quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Jejue comendo mais

“E disse-lhe o diabo: Se tu és o Filho de Deus, dize a esta pedra que se transforme em pão. Jesus lhe respondeu, dizendo: Está escrito que nem só de pão viverá o homem, mas, de toda a palavra de Deus.” Luc 4;3 e 4

O primeiro aspecto dessa tentação é que o inimigo se faz “oportuno” “lógico”, quando quer armar seu laço. O Senhor estava no fim de um jejum de 40 dias, quando o traíra se “preocupou” com pão. Não nos enganemos: A misericórdia do diabo não passa de senso de oportunidade, astúcia.

Todavia, meu foco, agora, é o jejum. Para muitos, uma opção mal compreendida. Tanto podemos errar no método, quanto, no mérito. Quanto ao método, é bem mais que ficar sem comer; mais que ascetismo, que dieta.

Antes, na inversão de prioridades entre espírito e corpo, ao passo que esse é disciplinado pela privação de alimento, aquele, é alimentado mais. Como diz no Salmo primeiro, depois de renunciar ao que soa errado se coloca o certo no lugar. Pouco adiantaria rejeitar o conselho dos ímpios, caminho dos pecadores, roda dos escarnecedores, seguindo o “eu” orgulhoso entronado.

Porém, após rejeitar aquelas opções errôneas, “tem seu prazer na Lei do Senhor, na Sua Lei medita dia e noite.” Igualmente, o jejum, depois de tolher anseios naturais, que em si nem seriam errados, devemos nos ocupar das coisas do Senhor.

O método certo há de clarear-nos o mérito também; digo, praticado do jeito certo, há de mostrar-nos os alvos devidos. Podemos nos abster de alimentos, e ainda nos empanturrarmos de cobiça, egoísmo.

No mesmo Salmo diz que o que age assim será “como árvore plantada junto às águas; que mesmo na estação da seca não deixa de dar frutos.” Para a “árvore” do corpo, o jejum equivale a um estio, onde lhe são negados os nutrientes básicos; todavia, há “águas” correndo perto de suas raízes, que a faz frutificar mesmo assim.

Contudo, se, água é uma necessidade da árvore, frutos são uma bênção a terceiros, não frutifica em interesse próprio. Assim, jejuar meramente por aspirações pessoais equivale a querer frutos para si; os dons do Espírito Santo em nós têm alvos melhores. “Ide e aprendei o que significa: Misericórdia quero, não, sacrifício.” Assim, se nosso jejum visa agradar a Deus, terá nosso semelhante como alvo; se, é mero sacrifício em benefício próprio, bem que podemos pecar jejuando.

Paulo aconselhou Timóteo que priorizasse o exercício espiritual ao corporal, e disse, noutra parte, como se dava consigo: Privava seu corpo de certas coisas, para não ser réprobo ante terceiros. Sua saúde espiritual seria bênção aos demais, uma vez que legitimava seu ministério, ouçamos: “Todo aquele que luta de tudo se abstém; eles fazem para alcançar uma coroa corruptível; nós, porém, uma incorruptível. Pois, assim corro, não como a coisa incerta; combato, não como batendo no ar. Antes, subjugo o meu corpo, o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” I Cor 9;25 a 27

O Jejum egoísta foi denunciado certa vez: “Fala a todo o povo desta terra, e aos sacerdotes, dizendo: Quando jejuastes, pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos, porventura, foi mesmo para mim que jejuastes? Ou, quando comestes, quando bebestes, não foi para vós mesmos que comestes e bebestes?” Zac 7;5 e 6 Depois, O Senhor apontou aos alvos dos Seus cuidados; “...Executai juízo verdadeiro, mostrai piedade e misericórdia cada um para com seu irmão. Não oprimais a viúva, nem o órfão, nem o estrangeiro, nem o pobre, nem intente cada um, em seu coração, mal contra o seu irmão.” Vs 9 e 10

Por fim, o exercício espiritual, enseja crescimento, discernimento; “Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal.” Heb 5; 14 O “alimento sólido” em questão é a Palavra, numa compreensão madura, não os rudimentos da doutrina que é chamado Leite.

Pois, se lhe faltam as chuvas, voltando à figura da árvore, bebe do Espírito, o “Rio cujas correntes alegram à Cidade de Deus”. Quem se exercitar dessa forma, terá o discernimento oportuno, para quando a “misericórdia” do inimigo propuser “saídas fáceis” para problemas complexos.

