terça-feira, 16 de abril de 2024

Prova de fogo


“Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21

Paulo falava aos cristãos romanos. Evocou como argumento retórico o passado deles, antes da conversão, para que olhassem um pouco. Naquele tempo, ponderou, vocês estavam livres da justiça; isto é: Não precisavam ser justos, não tinham um Senhor Santo a obedecer, nem uma vida regenerada a preservar; podíeis fazer o que quisésseis porque estáveis mortos.

“Que fruto tínheis então, das coisas que agora vos envergonhais?” A questão já trazia embutida a resposta, por constatar que aquele passado envergonhava. Então, concluiu: “Porque o fim delas, (das ações injustas) é a morte."

Assim, embora a ilusão fizesse parecer que, olhar para trás saudoso, fosse ansiar prazeres, a rigor, seria buscar a perdição.

Quando tentados a voltar atrás, o que acontece com todos, tendemos a ver apenas as “vantagens” de um viver irresponsável, sem limites; decidindo as coisas ao alvitre da própria vontade. Como em toda empresa é prudente considerar custos e benefícios. Supostos “benefícios” seria um caminho largo para se espraiar no mesmo dando vazão aos desejos pecaminosos; o custo, apartar-se de Jesus Cristo.

Automaticamente, fazendo isso descemos da bênção para a maldição; “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor! “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é o Senhor.” Jr 17;5 e 7

Retroceder soa atraente aos olhos carnais; dado o concurso da natureza ainda latente, desejando de novo seu espaço que perdeu desde a cruz.

Todavia, um “cristianismo” que se ancora nas coisas tácteis, invés de se firmar na Divina Palavra e suas promessas, perde as duas vidas; a natural, por não se entregar inteiro a ela; e a eterna, por não ter perseverado em fidelidade a Cristo. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Paulo ilustra os necessários testes que virão, chamando-os de provas de fogo. “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo. Se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; o fogo provará qual é a obra de cada um.” I Cor 3;11 a 13

Quando fazemos essas excursões à “terra do nunca conheci a Deus”; olhamos o passado com anseios impuros, como muitos durante o Êxodo olhavam o Egito, eventualmente, O Santo permite que possamos sentir a diferença entre uma firme obediência em consórcio com a esperança e paz, que tínhamos em comunhão com O Salvador, e “estar livre da justiça” numa existência enganosa, cujos frutos produzem apenas vergonha, e nenhuma esperança.

Nessas “provas de fogo”, as ilusões plantadas em nós pelo inimigo em consórcio com a carne são queimadas; O Eterno passa conosco nelas, por causa do Seu infinito amor; “Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Is 43;2

Assim como, a natureza ainda latente atrapalha nossa vida espiritual, desejando coisas contrárias ao porte de um servo de Deus, o espírito regenerado, ainda pulsa no que fraqueja, e também “atrapalha” quando esse peca; o concurso do açoite na consciência anula eventuais prazeres enganosos que a carne possa fruir em seus descaminhos. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim, são caminhos da morte.” Prov 14;12

O prazer do pecado se converte em vergonha; esse “fogo” uma vez arrefecido, deixa o sujo carvão das consequências; marcas indeléveis nas almas que se entregaram por um pouco a ele.

Antes de pecarmos, o “espelho” do espírito nos mostra a realidade que está nos atraindo, para que a evitemos; depois, caso insistamos, mostra a sujeira da nossa alma, após colher o fruto da desobediência. Como disse alguém; “Se a consciência não for um freio, ela será um chicote.”

O fato de O Santo “passar conosco pelo fogo”, não significa que compactue quando pecamos; mas, que Seu Espírito sofre em nós, e atua para nos persuadir ao arrependimento.

Ovelha não pode usar dieta de lobo; um convertido, ainda peca; não mais, sem culpa. Se, cada um tivesse plena percepção das perdas e ganhos envolvidas no pecado, decidira sem errar e sem perder tempo. Desejos carnais nos afastam de Deus, pela impureza que acoroçoam no coração; “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;8

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Obras abandonadas


“... Aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1;6

Entendermos que somos projetos inconclusos é vital para que nosso crescimento espiritual seja possível. Senão, podemos nos tornar rústicos, inacessíveis, impermeáveis ao conhecimento, refratários a correção.

O primeiro passo nessa direção é o acendimento da luz espiritual, a revelação Divina sobre Suas Santas demandas.

A luz suplementa-nos quanto ao que falta no entendimento. Nos faz ver como as coisas estão na dimensão espiritual. Todavia, a decisão sobre andarmos na luz, agirmos conforme a Divina Justiça que nos foi mostrada, é opção particular de cada um. Saberemos o certo, se, buscarmos aprender de Deus; mas o aperfeiçoamento só se dará se nos deixarmos moldar.

O problema de nos pormos avessos aos ensinos do Mestre, indispostos à obediência, é que, anulamos pela rebeldia a eficácia do que O Salvador fez por nós. Seu sacrifício foi para nos salvar, também foi para regenerar, não mais segundo nossa rasa escala de valores. “Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;20 e 21

A luz permite ver. A vontade deve se submeter a Cristo, “tomar Seu jugo”, se queremos andar Nele e com Ele. Senão, por religiosos que pareçamos, seremos uma fraude; uma obra incompleta que recusa ser aperfeiçoada, embora carecendo grandemente. “Mas, se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

O primeiro “inconveniente” da luz, é que desconforta aos que ilumina. Invés de dourar à pílula da verdade, apontar ao “grande potencial humano” ou trazer incondicionais promessas “de Deus”, como fazem tantos falsos profetas, a luz confronta ao pecador deixando patentes seus descaminhos.

Os que procuram ser agradáveis, aceitos, mais do que ser verdadeiros, falseiam, no anelo por aplausos, quando, deveriam ser apenas instrumentos para iluminar. Aquele que lida mal com luz quanto às próprias imperfeições, não tem autoridade moral para ser um instrumento na correção das alheias. “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6

A rejeição a Cristo, e consequente perseguição, fora a resposta do establishment religioso, pelo mal estar que a Luz causava. “... a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para luz, a fim de que, suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

O crescimento proposto aos salvos não é coisa de pequena monta; os dons ministeriais foram dados, “Querendo o aperfeiçoamento dos santos, para obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, homem perfeito, à medida da Estatura Completa de Cristo.” Ef 4;12 e 13

Foi Ele que em nós começou a “boa obra”; não se dá por satisfeito com nada menos que nossa santificação. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14 “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8

Embora nossa edificação mediante O Espírito Santo, seja Ele, Cristo, em nós, somos responsáveis pela parte que nos toca; obedecer, andar na luz. Caso a edificação fracasse, sempre será nossa a culpa.

Cristo advertiu Seus pretensos seguidores a calcularem os custos, antes de se meter na “construção”; “Pois, qual de vós, querendo edificar uma torre, não se assenta primeiro a fazer as contas dos gastos, para ver se tem com que acabar? Para que não aconteça que, depois de haver posto os alicerces, não a podendo acabar, todos os que a virem comecem a escarnecer dele, dizendo: Este homem começou edificar e não pôde acabar.” Luc 14;28 a 30

Os que largam a obra inconclusa, além de se fazerem piores que, os que nem a começaram, ainda reincidem sua maldade sobre O Salvador; “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, se fizeram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus...” Heb 6;4 a 6

Quando a obra para, em nós, é porque paramos de querer, de obedecer. Deus ainda quer, embora respeite ao não querer humano.

Sem censura


“Morte e vida estão no poder da língua; aquele que a ama comerá do seu fruto.” Prov 18;21

Muito ouvi esse texto sendo mal interpretado, de modo a sugerir o tal “poder da palavra” que, segundo seus proponentes significa que, o que falamos, necessariamente acontece. Assim, só deveríamos falar coisas “positivas”.

Não é essa a ideia. Nos dias de Salomão havia pena de morte; um testemunho a favor ou contra alguém, tanto poderia livrar, quanto, condenar. Daí o conselho para sermos prudentes com o uso da língua, sob pena de cometermos injustiças; a Justiça Divina nos fará colher o que plantarmos. “... comerá do seu fruto.”

Um desdobramento mais amplo do mandamento que veta o falso testemunho. A palavra dos homens ímpios sequer tem o “poder” de se manter fiel; tanto, que, os tratos entre eles carecem ser registrados perante testemunhas, os “contratos”; não raro, acabam na justiça pelo não cumprimento, para que a força das leis suplemente o que falta, aos seus caracteres defeituosos.

Cristo exortou que sejamos ponderados com nossas falas, porque as “leis” que escrevemos quando aprovamos ou reprovamos algo, serão usadas em nosso julgamento. “Porque por tuas palavras serás justificado, por tuas palavras serás condenado.” Mat 12;37

Tiago também aconselhou a prudência com o falar. “Com ela (a língua) bendizemos a Deus e Pai; com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que isto seja assim. Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial água doce e amargosa?” Tg 3;9 a 11

Antes, reduzira a ideia numa sentença: “Portanto, meus amados irmãos, todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.” Cap 1;19

Salomão versara sobre as vantagens de calar; “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; o que cerra os seus lábios é tido por entendido.” Prov 17;28

Todo esse compêndio de ensinos, conselhos sobre o falar consequente só é necessário, porque concorre a presunção que todos seremos livres para falarmos o que desejarmos. Se assim não fosse, bastaria um mandamento nos amordaçando, quanto ao que não podemos falar, e pronto.

