domingo, 10 de novembro de 2024

O necessário despejo


“Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o mal.” Ecl 8;11

Como seria se o juízo fosse imediato? Bateu levou? Alguém desejasse o mal ao semelhante e o mesmo mal, imediatamente batesse à sua porta? Certamente todos seriam cuidadosos, pelo medo do fruto que acabariam colhendo em justa retribuição.

Por serem as nossas práticas derivadas da disposição dos nossos corações, para que haja uma mudança nelas é necessário que nossas fontes sejam mudadas. Isso engloba um câmbio na maneira de pensar, sentir.

A Bíblia relata exemplos de punição imediata. Quando, no estabelecimento do sacerdócio de Aarão, seus filhos, dois deles, beberam uns vinhos a mais, e ofereceram fogo estranho perante O Senhor. Ambos foram fulminados. No início da era da Igreja, Ananias e Safira mentiram solenemente aos apóstolos; também foram mortos.

Nas duas ocasiões, O Eterno estabelecia padrões de temor e santidade a serem observados em Seu culto; gente profana desprezou a solenidade e santidade devidas, diante do Senhor, e foi posta para exemplo de outros que fossem tentados a seguir as mesmas pisadas. Querem viver e agir às suas maneiras, alheios ao Todo Poderoso, que o façam; mas não nos lugares dedicados a Ele.

Entretanto, cumpridas as funções judiciais e didáticas desses exemplos, deixar patente pelo precedente, as consequências de se profanar as coisas santas, em geral, a longanimidade Divina dá tempo aos errados de espírito que reconsiderem e se arrependam. Fazendo isso, mudando de atitude, serão perdoados escaparão ao juízo de Deus.

Por coisas eternas estarem em jogo, e estarmos limitados numa redoma de tempo e espaço, O Criador faculta meios de lidarmos com o passado e o futuro. Nos dá um presente, para arbitrarmos em relação a um e outro, antes de ceifarmos os frutos das nossas escolhas.

Quanto ao passado, os muitos erros nele cometidos, podemos ser livres pelo arrependimento, e mudança de vida; no que tange ao porvir, a fé em obediência à Palavra, delineia a jornada segura; a vida eterna é oferecida a cada um, nos mesmos termos. “Na verdade, na verdade vos digo, que, quem ouve a Minha Palavra e crê Naquele que Me enviou, tem a vida eterna; não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.” Jo 5;24

Se podemos “gerir” os idos e o porvir, no que tange às nossas vidas, nenhuma consequência virá, que não seja resultante das nossas escolhas. O vitimismo não cola ante O Senhor; “De quê, se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados.” Lam 3;39

Por isso, o zelo do Altíssimo em anunciar a Boa Notícia a todos, antes de julgar cada um. “Este Evangelho do Reino será pregado em todo o mundo, em testemunho a todas as nações; então, virá o fim.” Mat 24;14

Se, em dias de graça como os que vivemos nossos erros quase nunca resultam em imediata punição, caso não sejam abandonados em tempo, as consequências serão inevitáveis. “Não aceitaram Meu Conselho, desprezaram toda Minha repreensão; portanto, comerão dos frutos dos seus caminhos; fartar-se-ão dos seus próprios conselhos; porque o erro dos simples os matará, e o desvio dos insensatos os destruirá; mas o que Me der ouvidos, habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;30 a 33

Um erro paralelo à nossa impiedade “consentida”, não julgada imediatamente, é a presunção. Geralmente a procrastinação em mudar sofre o concurso da ideia que teremos tempo para fazer isso em ocasião futura.

Quantos ignoram que a morte espreita na próxima esquina, que não terão nova oportunidade. Tiago pergunta: “... que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois desvanece... vos gloriais em vossas presunções. Toda a glória como essa é maligna.” Tg 4;14 e 16

Por isso, devemos responder ao Divino Chamado de modo imediato, como se o juízo também fosse. “... Hoje, se ouvirdes a Sua Voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação”. Heb 3;15

A ação da Palavra e do Espírito Santo visa abrandar aos corações, compungir ao arrependimento, e convencer a atuarmos segundo Deus. Resistir a isso requer um endurecimento, um categórico, não! ao Divino apelo.

Como vimos no início a dureza em relação a Deus é uma predisposição dos nossos corações. Estão alinhados à carne, que não se sujeita à Lei do Eterno; mas Cristo pelo Novo Nascimento, recria o espírito do homem, para que esse governe o coração segundo Deus.

O homem ímpio é cheio de si; o convertido despeja a esse impostor, e passa a ser habitado por Cristo; “Negue a si mesmo e siga-me.” Essa dádiva é imediata à conversão.

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