Em suma, Jejuar não é ficar sem comer; antes, mudar o cardápio natural que satisfaz ao corpo, pelo sobrenatural que robustece ao espírito. Feito isso, os alvos já não serão egoístas, mas, os que O Espírito Santo nos fará ver como sendo os cuidados de Deus.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Geração bem in-formada

“A educação tem raízes amargas, mas, seus frutos são doces.” ( Aristóteles )

Se desse para pularmos essa etapa amarga indo direto à doçura, na linguagem moderna seria, um “upgrade” um salto de qualidade, desfazendo a rigidez do método antiquado.

Todavia, como verossimilhança não é verdade, informação não é formação. Qualquer um pode consultar “Di grátis” ao Dr. Google, e sair explicando ao médico as causas do Diabetes, Labirintite, Apendicite, etc. Mas, quem tem formação para cuidar do caso?

Sócrates, o filósofo, tinha seus pleitos contra sofistas, pois, esses, no pleno domínio da retórica poderiam fingir que entendiam tudo, mais que, os veros entendidos; de saúde, mais que o médico; da arte bélica, mais que o soldado; de escultura, mais que o artesão; quando, deveras, entendiam apenas da arte de fingir. Qualquer semelhança com os políticos de hoje não é coincidência; é mesmo, o triunfo do verossímil sobre o verdadeiro.

Quando se trata de “control C control V” qualquer um exercita-se em grandes coisas; mas, peça-se, mera redação no ENEM, por exemplo, e, a formação será jogada de volta ao fundo do vale de onde nunca saiu. A facilidade de domesticar meios antes de domar a si mesmo, tem colocado pilotando canhões, gente que inda não sabe usar uma funda.

A boa formação faz “maciços;” informação pode fazer envernizados. Num contexto onde verniz serve seremos úteis; mas, onde a demanda for por conteúdo, tendemos a “pagar mico”.

Aqui onde vivo havia meia-dúzia de redutores eletrônicos de velocidade, que, por alguma razão foram removidos; manutenção, mudança de regras, sei lá. Mas, sempre que me aproximo de onde ficavam, automaticamente reduzo abaixo dos 40 Km por hora que era permitido. Depois que faço isso me dou conta que não mais estão lá as câmeras. A formação faz isso com nossas almas; “condiciona” nossos reflexos, tanto na esfera dos valores, educação, quanto, conhecimento.

Aí, em nosso mirante atual, alguém público é acusado de um ilícito qualquer, tráfico de influência, corrupção. Em sua “defesa” uns dizem que fez muito pelo país, deve ser respeitado. Qual a leitura? Que alguém que fez isso está cima de Lei, mera investigação equivale a desrespeito. Outras “defesas” acusam oponentes de terem feito coisas semelhantes, muitas vezes, recorrendo à calúnia. Qual a lógica? Fez, mas, beltrano também fazia.

Assim, a “moral” disseminada é que, se fizer coisas boas tem crédito para as más; ou, se nivelar por baixo a falta de caráter, tudo bem. Pior que essa crise absurda de valores, é encontrar pessoas que mesmo tendo sido vítimas dos tais coisas, ainda defendam esses argumentos.

Se, eu for acusado de estupro, disso deverei me defender; com provas, álibi, testemunho, o que tiver; contudo, se invés disso eu sair acusando meus acusadores de serem frígidos, contra o prazer, ou, afirmar que já fiz bem a muitas mulheres, não vai me inocentar, tampouco, essa gororoba retórica equivale a uma defesa.

A glamurização da ignorância, o culto à esperteza em lugar do caráter, fanfarrice em lugar dos fatos, pode funcionar durante determinado tempo; porém, as consequências sempre surgem, testemunhas verdadeiras que com seu dito, acabam desnudando às causas.

Para serviço público de quarto, quinto escalões para baixo se requer preparo, esmero; acessa-se mediante concurso, mérito. Daí pra cima, triunfam os retóricos, mentirosos, espertos; quem for melhor em debates, discursos, vence, ocupa lugares no topo, e indica segundo e terceiro escalões, baseado em identificação partidária, troca de favores fisiológicos.