Não é próprio de Deus, que preza pela nossa liberdade de escolha, que sejamos tolhidos nem mesmo “para nosso bem”, como tencionam os legisladores brasileiros que pretendem impor a censura.

Malgrado seus argumentos nobres, como “proteger à democracia”, a patifaria não deixa de ser o que é, apenas porque alguém decidiu mudar suas vestes. Ora, a democracia prevê, justamente, liberdade de escolha, locomoção e expressão. Como poderia ser protegida, se, violada em seus fundamentos? É preciso ser muito canalha para esposar algo assim.

Outros argumentos igualmente “nobres” dos nossos “democratas” seria tolher às ditas fake News, à desinformação. Ora, a notícia falsa se combate com a verdade. A desinformação, com a informação correta.

Por exemplo, outro dia o presidiário ladrão disse que Israel matou 12.300.000 crianças em seus bombardeios em Gaza. Para destruir essa grotesca mentira, basta informar com dados, que o número total de mortos de ambos os lados no conflito está em torno de 30.000 pessoas. E a população de Gaza é de dois milhões de pessoas.

Mas os combatentes das falsidades não ligam se o fulano disse algo assim. Disse ainda o pai da mentira citado, outra, aludindo ao número de 186 milhões de casas que Bolsonaro teria deixado inconclusas e seu governo estava concluindo e entregando. Ora, sendo nossa população pouco mais de 210 milhões, a uma média de três pessoas por domicílio, não excederia o total de moradias do país, entre casas e apartamentos, a 70 milhões. Alguém se importou com essa fala, combateu-a? Não. Por quê? Porque, o que incomoda esses pilantras não são as mentiras, antes, a verdade.

A censura faria com o cidadão comum, que se expressa mediante as redes sociais, o que os “pixulecos”, o dinheiro da corrupção, faz com a prostituta que foi Imprensa um dia. Cala-a.

A dominação dos “Supremos” ditadores em nossa nação, é tal, que nenhum cidadão pode falar nada no sentido crítico, sem sentir o peso do Estado opressor. Ora, as leis existentes já disciplinam contra calúnias, injúrias, difamações.

Onde essas coisas forem cometidas, não necessitamos de novas leis; basta aplicar as existentes. Porém, para se proibir a verdade, sim, são necessárias severas leis. Esse é o ponto que está vindo à luz mediante Elon Musk; isso vai colocar abaixo o império das mentiras.

A “democracia sem povo” ruirá; os “eleitores” que puseram o embuste corrupto que aí está, serão responsabilizados pelo que fizeram. Mais que pela palavra, Deus julga pelas ações. “Alexandre... causou-me muitos males; O Senhor lhe pague segundo suas obras.” II Tim 4;12

sexta-feira, 12 de abril de 2024

Cabeças enfermas


“O Senhor te porá por cabeça, não por cauda; só estarás em cima, não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do Senhor teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e cumprir.” Deut 28;13

A ideia de ser cabeça, líder, governante, soa bem, mesmo ao homem ímpio, sem nenhuma ralação com Deus. Esse texto, bem como, similares, não raro têm sido usados como chamariz aos que, invés de anelarem a salvação das suas almas, anseiam antes, a realização dos desejos naturais.

Tiago colocou essa inversão como obstáculo, para que, mesmo os que oram ao Eterno sejam atendidos. “Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites.” Tg 4;3

A promessa acima, como as demais que O Eterno faz, traz anexa uma condição, que a maioria não se ocupa em observar devidamente; “... se obedeceres aos mandamentos do Senhor...” Se, a Lei de Deus se resume em dois mandamentos, como ensinou O Salvador; amor a Deus e ao próximo, onde que, o cumprimento disso deixará espaço para a cobiça de poder, desejo por sobressair ao semelhante?

Lugares altos conjugados com caracteres baixos são comuns, nos governos ímpios; “A terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da terra.” Is 24;4

Os mais altos, governantes, “enfraquecem”, moralmente, à medida que o curso da impiedade se faz mais duradouro. Paralelo ao fluxo do rio do tempo, cada vez mais baixo o nível dos que detêm lugares altos. Como na estátua do sonho de Nabucodonosor; governos humanos “progridem” do ouro à prata; dessa ao bronze, ao ferro, finalmente, ao barro.

Ser alguém for “cabeça” numa sociedade argilosa de valores como essa, nem sempre será motivo para elogios, admiração, aplausos.

Muitos galgam postos elevados, apoiando-se em degraus fraudulentos, interesses mesquinhos.
Os lugares altos do ponto de vista Divino não são, necessariamente, sobre a terra. Dada a inversão de valores que grassa por aqui, bem pode que estejam invertidas essas coisas também, como já observara nos seus dias, Salomão: “A estultícia está posta em grandes alturas, mas os ricos estão assentados em lugar baixo. Vi os servos a cavalo, e príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;6 e 7

Por isso, O Eterno prefere pegar as coisas ruins, dada a qualidade das “boas” que se assanham em busca de poder. “Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir às fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar às que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;26 a 29

Assim, os “cabeças” que Deus estabelece têm seus “lugares altos” na estatura moral, espiritual, a despeito das circunstâncias nas quais se movam, no prisma funcional, do serviço. Igualmente os “caudas”, malgrado, se assentarem em tronos até, por desprovidas dos valores eternos, são muito baixos aos olhos da Onisciência Divina.

Isaías esclarece: “O ancião, o homem de respeito é a cabeça; o profeta que ensina falsidade é a cauda.” Is 9;15

O homem prudente, pois, invés de ancorar pretensões em supostas vantagens posicionais, despe-se delas, ciente que está num processo contínuo de aprendizado, aperfeiçoamento; os dons que recebeu, eventualmente, apontam ao dever, não ao poder, como fazem diuturnamente os ímpios da terra.

Há tantas caudas se supondo cabeças por aí, que careceriam em seu favor algo que Eliseu pediu certa vez, sobre um exército que se presumia alguma coisa, e não passavam de prisioneiros; “...Ó Senhor, abre a estes os olhos para que vejam. O Senhor lhes abriu os olhos, para que vissem, e estavam no meio de Samaria.” II Rs 6;20

A presente geração foi antevista desde dias idos; “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas que nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30;12

O anjo caído colocou a perder um terço dos anjos que lhe deram ouvidos quando falsificou a verdade em seu comércio; “Sua cauda levou após si a terça parte das estrelas do céu, e lançou-as sobre a terra...” Apoc 12;4

Seus serviçais, os falsos profetas, continuam levando à perdição a tantos incautos que lhes dão ouvidos.

Urge entendermos que, os cidadãos dos céus nem sempre têm relevância na terra. Aqui se empodera aos maus por interesses; para lá ascendem os arrependidos, por identificação com Cristo.

Impérios das falcatruas ruem num momento, soprando neles o vento da Justiça Divina; todavia, “... os que a muitos ensinam a justiça, resplandecerão como estrelas, sempre e eternamente.” Dn 12;3

quinta-feira, 11 de abril de 2024

O "X" da questão


“Estas coisas tens feito, e Me calei; pensavas que era tal como tu, mas Eu te arguirei, e as porei por ordem diante dos teus olhos:” Sal 50;21

Exortação do Senhor contra um que, tendo uma série de culpas escondidas, vivia normalmente como se, o silêncio Divino significasse aprovação.

Chega o tempo do juízo, e O Santo remove os tapetes que escondem grandes patifarias, tudo vem à luz. O fato de que, algo pode ser escondido dos olhos humanos, não significa que também possa sê-lo dos Divinos.
“Não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4;13

Repercute na imprensa mundial, nos Parlamentos, americano e europeu, os desmandos do “dono do Brasil” o poderoso Alexandre de Morais. Por sua ordem, apoiadores de Bolsonaro foram perseguidos, censurados, desmonetizados, e toda sorte de facilidades garantidas aos que apoiavam ao ladrão, o fantoche protegido pelo sistema.

Malgrado, os pontos chaves das instituições estejam aparelhados pela “democracia relativa” do rei dos ladrões, consequências serão inevitáveis.

Grandes veículos da finada imprensa, que converteram redações em lupanares, tudo fazem para abafar ou, distorcer os bombásticos fatos que Elon Musk vem denunciando. Pois, foram perpetrados ao arrepio da lei e da vontade da plataforma “X” antigo Twitter, de propriedade dele.

A esquerda sempre pintou e bordou, com o famigerado “teatro das tesouras”, onde os mesmos de sempre dominaram tudo; eventualmente, variando uma ou outra peça em seu tabuleiro viciado.

Nunca houve oposição, apesar de alguns discursos inflamados, que faziam parte de referido teatro, para domesticação da sonolenta plateia.

