quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Morrer por amor


“Por amor de ti somos mortos todo dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro.” Sal 44;22

O relacionamento do homem com Deus requer uma intensidade maior que palavras, uma entrega irrestrita, que despreza até o amor pela vida.

O vero amor é apresentado como mais forte do que a morte. “... ainda que alguém desse todos os bens da sua casa pelo amor, certamente o desprezariam.” Cant 8;7 Paulo pontuou como insignificante entregar vida até, se o motivo não fosse o amor; “... ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, se não tivesse amor, nada disso me aproveitaria.” I Cor 13;3

O apóstolo pontuou que nosso relacionamento com Cristo requer uma identificação com Ele até à morte; “Ou não sabeis que todos os que fomos batizados em Cristo, fomos batizados na Sua morte?” Rom 6;3

O Salvador também colocou a “perda” da vida como indispensável, para herdarmos a vida eterna; “Porque aquele que quiser salvar sua vida, perdê-la-á; quem perder sua vida por amor de Mim, achá-la-á.” Mat 16;25

Antes que alguém mais suscetível conclua que estou sendo muito dramático, cabe lembrar que a preocupação com a verdade deve ser maior que, com as inclinações naturais.

A epístola aos Hebreus foi endereçada a um povo que começara vigorosamente, abrira mão das suas posses até, por amor a Cristo.

Passado o calor emocional, tendo que lidar com a realidade das perseguições, muitos estavam duvidando do cuidado Divino. O mesmo risco corremos, de abraçar uma “fé” meramente emocional, que depende do calor do momento e do concurso de muitos outros. Cristo equacionou tal postura a uma semente caída entre pedras; que nasceu rápido e igualmente rápido, secou. O amor veraz não é uma planta ordinária assim.

Adiante, (voltando aos hebreus) A Palavra de Deus traz imenso rol de pessoas que perderam suas vidas pela fidelidade ao Senhor, a chamada “Galeria dos Heróis da Fé” no capítulo 11; isso significaria que Deus não os amara? Por que permitira tais sofrimentos? Paulo ensina: “Se esperarmos em Cristo apenas nessa vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19 Aqueles apostaram as fichas na Integridade Divina que por amor os chamou a um plano eterno; por que se agarrariam à vida aqui, como se fosse tudo que tinham? Negariam à fé, se o fizessem.

Pois, aquele povo que estava dando sinais de esfriamento na fé; a verdade lhes foi enviada, não motivações vazias, ao estilo dos coachs; foi-lhes dito, na contramão dos desigrejados da moda: “Não deixando nossa congregação, como é costume de alguns, antes, admoestando uns aos outros, tanto mais, quanto vedes que vai se aproximando aquele dia.” Heb 10;25

A necessária exortação à perseverança, reiterada; “Não rejeiteis, pois, vossa confiança, que tem grande e avultado galardão; porque necessitais de paciência para que, depois de haverdes feito a vontade de Deus, possais alcançar a promessa.” Heb 10;35 e 36

Depois de feita a vontade Dele; tendemos a colocar nossas vontades antes, o que mostra amor próprio, não amor a Deus; afinal, “... o amor, não busca os próprios interesses...” I Cor 13;5

Aos que achavam sua sina demasiado dura, um cotejo que os heróis aqueles para que pudessem entender que estavam reclamando por menos que eles suportaram, por amor a Deus. “Ainda não resististes até o sangue, combatendo contra o pecado.” Heb 12;4 Aqueles foram mortos por seguirem fiéis.

Por isso, o amor a Deus não é um habitante do reino das palavras; requer um comprometimento cabal, da própria vida, se necessário. “... se alguém Me ama, guardará Minha Palavra e Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23

A sina de perder a vida por Cristo não é uma saga remota, epopeia superada que só é contada para servir de motivação; infelizmente nos dias atuais, muitos são mortos ainda, em países como Indonésia, Nigéria, Gabão etc. onde radicais de outra fé tentam calar aos que creem em Cristo.

Na presente geração que busca sucesso, não salvação; que prefere motivação à verdade, anseia por aplausos, não por conselhos, e busca as visões insossas dos falsos profetas invés da Palavra de Deus, quantos serão capazes de entregar a vida para seguir fiéis, quando a prova cabal vier?

Por enquanto a rejeição inda é branda. Cultural. Somos o “Gado, os radicais, fundamentalistas, negacionistas...” Quando o sistema resolver acabar com os que se recusam a se alinhar, com seus “pecados sociais e intolerância”, por ter uma fé peculiar, diferente da ecumênica, então, nosso amor será provado às últimas consequências.

A fidelidade Divina estará no lugar de sempre: “... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Apoc 2;10 e a nossa?

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