Insano sistema que exige competência para funções secundárias, e safadeza para as essenciais. Esse “centauro” invertido, onde o corpo é humano e a cabeça animal tende a caminhar aos solavancos, pois, sua anatomia o prejudica, o corpo padece a falta de coordenadas lúcidas, e carrega peso desproporcional.

Mas, por quê triunfam as “nulidades” como denunciou Ruy Barbosa? Porque o paladar da geração informação está condicionado a até arquivar algumas, seletivamente, e descartar milhares; entretanto, não está apto a identificar, discernir a essência das coisas.

As palavra são usadas de modo oposto ao seu significado, e tem muitas amebas que, invés de denunciarem ao estupro da lógica, saem em coro em defesa dos estupradores. Assim, fundem democracia e ditadura ao sabor dos gostos, não dos fatos; legalidade e golpe, pelo mesmo critério; crimes pontuais com discordâncias ideológicas, etc.

Então, esse “rico” filão, da insipiência atuante, da ignorância sem modéstia, além de fazer a fortuna dos políticos safados, faz também a de mercenários, falsos profetas, pois, o mesmo que se faz na política, muitos fazem em igrejas.

Porém, se a questão é de raízes como disse Aristóteles, e todos estão já frutificando, só um milagre quebraria tal paradigma; temos o país que merecemos, pois, se essa é a colheita, isso foi plantado...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

A Deusa dos mares da ignorância

“Que homem é este, que até os ventos e o mar lhe obedecem?” Mat 8;27 Essa pergunta dos atônitos discípulos quando Jesus acalmou vento e mar, bem que poderia ser feita a nós; sobretudo, hoje. 

Segundo pesquisa da revista Veja de alguns anos, 98% dos brasileiros creem em Deus. Digamos que tenha caído pra noventa. Ainda assim, se perguntássemos nas ruas sobre quem é Jesus, imensa maioria diria que é O Filho de Deus, que É Deus, O Senhor.

Ele denunciou outrora, que, malgrado o terem como Pai, Senhor, lhe ofereciam um culto vil, que O estava irritando; “O filho honra o pai, o servo o seu senhor; se, sou pai, onde está a minha honra? Se, Senhor, onde está o meu temor? diz o Senhor dos Exércitos a vós, sacerdotes, que desprezais o meu nome...” Ml 1;6 Não os lábios, mas, as ações contam.

Acontece que, hoje, milhares de “cristãos” estão fazendo passeatas, oferendas, preces, pagado promessas à “Rainha dos mares;” pra uns, “Iemanjá”, outros, “Nossa Senhora dos Navegantes.” Seria essa entidade que presidiria os mares, protegendo devotos em tais domínios.

Qual foi sua participação na criação? Façamos aos seus seguidores o questionamento que o Criador fez a Jó: “quem encerrou o mar com portas... Quando pus as nuvens por sua vestidura, a escuridão por faixa? Quando eu lhe tracei limites, pus portas e ferrolhos, e disse: Até aqui virás, não mais adiante; aqui parará o orgulho das tuas ondas?” Jó 38;8 a 11 A Própria pergunta traz amalgamada a resposta; foi obra do Criador.

No evento inicial, onde O Senhor conteve vento e mar, a “simples” ação deveria ser já a resposta à questão dos discípulos. Se, até o vento e mar lhe obedecem, deve ser Deus. Então, não importa que 90% ou mais, afirme as coisas corretas; se seguem em procissão aos ídolos, fantoches de produção humana, é nisso que creem.

Mas, que mal há? Não pode cada qual crer no que quiser? Claro! Liberdade de crença é prerrogativa inalienável de seres arbitrários como nós. Contudo, se alguém “crer” que o esquadro é redondo, ou, o círculo triangular, com razões sobejas duvidarei da sua sanidade.

Deus não proíbe que se creia em ídolos, mas, que isso se faça à parte; em separado de Seu templo, de Seu nome. “Quanto a vós, ó casa de Israel, assim diz o Senhor Deus; Ide, sirva cada um, seus ídolos, pois, a mim não me quereis ouvir; mas, não profaneis mais meu santo nome com as vossas dádivas, e com os vossos ídolos.” Ez 20;39 Noutras palavras: “Vão, cultuem as imagens que desejardes, mas, me incluam fora disso”.