Com o fenômeno, Jair Bolsonaro, finalmente, as pessoas que tinham uma veia patriótica, um perfil conservador nos valores e liberal no mercado, se sentiram representadas.

Desde então, com Jair no poder e mesmo depois de furtado dele, o objetivo dos canhotos é destruí-lo. Os “democratas” da esquerda não têm adversários, têm inimigos. Seus discursos patéticos de que o “amor venceu”, são “defensores da democracia”, não resistem ao menor cotejo com os fatos.

Quem não pensa como eles é “nazista, fascista, miliciano, ditador, adepto dos discursos de ódio...” Oferecem essas narrativas fajutas, como capim fresco aos seus idiotas úteis, enquanto se encastelam a anos-luz da verdade.

O pior governo de todos os tempos, na destruição de valores, da economia, da liberdade, da educação, da democracia, da imagem do país no âmbito internacional, é o que estamos sofrendo há 16 meses.

Pela primeira vez, há oposição. Sua “democracia” de votos “contados” no escuro não tem povo. As multidões que vão às ruas eventualmente são daqueles que foram “derrotados.” Assim, não tendo apoio popular, nem medidas que os tornem defensáveis, por fazerem algum bem à nação, só restou aos canalhas do palácio a compra da imprensa, para que essa só divulgue o que interessa aos usurpadores, e desqualifique coisas adversas, que eventualmente surjam através da imprensa alternativa.

Qualquer pessoa com meio neurônio inda funcional pode perceber que foi imposta grotesca fraude nas eleições. Porém, só agora provas irrefutáveis começam aparecer.

Qualquer simples mortal que ousasse questionar uma mínima coisa, dentro da terra brasileira, era ameaçado, preso. Bolsonaro foi julgado e tornado “inelegível” por questionar a segurança e confiabilidade do sistema eleitoral, imaginem.

Os protestos pedindo transparência eleitoral foram levados à exaustão, sem serem atendidos; e finalmente, foram diluídos numa baderna promovida por canalhas infiltrados, dando origem à narrativa de “golpe” em 8 de janeiro, com prisão e morte de muitos inocentes.

O tempo da colheita está chegando. Deus assistiu e permitiu a tudo isso; legou certo decurso de tempo, para que as escolhas de cada um se fizessem bem claras. Políticos, jornalistas, influenciadores, cada um mostrou a que veio.

Quando o vento virar, e já começou, não terá mais espaço para os oportunistas que, mudam de posição, como quem muda de roupa. Bolsonaro ganhou duas vezes, a última eleição; em ambos os turnos; mas, como ele “não podia” ganhar, o patife de aluguel que atendia como presidente do TSE não permitiu uma apuração limpa como todo o sistema democrático requer. Ao cidadão inconformado com a majestosa falcatrua, restou um “perdeu mané!” patifaria vertida de outro “iluminado”, Luís Roberto Barroso.

A opinião pública mundial está sendo informada, antes da cirurgia, para que as manadas acostumadas a zurrar, “golpe!” contra tudo o que desagrada ao interesse rasteiro dos seus donos, não faça barulho verossímil, ensejando retaliações internacionais.

Brincaram de poderosos, por um pouco, enquanto, O Todo Poderoso permitiu. Escrevi em antigos textos que chegaria o tempo em que eles entenderiam o que significa “Deus acima de todos”. O tempo chegou. “... enterraram-se na cova que fizeram; na rede que ocultaram ficou preso seu pé.” Sal 9;15

O Divino Repouso


“Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia.” Heb 4;8

Alguns hebreus entenderam como, estar estabelecidos na “Terra Prometida” ser o ponto alto, o clímax de seu relacionamento com Deus. Tendo peregrinado mais de quarenta anos no deserto, finalmente, repouso.

Josué, o general que liderara o povo após a morte de Moisés, os colocara num lugar abençoado; porém, não definitivo, não o melhor de Deus para eles.

O texto aponta para um repouso mais sublime que a mera posse de uma nação soberana; “Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia.” O assunto deveria ter encerrado, se, o repouso de Deus fosse aquele.

A lógica aponta para algo além; “Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus.” V 9

Mais alguém falou de repouso, descanso após eles estarem estabelecidos? Sim. Muitos. O descanso tencionado dependia de lideranças (pastores) alinhadas com O Eterno; “Ovelhas perdidas têm sido o meu povo, seus pastores as fizeram errar, para os montes as desviaram; de monte para outeiro andaram, esqueceram-se do lugar do seu repouso.” Jr 50;6

Tais desvios despertaram a Ira do Santo, e consequente rejeição do povo; “A quem jurei na minha ira que não entrarão no Meu repouso.” Sal 95;11

Quando isso foi escrito, o povo possuía a terra havia muitos anos; contudo, não tinham repousado em Deus. Miquéias exortou: “Levantai-vos, e andai, porque este não é lugar de descanso; por causa da imundícia que traz destruição, sim, destruição enorme.” Miq 2;10

A Aliança Divina trazia preceitos santos escritos em tábuas de pedra; também, a promessa do estabelecimento do povo na terra.
Porém, O Eterno tinha em mente algo mais elevado. “... Eis que virão dias, diz o Senhor, em que com a casa de Israel e com a casa de Judá estabelecerei Nova Aliança, não segundo a que fiz com seus pais no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito; como não permaneceram naquela Minha Aliança, para eles não atentei, diz o Senhor. Porque esta é a Aliança que depois daqueles dias farei com a casa de Israel, diz o Senhor; Porei Minhas Leis no seu entendimento, em seu coração as escreverei; Eu lhes serei por Deus, eles Me serão por povo;” Heb 8;8 a 10

O descanso em Cristo, não tem incidência física, necessariamente; antes, psicológica, espiritual; “Vinde a Mim, todos os que estais cansados e oprimidos, Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração; encontrareis descanso para vossas almas.” Mat 11;28 e 29

Embora, inicialmente, a Nova Aliança fora prometida à casa de Israel, O Salvador foi mais inclusivo; “Vinde a Mim todos...” João explica; “Veio para o que era Seu, os Seus não O receberam. Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome; os quais não nasceram do sangue, da carne, nem do homem, mas de Deus.” Jo 1;11 a 13

Notemos que, os que ingressam na Nova Aliança não têm laços necessários de sangue; antes, espirituais, pois, nasceram de Deus. João Batista advertiu aos “puros sangues” que lhe escutavam a não confiarem nisso; “Não presumais, de vós mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que, mesmo destas pedras, Deus pode suscitar filhos a Abraão.” Mat 3;9

Pouco importa a linhagem sanguínea; o que conta receber é vida espiritual. Estando vivas, até as “pedras” podem servir, como ilustrou Pedro; “Chegando-vos para Ele, pedra viva, reprovada, na verdade, pelos homens, mas para com Deus eleita e preciosa, vós também, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual, sacerdócio santo, para oferecer sacrifícios espirituais agradáveis a Deus por Jesus Cristo.” I Ped 2;4 e 5

Porque nosso repouso não é aqui, somos exortados a suportar as aflições inevitáveis num mundo ímpio como esse. Todavia, no devido tempo, haveremos de repousar em Deus. “Visto, pois, que resta que alguns entrem nele, e que aqueles a quem primeiro foram pregadas as boas novas não entraram por causa da desobediência, determina outra vez um dia, hoje, dizendo por Davi, muito tempo depois: Hoje, se ouvirdes Sua voz, não endureçais os vossos corações. Porque, se Josué lhes houvesse dado repouso, não falaria depois disso de outro dia. Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus.” Heb 4;6 a 9

Vulgarmente se diz: Fulano descansou, ao morrer. Não é tão simples assim. Depende de como viveu. “... Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos; suas obras os seguem.” Apoc 14;13

quarta-feira, 10 de abril de 2024

Banidos do Reino


“Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, impuro, avarento, o qual é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus.” Ef 5;5

“Porque bem sabeis isto:”
Costumamos pensar na Palavra de Deus como Fonte que nos revela algo; assim é. Entretanto, também pode reiterar o que já é sabido. Alguém disse que, “A verdade precisa ser diuturnamente repetida em palavras, porque a maldade se repete em ações.”

“Chover no molhado”, repetir ante alguém, o que esse já sabe, também faz parte dos Divinos cuidados para com aqueles que O Senhor chama. “... Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas; é segurança para vós.” Fp 3;1

Paulo estava reprisando ensinos que eram de conhecimento dos cristãos efésios, que julgou oportunos. Alistou alguns tipos que “não têm herança no Reino de Cristo e de Deus.” Não significa que seja essa, uma lista exaustiva; antes, o apóstolo arrolou os primeiros tipos réprobos, que lhe vieram à mente.

“... nenhum devasso...” Os depravado nos costumes, libertinos, licenciosos, perversos, não serão admitidos no Reino. Gostaria de saber o quê, os que pretendem “editar” à Bíblia fariam com um texto assim. O baniriam simplesmente, ou, dourariam à pílula com quais palavras?

