“Toda a boa dádiva, todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em Quem não há mudança, nem sombra de variação.” Tg 1;17
Os que pretendem “atualizar” à Divina Palavra, talvez careçam ler com mais atenção, versos como esse.
Diferente das lojas de venda a distância, que, dentro de determinado prazo se dispõem a devolver o dinheiro, em caso de insatisfação do comprador, nas coisas oriundas do alto isso não é necessário nem possível, por duas razões: a) são dádivas, dons; portanto, não recebem nenhum dinheiro em troca; b) são boas, perfeitas, não carecendo de reparo nenhum.
Em geral as coisas imanentes são usadas como pano de fundo na didática das transcendentes. O que são as parábolas, alegorias, símiles e metáforas, senão, exemplos disso? Cenas ordinárias da vida agropastoril de então, foram usadas pelo Senhor, para tipificar as de cunho espiritual. “Pelo fruto se conhece a árvore;” “tudo que o homem semear, isso ceifará”, a Parábola da ovelha perdida, do filho pródigo etc. são exemplos de coisas cotidianas, que foram usadas visando incutir neles a compreensão das eternas.
Mesmo quando os fariseus se dispunham a censurar O Salvador por curar enfermos nos sábados, Jesus expunha a farsa deles usando esses mesmos exemplos: “... hipócrita, no sábado não desprende da manjedoura, cada um de vós seu boi, ou jumento e não o leva a beber?” Luc 13;15 Assim como um animal é importante para vós, são as pessoas para Mim; era a mensagem do Senhor.
As objeções espirituais deles, refutadas de modo paralelo no apreço ordinário das ações corriqueiras os deixava sem argumentos. Se há uma qualidade ímpar que a vera sabedoria tem, é a simplicidade.
Tanto que, Paulo exortou: “Mas temo que, assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, sejam de alguma forma corrompidos os vossos sentidos, e se apartem da simplicidade que há em Cristo.” II Cor 11;3 Em Cristo, sim, é sim; não, é não; luz, é luz; trevas, são trevas; nada poderia ser mais simples, nem sadio.
A necessidade de “contorcionismos teológicos”, matizes de sofismas onde bastariam as nuances simples da verdade, são características de apóstatas, que precisam vestir suas perversões da verdade com vestes sofisticadas, para que façam “boa figura” parecendo o que não são.
Quando alguém olha no espelho, por exemplo, caso não gostar do que vir, dará um “tapa no visual”, para que, aquilo, cujo parecer desagradou melhore; ninguém, exceto um louco, discutiria com o espelho, sugerindo que ele mostre algo diferente da realidade.
Pois, A Palavra de Deus é o “Espelho” que reflete fielmente as nossas almas. Como, “... os loucos desprezam a sabedoria e a instrução”; Prov 1;7 Invés de “melhorarem os visuais” adequando os modos de viver à Palavra de Deus, se revoltam contra essa, e o “mal estar” que sua mensagem enseja. O Salvador expôs o motivo: “... a luz veio ao mundo; os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más; todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20
Escrever coisas filosoficamente profundas, socialmente palatáveis, pela submissão ao “politicamente correto”, não, À Palavra de Deus, é fácil. Há muitos que são hábeis nessas coisas por aí.
Há diferença entre o que forja músculos no labor, e outro que os desenvolve no ar condicionado de uma academia. Não me refiro ao físico estritamente, que pode ficar mais belo no último caso; mas, aos processos; um vinculado ao trabalho e seus frutos probos; outro, sem necessidade disso, bastando a vaidade e seus objetivos dúbios.
Assim, um apto escritor, destro orador, certamente faz melhor figura que um simplório. Todavia, aquele que se expressa de modo limitado, e entende apenas coisas simples, se as obedece, tem melhores “músculos” que o hábil retórico, cuja aptidão não lhe molda o ser.
Nos dias de Jeremias já havia destros escritores tentando sofisticar para substituir à Palavra de Deus; “... Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas; os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram A Palavra do Senhor, que sabedoria, pois, têm?” Jr 8;8 e 9
Invés de “atualizar” à Palavra, foi lhes dito que reaprendessem veredas esquecidas; então, era como agora; a simplicidade, não a sofisticação é que melhor fala acerca do “Pai das luzes.” “Assim diz O Senhor! Ponde-vos nos caminhos e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele, achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos.” Jr 6;16
Desconfiemos dos que se propõem a melhorar os “dons perfeitos”; em geral, são maus, disfarçados, que se recusam a ser melhorados.
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