domingo, 14 de julho de 2019

Injustiça; o peso necessário

“Melhor que uns e outros é aquele que ainda não é; que não viu as más obras que se faz debaixo do sol.” Ecl 4;3

Quem são os “uns e outros” aos quais, comparado, aquele que ainda não é leva vantagem? Vejamos: “Por isso eu louvei aos que já morreram, mais que, aos que vivem ainda.” V 2

Desse modo a sentença pode ser organizada assim: “Melhor que uns, que vivem, e outros que já morreram é aquele que ainda não nasceu e não viu as más obras que se faz debaixo do sol.”

Segundo seu raciocínio, pois, a nulidade, o não ser é melhor que a contemplação e o sofrimento do mal, da injustiça.

O mal que estava em seu escopo era a opressão de gente sem ajudadores; “... atentei para todas as opressões que se faz debaixo do sol; eis que vi as lágrimas dos que foram oprimidos que não têm consolador, e a força estava do lado dos seus opressores...” V 4;1

Salomão viu uma espécie de Venezuela e analisando tal sina pensou: Melhor jamais ter sido, que ser assim.

O Eclesiastes deve ser lido e entendido como se propõe. Mesmo sendo parte da Palavra de Deus, e inspirado seu registro, não é a Palavra de Deus, estritamente.

Nenhum especialista em teologia usa-o como fonte de doutrina. Por quê? Porque, diverso dos livros proféticos onde os escritos são atribuídos Ao Eterno, com expressões como: “Veio a mim A Palavra do Senhor... Assim diz o Senhor”, etc. O livro sapiencial deixa patente que se trata de uma busca filosófica; um sábio fazendo especulações sobre o sentido da vida. “Eu, o pregador, fui rei sobre Israel em Jerusalém. Apliquei meu coração a esquadrinhar e informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu...” Cap 1;12 e 13

Portanto, as conclusões dele são exatamente isso; não, necessariamente, Palavra de Deus.

Pois, se ao pensador pareceu vantagem não ser, a sofrer injustiças, ao Criador parece melhor treinar-nos no deserto das injustiças; depois nos fazer repousar no “Oásis” do Seu Juízo reparador. “Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos;” Mat 5;6 “Entrega teu caminho ao Senhor; confia nele; Ele o fará. Fará sobressair tua justiça como a luz, e teu juízo como o meio-dia.” Sal 37;5 e 6

O sofrimento dos justos num mundo injusto soa lógico, inevitável, necessário. “Porque é coisa agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, sofra agravos, padecendo injustamente. Porque, que glória será essa, se, pecando, sois esbofeteados e sofreis? Mas se, fazendo o bem, sois afligidos e sofreis isso é agradável a Deus.” I Ped 2;19 e 20Embora trate prioritariamente com o indivíduo, às vezes, O Eterno remove governantes injustos, para que os governados não passem à injustiça também, encorajados pelo assédio dos maus exemplos; “Porque o cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda suas mãos para a iniquidade.” Sal 125;3

Melhor que a nulidade do não ser, para não ver nem sofrer injustiças é a ousadia de ser íntegro, reto, santo, mesmo sofrendo-as. Vencer o mal com o bem, invés de pagar na mesma moeda. “Portanto, se o teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas sobre a sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 2;20 e 21

Não estamos mais nos dias da criação. Naqueles, a perfeição era possível. Agora o trabalho do Santo é de regeneração, o que torna inevitável certa amálgama de verdade com mentira, luz com trevas, justiça com injustiça; nossa purificação, também chamada de santificação é o alvo. “Tira da prata as escórias; sairá vaso para o fundidor;” Prov 25;4

Essas “escórias” (pecados) são visíveis pela Luz da Palavra. Sabedores disso, muitos preferem manter “distância segura” da mesma, do que se deixar tocar e persuadir, abandonando assim, maus hábitos dos quais gostam.

