“Os tesouros da impiedade nada aproveitam, mas a justiça livra da morte.” Prov 10;2
Eventualmente deparo com postagens de bilionários gargalhando, com a legenda irônica: “Dinheiro não traz felicidade”. Rir folgadamente, qualquer humorista consegue fazer às pessoas, sem que isso signifique, necessariamente, felicidade. Porém, fica óbvio, que alguns defendem a aquisição de posses como feitoras da felicidade; descansar à sombra do dinheiro, uma grande ventura. Será?
Salomão foi o mais sábio dos humanos e riquíssimo, disse: “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas a excelência do conhecimento é que a sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12
Onde a vida for o objetivo, qual a força, o poder das posses? “Aqueles que se gloriam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles, de modo algum, pode remir seu irmão, nem dar a Deus o resgate dele; pois, a redenção da sua alma é caríssima, cessaria para sempre.” Sal 49;6 a 8
Agur cogitou até sentir inveja dos que viviam de modo ímpio, adversos à justiça, alheios a Deus, entretanto, seus bens se multiplicavam. A prosperidade dos ímpios lhe pareceu melhor conselheira, por um momento.
Depois, refez seu pensar e disse: “Se eu dissesse: Falarei assim, ofenderia a geração dos Teus filhos. Quando pensava entender isso, foi para mim muito doloroso. Até que entrei no Santuário de Deus, então entendi o fim deles. Certamente Tu os puseste em lugares escorregadios; Tu os lanças em destruição.” Sal 73;15 a 18
Sócrates o filósofo, acreditava no juízo após a morte, mesmo desprovido da revelação bíblica que temos. Defendia que as almas seriam julgadas nuas, sem riquezas, sem vestes ostentosas, títulos honoríficos recebidos na terra, nada. Apenas a relação de cada uma com a justiça seria levada em conta. Por aqui, o muito dinheiro compra grandes advogados, juízes até. Porém o juízo não será na terra, tampouco, os juízes serão os venais daqui, que, também serão réus lá.
Se, nas esferas mundanas, as aptidões culturais, a unção pela fama, posse de bens, consegue estratificar a espécie humana em “classe sociais”, separando uns e outros, para efeito do juízo final, todos estarão rigorosamente no mesmo rebanho. “Vi os mortos, grandes e pequenos que estavam diante de Deus, e abriram-se os livros; abriu-se outro livro, que é o da vida. Os mortos foram julgados pelas coisas que estavam escritas nos livros, segundo suas obras. Deu o mar, os mortos que nele havia, a morte e o inferno deram os mortos que neles havia, foram julgados, cada um segundo suas obras.” Apoc 20;12 e 13
Grandes artistas, atletas renomados, tribunos eloquentes, religiosos carismáticos, magnatas da indústria, laureados do cinema, próceres da política, etc. todos ajuntados num único rebanho, arquivados sob o mesmo selo: Mortos. Qual a utilidade, a serventia das muitas riquezas, então? A justiça livra da morte (eterna) não o dinheiro. Lá nada estará à venda, tampouco, ficará oculto.
Desde muitos dias, os manipuladores da espécie humana a dividiram entre capitalistas e comunistas; aqueles seriam os exploradores do trabalho humano, em prol de amontoarem fortunas egoístas; esses, seriam os engajados em criar a chamada justiça social, a distribuição igualitária das riquezas. A manipulação logrou lobotomias tais, que para muitos um pobre se dizer de direita, soa obsceno, embora um notório ladrão, virar presidente ao arrepio da lei, soe normal. Os campos de nudismo têm lá suas regras. Quem se vestir estará errado.
Esse sistema, defensor dos “direitos iguais” foi tentado nalgumas dezenas de países, sempre com o mesmo resultado. Empobrecimento das nações, castração dos direitos elementares, eliminação covarde das vidas dissidentes e enriquecimento de alguns donos do gado, apenas.
O uso de muito dinheiro, enseja muita força, e pode impor o domínio sobre outrem, sobre uma nação até. Mas as posses resultam inúteis onde a necessidade mais urgente é domínio próprio.
Se, sequer consigo gerir bem minha própria alma, da qual sou mordomo, porque desejaria eu, poder sobre almas alheias? “... há tempo em que um homem tem domínio sobre outro, para desgraça sua.” Ecl 8;9
Não se trata dessa coisa rasa e maniqueísta, tipo, ou ama ao dinheiro, ou detesta. Trata-se, antes, de viver equilibradamente, sem desprezar o que é necessário e valioso, tampouco, dar às coisas um peso, uma importância que elas não têm.
O mesmo Agur receitou uma escolha assim: “Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês a pobreza nem a riqueza, mantém-me do pão da minha porção de costume; para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é O Senhor? Ou, empobrecendo, não venha a furtar, e tome O Nome de Deus em vão.” Prov 30;8 e 9
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