sábado, 16 de novembro de 2024

O Estado laico


“... Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.” Mat 22;21

Alguns veem aí, a separação entre Estado e Igreja, algo que teria sido ensinado por Cristo. “O Estado é laico!” Apressam-se os que têm ojeriza à Lei de Deus.

Atrevo-me a pensar que a autonomia humana em relação ao Criador, que deu azo ao Estado laico é um pouco mais antiga. Nasceu no Éden, onde a oposição assoprou ao primeiro casal: “Vós sereis como Deus, sabendo o bem e o mal”.

Como a “independência” humana dependia da desobediência sugerida, invés de laico, ficaria mais correto se disséssemos: O Estado é ímpio; alienado ao Criador. Assim, a laicidade tem a idade da humanidade, que mesmo citando Deus quando convém aos seus interesses, apressa-se a negá-lo, quando a conveniência muda.

Como toda a humanidade caíra pela ideia aquela, O Criador escolheu um povo, para que fosse um “enclave” dos Céus sobre a Terra. A eles disse: “Vós Me sereis um reino sacerdotal e povo santo; estas são as palavras que falarás aos filhos de Israel.” Ex 19;6

As leis desse reino deveriam chamar atenção pela superioridade em relação aos demais. “Guardai-os, pois, e cumpri-os, porque isso será vossa sabedoria e entendimento, perante os olhos dos povos que ouvirão todos esses estatutos e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida.” Deut 4;6

Essa honra demandava duas ações; guardar os mandamentos e cumprir, as coisas acabaram não acontecendo. Passados alguns anos, a ideia do “estado Laico” voltou à baila. Deus governava diretamente Seu Povo, mediante líderes que escolhia; nos dias de Samuel, disseram que queriam um rei como as nações vizinhas.

Invés de serem expoentes do Divino Saber e Justiça, conforme o projeto, queriam ser como os demais povos alienados do Eterno. Quando, após ouvir tal pleito Samuel sentira-se rejeitado, O Senhor pontuou: “... não têm rejeitado a ti, antes, a Mim têm rejeitado, para Eu não reinar sobre eles.” Deixar de obedecer ao Criador, por um rei humano era crescer para baixo, como rabo de cavalo; o povo preferiu assim. A ideia do Estado laico não foi derivada de Cristo.

Seus opositores o queriam apresentar como um sedicioso, inimigo de César, uma vez que dizia ser Rei. Mais de uma vez, ensinou: “Meu Reino não é desse mundo”. Dos Seus servos, disse: “Não são do mundo, como Eu do mundo não Sou.” Seu Reino é algo superior; não impede de obedecermos às leis terrenas, que não afrontam a Deus. Pague o devido tributo! “Dai a César o que é de César!”

“... a Deus, o que é de Deus.”
Não esquecer que os governos humanos são uma concessão dos Céus, não uma alternativa. Quando Pilatos se jactou do seu poder O Salvador o situou: “... Nenhum poder terias contra Mim, se de cima não te fosse dado...” Jo 19;11

Nos anos noventa, a revista Veja publicou uma pesquisa onde 98% das pessoas diziam crer em Deus. Atualmente o percentual deve ser menor. Entretanto, ainda alto. Todavia, na hora de legislar, esses que “creem em Deus” não têm pejo de o fazer contra as diretrizes Dele.

Se, O Reino de Deus permite que obedeçamos às leis terrenas também, em caso dessas conflitarem com as Divinas, nenhuma dúvida deve restar sobre a melhor escolha; “... julgai vós se é justo, ouvir antes a vós do que a Deus.” Atos 4;19

Assim quando uma pretensa lei obra a serviço da maldade, nós que tememos ao Senhor devemos lembrar que temos leis superiores, que se contrapõem aos sofismas e casuísmos humanos. “Porventura se associa contigo o trono da iniquidade, que forja o mal a pretexto de uma lei?” Sal 94;20

Então, os que pretendem legislar afrontando os Divinos mandados, invés de dizer que o Estado é laico, vão direto ao ponto: O Estado é ímpio.

Cansa ouvir papagaios que aprenderam repetir fonemas que ouviram, como se isso significasse falar, entender. As redes sociais dessas aves estão cheias de citações a Deus e suposta intimidade com Ele. Porém, esteja em voga algum interesse rasteiro, presto formam fileira ao lado do canhoto, mostrando, assim, a qual “Deus” estão alinhados.

O Estado deve representar a totalidade dos cidadãos, priorizado a vontade da maioria. Se essa diz crer em Deus, que mal tem se as leis criadas estiverem alinhadas às Divinas? Não seria o esperável?

O Estado laico não deve impor questões de fé por força de leis, tampouco, ignorar que a fé faz parte da vida dos que legislam, refletindo-se, necessariamente, nas coisas que aprovam ou reprovam.

As coisas de César se resolvem no âmbito das moedas; as de Deus, não são tão rasteiras assim.

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