Outros até se aproximam, mas com uma timidez e reserva tais, que a Palavra lhes não resulta eficaz, pois, não ousam segui-la; “Porque, se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho o seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, e vai-se; logo esquece de como era.” Tg ;23 e 24

Melhor que uns e outros, distantes e tímidos, é o que se aproxima com coração inteiro, ousa se expor perante O Senhor; recebe Sua Palavra que purifica, regenera. A coragem de enfrentar a si mesmo vence ao Diabo e o faz servo de Deus.

“A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.” Aristóteles

sábado, 13 de julho de 2019

Amor Bandido

“Por isso não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas coisas, ainda que bem as saibais e estejais confirmados na presente verdade.” II Ped 1;12

Pedro “chovendo no molhado”, e prometendo chover mais, para que seus leitores mantivessem suas posturas rumo à salvação. Precisamos constantemente ser lembrados do que sabemos, pois, tendemos ao esquecimento das diretrizes saudáveis, cada vez que o chamado do vício nos acossa.

Tiago ensina: “Cada um é tentado, quando atraído e engodado pela própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; o pecado, sendo consumado, gera a morte.” Cap 1;14 e 15 A tentação como sub-produto da atração mediante a cobiça; por fim, a cobiça “transa” com a vontade; concebe um filho, o pecado que lhe dá um “neto”, a morte.

Conhecemos a humana tendência de desprezar coisas costumeiras, rotineiras, em favor de novidades. Até mesmo o Maná para alimentar ao povo eleito no deserto foi tido por “pão vil” por alguns insatisfeitos.

A “carne” (natureza humana) queria carne, alimento; ignorando a maravilhosa providência de ser sustentada miraculosamente no ermo.

O milagre de preservação da vida em condições tão adversas lhe parecia um direito; a satisfação de novos desejos julgava ser um dever de Deus. “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito, vida e paz. Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.”

Por causa dessa inimizade que a sadia mensagem evangélica é de reconciliação. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a palavra da reconciliação. De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse. Rogamo-vos, pois, da parte de Cristo, que reconcilieis com Deus.” II Cor 5;19 e 20

Dessa sede doentia e rebelde pelo “novo” nascem adultérios, perjúrios, roubos, enganos e toda sorte de aberrações morais e espirituais. A maioria das vezes, a única “novidade” que precisamos é coragem para enfrentarmos nossas próprias tendências fugitivas, para, finalmente, moldarmos o viver segundo a luz que já temos.

Não é intelectual nosso problema. A perversão moral que leva pessoas a sonegarem a prudência, coerência, bom siso, temperança e rumarem às coisas doentias. Elas sabem, no fundo, o que estão fazendo ao preferirem o enfermiço ao saudável, mas, agem contra o que sabem.

O Salvador denunciou esse amor bandido; “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;9 a 21

Desse entendimento retido por outra “luz”; a velhacaria que, sabendo o rumo certo opta pelo erro usando a capacidade de entender para fugir de Deus, não, reconciliar-se, O Senhor fez apreço também: “A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz; se, porém, teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6;22 e 23

Então, os ministros idôneos anunciam “Boas Novas” no escopo eterno, não, no da sede rés do chão da carne ímpia que quer apenas novidades pecaminosas segundo as próprias comichões; nada que ameace sua fortaleza de prazeres insanos e mortais.

Somos enfadonhos, pois, com essa mania repetitiva de deixarmos nossas próprias opiniões de lado, e apontarmos sempre para a Bendita Palavra de Deus. Como Pedro não nos cansamos de falar as mesmas coisas; o desafio à vida, para uma geração que em sua maioria não se cansa de desprezar aos ensinos. Mas, pelos poucos que ouvem e se deixam mudar pela Palavra, nosso labor já faz sentido.

