sexta-feira, 3 de outubro de 2025

A boa terra

 “Por que não puseste, pois, Meu dinheiro no banco, para que Eu, vindo, o exigisse com os juros?” Luc 19;23

O Salvador ensinando sobre a responsabilidade do quem recebe dons; frutificar, multiplicar.

Na parábola do Semeador ensinou sobre os tipos de índoles que recebem à Palavra; num coração bom, que chamou de boa terra, produz satisfatoriamente.

Alguém poderia objetar que não tem culpa por ter um coração ruim. Ora, bondade se aprende; sobretudo com exemplos. O Salvador convidou: “aprendei de Mim...” Mat 11;29

Em Seus ensinos evidenciou o motivo pelo qual nos chama; “Não escolhestes a Mim, mas Eu vos escolhi e nomeei, para que vades e deis fruto, e vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em Meu Nome pedirdes ao Pai Ele vos conceda.” Jo 15;16

O fato da Palavra não voltar vazia, é genérico. Pontualmente cada “terra” é responsável; será recompensada conforme produzir; Se, “... produz erva proveitosa para aqueles por quem é lavrada, recebe a bênção de Deus; mas se produz espinhos e abrolhos, é reprovada; perto está da maldição; seu fim é ser queimada.” Heb 6;7 e 8

A Fonte

 

“... Mestre, eis que a figueira, que Tu amaldiçoaste secou.” Mc 11;21

Qual a consequência se ser amaldiçoado por Aquele que É a Vida, senão, a morte? Se, os homens soubessem quão dependentes somos de Cristo, e por quê, se aproximariam apressados.

Embora Jesus tenha sido reputado, “... como raiz de uma terra seca;” Is 53;2 A verdade está além do que os olhos naturais conseguem captar; “Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.” Jo 1;4

Por causa desse “efeito colateral”, que ilumina mostrando as coisas como são, muitos se mantinham distantes de Quem os queria salvar. “Não quereis vir a Mim para terdes vida.” Jo 5;40

Quem equaciona, erroneamente, existência com vida, ignora a brevidade daquela, e a abrangência dessa.

A Terra já foi amaldiçoada desde o pecado; no entanto, O Senhor diz: “Eu te conheci no deserto, na terra muito seca.” Os 13;5

Aos que O recebem, promete: “Aquele que beber da água que Eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte que salte para a vida eterna.” Jo 4;14

O amanhecer



“... O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã.” Sal 30;5

Eventualmente gostaríamos que mensagens como essa fossem literais. Passada uma noite de tristeza, o sol da alegria brilhasse intenso.

Mas, coisas espirituais precisam ser vistas pela devida lupa. Paulo ensina: “... falamos, não com palavras de sabedoria humana, mas com as que o Espírito Santo ensina, comparando as coisas espirituais com as espirituais.” II Cor 2;13

Assim, na linguagem poética do texto, a “noite” se refere a um período probatório dentro do qual, O Senhor acha necessário que nossas superficialidades, desobediências, sejam purgadas, mesmo em meio à necessária tristeza.

No caso da Israel, que rejeitou reiteradas advertências ao arrependimento, nos dias de Jeremias, a “noite” durou setenta anos de cativeiro.

No “amanhecer” da libertação, se alegraram; “Então a nossa boca se encheu de riso e nossa língua de cântico; então se dizia entre os gentios: Grandes coisas fez o Senhor a estes.” Sal 126;2

Muitas vezes, o “raiar do dia” em nossas almas depende da nossa resposta aos apelos da luz; “... a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Mentes educadas

 

“... havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; o pecado, sendo consumado gera a morte.” Tg 1;15

Tiago ensina sobre a “gestação” do pecado, que, nos ímpios ventres acaba gerando a morte.

Primeiro a cobiça humana é atraída por alguma tentação; concordando em lançar-se a ela, como que, copula plantando sua semente. O que nasce dessa espúria relação, é o pecado.

