domingo, 11 de janeiro de 2015

A Assembleia de Deus



“Porque, quem esteve no conselho do Senhor; viu, ouviu a sua palavra? Quem esteve atento à sua palavra e ouviu?” Jr 23; 18  

 
 

O contexto é de uma dura diatribe de Jeremias contra falsos profetas. A pergunta parece sugerir que os verdadeiros participam de um “conselho” celeste onde, diretrizes Divinas, uma vez homologadas passam a ser sua missão. Confesso que não era bem essa a ideia de poder absoluto que eu tinha. Um soberano legisla, executa e julga desde Seu Trono, sem “pedir bexiga”.  

 
 

Entretanto, no livro de Jó temos uma audiência de anjos apresentando relatórios ao Eterno; Satanás imiscuído entre eles. No mesmo livro, quando Deus questiona ao patriarca sobre os fundamentos da Terra menciona, por ocasião da Criação, um júbilo coletivo; trabalho de equipe. “Sobre que estão fundadas as suas bases, ou quem assentou a sua pedra de esquina, quando as estrelas da alva juntas alegremente cantavam e todos os filhos de Deus jubilavam?” Jó 38; 6 e 7 

 
 

Outro dia, o Papa Francisco fazendo vergonhosa concessão à Teoria da Evolução disse que Deus não criou o Universo com uma varinha mágica. Certo. Porém, não serve de argumento evolucionista, absolutamente. Afinal, são coisas excludentes, uma vez que Darwin pressupõe a negação de Deus.  

 
 

Basta que leiamos com atenção o quê significa “Criar pela Palavra”. O Gênesis narra que o Eterno dizia: “Haja animais viventes...” isso equivale a dar uma ordem aos serviçais. Se Ele mesmo criasse não necessitaria supervisionar o trabalho, como fazia; “Viu que era bom”. Do ser humano sim, está dito que O Santo fez com Suas mãos, invés de ordenar a criação.  

 
 

Acaso não é assim na construção civil? Muitos serventes, carpinteiros, pedreiros, hidráulicos, eletricistas, pintores, etc.  para se edificar um prédio. No fim, se diz que a obra é do engenheiro tal, uma vez que foi o autor e supervisor do projeto. De igual modo foi criado tudo o que há pela Palavra de Deus. O qual delegou aos anjos o serem criativos dentro do projeto original. Isso explica a belíssima diversidade de espécies.  

 
 

Mas, voltando ao ponto de partida, um profeta verídico conhece mesmo o “conselho do Senhor”? Há uma assembleia celeste a tomar diretrizes sobre os destinos da Terra? Não é Deus que resolve tudo sozinho? Não. Longe de significar que Ele precise de ajuda.  

 

Mas, parece ser de Sua escolha dividir decisões com os quais confia. Micaías conta-nos de um conselho assim, quando do juízo de Acabe“... Ouve, pois, a Palavra do Senhor: Vi ao Senhor assentado sobre o seu trono, todo o Exército do Céu estava junto a Ele, à sua mão direita e à sua esquerda. Disse o Senhor: Quem induzirá Acabe, para que suba e caia em Ramote de Gileade? E um dizia desta maneira, outro de outra. Então saiu um espírito, se apresentou diante do Senhor e disse: Eu o induzirei. E O Senhor lhe disse: Com quê? Disse ele: Eu sairei e serei um espírito de mentira na boca de todos os seus profetas. E Ele disse: Tu o induzirás, e prevalecerás; sai e faze assim.” I Rs 22; 19 a 22 Vemos que a decisão de matar Acabe partiu do Senhor; mas, a forma de como fazer foi decidida pela assembleia de anjos.  

 
 

O Eterno não tem problema nenhum com a participação em Seu Governo; apenas, com o “Pedigree” de quem participa. Diverso dos governichos humanos onde qualquer súcia de vagabundos sai quebrando tudo e exigindo participação, lá apenas uma elite moral e espiritual tem assento.  