Então, se nossas “novidades” são velhas, isso deriva da instrução que assimilamos e do fim que, almejamos para nós e para quem nos ouvir; “... Por isso, todo o escriba instruído acerca do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13;52

A rigor, todo o pecado é mais do mesmo; malgrado, as vestes novas que use, não passa de um morto bem vestido. A novidade nasce quando alguém ousa caminhar rumo Àquele que pode fazer tudo novo. “O que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.” Apoc 2;5

domingo, 7 de julho de 2019

Olhos para perto e longe

“Pois aquele em quem não há estas coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos seus antigos pecados.” II Ped 1;9

De quais coisas Pedro está falando, cuja privação nos tornaria cegos? Voltando uns passos deparamos com elas; “... acrescentai à vossa fé a virtude, à virtude a ciência, à ciência a temperança, à temperança a paciência, à paciência a piedade, à piedade o amor fraternal e ao amor fraternal, caridade.” Vs 5 a 7

Vemos que a fé sadia demanda uma leva de “acessórios” para que seja eficaz em seu propósito. A cegueira consequente da falta dessas qualidades é de um tipo específico também; “... nada vendo ao longe...” A pessoa bem pode ter olhos sagazes para as coisas de perto e ser cega para as mais distantes; os olhos da fé que atingem dimensões futuras.

A Palavra ensina: “A fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1 Em seu exercício, Moisés “... deixou o Egito, não temendo a ira do rei; porque ficou firme, como vendo o invisível.” Heb 1;27

O dito vulgar de que a fé é cega não passa de calúnia. A fé enxerga perto e longe como certos óculos de grau. Perto divisa a vida como se apresenta, bem como as necessidades próprias e dos semelhantes. Longe vê o alvo a atingir, além da recompensa pelas perdas e privações de agora; a colheita pelas boas sementes plantadas.

Alguém com uma “fé” utilitarista cujo foco se atém estritamente ao agora é o cego aquele, aludido por Pedro. Seu egoísmo imediato não permite cogitações além; malgrado as posses que usufrua é um mendigo nos valores que contam. “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Quando a Palavra ensina que é mais ditoso dar do que receber, por um lado enfatiza o valor do amor a próximo, por outro, um depósito a mais, feito para dias longínquos, o Tesouro no Céu.

Se, as necessidades dos semelhantes nos movem ocorre uma bênção concomitante em dois tempos e duas dimensões. O socorro imediato de uma carência, e os créditos às obras da fé num tempo porvir. Como bem definiu o rabino Israel de Salant: “As necessidades materiais do teu próximo, - disse – são as tuas necessidades espirituais.” Pois, a fé sadia que nos leva a fazer as coisas pela motivação certa, em Cristo, logra esse feito da bênção casada.

Para tais depósitos todos são aptos, não importando quanto possuam. Deus valora princípios, motivos, sentimentos, não metais. Quando ensina-nos que a fidelidade no pouco nos credencia ao muito, é porque na Sua escala, mesmo com pouco podemos fazer coisas de muito valor, como a viúva que ofertou duas moedas.

A uma “fé” indolente, inativa sem as qualidades alistadas Pedro chamou de estéril, ociosa. “Porque, se em vós houver e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo.” V 8

As virtudes todas preceituadas têm a ver como nosso próximo, mas o exercício nelas nos faz crescer no conhecimento de Cristo. Não da Sua aparência humana, antes, Divina, espiritual. “... ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora já não o conhecemos deste modo.” II Cor 5;16

Não é possível um conhecimento teórico do Senhor. O conhecimento prático demanda identificação com Seu Ser e Seu modo de agir.

Pois, se a fé nos permite ver ao longe, no porvir, também faculta uma visão melhor dos rumos de onde viemos, e do que fizemos quando estávamos sem O Salvador. Quando éramos “livres da justiça” soltos para pecar.

“Falo como homem, pela fraqueza da vossa carne; pois que, assim como apresentastes vossos membros para servirem à imundícia, e à maldade para maldade, assim apresentai agora para servirem à justiça para santificação. Porque, quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça. Que fruto tínheis então, das coisas de que agora vos envergonhais? Porque o fim delas é a morte.” Rom 6;19 a 21

Essa “visão periférica” dada pelos olhos da fé nos faz eternos agradecidos ao Salvador por tão grande livramento, e tão preciosas promessas porvir, a dar vida pra nossa esperança.