A Palavra de Deus, precisamente por ser o que é, costuma confrontar más inclinações, denunciando-as como réprobas ante O Eterno. Enquanto obra o mundo por ser inclusivo, abrigando na legitimação social, toda sorte de comportamentos, por detestáveis que sejam ante O Senhor, Ele segue Exclusivo, Impoluto, Indômito, Santo.

“Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual, ninguém verá o Senhor...” Heb 14;12 “Eu Sou O Caminho, A Verdade e A Vida; ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6

“... impuro...”
A separação demandada dos que pretendem pertencer a Cristo, tolhe toda sorte de misturas, com aquilo que desafina dos santos preceitos. Fazer distinção entre o santo e o profano, é o primeiro passo que deve aprender, aquele que pretende se conservar puro, como templo do Espírito Santo.
Desde a Antiga Aliança essa separação era demandada. “Para fazer diferença entre o santo e o profano, entre o imundo e o limpo...” Lev 10;10

A mera cobiça do olhar, já macula à alma humana pela impureza, como ensinou O Salvador; “... qualquer que atentar numa mulher para cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.” Mat 5;28
O Senhor usou uma pesada alegoria quanto à necessária disciplina dos olhos; “se, teu olho te escandalizar, lança-o fora; melhor é para ti entrares no Reino de Deus com um só olho do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do inferno.” Mc 9;47

Tiago exortou contra o coração duplo: “Chegai-vos a Deus, Ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;8

A devassidão se espraia, sobretudo, pelas formas alternativas de relacionamentos; a impureza, mesmo nas formas tradicionais, também pode acampar.

“... ou avarento, o qual é idólatra...” Em geral se pensa na idolatria como confecção e adoração de imagens; esse é o aspecto mais grosseiro. A superestima fanática de pregadores e cantores, também é uma forma de idolatria, que muitos professos cristãos, cometem. Porém, mais sutil é o exagerado apego materialista, o amor ao dinheiro.

Invés de liberalidade para com as carências dos irmãos mais pobres, e para com as necessidades da Obra de Deus, sendo generosos nas ofertas e fiéis nos dízimos, muitos se apegam ao que podem, para burlar isso, mesmo jurando confiança irrestrita no Eterno.

Apareça um “teólogo” dizendo que não precisamos mais templos, (“desigrejados” assoviarão com dois dedos à boca) e que os dízimos foram abolidos, pronto; os avarentos terão seu “mestre”.

Pouco importa se, os postulados desse, não suportem a um sadio escrutínio da Palavra. Os “Mamonitas” desqualificarão a quaisquer expositores, por aptos que sejam, e ficarão com seus colegas de afeto monetário.

Paulo exortou ao jovem pastor, Timóteo: “Os que querem ser ricos caem em tentação, laço, muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;9 e 10

Sendo um cuidado amoroso e necessário, a repetição de preceitos vitais, pois, parece oportuno terminar essa abordagem, com a reiteração do que foi assentado no princípio: “Porque bem sabeis isto: que nenhum devasso, impuro, avarento, o qual é idólatra, tem herança no Reino de Cristo e de Deus.”

O Salvador nos ensinou a colocarmos as coisas na devida ordem; “buscai primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;33

Os retrovisores


“Porque, se torno a edificar aquilo que destruí, constituo a mim mesmo transgressor.” Gál 2;18

Peleja sobre a necessidade de se guardar à Lei, para os que estavam em Cristo, ou não. A decisão de Paulo tinha sido categórica: “Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da Lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, não pelas obras da Lei; porquanto pelas obras da Lei nenhuma carne será justificada.” V 16

Judaizantes estavam fazendo parecer que a justificação para salvação ainda requeria o concurso da Lei, prática que tinha sido superada pela “Lei de Cristo”.

A “reedificação” do que fora destruído, significaria, se Paulo concordasse, a admissão de culpa por ter obrado tal destruição. Teria que voltar atrás e restabelecer o que abandonara. Estaria ele admitindo-se como transgressor, por ter decidido sobre a necessidade de um rumo, depois, partido por outro.

Não era “destruir” à Lei, literalmente. Mas, tendo entendido seu objetivo, “... a Lei nos serviu de aio, para nos conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24 vendo esse objetivo cumprido, o sóbrio seria não ir além disso, tanto, para não diminuir a eficácia de Cristo, quanto, para não atribuir à Lei, uma função que não tinha; salvar.

Edificar ao que destruímos significa voltar atrás, rever uma posição que já tínhamos como assentada, estável.

Os que, um dia tiveram à Palavra de Deus por inerrante, imutável, cabal, mas acossados pelas conveniências circunstantes de um mundo líquido, que muda a todo instante refém de interesses, alheio a valores, concordam com “revisões” na Palavra de Deus, se encaixam como luvas na definição de Paulo; transgressores das próprias escolhas pretéritas, traidores de si mesmos.

Infelizmente, a perseverança não é uma virtude muito comum, sobretudo, se buscada no espectro dos valores, morais e espirituais. O senhor denunciou a futilidade das resoluções voláteis; “Que te farei, ó Efraim? Que te farei, ó Judá? Porque vossa benignidade é como a nuvem da manhã, como o orvalho da madrugada, que cedo passa.” Os 4;6

Raul Seixas cantou essa febre do inconstante, que, um dia quer algo, no outro, quer seu oposto. “... se hoje sou estrela amanhã já se apagou; se hoje te odeio, amanhã lhe tenho amor, lhe tenho horror...” chamou essa doença de “Metamorfose Ambulante.”

Pois, os que firmam compromisso com O Eterno, deles se espera que seja mesmo, firme; “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” Sal 125;1

Danem-se as pressões do “politicamente correto!” Assim como tantos têm o direito de ser devassos, perversos, promíscuos... nós temos direito de preservar nossa fé conforme aprendida desde sempre. Não cremos num Deus biodegradável, imperfeito, em estágio evolutivo. “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos nele.” Jr 6;16

Em geral os trânsfugas que voltam atrás, não o fazem porque encontraram algo melhor, pelo qual valha à pena, a ideia de mudar. Antes, voltam ao que já tinham desprezado, pela covardia moral de pagar o preço que a perseverança na justiça de Deus, requer.

Assim, não retornam para onde estavam; descem mais. “Porquanto se, depois de terem escapado das corrupções do mundo, pelo conhecimento do Senhor e Salvador Jesus Cristo, forem outra vez envolvidos nelas e vencidos, tornou-se lhes o último estado pior que o primeiro. Porque melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, do que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;20 a 22

Outrora usaram eloquência e potencial argumentativo, para defesa da verdade; agora, usam as mesmas ferramentas na direção oposta, deixando patente a transgressão contra os valores que um dia esposaram.

Assim como Paulo resistiu Pedro publicamente, por sua dissimulação, devemos também resistir a esses desviados, que, deixando a Sã Doutrina de Cristo, trabalham pela perversão da verdade no afã de agradar ao mundo, invés de obedecer a Deus.

Quando Eliseu foi chamado ao ministério profético, matou os bois, queimou as tralhas, para que nada o fizesse volver atrás; Cristo requer entrega semelhante; “... Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás é apto para o Reino de Deus.” Luc 9;62

Esses, presumam-se “moderninhos, inclusivos” não passam de fugitivos, atrapalhando o Êxodo, clamando pelos pepinos do Egito. O conselho à mulher de Ló, deve ser nosso; “... não olhes para trás.” Gn 19;17

terça-feira, 9 de abril de 2024

Limites Divinos


“Desejaria Eu, de qualquer maneira, a morte do ímpio? diz o Senhor Deus; não desejo antes que se converta dos seus caminhos e viva?” Ez 18.23

Invés do Todo Poderoso fazendo o que quer, aqui o vemos desejando algo, com um ser limitado desejaria um bem, fora de seu alcance. Embora pareça meio contraditório, há coisas que O Onipotente não pode. “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

“Tu És tão Puro de Olhos, que não podes ver o mal...” Hc 1;13 “... não posso suportar iniquidade, nem mesmo a reunião solene.” Is 1;13
etc.

No aspecto do Seu Poderio, nenhuma restrição pode ser colocada ao Eterno, “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria.” Is 27;4 No prisma de Sua Santidade e Integridade, há coisas que não suporta, não por alguma fraqueza, mas pelos escrúpulos da Seu Ser, Puro, Imaculado, Santo.

“Não pode negar a Si mesmo.” Deus É Amor. Não é próprio do verdadeiro amor, forçar alguém a nada. Mesmo desejando, com todas as suas ânsias, ser amado, o amor terá a correspondência alheia como um desejo, não, como um bem do qual se possa apropriar à força.

Assim, mesmo querendo como toda intensidade que não nos percamos, antes, que abracemos à salvação em Cristo, o que O Eterno pode é enviar Seu convite; potencializar a mensagem de salvação, com a persuasão do Espírito Santo. Todavia, a decisão entre aceitar ou não, sempre será uma prerrogativa humana.

Não há uma escolha prévia, ou pré-salvação, que faria o Evangelho irresistível para uns, e desprezível para outros, como advoga a doutrina do calvinismo. Esposam com acerto que, sem Cristo todos estamos mortos; e, poderia um morto fazer escolhas? Questionam.

