“Porque o homem maligno não terá galardão; a lâmpada dos ímpios se apagará.” Prov 24;20
“O homem maligno...” a ideia que o homem não seja basicamente bom, fere suscetibilidades. Em geral, as pessoas presumem que são boas, mesmo enquanto planejam um crime; ou, o executam. Aqueles com os quais os bandidos se identificam são “sangue bom”; os demais, apenas manés.
A “régua” desses, não costuma ir acima das próprias inclinações; assim, aos que eles gostam, aprovam, a despeito das consequências do agir dos tais ante terceiros; e aos que desgostam reprovam, com a mesma inconsequência.
Ainda que não expressem a ideia, necessariamente, em seus corações negam a existência de Deus e Seu direito de arbitrar sobre valores, limites, escolhas. “Apartam seu coração do Senhor, fazem da carne mortal o seu braço.” como amaldiçoou Jeremias. Cap 17;5
O agir totalmente alheio ao Criador, é uma forma de dizer mediante ações, que descrê, ou não se importa com Ele. “Disse o néscio no seu coração: Não há Deus. Têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras, não há ninguém que faça o bem.” Sal 14;1
Deus define a alienação voluntária dos autônomos como maligna, porque é derivada do maligno mor.
Pois, há um “dito” que é mais no íntimo, no coração, não carece de palavras; o mero modo de agir permite que se “ouça.”
Logo, por mais que a sociedade tente dourar a pílula dizendo que nascemos basicamente bons e eventualmente, más companhias nos desvirtuam, ou a sociedade nos corrompe, A Palavra de Deus não costuma usar esses subterfúgios que atinam mais aos paladares que à saúde dos que ouvem. De outra forma: desejam agradar, mais do que revelar a verdadeira situação.
A revelação Divina coloca o dedo na ferida; adverte que não há um justo sequer, e deixa patente que a mensagem de salvação busca por homens malignos, que precisam ser mudados na forma de pensar; depois, no agir. “Deixe o ímpio os seus caminhos, o homem maligno os seus pensamentos, e se converta ao Senhor; que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque É Grandioso em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vosso, nem vossos caminhos os Meus, diz O Senhor.” Is 55;7 e 8
“Porque o homem maligno não terá galardão...” O galardão é uma recompensa que alguém recebe do Senhor, quando, por algum motivo O Santo galardoador entende que deve premiar, recompensar determinada pessoa.
Como o homem maligno desconsidera a existência de Deus em seu agir, natural que se baste, e não busque nada de cunho espiritual, em Deus.
Ele reserva recompensa para os que O buscam, por Nele crer; “Ora, sem fé e impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que de Deus se aproxima, creia que Ele existe e É galardoador dos que O buscam.” Heb 11;6
Quem ousar buscar ao Senhor, deverá fazer nos termos Dele. Não é próprio dos malignos, reconhecerem outro poder, além deles mesmos.
Os Divinos termos são categóricos: “Confia no Senhor de todo o teu coração, não te estribes no teu próprio entendimento; reconhece-o em todos os teus caminhos e Ele endireitará as tuas veredas; não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isso será saúde para teu âmago e medula para os teus ossos.” Prov 3;5 a 8
“... a lâmpada dos ímpios se apagará.” A Palavra ensina qual lâmpada é essa: “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor; que esquadrinha todo o interior, até o mais íntimo do ventre.” Prov 20;27
Num sentido a “lâmpada” é dos ímpios, posto que são os responsáveis pelo cuidado com ela; mas, em última análise, a lâmpada é do Senhor; Ele preside sobre as vidas, tem poder e autoridade para decidir quem vive e quem morre; isso até em âmbito espiritual, eterno.
Mesmo em homens malignos, caídos, uma centelha da criação original ainda palpita, na consciência, tentando coagir a ação rumo às coisas que O Criador aprova. Porém, findos os dias da vida terrena, para quem não os aproveitou segundo o propósito do Criador, “xeque-mate”, “game over”, a lâmpada se apaga.
Nosso limite de tempo e espaço, é uma dadiva do Eterno com um fim específico: “De um só sangue (Deus) fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra; determinando os tempos, já dantes ordenados e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se, porventura tateando O pudessem achar, ainda que não está longe de cada um de nós.” Atos 17;26 e 27
Nada adiantará Ele estar perto, enquanto nosso coração maligno preferir ficar longe. Com os que se arrependem, a comunhão é restaurada, o galardão do novo nascimento é imediato.
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