Vulgarmente se diz que o pior cego é o que não quer ver; mui além da intenção rasa com que se diz isso, o dito é seriamente verdadeiro. Sabendo que, ver na dimensão da fé demanda compromisso e renúncia, preferem a cegueira voluntária traindo a si mesmos. 


“... a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas que a luz, porque as suas obras eram más.” Jo 3;19

sábado, 6 de julho de 2019

O Velho de Roupas Novas

... Certo homem tinha dois filhos; o mais moço deles disse ao pai: Pai dá-me a parte dos bens que me pertence...” Luc 15;11 e 12

Inúmeras vezes discorremos ou, ouvimos, sobre a saga do filho pródigo. Seu desejo por irresponsáveis aventuras; confiança ingênua em “amigos” da fartura; desperdício quase suicida dos bens amealhados com esforço; por fim, as consequência nefastas das errôneas escolhas lançando-o na lama.

O texto inicia informando-nos que dentre dois irmãos, essa iniciativa fora do mais moço. A juventude voando lépida nas asas dos devaneios supondo que a vida seja um imenso salão de festas; ele o convidado principal.

Os desejos da mocidade são uma chama quase irresistível ao redor da qual, a alma, qual mariposa encantada pela luz voeja em círculos cada vez mais perto, até que, num descuido fatal queima as asas.

A sede por “novidades” inda que, velhas, é um mal humano. Mesmo os gregos adeptos das reflexões filosóficas por seus mestres, tinham entre o populacho esse vício tão encontrável entre nós. “Todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão, de dizer e ouvir alguma novidade.” Atos 17;21

Não que as coisas novas sejam um mal, necessariamente; muitas trazem avanços quando se trata de inventos que buscam minimizar distâncias, esforços, tempo, para se fazer ou conseguir algo.

O problema mais encontrável nas “novidades” é quando rompem cercas confiáveis de ensinos, autoridades, bons hábitos, prudência, ética; conselhos são quebrados como se, em nome do “novo” tudo aquilo que sempre fora sóbrio, respeitável deixasse de sê-lo. Contra esse tipo de novidades Salomão advertiu: “Teme ao Senhor, filho meu, e ao rei; não te ponhas com os que buscam mudanças, porque de repente se levantará sua destruição; a ruína de ambos, quem o sabe?” Prov 24;21 e 22
Se, a exortação realça o temor devido ao Senhor e ao Rei por Ele constituído, natural inferir que as mudanças em foco atentavam contra Esses Poderes. Em se tratando de valores, autoridade, doutrina, bens espirituais, nenhuma mudança é necessária, pois, sendo Deus Perfeito e Eterno, nem Seus Ensinos, nem Sua Obras carecem aperfeiçoamento. Tampouco poderiam ser reparadas por seres imperfeitos como nós.

Mediante Jeremias O Senhor advertiu: “Assim diz o Senhor: Ponde-vos nos caminhos, e vede; perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho e andai por ele; achareis descanso para vossas almas; mas eles dizem: Não andaremos.” Jr 6;16

Tanto derivamos em “novidades” que afastam do Santo, que o retorno paulatino ao centro da Sua vontade nos coloca na contramão do mundo vivendo novidades espirituais todos os dias, mesmo na rotina costumeira da vida. “... como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos nós também em novidade de vida.” Rom 6;4

Esse renovo atinge a totalidade do ser, não enseja algumas novidades pontuais; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Quando, diverso da sua Irmã, Marta, que se ocupava das lidas domésticas, Maria assentou-se aos pés do Mestre para ouvi-lo, Ele disse que ela encolhera a boa parte. Primeiramente, claro! Porque era Ele O Mestre em questão.