Noutra parte, O Santo mencionou sem censura o culto de imagens mediante povos ignorantes; “Um ao outro ajudou, e ao seu irmão disse: Esforça-te. O artífice animou ao ourives, o que alisa com o martelo ao que bate na bigorna, dizendo da coisa soldada: Boa é. Então com pregos a firma, para que não venha a mover-se.” Is 41;6 e 7

Contudo, a idolatria de Israel, que conhecera a Deus, causou espanto: “Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão, meu amigo; Tu a quem tomei desde os fins da terra, e te chamei dentre os seus mais excelentes, e te disse: Tu és o meu servo, a ti escolhi, nunca te rejeitei?” vs 8 e 9

Seguiu descrevendo a relação que tivera de fidelidade com o povo rebelde, por fim, lançou um desafio aos ídolos: “Anunciai-nos as coisas que ainda hão de vir, para que saibamos que sois deuses; fazei bem, ou fazei mal, para que nos assombremos, e juntamente vejamos. Eis que sois menos do que nada a vossa obra é menos que nada; abominação é quem vos escolhe.” Vs 23 e 24

Bem poderíamos parafrasear o desafio de Elias: “Até quando coxeareis entre dois pensamentos? Se O Senhor é Deus, segui-O; Porém, se Iemanjá cultuai-a.” Acontece que Deus serve para as horas ruins; Por ocasião da Tsunami na Indonésia, o jornal Zero Hora de Porte Alegre perguntou em manchete: “Onde Estava Deus?”; Ora, o mesmo veículo que cobre com várias páginas à passeata de hoje não deveria ter perguntado: “Onde Estava Iemanjá”? 

Essa é maldição da idolatria! Transforma praticantes em bonecos sem vida, ouvidos, tato, visão, em suma: Imbeciliza.

“Os ídolos deles são prata, ouro, obra das mãos dos homens. Têm boca, mas não falam; olhos, mas, não veem. Ouvidos, mas, não ouvem; narizes, mas, não cheiram. Mãos, mas, não apalpam; pés, mas, não andam; nem som algum sai da sua garganta. A eles se tornem semelhantes os que os fazem, assim como todos que neles confiam.” Sal 115;4 a 8

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Por quê, Deus contende conosco?

“Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por quê, contendes comigo.” Jó 10;2 O caso de Jó era peculiar. As razões da contenda não derivavam da Vontade de Deus, antes, da inveja caluniosa do inimigo que imputou ao servo fiel, motivos vis.

Mas, quando o Eterno contende conosco, por quê, o faz? Aliás, Ele contende conosco? Segundo A Palavra, sim. Desde o primeiro livro da Bíblia isso está expresso: “... Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem; porque ele também é carne; porém, seus dias serão cento e vinte anos.” Gên 6;3

Não obstante ser, longânime, uma hora isso acha termo. Naquele contexto, de violência, depravação total, o Eterno estipulou em 120 anos mais, Sua “contenda”, Sua busca por obediência, justiça; após, o juízo, como se verificou no Dilúvio.

Isaías apresenta a rebeldia como razão da discórdia: “Em toda a angústia deles ele foi angustiado; o anjo da sua presença os salvou; pelo seu amor, pela sua compaixão, os remiu; os tomou, conduziu todos os dias da antiguidade. Mas, eles foram rebeldes, contristaram seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou inimigo; ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63; 9 e 10 Primeiro mostra O Senhor sofrendo junto as aflições do povo; depois, se tornando inimigo em face à rebeldia.

Alguns interpretam mal a sina, quando, Jacó lutou com O Anjo do Senhor e “venceu”, como se, isso fosse possível. Ainda que o anjo apareceu na forma varonil, foi, antes de tudo, uma luta espiritual, onde exigiu que Jacó confessasse seu nome; isso equivalia à admissão de ser enganador; depois, quando disse: “Não te deixarei enquanto não me abençoares” patenteia apenas o intenso desejo de ser abençoado, não a possibilidade real de deter o Anjo.

De Jacó, o enganador, seu nome foi, então, mudado para Israel, aquele que luta com Deus. Não no sentido de “junto” com Deus, antes, “contra”, tentando resistir.

Estobeu, pensador da antiguidade dizia: “Termina com má fama quem quer duelar contra o mais forte”; pois, quem poderia duelar com Deus e ganhar fama de vencedor? Ele mesmo põe a questão: “...Quem poria sarças e espinheiros diante de mim na guerra? Eu iria contra eles, juntamente os queimaria.” Is 27;4 

Assim, a contenda de Deus não visa vencer eventual força que tenhamos, antes, nossa rebeldia que resiste à Sua vontade, mesmo que essa, derive de Seu amor.

