene. Porém, se há um juízo, como cremos, e nossos feitos nos seguem, há muitas coisas que levamos sim; seja, para nossa defesa no Eterno Tribunal, seja para nossa acusação.

Além disso, é honroso alguém estar já do outro lado, pós morte, e inda refletir com seu exemplo no lado de cá; em certos crepúsculos, após o por do sol ainda resulta um brilho alaranjado nos céus que chamamos arrebol; de igual modo, uma pessoa virtuosa depois que sua vida se põe no horizonte do tempo, sua luz ainda brilha para encanto e enlevo dos que ficaram e podem beber na fonte de seu exemplo.

Claro que um assim não se iguala a outro que existiu de modo néscio, tolo, e quando se vai escurece tudo de vez.

Entretanto, se, nem mesmo a morte consegue igualar cabalmente ao sábio e o tolo, hoje em dia o deboche, e o escárnio fazem parecer todos iguais. Um estuda, reflete, pesquisa, modifica-se com o que aprende. O outro é resiliente ao aprendizado, teimoso, fanático, repete chavões, mantras, palavras que desconhece e tudo se iguala.

Discordamos filosófica ou ideologicamente de um assim, e ele nos manda estudar; não se opõe ao conteúdo de nosso argumento com outro; apenas, se opõe a nossa discordância sem expor motivos válidos. Se, não gosta de nossas objeções espirituais a certos erros brada: Deus é um só, como se estivéssemos apresentando dois, e não, precisamente a singularidade pura de Sua doutrina; discordamos politicamente e, mesmo sem entender bem nossos motivos, brada: Nazista! Fascista! Coxinha!

Se, está em desvantagem em determinado pleito decreta que certas coisas não se discute; Se, desgosto da arte de um cantor gay sou homofóbico! Eis o nível intelectual de nossa geração.

Na verdade Salomão e Voltaire cotejaram sábios e tolos apenas, porém, há outros que estão abaixo desses, infelizmente; são intratáveis, donos da verdade; tais estão seguros de suas escolhas mesmo que, desafinem dos Divinos preceitos. Desses também falou Salomão: “Tens visto o homem que é sábio aos seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo do que dele.” Prov 26;12

Não tem nada que eu despreze mais que desonestidade intelectual; o sujeito bancar o desentendido, sofismar insinuando algo que não foi dito, em sua defesa. Todos meus textos estão sujeitos a críticas, inclusive esse; porém, crítica do conteúdo, do qual se pode discordar com conhecimento de causa, não da existência do texto, como fazem parecer os opositores gratuitos, incapazes de expor com clareza os motivos de suas objeções.

Gosto de aprender, sobretudo, na área espiritual; porém, muito poucos sabem o beabá das coisas Divinas, mas, quase todos querem posar de mestres do que ignoram, que gente sem noção!!

Como disse Jó dos conselheiros insensatos: “Quisera vos calásseis de todo; isso seria vossa sabedoria.” Um parvo fala uma parvoíce; outro do mesmo calibre dá seu apoio; dois asnos se esfregando para se coçarem mutuamente.

Paulo falou desse tempo; “... sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos... sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores... sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que de Deus, tendo aparência de piedade, mas, negando sua eficácia. Destes afasta-te.” II Tim 3;1 a 5