 
 

Houve um caso em que as diretrizes celestes permitiram a interação da Terra. Deus mostrava em visão a Zacarias a restauração pós exílio na figura do sacerdote Josué; o jovem deu pitaco em plena visão e foi aceito. “... Então respondeu, aos que estavam diante dele, dizendo: Tirai-lhe estas vestes sujas. A Josué disse: Eis que tenho feito com que passe de ti tua iniquidade;  te vestirei de vestes finas. E disse eu: Ponham-lhe uma mitra limpa sobre a sua cabeça. E puseram uma mitra limpa sobre sua cabeça ...” Zac 3; 4 e 5  

 
 

 Se, às câmaras humanas ascendem fazendo promessas; à Divina, só fazendo faxina.  

 

“Senhor, quem habitará no Teu Tabernáculo? Quem morará no Teu santo monte? Aquele que anda sinceramente pratica justiça, fala a verdade no seu coração. Não difama com a sua língua, nem faz mal ao seu próximo, nem aceita nenhum opróbrio contra seu próximo; a cujos olhos o réprobo é desprezado; mas, honra aos que temem o Senhor; aquele que jura com dano seu, contudo, não muda. Aquele que não dá seu dinheiro com usura, nem recebe peitas contra o inocente. Quem faz isto nunca será abalado.” Sal 15 

sábado, 10 de janeiro de 2015

Deus; liberdade de expressão e Charlie Hebdo



“Simeão os abençoou, e disse a Maria: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel; para sinal que é contraditado; (E uma espada traspassará também a tua própria alma); para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 2; 34 e 35  

Circula no You Tube um vídeo cujo alvo é o humor chamado, “O exterminador  do Passado”. Onde o herói viaja no tempo até os dias de Cristo e mata Judas antes que ele traia seu Mestre.  Embora seja apenas para rir, enseja refletir também. O que faríamos se, como Deus, conhecêssemos o futuro? 

O texto atribuído ao profeta Simeão apresenta a “contradição” a Jesus assumindo intensidade tal, que, uma espada transpassaria a alma de sua mãe, “para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Finaliza.

Não é forçar a barra, pois, concluir que Deus leva a liberdade de expressão às últimas consequências. Aliás, se alguém poderia dizer como Voltaire, “Não concordo com nada que dizes; mas, defenderei até à morte teu direito de dizeres o que pensas”;  esse, seria Jesus. 

A própria árvore proibida, aliás, outra coisa não era senão, um meio de propiciar liberdade de expressão, escolha. Se Deus é grave quanto às consequências, é vasto nas possibilidades; a nada força ninguém. Afinal, liberdade inconsequente, nem Ele possui; pois, ao dar plena liberdade ao ser humano, as consequências recaíram sobre Seu Filho Bendito.   

Embora seja tema sempre atual, sobretudo com os reiterados flertes ditatoriais do PT e sua tão sonhada pauta do “controle social da mídia” nome palatável que dá à censura  como vige na Venezuela, Cuba, China, Coreia do Norte, etc. a liberdade de expressão voltou à crista em face ao sangrento ataque sofrido pelo Jornal “Charlie Hebdo” na França; onde, dez jornalistas e dois policiais morreram.  A Al Qaeda do Iêmim teria assumido a paternidade da nojeira. 

O que mais espanta é que a maioria das vozes de protesto são tímidas; parece haver uma pressa coletiva de provar que o Islã é uma religião de paz. Ora, o Ocidente é majoritariamente “cristão” e com todos os defeitos do cristianismo professo, que requer o uso das aspas, não mata pessoas por discordar da fé, “chargear” a Jesus, ou um profeta qualquer. 

Se o Islã é mesmo da paz, que seus expoentes expliquem os atos da “Irmandade Muçulmana” no Egito; as barbáries do “Boko Haram” na Nigéria, as muitas decapitações de reféns pelo “Estado Islâmico na Síria, a recente chacina na França, etc.  