Mas, quem invés do açodo inconsequente das novidades assenta-se e dá ouvidos aos mais experientes na estrada da vida igualmente faz a mesma escolha. “Coroa de honra são as cãs, quando estão no caminho da justiça.” Prov 16;31

Entretanto, muitos em nossa geração, depois de berços cristãos onde deveriam ter aprendido os fundamentos sadios da fé, acossados pelas novidades de outros ambientes e desejos de ficar bem com a “galera” desperdiçam inconsequentemente, como o pródigo, as riquezas de uma vida, renegando o aprendido em casa e na igreja pelas tiradas engraçadas e moderninhas de professores ateus que, com espírito de porco trabalham para a oposição que lhes governa.

Tais eram jovens cristãos, depois de dois ou três anos de faculdade tornam-se rebeldes, contestadores, citadores do “doutor humanista” tal, cujo único feito foi escrever um tratado desfazendo de Deus. Como a sina final do pródigo, esses esbanjam seus bens de modo dissoluto e jazem infelizes entre porcos.

“Novidades” que afastam de Deus têm a idade da humanidade. Mais do mesmo oferecido pela serpente, a velha mentira de roupas novas.

Quem opta em ficam bem com a “turma” sacrificando de novo a Cristo, com quem contará nas coisas que só Cristo socorre?

A vereda sóbria pode não ser tão atraente quanto aventuras; mas, preserva a vida. São essas “velharias” nas quais perseveramos que garantirão tudo novo. “O que estava assentado sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas... Escreve; porque estas palavras são verdadeiras e fiéis.” Apoc 21;5

domingo, 30 de junho de 2019

Dormindo com o Inimigo

“Os ímpios fogem sem que haja ninguém a persegui-los; mas os justos são ousados como um leão.” Prov 28;1

Há diversos modos de fuga; o mais comum é a hipocrisia. Aqueles que, temendo a sobriedade nua dos fatos abrigam-se à sombra dos discursos. De outro modo; constrangidos pela fraude que são e bem sabem, encenam uma personagem que pareça palatável aos eventuais convivas. Não se atrevendo a tocar no recheio mudam o invólucro.

Os justos não dependem de alheia aprovação; podem ter a ousadia de ser verdadeiros, mesmo ao custo da antipatia dos que não se relacionam bem com a verdade. A aprovação de Deus perceptível no silêncio da consciência é seu alvo; por essa, nem se importam com certos “efeitos colaterais”.

O barulho na consciência é uma “luz no painel” advertindo que algo não funciona bem. Os que fogem para a “Cidade de Refúgio” dos vícios anestesiam a dor, não para erradicar a causa como fazem os médicos; seu alvo não é desejar a cura, mas seguir anestesiados apenas, por covardes demais para tratarem com seriedade as insanidades espirituais que lhes pesam.

Pesos desnecessários cuja insistência em transportar pode fazer afundar os barcos, até dos convertidos. “Este mandamento te dou, meu filho Timóteo, que, segundo as profecias que houve acerca de ti, milites por elas boa milícia; conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;18 e 19

A medicina aí demanda uma “transfusão de Sangue” que assusta; “... o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo...” Heb 9;14

Contudo, há métodos mais diretos e explícitos de fuga tomados por ímpios. Quem estava a perseguir Judas quando, após vender ao Senhor tomou uma corda e foi se enforcar?? “O homem carregado do sangue de qualquer pessoa fugirá até à cova; ninguém o detenha.” Prov 28;17

À luz disso se faz necessária a conclusão que quem faz mal a outrem, em última instância faz a si mesmo. “... estes (Os malfeitores, violentos) armam ciladas contra o seu próprio sangue; espreitam suas próprias vidas.” Prov 1;18

O homem justo esquadrinha-se e suspeita de falhas em si mesmo quando algo dá errado; o ímpio dilui entre muitos, ou imputa a alguns, a culpa, quando ele faz algo errado. Quem jamais conheceu higiene na consciência nem percebe sua sujeira tão “normal”.