Se nos ativermos a uma lógica estritamente verbal, a resposta seria, não! Entretanto a “morte espiritual” é apenas alienação de Deus, inimizade com Ele.

O Salvador ensinou que tais “mortos” podem ouvir e decidir se querem aceitar ou não o que ouvem; “... quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;24 e 25

Embora O Salvador tenha chamado à conversão de novo nascimento, dada a regeneração espiritual envolvida, a rigor, é uma reconciliação; “Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;18 e 19

Há é um apelo amoroso do Pai que Ama, e sofre com as más escolhas dos que não valoram devidamente ao referido apelo. “... Vivo Eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis...?” Ez 33;11

Quem imagina que Deus seja um tirano vingador, pronto a lançar distante, todos os que lhe desobedecem, ainda não sabe nada sobre O Eterno. Trata-se de um Pai Amoroso, privado do bem querer da maioria daqueles que ama, com os quais, porfia mediante Seu Espírito e Palavra, para que, caiam em si e voltem para casa, como fez o pródigo.

Invés de apressado em castigar, como pensam uns e fazem parecer outros, a Bíblia apresenta ao Eterno, como pujante na arte de perdoar; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar.” Is 55;7

O juízo contra o mal será inevitável, em vista do amor pela justiça que permeia O Divino Ser. O Santo está irado contra o pecado, embora ame aos voluntários reféns desse feitor assassino. Quem se perder, pois, não busque alhures as razões de sua perda; “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39

O Altíssimo cometeu a “loucura” de dar Seu Filho para que os pecadores possam viver; mas, não sacrificará verdade nem a justiça, em favor dos que se recusam a dar ouvidos.

Contra a vontade Dele, as escolhas terão consequências; “Porque o erro dos simples os matará, e o desvario dos insensatos os destruirá. Mas o que Me der ouvidos habitará em segurança e estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

segunda-feira, 8 de abril de 2024

Migração espiritual


“Irão muitas nações, e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, e à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine Seus caminhos, e andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, de Jerusalém a Palavra do Senhor.” Mq 4;2

Miquéias profetizou nos dias dos Reis de Israel; então, a Lei de Moisés era uma norma bem antiga já, tendo existido por algumas centenas de anos. O período dos juízes, e grande parte do tempo dos reis da nação era decorrido.

Por que, então, fala da Lei como algo futuro, ainda porvir? “... de Sião sairá a Lei...”

A propósito das “saídas” do Divino agir, o mesmo Miquéias escreveu sobre de onde sairia O Messias, aos Divinos Olhos; “Tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti Me sairá o que governará em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Cap 5;2

Nesse vaticínio temos outro “anacronismo”; “Me sairá...” futuro; um governante, “... cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Passado. Assim, de Belém virá, Um que já veio, desde os dias antigos. Estranho.

A adequação verbal é uma necessidade para situar as coisas finitas, em relação ao tempo. Quem É Eterno como O Senhor, não está preso às amarras dos dias. Ele É “Pai da Eternidade.”

Seres efêmeros dependem da incidência temporal, para terem algo, como atual; O Eterno, basta ter na decisão, um potencial que ainda será realizado, dado Sua Imutabilidade e Eternidade, para ver aquilo como se, feito já. Pois Ele, “... chama as coisas que não são como se já fossem.” Rom 4;17

A restrição temporal está posta para as coisas atuantes "debaixo do céu." “Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu.” Ecl 3;1

Desde a perspectiva eterna, Deus pode dizer que O Cordeiro padeceu por nós, antes ainda de ter sido manifesto assim. “E adoraram-na (à besta) todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.” Apoc 13;8

Desde que Deus assim decidiu, para Ele, era um fato já, embora, ainda distante dos olhos humanos. 

Mas, voltando ao primeiro “anacronismo” de Miqueias, ela falara da Lei como algo futuro, estando ela dada, então, por quê? Se a Lei de Moisés estava já ao alcance dos reis, sacerdotes, profetas, e do povo, por que sairia de Sião no futuro, junto com A Palavra de Deus?

Porque esse vaticínio se referia a outra “Lei”. “Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte.” Rom 8;2 Fiz-me, “Para os que estão sem lei, como se estivesse sem lei (não estando sem lei para com Deus, mas debaixo da lei de Cristo), para ganhar os que estão sem lei.” I Cor 9;21

Quando diz que a Lei foi dada por Moisés, a Graça veio por Jesus Cristo, alude à salvação como dádiva, pelos Méritos de Cristo; não significa que a graça seja sem regras, sem lei, numa espécie de aval às humanas libertinagens.

Por um lado, possibilitou o, antes impossível; por outro, aumentou a responsabilidade. “Quebrantando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da Graça?” Heb 10;28 e 29

Invés de um conjunto estrito de regras, como o dado mediante Moisés, a nova Lei traria A Palavra do Senhor. Diferente de um opositor a Moisés, como acusaram os coevos do Senhor, “Ele é tido por digno de tanto maior glória que Moisés, quanto maior honra que a casa tem aquele que a edificou.” Heb 3;3

A Palavra do Senhor está ao alcance de todos, não, restrita a Jerusalém. Provavelmente, a profecia de Miqueias refere-se ao milênio quando Cristo, após o juízo da humanidade restaurará todas as coisas, reinando na cidade santa.

O Messias para Deus “sairia” de Belém; para o povo, da Galileia. “... junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galileia das nações. O povo que andava em trevas, viu uma grande luz; sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.” Is 9;1 e 2

Dada a Onipresença Divina, temos razões para crer que “subir a Sião para ouvir à Palavra de Deus”, não identifique um movimento geográfico; mas, espiritual. “... Porventura não encho os céus e a terra? diz o Senhor.” Jr 23;24

domingo, 7 de abril de 2024

Os mortos dormem?


“Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem coisa nenhuma, tampouco, terão eles, recompensa, mas sua memória fica entregue ao esquecimento. Também seu amor, ódio e inveja já pereceram; já não têm parte para sempre, em coisa alguma do que se faz debaixo do sol.” Ecl 9;5 e 6

Quando Salomão circunscreve suas observações ao que se passa “debaixo do sol”, evidencia que não pretende ter conhecimento do além; apenas do que lhe foi possível ver desde seu “mirante”.

“Apliquei meu coração a esquadrinhar, informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; esta enfadonha ocupação deu Deus aos filhos dos homens, para nela os exercitar. Atentei para todas as obras... tudo era vaidade e aflição de espírito.” Ecl 1;13 e 14

Afirmou que os mortos não terão recompensa, pelas suas obras, no final, disse: “Porque Deus há de trazer a juízo toda obra; até tudo o que está encoberto, seja bom, ou mau.” Cap 12;14 Por que Deus julgaria a todas as obras, senão, para recompensá-las?

O “não terão recompensa” atina ao que ele pode ver, apenas. Agur também viu a distorção onde os ímpios pareceram mais venturosos que os santos;

“Não se acham em trabalhos como outros homens, nem são afligidos. Por isso a soberba os cerca como um colar; vestem-se de violência como de adorno. Os olhos deles estão inchados de gordura; têm mais que o coração poderia desejar. São corrompidos e tratam maliciosamente de opressão; falam arrogantemente. Põem suas bocas contra os céus, suas línguas andam pela terra. Por isso o povo deles volta aqui e águas de copo cheio se lhes espremem. Eles dizem: Como sabe Deus? Há conhecimento no Altíssimo? Estes são ímpios, e prosperam no mundo; aumentam em riquezas.” Vs 5 a 12

O que lhe parecera extremo injusto, entendeu quando olhou um pouco além; “Até que entrei no santuário de Deus; então entendi o fim deles. Certamente Tu os puseste em lugares escorregadios; Tu os lanças em destruição. Como caem na desolação, quase num momento! Ficam totalmente consumidos de terrores.” V 17 a 19

Sendo o lado de cá, apenas lugar onde está o guichê para ingresso, não, a vida propriamente, Paulo advertiu: “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Aos atenienses ensinou que a “vida” terrena é apenas um limite de tempo e espaço, para encontrarmos a Deus; “De um só sangue (Deus) fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;26 e 27

Os que derivam doutrinas eternas, de um tratado como o Eclesiastes, que fez uma análise efêmera das coisas, incorrem na mesma miséria retratada pelo apóstolo.

Segundo os mestres hermeneutas, a Bíblia interpreta-se; assim, um texto dela que soe ambíguo, obscuro, poderá ser entendido tranquilamente, com o auxílio de outro que verse sobre o mesmo assunto. Defender a inconsciência dos mortos, como fazem os adventistas, é uma imperícia hermenêutica.

Expressões, como “sono da morte” ou “dormem no Senhor” são metáforas que apreciam o estado do corpo, não necessariamente, das almas, dos “mortos”.