Que fé é essa que eles pregam que sonega o direito à dúvida, ou, à liberdade de divergir? Por que não interpretam entre as muitas “Suras” do Corão que isso ensinam, quais são metáforas e quais se deve tomar literalmente. Eu li o Corão, sei do quê falo.

Ah, mas não posso criticar, pois, corro risco de ser morto também; danem-se! Sei das barbáries que se fez na “Era das trevas” no mundo  ocidental blasfemando o Santo nome de Deus. Mas, a marcha civilizatória e a própria Bíblia, interpretada, não, manipulada, aos poucos colocou as coisas no lugar.   

Embora haja reiterados apelos para que se creia,  advertências quanto às consequências de se rejeitar ao bom caminho, todos são livres para recusar. Circulam em nosso meio filmes blasfemos como “A Última Tentação de Cristo”,  espetáculos como, “Jesus Cristo Super Star” e assemelhados, sem nenhuma violência contra seus idealizadores. Os pensamentos dos corações seguem se manifestando livremente.  

Ora, se o Eterno quisesse abafar todo o contraditório, tolher a liberdade na marra, bastaria ter criado o homem sem possibilidades, sem a árvore proibida; estaria programado um robô eternamente “obediente”. 

Não dou um passo, melhor, não digo uma palavra em defesa do Islã; seus defensores que o façam. Desgraçadamente o ódio parece atrair mais que o amor. Quantos ocidentais, Ingleses, americanos, e até brasileiros, deixam famílias para lutarem ao lado dos decapitadores do Estado Islâmico?

Se, em certos aspectos são os opostos que se atraem, nesse caso, são os semelhantes. Quem tem uma alma abostada, venera e segue a um líder igualmente abostado. E temos camarões de sobra para exportação. 

Urge que se acabe com esse cinismo covarde de tentar dourar  pílulas venenosas como se fossem de adoçante. Abre-se espaços amplos, para progressão do Islã em países cristãos, e eles seguem tratando assim, aos que discordam. Parecem ter braços diplomáticos para espalhar cinismo, e os práticos para fazer valer o que está escrito. 

Se já deprecio ao cubo a hipocrisia cristã, por que seria diferente com os tais? Aliás, voltando ao começo, se pudéssemos conhecer um pouco o futuro, digo, onde essa doentia condescendência nos vai levar, não viajaríamos no tempo; mas, talvez parássemos de viajar na maionese.

A vida no olhar



“Tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação; quais as riquezas da glória da sua herança nos santos;” Ef 1; 18 

Muitos pregadores ilustrando coisas espirituais usam o termo: “Olhos da fé.” Uma metáfora para confiança irrestrita em Deus, que faz ficar firme “como vendo o invisível”, igual a Moisés. Todavia, entre os rogos de Paulo pelos crentes de Éfeso encontramos um “novo olhar”; olhos do entendimento. 

Mesmo que se diga que certos papagaios falam, amiúde, não é bem assim. Repetem sons que de tanto ouvirem lhes são assimiláveis, todavia, tanto faz tratar-se de um palavrão, elogio, ou, algo neutro; suas “falas” são desprovidas de qualquer carga emocional, uma vez que, falta o entendimento. Muitos humanos também podem incorrer no mesmo ato, ainda que tenham razão em potencial, diverso dos demais animais, digo, mesmo assim, falar e agir privados de compreensão. A razão potencial não é, necessariamente, atual. O que poderia ser, nem sempre é. 

O primeiro passo rumo ao entendimento é reconhecer a própria ignorância. Se, alguém sabe que não sabe, já sabe algo importante. Todavia, nesse caminho, não raro, tropeçamos na pedra do orgulho. Uma coisa é o que sei sobre minhas limitações; outra; o que admito.

Não sem razão, pois, a primeira promessa do Sermão do Monte busca aos humildes: “Bem aventurados os pobres de espírito...” Claro que a Salvação não é um sumo intelectual; digo, Deus salvará aos inteligentes, longe disso! Entretanto, permitiu que nossas caixas cranianas tivessem cérebros e deseja que os usemos, em busca de entendimento. 

