domingo, 17 de novembro de 2024

Faze isso


“... respondeste bem; faze isso e viverás.” Luc 10;28

Um mestre da Lei perguntara ao Senhor sobre como herdar a vida Eterna, ao que, O Salvador redarguira: “O que está escrito na Lei? Como lês?” v 26 “... amarás ao Senhor teu Deus de todo o coração, toda a tua alma, todas tuas forças e entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.” V 27 Então, Cristo concluiu: “... respondeste bem; faze isso e viverás.”

A barreira para servir a Deus não está no âmbito do entendimento. As pessoas mais simples conseguem compreender o básico para salvação. Por isso, O Senhor não se preocupou e chamar aos mais instruídos, embora tenha usado alguns. Aos líderes religiosos da época disse: “Publicanos e meretrizes entram adiante de vós no Reino dos Céus...” Mat 21;31

Um dos poucos letrados escolhidos, Paulo, pontuou: “Porque vede, irmãos vossa vocação, não muitos sábios segundo a carne, nem muitos poderosos ou nobres que são chamados; mas Deus escolheu as coisas loucas desse mundo para confundir às sábias, escolheu as coisas fracas, para confundir as fortes; as coisas vis desse mundo as desprezíveis, as que não são, para aniquilar às que são.” I Cor 1;26 a 28

Responder bem, a maioria consegue, como o mestre da Lei que vimos. A questão é quando devemos passar da mera resposta, para o “faze isso.”

Vulgarmente se diz que, de médico e louco cada um tem um pouco; pois, de teólogo também. Muitos conhecem as receitas do que agrada a Deus e do que não. Agora, beber das soluções que receitam, não é a prática comum.

Eis um grande problema! O conhecimento é “inofensivo” quando não ousa nada além da academia do intelecto, na qual, se exercita em sua ginástica, para fazer boa figura, onde os músculos tatuados dos “sarados” em conhecimento costumam desfilar.

O “cristianismo” de performance, de tiradas perspicazes para “cortes” nas redes sociais, para engajamento dos consumidores dessas coisas, nem sempre se mostra eficaz na hora o “faze isso.” Basta ver a pujança virtual da “virtude” e o deserto da mesma na vida real, para ter essa conclusão como necessária.

O Salvador condicionou a ventura dos que sabem as coisas certas, à prática das mesmas; “Se sabeis estas coisas, bem aventurados sois se as fizerdes.” Jo 13;17

E, há uma diferença grande entre tropeçar por estar no escuro, e chutar uma pedra de propósito vendo-a. Ambas as situações são tratadas na Palavra de Deus. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” Prv 4;19 “... se fôsseis cegos não teríeis pecados, mas como agora dizeis: vemos; por isso o vosso pecado permanece.” Jo 9;41

Desse modo resulta que, a ignorância nas coisas espirituais é uma atenuante; e o conhecimento, um agravante. Daquele que mais recebeu, mais será requerido.

Não significa que erros cometidos na ignorância não sejam erros, nem que o escuro seja um bom lugar para se ficar. Apenas, que Deus nos trata com brandura quanto ao que desconhecíamos, mas nos faz conhecer o necessário e nos desafia a agir conforme o que Dele aprendemos. “Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam.” Atos 17;30

A luz espiritual é uma informação; nosso modo de agir é que expõe a reação ao que vemos nessa área. A eficácia do que Jesus Cristo Fez, a regeneração espiritual alcança apenas aos que ousam andar conforme; “Se andarmos na Luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e O Sangue de Jesus Cristo, Seu Filho, nos purifica de todo pecado.” I Jo 1;7

Em última análise, pois, não são os nossos lábios que dizem a quem servimos, a quem pertencemos; antes, nossas atitudes. “Não sabeis que, a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis; ou, do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16

Como vimos no princípio, amar a Deus e ao próximo resume toda a Lei Divina, no Antigo e no Novo Testamento. E o amor também é um estranho no reino das palavras, embora mui propagado por lá. Em relação a Deus costuma ensejar obediência, adoração; atinente ao semelhante, forja empatia, misericórdia, socorro, isonomia.

É lugar comum entre os cristãos que a fé sem obras é morta. Todavia, muitos acham que caridade resume as obras necessárias. Não. Faz parte. 

Entretanto, tudo o que professamos com nossos lábios, deve ser confirmado na arena das atitudes. Senão, nossa luz será inócua como as que o vulgo usa no Natal. Enfeita fachadas por um pouco, depois dorme em caixas empoeirados, nas garagens e porões.

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