O Salvador mencionou um rico “morto” fazendo rogos do outro lado, invés de “dormindo.” No Apocalipse também temos alguns “sonâmbulos”; “Havendo aberto o quinto selo, vi debaixo do altar as almas dos que foram mortos por amor da Palavra de Deus e por amor do testemunho que deram. Clamavam com grande voz, dizendo: Até quando, ó Verdadeiro e Santo Dominador, não julgas e vingas nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” Apoc 6;9 e 10

Se ainda clamam a Deus, mesmo tendo deixado o fôlego de vida, óbvio que suas almas preservam a consciência, depois do sono do corpo.

Além de dizer que os mortos não sabem nada (debaixo do sol) o que elimina as falácias “psicografadas” dos que “voltam” pra aconselhar aos vivos, Salomão disse: “... sua memória fica entregue ao esquecimento.”

Perante Deus é diferente: “... um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram o Senhor, os que se lembraram do Seu Nome. Eles serão Meus, diz O Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para Mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve.” Ml 3;16 e 17

Deus escreve reto por linhas retas. A incompreensão humana costuma entortá-las. “São justas todas as palavras da Minha Boca: não há nelas nenhuma coisa tortuosa nem pervertida. Todas elas são retas para aquele que as entende bem...” Prov 8;8 e 9

sábado, 6 de abril de 2024

Falácias


“Não te precipites com tua boca, nem teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus, tu, sobre a terra; assim sejam poucas tuas palavras.” Ecl 5;2

“Portanto, meus amados irmãos, todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar.” Tg 1;19

“Porque, como na multidão dos sonhos há vaidades, assim também nas muitas palavras; mas tu, teme a Deus.” V 7 “Até o tolo, quando se cala, é reputado por sábio; o que cerra seus lábios é tido por entendido.” Prov 17;28

O apóstolo Tiago pormenorizou razões; “... a língua é um pequeno membro, e gloria-se de grandes coisas. Vede quão grande bosque um pequeno fogo incendeia. A língua também é um fogo; como mundo de iniquidade; está posta entre os nossos membros, contamina todo o corpo, inflama o curso da natureza, e é inflamada pelo inferno. Porque toda a natureza, tanto de bestas feras quanto aves, tanto de répteis quanto animais do mar, se amansa e foi domada pela natureza humana; mas, nenhum homem pode domar a língua. É um mal que não se pode refrear; está cheia de peçonha mortal.” Tg 3;5 a 8

Quem jamais se precipitou com seus lábios, falando algo inoportuno? Atrevo-me a dizer que é um erro que todos já cometemos. Como seria se, todos nossos ditos fossem escritos, armazenados num livro, depois, cotejados um como outro, estudados, como A Palavra de Deus é?

Eventualmente alguns se jactam: “Não tenho medo da colheita, pois, bem sei da semeadura.” Bom é que tenhamos convicção das escolhas, dos valores que esposamos, das nossas atitudes. Entretanto, mesmo os melhores caracteres, sempre carecerão pedir perdão, cientes que nem todas suas ações foram probas, prudentes, oportunas como desejaria a pura sabedoria. Admitirmos nossos erros, aliás, é uma das nossas melhores falas, dado o concurso da verdade e da honestidade intelectual.

O salvador ensinou-nos a ser avisados quanto ao exercício da fala; “Mas, vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo.” Mat 12;36

Há um testemunho preservado num memorial, que, arrola as falas dos que temem a Deus; certamente, o faz, O Eterno, para recompensá-los por elas; se fosse para punir seria atinente a todos, não apenas aos que O servem;
“Então aqueles que temeram ao Senhor falaram frequentemente um ao outro; O Senhor atentou e ouviu; um memorial foi escrito diante Dele, para os que temeram O Senhor, para os que se lembraram do Seu Nome. Eles serão Meus, diz O Senhor dos Exércitos; naquele dia serão para Mim joias; poupá-los-ei, como um homem poupa seu filho, que o serve. Então voltareis e vereis a diferença entre o justo e o ímpio; entre o que serve a Deus, e o que não serve.” Ml 3;16 a 18

Meras falas não bastam. Os hipócritas costumam falar muito bem. Todavia, aqueles que têm o hábito de ser honestos, suas falas refletem à verdade; seus corações podem ser “vistos” pelas coisas que deles vertem; “Raça de víboras, como podeis vós dizer boas coisas, sendo maus? Pois do que há em abundância no coração, disso fala a boca.” Mat 12;34

Certas coisas são impossíveis sem a palavra; o ensino, sobretudo. Embora os bons exemplos tenham lá sua eloquência, a explanação dos motivos, costuma emprestar sentido às ações. Nossas atuações serão motivo de demanda, como ensinou Pedro: “... estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós...” I Ped 3;15

Não se trata de vetar à fala trocando-a por comunicação alternativa, vias sinais, por exemplo; antes, de conselhos práticos advertindo contra a incontinência verbal, que costuma ser veículo de grandes males.

Abstém-se de erros, quem reverbera de modo idôneo o que O Senhor diz: “Se alguém falar, fale segundo as Palavras de Deus...” I Ped 4;11 

Entre as muitas coisas que a Palavra prescreve temos: “Confia no Senhor de todo teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor, aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

Os que cobrem o mundo com decibéis falsos, apregoando aos quatro ventos o que “O Senhor lhes mostra”, deveriam aprender a calar a boca, para ouvir o que O Senhor diz: “Não mandei esses profetas, contudo eles foram correndo; não lhes falei, mas eles profetizaram. Mas, se estivessem no Meu conselho, então teriam feito Meu povo ouvir as Minhas Palavras, o teriam feito voltar do seu mau caminho e da maldade das suas ações.” Jr 23;21 e 22

O dia do Senhor


“O dia do Senhor virá como o ladrão de noite...” II Ped 3;10

Não que os demais dias sejam fortuitos, ou nossos; apenas um, seja do Senhor. Porém, assim é chamado o período em que O Senhor, finalmente, decidirá acertar contas com a humanidade, trazendo o juízo.

“Ai do dia! Porque o dia do Senhor está perto, virá como uma assolação do Todo-Poderoso.” Jl 1;15

“Ai daqueles que desejam o dia do Senhor! Para que quereis vós este dia do Senhor? Será de trevas e não de luz.” Am 5;18

“O grande dia do Senhor está perto, sim, está perto, se apressa muito; amarga é a voz do dia do Senhor; clamará ali o poderoso.” Sof 1;14

Pedro cita Joel: “O sol se converterá em trevas, a lua em sangue, antes de chegar o grande e glorioso dia do Senhor;” Atos 2;20 etc.

Vemos, pois, que o dia do Senhor não é um texto solto numa névoa obscura que algum profeta soprou sobre os ares da revelação; antes, algo categórico, afirmado, explicitado e reiterado; no devido tempo, sua incidência será inevitável.

Pedro pontuou que a “demora” do Senhor em tratar com a humanidade seria usada como se significasse falaciosa Sua Palavra; “... nos últimos dias virão escarnecedores, andando segundo suas próprias concupiscências, dizendo: Onde está a promessa da Sua vinda? porque desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação.” II Ped 3;3 e 4

A relação do Eterno com o tempo não é a mesma nossa; “Amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia. O Senhor não retarda Sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão, que todos venham a arrepender-se.” II Ped 3;8 e 9

“O dia do Senhor virá como o ladrão, de noite...”
embora O Senhor venha para buscar o que é Seu, usa a figura do ladrão para ilustrar o “modus operandi”.

O ladrão vem inesperadamente; leva o que há de mais valioso; e o seu “feito” só é percebido depois, quando é tarde demais para evitar.

Embora muitos alardeiem um tempo de avivamento, isso brota do desejo dos seus corações, não, da Palavra. O Salvador ensinou que voltará em tempos de apostasia. “... Quando, porém, vier o Filho do homem, porventura achará fé na terra?” Luc 18;8

O que há de precioso para O Senhor? Cada alma salva, segundo o Salvador, vale mais que o mundo inteiro perdido. Os fiéis a Ele são o objetivo da Sua volta; “Os Meus Olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Se, para o mundo soam a “fundamentalistas, radicais, donos da verdade, feitores de discursos de ódio...” os fiéis ao Senhor, para Ele, isso é o que há de mais precioso; precisamente, por terem se mantido separados do mundo, por amor a Ele, como Ele prescreveu; “Dei-lhes A Tua Palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como Eu não sou.” Jo 17;14

O “roubo” será percebido tardiamente; só será entendido pelos desviados da verdade, que, a tendo aprendido, não foram resilientes o bastante, para nela perseverar.

Mas, perguntaria o mais atento; estou falando sobre o arrebatamento, ou o juízo do Senhor? Ambas as coisas fazem parte do “Dia do Senhor.” Remover os Dele do ambiente onde cairá Seu Juízo, é por assim dizer, o “juízo” do Senhor, quanto aos que nele creram. “... quem ouve Minha Palavra, e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Quando ensinou que não veio julgar, mas salvar, deixou evidente que o mundo já está condenado, como sistema ímpio; embora, individualmente as pessoas que se arrependem e mudam, ainda serão salvas. “Quem crê Nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no Nome do Unigênito Filho de Deus.” Jo 3;18

Quem tomou posse da vida eterna aqui, não vive contando os dias com sofreguidão, como os que acham que tudo se resume à existência terrena; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Invés de olhar sôfregos ao “horizonte” em busca de sinais da volta do Senhor, desejamos que demore um tiquinho ainda; afinal, há tantos que gostaríamos de ver salvos.