Como nos fez arbitrários, O Eterno busca nossa anuência, não como quem necessita, porém, como quem deseja. Antes que, ameaçar eventuais fugitivos de Seu amor, patenteia Seu sofrimento com isso, sem entender a insanas razões dos que escolhem a morte: “Dize-lhes: Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas, que o ímpio se converta do seu caminho, e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; por que razão morrereis, ó casa de Israel?” Ez 33;11

Alguns que equacionam amor com permissividade amoral, dizem que, Deus não vai matar ninguém. Quer dizer que a Cristo, que era inocente, morte; a nós que, somos culpados, mesmo sem arrependimento, mesmo perseverando na rebeldia, salvação? Cristo morreu por quê? Se justiça não conta, apenas, amor, a Cruz teria sido um erro de cálculo?

Não nos enganemos, a leitura celeste da Cruz, além da misericórdia, vê outros predicados mais: “A misericórdia e a verdade se encontraram; justiça e paz se beijaram. A verdade brotará da terra, e justiça olhará desde os céus.” Sal 85;10 e 11

Por isso Deus luta conosco, porque, mesmo nos amando, ama à justiça também, desse modo, não pode nos salvar à revelia disso, que entrelaça-se ao feito Majestoso de Jesus. “Ninguém vem ao Pai, senão, por mim.”

Enquanto o Santo peleja, ainda quer salvar; triste será se disser de nós, como disse dos Fariseus: “Deixai-os, são condutores cegos...” Em dado momento O Senhor desiste de esperar mudanças nos caracteres humanos, apenas, exorta que cada um deixe patentes suas escolhas: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; quem está sujo, suje-se ainda; quem é justo, faça justiça ainda; quem é santo, seja santificado ainda.” Apoc 22;11

Todos os profetas fiéis foram contenciosos; os servos de hoje, ainda são; Não pra porfiar pela contenda, antes, pela justiça, que, no fundo, é nuance do amor Divino tentando situar ao homem, salvá-lo. “Seja qualquer que for, já seu nome foi nomeado, sabe-se que é homem, que não pode contender com o que é mais forte que ele” Ecl 6;10

Se, Deus fosse um tirano opressor rastejaríamos; como é um Pai que ama, nos rebelamos. Assim, Ele precisa lutar conosco por sem Bom. Todavia, não É tão “bom” a ponto de deixar de ser Justo. Arrependimento e bandeira branca encerram a luta.

domingo, 31 de janeiro de 2016

Sentença de morte reversível

“Dentro de três dias Faraó tirará tua cabeça, te pendurará num pau, as aves comerão a tua carne de sobre ti.” Gên 40;19 José, na prisão egípcia entregando, pelo Espírito do Senhor, uma mensagem de morte. A outro colega de infortúnio profetizara restauração, interpretando seu sonho. Aos dois colegas de prisão, a um falou de vida, a outro, de morte.

Desse modo deve se comportar um profeta: Ser regido estritamente pela Verdade, não pelo sabor das consequências de sua mensagem. Se Deus falou de vida, igualmente o profeta o faz; se, de morte, idem.

Não raro ilustramos a iniciação ministerial de alguém tomando emprestada a sina de Eliseu, que, uma vez chamado deixou tudo, matou seus bois, queimou as tralhas do seu labor, como sinalizando que sua entrega era definitiva, sem intento de volver atrás. É válido, didático, encorajador o exemplo.

Contudo, deve ser usado no devido contexto, pois, há diferença entre uma chamada ministerial de tal envergadura, e o convite à salvação que todos recebemos. Um salvo não deixa de trabalhar, estudar, ter  vida social, por que se converteu; antes, seus valores foram cambiados; de posse dos novos, deve comparecer aos lugares que seu viver demanda.