Muitos creem e apregoam um simplismo como se, a “mera” presença de Deus conosco nos eximisse de trabalhar as coisas que podemos. Não existe Mega Sena espiritual, saltos exponenciais de crescimento, mesmo, acompanhados do Eterno. 

Ouçamos o que Ele disse aos líderes do pós cativeiro: “Ora, pois, esforça-te, Zorobabel, diz o Senhor, esforça-te, Josué, filho de Jozadaque, sumo sacerdote,  esforça-te, todo o povo da terra, diz o Senhor,  trabalhai; porque eu sou convosco, diz o Senhor dos Exércitos.” Ag 2; 4 Exortou ao líder civil, ao espiritual, ao povo todo, para que se esforçassem, prometendo estar junto. 

Assim, a presença de Deus, dado que, preciosíssima, não tolhe a necessidade de esforço humano. 

Mesmo as sentenças mais sábias podem desfilar nas vias de lábios tolos, como fala de papagaios; “De que serviria o preço na mão do tolo para comprar sabedoria, visto que não tem entendimento?” Prov 17; 16  Diverso do que pode parecer, não é mero requinte estético; antes, tem a ver mesmo com a preservação da vida. “O entendimento para aqueles que o possuem, é uma fonte de vida...” Prov 16; 22 Aliás, os tantos desvios de Israel, narrados no Velho Testamento, que resultaram na destruição de muitos, bem como, no cativeiro da nação, derivaram desse lapso, precisamente; “O homem que anda desviado do caminho do entendimento, na congregação dos mortos repousará.” Prov 21; 16 

Todo nosso esforço pode ser vão, quando não, contraproducente como fora o zelo de Paulo antes de entender quem É O Salvador. Pensava estar zelando pelo nome de Deus ao cumprir as determinações do rejeitado Sinédrio. O Senhor o derrubou do cavalo, fez uma pergunta retórica: “Por que me persegues?” Depois ensinou que o bravo fariseu estava dando murros em pontas de facas. 

Mais tarde, aludindo aos irmãos de sangue que ainda estavam cegos ele diagnosticou a mesma doença. “Porque lhes dou testemunho de que têm zelo de Deus, mas não com entendimento. Porquanto, não conhecendo a justiça de Deus, e procurando estabelecer a sua própria, não se sujeitaram à justiça de Deus.” Rom 10; 2 e 3 

A Justiça Divina, concordemos ou não, passa necessariamente pela cruz. Não importa quão bom penso ser, quão legal as pessoas me acham; se, durmo sem me sentir culpado. Muitos pensam, aliás, que consciência cauterizada é consciência limpa, por falta de entendimento. “Há uma geração que é pura aos seus próprios olhos, mas, nunca foi lavada da sua imundícia.” Prov 30; 12 

Não que a Mensagem da cruz seja fácil de assimilar; aliás, foi precisamente lendo sobre o vaticínio dela, que o Ministro da Fazenda da Etiópia assumiu ante Filipe, que lhe faltava entendimento; “E ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse.” Atos 8; 31 Porém, uma vez ensinado, agiu conforme a luz que recebeu.

Não sem razão, pois, o assassino  mor arma seus laços nessa senda; “...o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, que é a imagem de Deus.” II Cor 4; 4

quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Espíritos de porco



“Perguntou-lhe: Qual é o teu nome? Lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos. E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província. Andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos. E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles. E Jesus  permitiu. Saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil) e afogaram-se no mar.” Mc 5; 9 a 13 

O Senhor estava libertando a um cativo de Satanás, na região de Gádara. Um breve diálogo com o espírito líder da legião expõe algumas facetas em que os demônios superam aos humanos, para vergonha nossa. Eles creem em Deus; sabem quem Ele é; e em Sua presença, rogam, ou seja, fazem oração. 

Quantos ateus há por aí? Milhares que ignoram quem é o Senhor? E outros tantos que sequer fazem uma oração, por breve que seja? 