Porém, antes de transformar o pensamento pecaminoso, derivado da cobiça, em pecado, ainda somos advertidos em nossas consciências, para que refaçamos nosso pensar. Se assim fizermos, “abortaremos” a esse perverso, antes que nos faça mal.

Ninguém tem controle sobre os pensamentos de modo a poder limitá-los nesses termos: “Nunca pensarei essas coisas.” Nossas almas devaneiam sem freios, conforme suas inclinações.

O que podemos é educar as mentes, treinando-as para pensar nas coisas virtuosas, invés das viciosas. “... tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai.” Fp 4;8

quinta-feira, 2 de outubro de 2025

O orgulho

 

“Pela altivez do seu rosto o ímpio não busca a Deus; todas suas cogitações são que não há Deus.” Sal 10;4

Alguns tentam envernizar o ateísmo como se fosse fruto de uma dúvida bem fundada, calcada em motivos válidos. A verso acima expõe a causa. Altivez do rosto, orgulho.

Sendo a primeira condição para a reconciliação, o “negue a si mesmo”, e o orgulhoso um amante de si mesmo, natural que se oponha a Deus, negando Sua existência.

Alguns citam dezenas de escritos apócrifos, que foram deixados de fora das Escrituras como prova que essas foram manipuladas ao bel prazer de um sistema; será? Na hipótese de Deus existir, não seria Ele zeloso acerca da Sua Palavra vetando que misturassem coisas estranhas?

Onde os orgulhosos ventilam a possibilidade de fraude, os fiéis enxergam O Divino zelo. “Nada acrescentes às Suas Palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30;6

Se A Palavra fosse mesmo humana, necessariamente, seria alinhada às nossas inclinações, invés de confrontá-las. Os ímpios sempre terão suas “razões”, para maquiar a única razão veraz que os afasta do Eterno; o orgulho.

O necessário


“Porque, na verdade, Ele não tomou os anjos, mas tomou a descendência de Abraão.” Heb 2;16

Já ouvi gente lendo esse verso e esposando que Deus não quis que os anjos fizessem Sua obra, mas preferiu os homens. Será essa a interpretação correta?

Ora, anjos e homens todos fazem conjuntamente a Divina Obra. Os homens vivendo e testificando de Cristo, e os anjos ajudando-os. “Não são porventura todos eles espíritos ministradores, enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?” Heb 1;14

O verso alude à forma que Jesus Cristo escolheu se manifestar. Não num corpo angelical, sem sofrer as tentações carnais; antes, como um de nós. “... convinha que em tudo fosse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel Sumo Sacerdote naquilo que é de Deus, para expiar os pecados do povo.” Heb 2;17

Em suma, O Salvador optou pelo caminho mais difícil, para nos remir, identificado com nossas fragilidades, dando-nos o exemplo. Quem escolheu o necessário invés do fácil, tem autoridade moral para requerer o mesmo. “Entrai pela porta estreita...” Mat 7;13

Escreve

 “... o que vês, escreve-o num livro e envia-o às sete igrejas que estão na Ásia...” Apoc 1;11

Jesus Cristo ressurreto, falando a João. Por que, escrever? Não bastaria que mostrasse o que queria a João e ele transmitisse oralmente? Pelo menos duas razões fazem o texto necessário. Alcance e fidelidade.

Enviando um escrito a cada igreja destinatária, o apóstolo “iria” a todas; e o escrito tolheria que se acrescentasse coisas espúrias.

Quando duas ou mais partes fazem um trato, comercial, matrimonial, por que se registra um contrato? Porque as pessoas são voláteis infiéis; mudando circunstâncias mudam interesses; bem poderiam desdizer o que tinham dito, se, não fosse o testemunho leal de um escrito.

Portanto, os que esposam a tradição oral como igual ou superior às Escrituras, são os que, vendo a seriedade que implica pertencer a Cristo, querem “rasgar” o contrato segundo suas rasteiras conveniências.

Nos dias Dele, alguns já faziam; “... invalidais o mandamento de Deus para guardardes vossa tradição.” Mc 6;9