Quando acontecer, se cumprirá a sentença de Rabelais, poeta francês: “Conheço muitos que não puderam quando queriam, porque não quiseram, quando podiam.” Hoje, ainda podes.

sexta-feira, 5 de abril de 2024

Desgraçando a Graça


“... Pecaremos porque não estamos debaixo da Lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis; do pecado para morte, ou da obediência para justiça?” Rom 6;1 e 16

A Graça, desde a vitória de Cristo na Cruz, nos abriu uma porta que estava fechada, possibilitando a salvação dos que creem e obedecem; mas, nem sempre é devidamente entendida, ou, honestamente interpretada.
Quando, “desentendidos” são advertidos sobre determinadas posturas pecaminosas, exortados para que nelas não incorram, presto se escudam nela. Tratam-na como se fosse uma carta branca para pecar, acusando-nos de religiosidade, legalismo, como se, depois de Cristo, obediência tivesse se tornado desnecessária.

O que graça tem de gracioso é que nenhum de nós merece a salvação; ainda assim é salvo, quem crê e obedece ao Salvador; a justiça Dele é atribuída aos Seus, que pelos Seus méritos são remidos.

O Objetivo da Lei não era salvar; apenas deixar patente nossa necessidade do Salvador. “De maneira que a lei nos serviu de aio, para conduzir a Cristo, para que pela fé fôssemos justificados.” Gál 3;24

Se, alguém imagina que a fé seja um substituto para a obediência, precisa refazer seu pensamento; a fé desafia-nos a agir conforme cremos; essa ação, coerente ou não, é que determinará a quem servimos. “... a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis...” Por isso a advertência de Tiago: “Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem obras é morta?” Tg 2;20 O que são as obras da fé, senão, agirmos conforme cremos?

Se a Graça possibilita atingirmos algo que a Lei não possibilitava, traz consigo uma responsabilidade maior. Antes, a obediência se restringia a sentenças estritas; “Não matarás!” Cristo disse que só odiar já nos coloca sob juízo; “Não adulterarás!” Ensinou que, olhar alguém com desejo, já polui nossos corações.

A desobediência se faz maior, por termos recebido dádivas que não estavam presentes na época da Lei, como o Bendito Auxílio do Espírito Santo, além do Precioso Resgate de Cristo. “Quebrantando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais será julgado merecedor aquele que, pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado e fizer agravo ao Espírito da Graça?” Heb 10;28 e 29

Logo, os fugazes inconsequentes que acham que a graça é sinônimo de alargamento do “caminho estreito” precisam entender o que significa o, “Negue a si mesmo; ou perder a vida para ganhar”.

O “Jugo de Cristo” que cada cristão deve tomar, não é outra coisa, senão, submissão cabal à vontade do Pai. “Se possível, passa de Mim esse cálice; todavia, não seja como Eu quero, mas como Tu queres.” “Ou não sabeis que todos quantos fomos batizados em Jesus Cristo fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

Nossa “morte” é uma identificação, mortificação das vontades pecaminosas. “Sabendo isto, que nosso homem velho foi com Ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado.” Rom 6;6

Quando diz que Ele “aboliu a Lei”, refere-se à lei do sacerdócio que sacrificava animais; “Porque, mudando-se o sacerdócio, necessariamente se faz também mudança da lei.” Heb 7;12

O sábado, Cristo é senhor dele e disse: “É lícito fazer bem nos sábados.” Mat 12;12 Quanto ao mal, não é lícito dia nenhum. “Portanto, ninguém vos julgue pelo comer, beber, por causa dos dias de festa, da lua nova, ou dos sábados.” Col 2;16

Não saímos da Lei, pela conversão, como quem pode andar, doravante, à sua maneira; antes, como uma mulher que viúva, e casa novamente, com um cônjuge ainda mais especial. “... vivendo o marido, será chamada adúltera se for de outro marido; mas, morto o marido, livre está da lei; não será adúltera, se for de outro marido. Assim, meus irmãos, também vós estais mortos para a Lei pelo corpo de Cristo, para que sejais de outro, daquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que demos fruto para Deus.” Rom 7;3 e 4

A remissão de Cristo nos chama a frutificar, não a esbanjar nosso viver profanando ao Santo Nome, em libertinagens.

A Lei veio manifestar o pecado, e continua valendo. Como Deus julgaria o mundo sem ela? Os que são de Cristo, já “morreram”; receberam a graça da salvação. Perseverando, nada a temer.

Em suma, a graça nos tirou do deserto e levou ao oásis; sujaríamos a fonte, invés de beber e preservar? “Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça?”

quinta-feira, 4 de abril de 2024

A Água da Vida


“... Se tu conhecesses o dom de Deus, e quem é que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e Ele te daria água viva.” Jo 4;10

A mulher se espantara por Jesus, um judeu, falar com ela. Judeus não se comunicam com samaritanos, era a “regra”. Havia uma rivalidade étnica a ser “preservada”; O Salvador parecia não se importar. Para espanto dela, O Senhor disse a frase acima. Se conhecesses o dom de Deus e quem Sou Eu, seria você a pedir água.

Maravilhosa lição de humildade! Podendo dispor de tudo, uma vez que a tudo criou, andarilhar como se, frágil, entre pecadores, desejando um pouco de atenção para falar do Seu amor. Um profeta previra: “Porque eis que O Senhor está para sair do Seu lugar, descerá e andará sobre as alturas da terra.” Miq 1;3

O amor desconhece distanciamento étnico, “leis de silêncio” estabelecidas pela inveja humana, melindres periféricos que poderiam ser óbices à sua manifestação. Apenas ama, a despeito das mesquinharias nossas.

Certas barreiras existem mais na alma que na realidade. Depois que se revelou à mulher, e falou alguns aspectos da vida dela que só Deus poderia conhecer, não tendo convivido, ela foi à sua aldeia e trouxe a muitos para que também escutassem ao “judeu” que pela convenção silenciosa estabelecida, sequer deveria ser ouvido.

Não apenas esqueceram da rivalidade, como constataram que, nem precisavam mais do testemunho da mulher sobre o Messias; eles próprios também criam pelo que tinham ouvido Dele. “muitos mais creram Nele, por causa da Sua Palavra. Diziam à mulher: Já não é pelo teu dito que cremos; porque nós mesmos o temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo.” Vs 41 e 42

Temos ouvido. O Senhor não operou portentosos milagres entre os samaritanos. Antes, eles cream “por causa da Sua Palavra.” Entretanto, entre os judeus, milagres espetaculares, como curas de cegos, surdos, mudos, leprosos, ressurreições de mortos, foram operados; além, do concurso da Sua Palavra. Entretanto, nem assim os principais O receberam.

“Veio para o que era Seu, os Seus não O receberam. Mas, a todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;11 e 12

Quantos se mantêm distantes do Messias e Seus ensinos, por terem algum preconceito. Alguém ser conhecido como cristão em determinados ambientes, soa como uma coisa maldita; uma ameaça.

O Salvador continua ignorando as barreiras e falando do Seu amor, tentando salvar a alguns mais, antes que o tempo esteja cumprido. Se alguém pensa que o ministério de ensino do Mestre acabou naqueles dias, não entendeu.
Lucas escreveu: “Fiz o primeiro tratado, ó Teófilo, acerca de tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar...” Atos 1;1

O “primeiro tratado” fora o Evangelho de Lucas. Os atos eram o segundo. Ele disse que Jesus “começara” a ensinar. O ensino não era um trabalho acabado. Os obreiros que Ele escolhe e capacita são extensões Suas, meios pelos quais Ele ainda ensina. “Eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos.”

Cada um que trilha na vereda que Ele propôs, tem um quê de mestre, outro, de discípulo; isto é; tanto ensina a outros o que já aprendeu, quanto, é alvo de ensino de gente que sabe mais, e o estimula a crescer, em edificação.

As barreiras humanas, “fundamentalismo, radicalismo, religiosidade, discurso de ódio,” etc. são “proteções” para os que se escondem atrás delas; não, óbices a restringir a caminhada do Senhor, ainda em busca de quem tenha sede espiritual. Como disse à mulher samaritana, reitera: “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que Eu lhe der se fará nele uma fonte que salta para a vida eterna.” Jo 4;14

Quantos de nós que, vencemos essas e outras barreiras, movidos pelo testemunho de alguém que conheceu ao Messias antes, e nos apresentou. Agora, conhecendo-o também, podemos repetir a fala dos Samaritanos: “já não é pelo teu dito que cremos; más nós ouvimos Sua Palavra, e entendemos que, de fato, Ele É O Salvador; O Filho de Deus."

Conhecer Cristo e andar com Ele, não é fazer parte de um festival de adivinhações, como tantos patifes fazer parecer, furtando A Palavra da Vida, colocando em seu lugar suas obscenidades espirituais que chamam de “revelações.”