Nesse caso, não devemos deixar bois e arado, mas, coisas mais sutis, ouçamos: “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno os seus pensamentos, se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem, vossos caminhos os meus, diz o Senhor. Porque assim como os céus são mais altos que a terra, são os meus caminhos mais altos do que os vossos; e meus pensamentos mais altos do que os vossos.” Is 55;7 a 9

Quando Paulo, escrevendo aos efésios equaciona os dons ministeriais com a edificação da igreja até que cheguemos à Estatura de Cristo, tendemos a ver nessa “Estatura” poder superior de operação de milagres; mas, a ideia é uma tanto mais complexa que isso. Afinal, a consequência de tal aperfeiçoamento produz têmpera espiritual, firmeza ante falsos ensinos, mais que portentos milagrosos. “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina, engano de homens que com astúcia enganam fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo naquele que é a cabeça, Cristo;” Ef 4; 14 e 15

Dois predicados, invés de poder: Verdade, amor. Nessa ordem. Ninguém em sã consciência pretenderá ter amor maior que Jesus; (talvez, o Lula, o mais honesto de todos ) “Ninguém tem maior amor que esse; dar a sua vida pelos seus amigos.” Jo 15; 13 Na verdade, foi modesto, pois, deu até pelos inimigos. Paulo demonstra: “Porque, alguém morreria por um justo; poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer. Mas, Deus prova seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;7 e 8

Demonstrado o Amor Excelso do Salvador, cumpre lembrar que jamais condescendeu com o erro, faltou com a verdade, em nome do amor.  À Samaritana propôs Água Viva, mas, denunciou sua promiscuidade; ao jovem rico propôs Vida Eterna, mas, patenteou sua avareza; a Nicodemos, desafiou a nascer de novo, mas, realçou sua ignorância espiritual... Quem disse que amor e verdade são excludentes?

Como no Seu primeiro milagre em Caná quando transformou água em vinho, e o mestre sala ouviu que o bom vinho fora deixado por último, assim age O Salvador. Sua Palavra, a dura verdade que nos humilha, se, a ela formos receptivos, teremos a refinada taça de Sua graça, ouviremos tilintar Seu perdão, beberemos o delicioso vinho de Seu amor.  Porém, sem verdade, nada feito.

Infelizmente, os profetas da moda adoçam o vinagre da mentira com o açúcar da lisonja, e, onde Cristo fala de morte, esses, acenam com vida. Teria sido simpático José falar de vida ao padeiro que estava no “corredor da morte”, mas, seria mentira. Se, em matemática, a ordem dos fatores não altera o produto; na vida espiritual, tencionar que um “amor” duvidoso, amoral, preceda à verdade e só uma forma requintada de matar.

Claro que é mais agradável ouvir que Deus me ama, me quer, não importa o quê, eu faça! Mas, sobre o pecador contumaz, como sobre o padeiro aquele, pesa sentença de morte; a diferença é que agora, se pode reverter isso mediante arrependimento. Só um assassino deixaria de avisar de algo tão sério, para ser “amoroso”.

Em suma: Se, temos que deixar algumas coisas pela “mente de Cristo”, deixemos, sobretudo, esse viés sentimentaloide de equacionar frouxidão moral com amor.


O engano pode gerar agradáveis sensações imediatas, contudo, O Senhor guarda pra depois, o vinho melhor.

sábado, 30 de janeiro de 2016

A Matrix e o Divino Sistema

“Como pendentes de ouro e gargantilhas de ouro fino, assim é o sábio repreensor para o ouvido atento. Como frio da neve no tempo da sega, assim é o mensageiro fiel para com os que o enviam; refresca a alma dos seus senhores.” Prov 25; 12 e 13

Primeiro temos a implicação de um sábio que repreende ante seu alvo, depois, ante quem o comissiona. Ao primeiro se faz precioso como joia de ouro; ao Segundo, traz refrigério. Não é forçar a barra concluir que, o “sábio” é um que teme a Deus, seu conselho visa trazer outros ao mesmo caminho; e, tal feito, alegra O Eterno.

Sabemos que as privações da vida são a forja Divina visando a têmpera de nossas almas; noutras palavras, as decepções, desenganos, os nãos, da estrada nos ensinam a caminhar. “Tribulação produz paciência, perseverança...” Na abordagem de Pedro.

Contudo, vivemos um tempo onde importa mais ser “legal” que verdadeiro; “curtir” determinada mensagem, mesmo discordando, sob pena de até, perder um “amigo”. Nosso feeling está sistematizado, programado apenas para coisas “positivas”.

Aliás, o próprio sistema me informa tudo o que “preciso” saber. Um clic, e “sei” quem é meu melhor amigo, quem tá a fim de mim, quem me acha um charme, qual o tamanho do meu...QI, como é minha personalidade, qual música me descreve; até, quem fui numa vida passada. ( ah, só pra constar, fui Leonardo Da Vinci ) possivelmente, muitos “descobrirão” que foram “eu” também.

