“Lembra do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais venhas a dizer: Não tenho neles, contentamento.” Ecl 12;1
Na verdade, não é comum em nenhum homem, de qualquer idade, a propensão à obediência espiritual, por causa das tendências à que a carne ficou sujeita após a queda. “Porque a inclinação da carne é inimizade contra Deus; pois não é sujeita À Lei Dele, nem pode ser.” Rom 8;1 Carecemos nascer de novo.
Malgrado, a desobediência seja uma inclinação natural, pois, nos dias da juventude essa inclinação se mostra mais pujante ainda. Em geral somos refratários aos conselhos; aprendemos com os erros, mais do que, com os ensinos.
Deixamos para depois, coisas cuja execução demandem algum peso, renúncia. Me ocorrem três motivos para a procrastinação: Preguiça, presunção e vaidade. Todas com assessoria da oposição.
O preguiçoso “empurra com a barriga”, como se estivesse deixando para depois, coisas que sequer pretende fazer. Contra esse fugitivo da responsabilidade está dito: “Ó preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu sono? Um pouco a dormir, outro a tosquenejar, um pouco a repousar de braços cruzados, assim sobrevirá tua pobreza como o meliante; e tua necessidade como um homem armado.” Prov 6;9 a 11
Diz ainda mais: “Por muita preguiça se enfraquece o teto; pela frouxidão das mãos, a casa goteja.” Ecl 10;18 Não existe oração contra a preguiça; ela deve ser expulsa a chutes. “Vai ter com a formiga ó preguiçoso!”
A presunção é derivada da falta de noção, quando o homem trata coisas que não estão em seu domínio, como se estivessem. Tiago aconselha: “...vós que dizeis: Hoje ou amanhã iremos a tal cidade, lá passaremos um ano, contrataremos e ganharemos; digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã; porque o que é vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco depois se desvanece; devíeis dizer: Se O Senhor quiser, se vivermos faremos isso ou aquilo. Agora vós gloriais em vossas presunções; toda glória tal qual essa, é maligna.” Tg 4;13 a 16
Assim o presunçoso procrastina deixa para amanhã, sem sequer saber se haverá um amanhã para ele. Quantos projetos deixados para o porvir, para os quais, o devir nunca chegou? Mesmo o convite à salvação, sempre deve ser apresentado com certa urgência, algo a ser decidido no presente; “Ouvi-te em tempo aceitável, socorri-te no dia da salvação; eis aqui, agora, o tempo aceitável, eis aqui agora o dia da salvação.” II Cor 6;2
Por fim, a vaidade. Parece estranho que alguém deixaria para depois, algo importante, apenas para alimentar um vício tão fútil. Nesses casos, as pessoas não procrastinam por que não queiram fazer, como o preguiçoso, ou por se acharem donas do tempo, como o presunçoso. Vulgarmente dizemos que as pessoas “fazem doce, valorizam”, quando retardam suas respostas às coisas que desejam. Esse erro pode ser fatal também.
Nos cânticos encontramos: “Eu dormia, mas meu coração velava; eis a voz do meu amado que está batendo! Abre minha irmã, meu amor, minha pomba, imaculada minha; porque minha cabeça está cheia de orvalho, meus cabelos das gotas da noite. – Já despi minha roupa, como a tornarei a vestir? Já lavei os meus pés, como os tonarei a sujar? O meu amado pôs sua mão pela fresta da porta, minhas entranhas estremeceram por amor dele. Me levantei para abrir ao meu amado, mas ele já tinha se retirado, tinha ido; a minha alma desfaleceu quando ele falou, busquei-o e não o achei; chamei-o e não me respondeu.” Cant 5;2 a 6
Deixando as coisas do coração, a apreciando as do espírito, quantas almas se comovem ao ouvir a voz de Jesus? Mas, sempre tem algum problema que “impede.” A mulher do exemplo, tinha se lavado já, estava em vestes de dormir; não abriu mesmo querendo. Porém, quando o fez era tarde demais.
Mais um “deixar para depois” cujo depois não veio; não, como desejado. O Eterno adverte: “Clamarão a Mim mas Eu não responderei; de madrugada Me buscarão, porém não me acharão. Porque odiaram o conhecimento, não preferiram o temor do Senhor.” Prov 1;28 e 29
Por isso o conselho: “... Hoje se ouvirdes a Sua voz, não endureçais os vossos corações...” Heb 3;15 Ou num sentido mais amplo, “Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos em que venhas a dizer: não tenho neles, contentamento.”
Jeremias reportou a triste sina dos que deixaram as ocasiões propícias passar, e estavam perdidos; “Passou a sega, findou o verão, e nós não estamos salvos.” Jr 8;20 Resta um pouquinho de tempo ainda; como o usaremos?
Com certeza a procastinação é um inimigo silencioso e subestimado,infelizmente este é um caminho pelo qual muitos sucumbirão.
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