“Os melhores homens que conheci – disse Spurgeon – estavam sempre descontentes consigo mesmos; inquietos perscrutando eventuais erros e desejando se tornar melhores de alguma forma.” Os ímpios já são “obras acabadas” gente a quem a vida, as pessoas, e até Deus devem algo.

Portanto, não é forçada a conclusão que dormimos com o inimigo, cada um de nós. Se, como muitos fazem, lhes parece preferível enfrentar o mundo a ter coragem de enfrentar a si mesmos, que gigantesco, assustador, temível é esse inimigo! O ego.

Platão ilustrou a natureza humana de um modo bem didático; “O homem é um invólucro de pele, contendo dentro uma besta policéfala, (Um monstro de várias cabeças) e no alto, um homenzinho impotente.”

Esse homenzinho frágil, ensinou, é a razão que deveria arbitrar nossas escolhas. A besta é a inclinação para o mal; cada desejo malsão, uma cabeça.

Essa figura é uma descrição mui veraz do homem sem Deus. Embora se diga a torto e a direito, “também sou filho de Deus”, a filiação se demonstra de outro modo, não, com a língua. “... Se, Deus fosse vosso Pai, certamente me amaríeis, pois que Eu saí, e vim Dele...” Mas, eu amo a Jesus dirá meu interlocutor. Também isso requer mais que palavras; “Aquele que tem meus mandamentos e os guarda esse é o que me ama...” Jo 14;21

Chegamos a um beco sem saída para a natureza humana caída. Somos meras criaturas impotentes para agir como filhos de Deus. “... o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero faço.” Rom 7;18 e 19

Então a Cruz requerida, ainda que doída mortifica apenas o mostro aquele, e recria ao homem interior de modo que agora, em Cristo ele pode agir como filho de Deus. “A todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os quais não nasceram do sangue, da vontade da carne, nem da do homem, mas de Deus.” Jo 1;12 e 13

Enfim, se o ímpio pensando viver, apenas faz mal a si mesmo, o que renuncia ao si mesmo mortificando-se em Cristo, fingindo morrer herda a vida eterna.

De onde vem o mal?

"Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo” Jó 10;2

Ao longo de sua dolorosa saga o patriarca jamais atribuiu ao inimigo, as suas dores. Na sua ótica, Deus estava contendendo com ele.

A Soberania Divina é uma coisa que mesmo os que afirmam pertencer ao Senhor não conhecem devidamente.
Ouçamos ao profeta Amós: “Sucederá algum mal na cidade, sem que o Senhor o tenha feito?” Cap 3;6

Há dois tipos de males; o moral, que, ante o Senhor é pecado, e o “mal” judicial para punição das más posturas; nesse caso, no fundo é um bem, dado que, seu escopo é a justiça. A precisa ceifa da nossa semeadura, além de fazer justiça serve de ensino; “... Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará.” Gál 6;7 Seria um escárnio perante a justiça do Santo, no fim, um justo com galardão de injusto, ou, vice-versa.

Sobretudo, aqueles que têm com Ele um relacionamento estreito. Peleja O Santo por eles; se necessário, contra eles; “Em toda angústia deles Ele foi angustiado; o anjo da Sua Presença os salvou; pelo Seu amor e Sua compaixão Ele os remiu; os tomou e conduziu todos os dias da antiguidade. Mas eles foram rebeldes, contristaram o Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo; Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63;9 e 10

Esses “males” o profeta atribui a origem ao Eterno. Os outros também “procedem Dele” no sentido passivo da Sua permissão para que se expressem livremente os corações, como Simeão disse a Maria. “Uma espada traspassará também a tua própria alma; para que se manifestem os pensamentos de muitos corações.” Luc 2;35

Então, procede do Senhor o permitir absoluta liberdade de escolha às criaturas, não, que a prática do mal conte com Sua aprovação.