A coisa é programada para ser positiva, assim, nenhum descobrirá que foi o Corcunda de Notredame, Jezabel, Judas, ou, um escravo qualquer, sempre terá sido uma personalidade. Se, for levado na galhofa, na brincadeira é inofensivo, mas, temo que muitos estejam já sistematizados, viciados em drogas psicológicas, dependentes da “Matrix”.

Pois, além do dano de furtar ações reais que poderiam gerar experiências proveitosas, a dependência virtual filtra a noção da seriedade das coisas espirituais também. Com frequência circulam posts imbecis onde somos exortados a escolher entre “Jesus” e o diabo; aliás, somos coagidos à “boa” escolha uma vez que, mero ignorar significa fazer a má. Nem imagino quantas vezes “escolhi” o diabo.

O quê, quero dizer, enfim? Que ter uma visão pueril superficial, da realidade, já é danoso; porém, ter a mesma, de Cristo, pode ser fatal.

Somos chamados todos os dias, na arena real, a escolher entre o Senhor e o inimigo, isso, quando as tentações nos assaltam. Como reagimos é o único “clic” que interessa, deveras. Ademais, encaixar sentimentos vários no mesmo molde pode atrofiar alguns membros, ou, amputar outros. Nem tudo o que vemos se encaixa num “curtir”. Tem coisas que geram tristeza, vergonha, comiseração, nojo, ira; qual a relação dessas coisas com o desejado “curtir”?

Às vezes se vê indiretas tipo: “Por quê me aceitou como amigo e não conversa comigo?” Ora, tenho pouco mais de duas centenas no Face, e converso com meia dúzia apenas; nossa “relação” é a interação com o que o outro publica, não que esteja fechado, qualquer um pode chamar, deixo o bate-papo on; mas, há pouco tempo, possibilidade; imagina quem possui números muito maiores que eu. Acho indelicado rejeitar um convite, raramente o faço, mas, não me importa o número de amigos, só, a qualidade; dos meus, uns 70% conheço pessoalmente, de modo que são mais que virtuais.

Ademais, voltando ao começo, meu alvo é repreender segundo Deus, Sua Palavra, o que afasta muitos, cujas motivações são outras. Embora os amigos verdadeiros devam sempre falar a verdade, ainda que soe antipáticos, meu medo maior seria perder a amizade de Deus, por malversar o que Ele disse. O desejo é ser mensageiro fiel, do tipo que refrigera à alma de Seu Senhor.

Afinal, a Palavra de Deus é um “sistema” milenar, programado para que nele eu descubra Deus, Seu Ser, Gostos, Vontade; também consta lá quem sou, de onde vim, as duas possibilidades de, pra onde vou; o quê, fazer, como fazer, para que O Santo “curta” meu modo de vida. Não é um sistema fácil de entrar; a senha é duríssima, tomar uma cruz e carregar, mas, as preciosidades inefáveis do “programa” compensam.

Paulo descreveu assim: “...as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada.” Rom 8; 18

Desse modo, meu anseio não é que meus textos sejam “curtidos”, antes, que incomodem um pouco, ensejem reflexões; mesmo que não signifiquem pingentes de ouro, como seria a fala de um sábio, pelo menos, desloquem um pouco os leitores do mundo virtual; os leve a considerar a realidade. Pois, nesse caso, ignorar à Palavra de Deus equivale, sim, a escolher o inimigo. Façamos a boa escolha!

sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

A diferença entre petistas e petralhas

Certo pensador disse: “Não se afunde nas questões, elas não têm fundo”; Embora pareça a coisa certa a ser feita, ou, a não ser, amiúde, costumamos tropeçar nisso. Tanto no prisma político quanto espiritual tendemos à porfia, à erística, seja pelo prazer de contender, seja, pela esperança de convencer o oponente a mudar de ideia. Trabalho cansativo, vão.

Contudo, os que discordam de mim poderão dizer o mesmo, dado que, sou também ferrenho em minhas convicções, aí chegaríamos ao que, filosoficamente se chama, aporia; simplificando: Beco sem saída.

Acontece que, cheguei onde estou, nesses temas, depois de várias mudanças, aperfeiçoamento, aprendizado. Isso quer dizer que minha visão, a propósito, é perfeita? Não! Penso que seja fundamentada em princípios sólidos, bons valores, apenas.