Requer conhecer melhor a si próprio, as más inclinações latentes em nós, e sermos gratos ao Salvador, por nos capacitar a triunfar sobre elas. “Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor...” Rom 7;24 e 25

quarta-feira, 3 de abril de 2024

Varas escolhidas


“... no dia seguinte Moisés entrou na tenda do testemunho, e a vara de Arão, pela casa de Levi, florescia; porque produzira flores, brotara renovos e dera amêndoas.” Nm 17;8

Houvera uma disputa acerca do sacerdócio. O povo acusara a Moisés de favorecimento ao seu irmão Arão, que fora escolhido para sumo sacerdote. O Senhor ordenara que se pusesse doze varas diante de Si no tabernáculo, prometendo que faria florescer a do que fosse Seu escolhido, o que, poria termo à disputa.

Passada a noite, a vara de Arão “... produzira flores, brotara renovos e dera amêndoas.”

A acusação não procedera de todos, mas de dois ou três que desejavam a honra do sacerdócio. Todavia, chamados a colocar suas varas perante O Senhor, não houve um que dissesse: “Estou fora! Confio que Arão e Moisés foram escolhidos por Deus, portanto, não preciso de sinais. Não quero pecar pela insubmissão.”

Infelizmente, más conversações, ruins suspeitas, logram adeptos mais rapidamente que os ensinos santos. Convoquemos alguns a uma renúncia, em prol da santificação, depois, desafiemos aos mesmos a uma rebelião qualquer, prometendo vantagens, e presto veremos assomar a desobediência. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à Lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Todos estão prontos a pleitear por seus “direitos”; embora, mui poucos se deem por avisados quanto aos deveres. Em momentos de crise, falta de água, carne até, chamaram o Maná de “alimento vil”, ninguém se voluntariava à liderança; sempre iam cobrar de Moisés. Mas, na calmaria, presto pipocavam candidatos a líderes.

Ainda acontece isso no seio do cristianismo infelizmente. Quem se “voluntaria” a coisas com esse grau de seriedade, certamente não o faz tendo em mira as responsabilidades inerentes; antes, supostos privilégios.

O Eterno prometera que a vara de seu escolhido floresceria; porém, fez melhor. Além de flores deu frutos, amêndoas.

Quando da chamada de Jeremias, que se sentiu mui “criança” para a missão, O Senhor lhe mostrou uma visão e perguntou ao profeta: “... Que é que vês, Jeremias? Eu disse: Vejo uma vara de amendoeira. Disse-me o Senhor: Viste bem; porque velo sobre Minha Palavra para cumpri-la.” Jr 1;11 e 12

Assim como velei pela escolha de Arão que fiz naqueles dias, confirmo tua chamada, era a mensagem a Jeremias.

O “simples” florescer de uma vara morta seria já um estupendo milagre; no entanto, Deus a fez frutificar. 

No Novo Testamento, somos chamados a algo mais que flores; “Não escolhestes a mim, mas Eu vos escolhi e nomeei, para que vades e deis fruto; e vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em Meu Nome pedirdes ao Pai, Ele vos conceda.” Jo 15;16

Óbvio que esse “tudo” se restringe às coisas que alguém pediria estando em Cristo. “... Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Mesmo quanto ao Sacerdócio de Cristo antes Dele ter vindo, houve pelo menos dois “voluntários”. “Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntou o número de uns quatrocentos homens; o qual foi morto, todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos, reduzidos a nada. Depois deste levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, e levou muito povo após si; mas também este pereceu, e todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.” Atos 5;36 e 37

A Palavra ensina: “Ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.” Heb 5;4 O Salvador também pontuou: “Todos quantos vieram antes de Mim são ladrões e salteadores; mas as ovelhas não os ouviram.” Jo 10;8

Sendo o primeiro e indispensável passo, o “negue a si mesmo”, sempre que surge um “convertido” com muita sede de renome, privilégios, glória, confundindo púlpitos com pódios, temos fundadas razões para duvidar que o tal nasceu de novo.

Quem se converte deveras, muda seus alvos, necessariamente; “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, não nas da terra;” Col 3;1 e 2

Ninguém se voluntaria para sofrer. Entretanto, nossa chamada em Cristo, inclui o sofrimento no pacote; nos é honroso passar por ele; “Porque a vós foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer Nele, como também padecer por Ele.” Fp 1;29

Desde a igreja embrionária, “voluntários” já faziam estrago; “... alguns que saíram dentre nós vos perturbaram com palavras, transtornaram as vossas almas, dizendo que deveis circuncidar-vos e guardar a Lei, não lhes tendo nós dado mandamento.” Atos 15;24

Na presença de Cristo, nossas “varas” frutificam, sem necessidade de disputas.

terça-feira, 2 de abril de 2024

Sementes de justiça


“O fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz.” Tg 4;18

Na verdade, um fruto é uma colheita; embora, traga em si as sementes para nova semeadura. Isaías ensina: “O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

A consequência da justiça, a paz; que será semeada outra vez; terá reflexos nas relações interpessoais, daqueles que fruem paz com Deus.

A conversão é uma reconciliação, mediada e provida por Cristo; o convertido, não é, necessariamente, uma pessoa boa; antes, alguém mau que, inteirado da sua inimizade com Deus, e da possibilidade de desfazê-la pelos méritos do Salvador, foi ao encontro dessa reconciliação.

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamos, pois, da parte de Cristo, que vos reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

Depois de reconciliados somos feitos “agentes” de reconciliação também; Cristo “... pôs em nós a Palavra da reconciliação.” A Justiça de Cristo atribuída a nós, nos levou à paz com Deus; esse “fruto” que recebemos de graça, também devemos “semear”, para, quiçá, persuadir a outros.

“... para os que exercitam a paz.” A ideia vulgar de paz é atrelada à inércia, ausência de muitos movimentos; uma calmaria contínua, que os amantes da paz desejariam manter.

Entretanto, a exortação menciona a paz como carecendo um exercício, por quê?
O Salvador fez questão de pontuar que a paz que Ele trouxera era diferente da mundana. “Deixo-vos a paz, Minha paz vos dou; não vos dou, como o mundo dá. Não se turbe vosso coração, nem se atemorize.” Jo 14;27

Eva se fizera amiguinha da serpente, com a qual levara altos papos. A promessa do Eterno, que levantaria um “da semente da mulher” para pisar na cabeça da serpente, trazia também um fato novo experimentado pelos que se convertem.

Mesmo que tenham vivido suas vidas pretéritas “como o diabo gosta”, uma vez nascidos de novo, pertencentes a Cristo, a inimizade entre a semente do canhoto e os cristãos se torna inevitável.

Pertencendo a Cristo, seremos atacados em todo o tempo, pelo inimigo Dele; esse, porfia por nos separar do Senhor ao qual passamos a pertencer. Por isso, a manutenção de nossa paz com Deus, requer contínuo “exercício”, de renúncias, aprendizado, edificação, para que não venhamos a ser vítimas do Pai da mentira.

Escrevendo a Timóteo, Paulo também explanou o exercício necessário: “... rejeita as fábulas profanas e de velhas; exercita a ti mesmo em piedade; porque o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, tendo a promessa da vida presente e da que há de vir.” I Tim 4;7 e 8

A promessa de bênçãos do Salvador acena aos pacificadores, o que também requer certo exercício. “Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus;” Mat 5;9

Alguém de índole dócil, avesso a disputas, cordato, se diz que é um sujeito pacífico; outrem, ideologicamente contrário às guerras, defensor e medidas políticas que, supostamente evitem às mesmas, se diz que é um pacifista;

O pacificador é um promotor da paz; alguém que intervém onde há conflito, e labora tentando levar as partes ao armistício. Todo pregador idôneo, do Evangelho, é alguém que, inteirado pela Palavra, da inimizade entre o homem e Deus, sabedor também, da boa notícia, que, em Cristo todos podem reconciliar com Ele, ao ensinar e viver essas coisas, torna-se alguém que semeia a paz, na qual aprendeu a viver, depois de redimido.

O fruto da justiça de Cristo, é a salvação do próprio e a transformação decorrente, a semeadura que tanto pode ser com palavras, quanto, como o exemplo, o convite expresso ou implícito para que outros sigam seus exemplos.

Nem todos os que ainda carecem reconciliar com O Eterno recebem em paz a mensagem de salvação. Uns desdenham outros, usam meios violentos até. No que tange a esses, a justiça terá que usar, oportunamente, outros “argumentos.” “O homem de grande indignação deve sofrer o dano; porque se tu o livrares ainda terás de tornar a fazê-lo.” Prov 19;19

O Evangelho genuíno sempre será um convite; sóbrio, responsável, consequente, confrontador; jamais, uma coação. Quem, invés do exercício da Paz ao qual será chamado, preferir outra postura, considere suas forças e veja se pode lutar contra O Todo Poderoso.

O pré-socrático Estobeu, dizia: “Termina com má fama, quem decide duelar contra o mais forte;” Então, O Santo aconselha: “Que se apodere da Minha força, e faça paz comigo; sim, que faça paz comigo.” Is 27;5