domingo, 17 de novembro de 2024

Os santos


“... santidade convém à Tua Casa, Senhor, para sempre.” Sal 93;5

Santo; vulgarmente, uma pessoa piedosa, que após a morte realizaria milagres; o que ensejaria, ser “Canonizado” uma vez comprovados os supostos milagres; essa concepção é espúria, totalmente profana.

Objetos dedicados exclusivamente a Obra do Senhor, vestes sacerdotais, oferendas, etc. eram coisas santas. Qualquer emprego para fins alheios significava profanar, macular o que deveria ser exclusivo. 

Belsazar perdeu seu reino em Babilônia, quando profanou utensílios sagrados. “... te levantaste contra O Senhor do Céu, pois, foram trazidos a tua presença os vasos da Casa Dele; tu, teus senhores, tuas mulheres e concubinas bebestes vinho neles...” A causa da queda do reino entregue através de Daniel.

Quando somos desafiados a viver em santidade, significa separados do mundo, nas coisas que conflita com as do Senhor. Separação espiritual e de valores, não, geográfica. “Bem aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.” Sal 1;1

Ninguém precisa operar milagres; somos desafiados a ser santos em vida; para tanto, basta viver o “milagre” da obediência e consagração; tal separação estará honrando ao Senhor. Pedro reitera um mandado que vem desde antes: “Porquanto, está escrito: Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;16

Santificação não é opção; antes, uma necessidade para os que anseiam ver a Deus; “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual, ninguém verá O Senhor.” Heb 12;14 “Bem aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.” Mat 5;8 Se, santificação e limpeza de coração são similares, isso facilita a compreensão.

Não apenas os servos, também os locais de culto devem ser santos. “... Santidade convém à Tua Casa...” O Sábio exortou a não irmos a ela, de modo irreverente, paroleiro, descuidado. “Guarda teu pé quando entrares na Casa de Deus, porque chegar-se para ouvir é melhor que oferecer sacrifício de tolos, pois, não sabem que fazem mal. Não te precipites com tua boca, nem teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Ele está nos Céus, tu, sobre a terra; pelo que, sejam poucas tuas palavras.” Ecl 5;1 e 2

Não faltarão críticos para concluir biblicamente que somos templos do Espírito Santo, que a adoração que O Pai requer é em espírito e verdade, não em locais específicos. Como se, tais coisas elementares para quem conhece a verdade, fossem uma profunda descoberta teológica, eliminassem a necessidade de congregar; liberassem os filhos da Nova Aliança, da necessidade de santificação.

Está na moda a defesa dos “desigrejados”, derivada das “platitudes” espirituais criticadas. Ora, Ekkésia, de onde derivou Igreja, é a palavra grega para assembleia. Como poderia dizer alguém, “igreja somos nós”, cada um em particular? Como diria o humorista André Damasceno, alguns têm um jeito singular de falar no plural.

Pois, se cada um em si, é uma igreja, assembleia, reunião, congregação, já não é um; são muitos. O exemplo bíblico de “multidão” num só é o do endemoniado gadareno, no qual havia uma “legião de demônios.” Os santos são chamados a fazer parte de um rebanho, após a Voz do Bom Pastor. O fazem habitados pelo Espírito Santo, não por miríades de espíritos imundos. “... Santidade convém à Tua casa...”

Qualquer ambiente, não importa o propósito original pelo qual foi construído, se, consagrado para a Obra do Senhor, torna-se “igreja”, no sentido de exclusividade para as coisas santas serem ali tratadas. Uma assembleia dos que temem ao Senhor se reunirá ali periodicamente para servi-lo; isso é de alta relevância.

Foi quando, chegando no templo, a “Igreja” da Antiga Aliança, tendo o achando eivado de mercadores invés de adoradores, que O Senhor ardeu em zelo, e colocou os vendedores a correr, virando suas mesas. A exclusividade original da “Casa de Oração”, havia sido usurpada, e profanada de modo a se tornar um covil de ladrões. O mesmo desvio de função ainda ocorre muito, infelizmente; onde, lugares que deveriam ser de uso exclusivo das coisas do Senhor, acabam, convertidos em feiras de miscelâneas góspeis várias, segundo os interesses rasos dos mercadores atuais.

O lugar mais restrito da Antiga Aliança era chamado de Santo dos Santos; para uso exclusivo do Sumo Sacerdote. Naqueles dias eram “santificados” pelo sangue de animais; nós fomos, pelo de Cristo.

Aos que barateiam a Graça, resta a questão: “Quebrantando alguém a Lei de Moisés, morre sem misericórdia pela palavra de duas ou três testemunhas; de quanto maior castigo será julgado merecedor, aquele que pisar O Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança, com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10;28 e 29

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