Heráclito, pensador da antiguidade dizia mais ou menos, o seguinte: “Quando dois sistemas filosóficos duelarem, nenhum tem direito de dizer: Seu ponto de vista é falso porque o meu é verdadeiro, pois, o outro poderia dizer o mesmo, o que arrastaria a contenda ‘ad infinitum’. O falso deve ser demonstrado em si mesmo, não no outro.”

Aí se denuncio eventual lapso moral de um líder do PT, vem meu oponente e acusa Aécio, FHC, Bolsonaro, por supostos erros, como se, uma vez provados, estaríamos empate, findasse o assunto. O pressuposto é que as opções alistadas encerram as possibilidades; de modo que devo ser uma coisa, ou, outra. Não! Não sou corno político, qualquer que me trair, malversando meu dinheiro, meu voto, dane-se! Prove-se a acusação, não seja calúnia gratuita, e seja exemplarmente punido, de qualquer sigla.

Porém, meu cavalo, hoje aposentado, quando trabalhava era detetive; costumava dizer: “quando alguém é acusado, das duas uma: É culpado, ou, inocente. Se, inocente, encorajará apuração de tudo, para que a verdade que o inocenta apareça. Não usará seu direito de ficar calado, antes, vai gritar a plenos pulmões, indignado, sua inocência. Terá álibis em seu favor e os patenteará. Porém, se invés disso, apenas negar, tergiversar, acusar outros para desviar atenção, é só um safado atolado em culpas até o queixo, querendo sair impune.”

Qual o álibi do Lula? Ah, ele disse que é o mais honesto dos homens...é mesmo? Sua evolução patrimonial e de seus familiares combina com honestos meios de prosperar? Sendo ele “socialista” portanto, à favor de dividir o bolo dos capitalistas com os pobres, ao se tornar também milionário não estaria sendo incoerente? Sempre culpou as “elites” pelas privações dos pobres, mas, ao se tornar da elite também, não se faz réu de seu próprio juízo?

Por fim, uma questão ideológica: Se, o socialismo é mesmo superior como sistema político, por que, não nos oferece a história, nenhum exemplo de país onde tenha trazido justiça social e prosperidade? União Soviética? Alemanha Oriental? Romênia? Tchecoslováquia? Cuba? Venezuela?

A China exibe certa prosperidade mas, com um sistema totalitário, partido único, repressão sangrenta às pretensões democráticas como o massacre de estudantes na “Praça da paz celestial”; desejaríamos algo assim? 

Por que todos os grandes do partido dominante viram milionários, enquanto o populacho segue na mesma?

Porque, senhores, a discussão, capitalismo socialismo é mera fumaça, nada a ver com os fatos, com o que está em jogo. Trata-se da maior quadrilha de corruptos, ladrões, estelionatários de todos os tempos. Lavaram cérebros das massas plantando um discurso ensaiado, de opção pelos pobres, e apropriaram-se de programas assistenciais do Estado como, se, do partido, para cooptarem a massa, como escudo para impunidade.

Suas defesas são ridículas, patéticas, tipo, serem acusados de matar elefantes “apenas” por que possuem bastante marfim e cabeças empalhadas em suas salas de troféus. Francamente.

Assim, estou tentando dizer que o petismo é uma quadrilha, uma farsa, em si mesmo, denunciando seus feitos, suas incoerências. Quem quiser se opor e denunciar eventuais erros de meu ponto de vista, deverá demonstrar que defender valores como verdade, probidade, honestidade, evocar o testemunho dos fatos e da história é um erro. A quem me convencer disso, darei a mão à palmatória.

Por fim, há diferença entre ser petista e ser petralha; aquele, é um que vota no PT, acha suas propostas melhores, não entende bem como as coisas não estão dando certo. O Petralha entende bem tudo o que está em jogo. É especialista em produzir fumaça, lançar calúnias, desviar atenção dos fatos ignominiosos de seus líderes.

O Petista pode ser mero idealista, ingênuo, incauto enganado; petralha é um canalha, cúmplice, lesa-pátria safado, engajado.

Não tenho mais tempo nem vontade para gente assim. Tratá-los-ei como Paulo aconselhou que se tratasse aos hereges: “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca, estando já em si mesmo, condenado.” Tt 3;10 e 11