Ele ensina as duas possibilidades e exorta que escolhamos a melhor; todavia, não interfere num sentido de violar à liberdade; a escolha é nossa. “Os Céus e a Terra tomo hoje por testemunhas contra vós, que te tenho proposto vida e morte, bênção e maldição; escolhe pois a vida, para que vivas, tu e tua descendência.” Deut 30;19

A “culpa” Divina é nos ter feito arbitrários, livres; a nossa, fazermos más escolhas; as coisas contrárias à vida que agrada a Deus; a do inimigo é ter sido o autor da ruptura do homem com O Criador. Ao inimigo cabem os “royalties” por cada pecado praticado, o reconhecimento que, os “direitos autorais” são dele.

Afeição pelo pecado é nossa. Só um hipócrita diria que, dadas as propensões da carne pós queda, (... a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus... Rom 8;7) a escolha pela virtude em lugar do vício é a mais fácil. Estamos desde larga data, acostumados com as coisas à nossa maneira; mudar isso para adequação ao modo Divino soa-nos a violência, intromissão. E é.

O diabo dissera: Decidam vocês, independente de Deus, a nossa violência veio antes; O Eterno recoloca os pingos nos is: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus...” Sal 46;10 Esse aquietar-se demanda o reconhecimento das próprias maldades; que foi mal “sermos deuses” e estamos dispostos à violência da cruz para restaurar a relação desfeita com O Pai.

Claro que essa ousadia santa requer um conhecimento melhor do Amor do Eterno; por isso a insistente pregação da Sua Palavra.

À Luz da mesma, como o infeliz Jó, um dia poderemos reconhecer melhor nossos devidos lugares. “Escuta-me, pois, eu falarei; te perguntarei e Tu me ensinarás. Te conhecia só de ouvir falar, mas agora te veem os meus olhos. Por isso me abomino e me arrependo no pó e na cinza.” Jó 42;4 a 6

“Ver” Deus foi o que fez Jó ver melhor a si mesmo. “... me abomino e me arrependo...”

O Governo da Terra, então, usurpado a Adão pelo inimigo foi retomado por Cristo desde o “Está Consumado”. A desobediência perdeu o domínio; a perfeita obediência do “Segundo Adão” resgatou. Então, paremos de dar mídia ao Capiroto com os tais “cultos de libertação” onde a estrela caída é a principal.

A libertação que conta requer aprendizado e prática da Doutrina de Cristo; o resto é irrelevante. “... Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente sereis meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;3 e 32

Ninguém escala ao Everest porque é fácil; é a extrema dificuldade que torna o feito glorioso. O Reino dos Céus é mais alto, difícil e infinitamente mais glorioso. Não há uma estação favorável para escalada; antes, uma única “encosta” que a torna possível; a Cruz de Cristo.

domingo, 23 de junho de 2019

Trezentos

“Ou qual é o rei que, indo à guerra a pelejar contra outro rei, não se assenta primeiro a tomar conselho sobre se com dez mil pode sair ao encontro do que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, estando o outro ainda longe, manda embaixadores, e pede condições de paz.“ Luc 14;31 e 32

Uma lógica militar simples. Se o adversário é mais forte, melhor um acordo de paz, que guerra. Há exceções, claro, como os 300 de Gideão contra milhares; mas, quando Deus participa da peleja, aí a matemática não vale mais.

Entretanto, para nosso garboso Congresso Nacional, uns 300 picaretas se opõem ao Presidente eleito e travam tudo, nesses primeiros seis meses de governo. Exigem “articula$$ão”. Duvido que tenha feito menos de 70 milhões de votos. Mas as urnas mágicas deixaram a conta em 57 milhões. Todavia, meça-se a aprovação do Presidente e beirará aos 70%, de modo que, os bravos trezentos, tranca-ruas, lutam sua batalha inglória contra uns 150 milhões de pessoas.