Uma coisa fica evidente nesse incidente: Os porcos estavam sossegados em sua busca de alimento; se, destrambelharam precipício a baixo, foi por ação dos espíritos maus que neles entraram. Digamos que, uma vez derrotados, resolveram “sair atirando”. Causar um grande prejuízo aos criadores, pra indispô-los como o Salvador. 

Talvez, desse acontecimento tenha derivado a expressão: “Espírito de porco”, para denunciar alguém cujas intenções são más.  Animais, não têm espírito, apenas, almas; daí, animais; então quando um porco “tem espírito”, trata-se de um possesso. 

Não que o inimigo tenha dado um “nó tático” no Mestre; longe disso! Ficou claro que, a ação de destruição dos porcos partiu dele, que, pelo visto, nem era assim tão inimigo dos gadarenos, uma vez que coabitavam sem estresse. 

Se, é vero que, ante O Senhor satanás fez uma súplica, também o é que, os homens do lugar fizeram igualmente.  “Foram ter com Jesus, e viram o endemoninhado que tivera a legião, assentado, vestido e em perfeito juízo, e temeram. Os que aquilo tinham visto contaram-lhes o que acontecera ao endemoninhado, e, acerca dos porcos. Começaram a rogar-lhe que saísse dos seus termos.” VS 15 a 17  

Viram a restauração de um que fora reputado louco e souberam da perda dos porcos; então pediram que o Senhor fosse embora.  Talvez a oração mais estúpida de toda a Bíblia. Porcos eram considerados animais imundos para os judeus, portanto, O Senhor não se importou com eles, ainda quê, o dano foi feito pelo inimigo; mas, a alma daquele cativo sofredor, contou com os cuidados do Mestre, pois, disse, uma alma salva vale mais que o mundo inteiro perdido. 

Ao rogarem o afastamento de quem tal obra fizera, implicitamente disseram: Deixe satanás em paz, e a nós também; vá embora! O Senhor foi. Num ambiente em que porcos valem mais que uma vida humana, O Salvador não tem trabalho a fazer. 

Aliás, se há uma coisa que a presente geração, pouco, ou nada sabe, é aquilatar devidamente o valor das coisas. Estobeu, o pensador pré-socrático dizia: “Os asnos preferem palha ao ouro.” Isso levado ao pé da letra está pleno de sentido. O que fariam, os tais, com o ouro? Com a palha, óbvio; alimentam-se. 

Mas, se os “asnos” em questão não são quadrúpedes, nem palha e ouro, o são, literalmente, então temos uma escolha do fútil em detrimento do precioso. 

Acontece que, o filósofo, o pensador, o homem espiritual é sisudo como um dobermann, grave como um Faraó; e a galera prefere a brejeirice de um guaipeca; e leveza do fútil, a fugacidade do pueril. 

O hedonismo desenfreado faz com que os chamados de Sophia pareçam pedras no caminho. Ponderar escolhas, prever consequências é coisa de velho; o negócio é “curtir”. 

Muitos se perdem antes da maturidade, dadas as suas escolhas infelizes; outros envelhecem sem amadurecer, com seus corpos sarados e almas atrofiadas, famintas.  A escravidão dos maus hábitos endurece o barro, passado o tempo em que poderia ser moldado; e, em muitos casos, a alma sedenta “se vinga”. Digo; passou sede, maus tratos por largo tempo enquanto o corpo se esbaldava; então, ela tece a teia da depressão e antecipa o jazigo de um corpo que ainda respira.

O Senhor se aproxima de muitas maneiras; mesmo, numa mensagem como essa; mas, ao escolher ignorá-lO, a galera faz a mesma escolha patrocinada, então, pelos “espíritos de porco”; Se esses são violentos e possuem na marra aos que puderem, Cristo é pacífico, fala de seu amor e espera nossa reação.

Ocorre-me uma frase de Baudellaire: “Conheço muitos que não puderam quando queriam, - disse – porque não quiseram quando podiam.” As consequências são a crítica do tempo; nossas escolhas, a obra que ele vai criticar.