“sabe, porém isto; que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos.” II Tim 3;1
Depois de dizer isso, Paulo alistou dezenove características dos homens ímpios que haveria nos últimos dias; cruéis, blasfemos, traidores, infiéis, hipócritas, amantes de si mesmos... cuja existência faria desses dias, tempos trabalhosos.
Geralmente temos a perspectiva de trabalhar como sendo laborar em alguma coisa, carregar, transportar, produzir, construir, comerciar, organizar, classificar, reportar, plantar, colher, ensinar... enfim, nossa ideia comum de trabalho engloba o exercício ativo; está alinhada a fazer alguma coisa.
Entretanto, os “tempos trabalhosos” denunciados por Paulo, mais que, fazermos qualquer coisa, demanda que soframos, suportemos o concurso dos maus; esse “trabalho” é mais pesado que outros que requerem de nós, força ou conhecimento para a execução dos mesmos. Sempre se mostra mais fácil à nossa natureza, sermos agentes, que, pacientes.
O convívio forçado com gente de má conduta nos dias de Ló, ensejou angústias, aflições a ele, que era de outra índole. “Porque esse justo, habitando entre eles, todos os dias afligia sua alma justa, pelo que via e ouvia, sobre suas obras injustas.” II Ped 2;8 O pior desse tipo de “trabalho” é que nos cansamos sem produzir nada; nem surge a sensação que, o trabalho necessário está feito. Não há recompensa, fruto; apenas, peso.
No entanto, nesse mundo dual, de luz e trevas, vida e morte, verdade e mentira, por termos sido chamados por Deus, isso requer de nós, suportar o concurso dos maus, sem nos distanciarmos do Pai nem, nos tornarmos como eles.
Tendo O Senhor criado tudo o que há em seis dias, “descansou” no sétimo; uma maneira antropomórfica de dizer que no sétimo O Senhor não criou nada, apenas contemplou o que fizera, “Não sabes, nem ouvistes que O Eterno Deus, O Senhor, O Criador dos fins da terra, não se cansa nem se fadiga? É inescrutável Seu entendimento.” Is 40;28
Uma vez que, depois de tudo criar, prescreveu “leis” para as coisas criadas; “Reproduza conforme sua espécie.” Bem poderia, O Criador ter tirados férias indefinidamente. Contudo, não fez assim: O Salvador ensinou: “... Meu Pai trabalha até agora, e Eu trabalho também.” Jo 5;17
Qual seria o trabalho do Senhor atualmente? Ele queixou-se certa vez: “Não me compraste por dinheiro cana aromática, nem com a gordura dos teus sacrifícios me satisfizeste; mas me deste trabalho com teus pecados, e me cansaste com tuas iniquidades.” Is 43;24
Vemos, pois, que nossos pecados dão trabalho ao Pai; nossas reiteradas escolhas pelo erro, o “cansam”, não no sentido de exaustão, como acontece com os corpos físicos; mas, no de enfado, frustração por ver nossa resiliência no mal, a presidir nossas escolhas. Mesmo que, a rigor façamos mal contra nós mesmos, “... estes, armam ciladas contra o seu próprio sangue; espreitam suas próprias vidas; são assim as veredas de todo aquele que usa de cobiça; ela põe a perder a alma dos que a possuem.” Prov 1;18 e 19
“Cansamos” ao Eterno, no Seu desprazer de ver aos que ama, escolhendo a perdição. “Vivo Eu, diz O Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio; mas em que o ímpio se converta do seu caminho e viva. Converte-vos, convertei-vos dos vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel?” Ez 33;11
Por fim, nossos pecados nos cansam também, embora aquele que preside sobre a sina dos que escolhem pecar, os tenha cegado para que não logrem discernir as causas reais das suas fadigas.
Por isso, ao que liberta pela Sua Palavra, O Salvador alivia desses pesos, que são consequências de um “trabalho” inglório, danando a si mesmo e entristecendo ao Criador, dando desgosto a Ele.
Embora proponha um “jugo”, instrumento de trabalho, O Salvador chama a si para dar descanso a quem O ouvir; “Vinde a Mim todos os que estais cansados e oprimidos e Eu vos aliviarei; tomai sobre vós o Meu jugo e aprendei de Mim que Sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas; porque o Meu jugo é suave, e o Meu fardo é leve.” Mat 11;28 a 30
Malgrado, o trabalho físico nos seja uma necessidade, um meio de obtermos o pão de modo digno, O Salvador ensinou-nos a priorizar o que tem valor maior; “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna; a qual, o Filho do Homem vos dará; porque a Este, O Pai, Deus O selou.” Jo 6;27
Os tempos trabalhosos estão em plena vigência. Todos os dias, os ímpios nos ensinam pelo exemplo, como não devem ser, aqueles que pertencem ao Senhor. “Observando os erros alheios, o homem prudente corrige os seus” Oswaldo Cruz.
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