Com o advento das redes sociais e mídias alternativas não dá mais para fazer como sempre; ilharem-se em mamatas e conchavos e venderem mediante a extrema imprensa prostituta que estão fazendo o melhor pelo país; não cola mais essa patranha gasta.

Se, para as coisas pertinentes ao progresso do país eles são avessos, às que atinam aos interesses escusos do “Mecanismo” nosso indômito Congresso é ágil. Um patife travestido de jornalista “vazou” conversas obtidas ilegalmente, embora, nada comprometedoras de Sérgio Moro e Deltan Dallagnol, e presto o Ministro teve que dar explicações; invés de se evocar a Lei de Segurança Nacional e prender aos criminosos como qualquer país sério faria. Um Congresso de ratos sabatinando ao gato; uma vergonha!

Nosso povo é abundantemente pacato. Vê suas vontades afrontadas, vilipendiadas por uma súcia de patifes e não toma nenhuma atitude extrema; apenas, uma vez por mês sais às ruas ordeira e pacificamente e, trajado de verde-amarelo reitera seus pleitos; até quando??

Elegemos àqueles pulhas para nos representarem, não, para se oporem aos nossos desejos. Pagamos dez vezes mais do que merecem para fazer seu trabalho e não fazem. Aí, a cada trinta dias vamos às ruas mendigar atenção?? Pior, além de obstruir pautas de interesse nacional planejam, os Presidentes da Câmara e do Senado, alguma “brecha” para a reeleição de ambos.

Ora, a razão de ser, da cantada em prosa e verso – democracia - é a vontade majoritária contemplada. Quando dão as costas aos nossos legítimos anseios espezinham à mesma e impõem a obscura e corrupta ditadura dos conchavos. Certo que há gente honesta lá pelejando para que a coisa ande; mas, como são minoria ficam impotentes.

Os patifes tiveram a desfaçatez de vetar o decreto presidencial que flexibilizava a posse, e o porte de armas para cidadãos de bem. Coisa que foi votada num plebiscito, durante o Governo Lula; o povo deixou patente que assim o deseja, o direito a se defender. Como o resultado da consulta foi diferente do, por eles esperado, ignoraram. Eis e magnífica “democracia” vigente naquela ilha da fantasia!

Nossa vontade tempera seus discursos balofos e não consegue ir além, disso. Antes o Bolsonaro devia ser rejeitado porque perseguiria a negros, gays, comeria crianças, acabaria como “Bolsa-família; agora, que essas bostas não servem mais, ele não $abe articular. Vão se catar seus corruptos!!

Esses desavisados estão brincando com fogo. Uma hora dessas o elefante decide mostrar ao dono do circo sua força e o que virá será desastroso para esses que, julgam poder algumas milhas a mais do que, de fato, podem.

Imagina se a galera de verde-amarelo resolve acampar em Brasília invés de protestar por um dia e voltar para casa.
Mais; se, invés de pedir a aprovação disso ou daquilo passar a exigir o cumprimento do artigo 142 da Constituição que prescreve uma intervenção militar para colocar ordem no puteiro? Vai ser um Deus nos acuda, porém, não creio que Deus estaria do lado errado.

É vergonhoso escolhermos pessoas para fazer a coisa andar decentemente, assalariarmos às mesmas de modo extremamente generoso, e toda hora ter que estar pedindo, por favor, que esses bostas parem de atrapalhar, se, não querem trabalhar. Trabalhamos cinco meses por ano para alimentar a um monstro que nos devora, qual o sentido de manter o bicho vivo?

Eu já fui pela intervenção militar durante o Governo Temer, na greve dos caminhoneiros; muito mais, agora, que um homem honesto, patriota, munido das melhores intenções vem sendo boicotado por corruptos. Chega de o poste mijar no cachorro!!

Cadeia para quem mandou matar o Bolsonaro! Cadeia para quem espionou ilicitamente ao Ministro Moro! O mandante não; esse já “está preso babaca”.