domingo, 4 de março de 2018

O Lugar dos "Direitos"; da "Maria da Penha"...

“Uma coisa boa não é boa fora do seu lugar.” Spurgeon

Para cristãos, Charles Spurgeon dispensa apresentação. Aos demais, informo que foi um pregador batista, britânico que viveu entre 1834 e 1892; logrou ministério de tal relevância que ficou conhecido como o Príncipe dos Pregadores.

Pois bem, o contexto no qual disse aquilo foi da administração eclesiástica; ensinou que um bom líder deve se esmerar em conhecer seus liderados; delegar a cada um, funções ligadas às suas habilidades. Não esperar de um cantor, que pregue; ou, de um pregador, que administre, necessariamente. Mas, que cada um faça aquilo para o que dispõe talento.

Soa óbvio, mas, nem sempre é assim. As pessoas tendem a fazer uma leitura defeituosa de suas habilidades; não raro, se intrometem no que não sabem. O desafinado quer cantar; o desorganizado, administrar; o despreparado, pregar, etc. “Cada um fique na vocação a que foi chamado”, ensinava Paulo.

Pensando bem veremos que a frase serve aos demais aspectos da vida, não apenas nos atinentes ao cristianismo. Em qualquer contexto, uma coisa boa deixa de sê-lo, se, utilizada fora do lugar. Imaginemos o pneu do carro, uma coisa boa, porém, no lugar do volante; ou, vice-versa.

Há improvisações, as “gambiarras” que, eventualmente funcionam, mas, sempre com resultados, segurança, ou, durabilidade aquém, do caso de a coisa ter sido feita do modo adequado.

A Declaração Universal dos Direitos Humanos surgiu num contexto pós-guerra, cujo fim era tolher tratamentos vilipendiosos, como os dos nazistas que, submeteram prisioneiros a verdadeiras cobaias. Fez-se um pacto internacional salvaguardando garantias básicas que nem sempre são observadas, em sistemas ditatoriais, sobretudo.

Contudo, essa mesma declaração que surgiu para evitar o vilipêndio da vida humana, tem sido evocado a cada dia em defesa de bandidos, como se, esses, descumpridores das leis fossem humanos; as forças policias que os coíbem, alienígenas, ou, coisa assim. Alguém já viu representantes dos “Direitos Humanos” assistindo à família de um policial morto??

O crime organizado tem deitado e rolado nas favelas do Rio, (deveria dizer comunidades para ser “politicamente correto”, mas, estou me lixando pra essa bosta) de tal forma que se exibem com armamento pesado de toda espécie; isso, em mãos de adolescentes e infantes, até.

A intervenção Federal virou mal necessário, infelizmente. Aí temos que conviver com a ciosa patrulha dos “Direitos Humanos” e uns pulhas da OAB RJ, com seu eufemismo barato de defesa dos direitos civis, quando, amiúde defendem mesmo, bandidos. Um cidadão de bem não teme autoridades nem se incomoda por ter que se identificar via documentos; marginais sim. Suas fichas sujas acabam aparecendo.

Ora, quem se posiciona a favor deles, não importa o rótulo que use; seja, Direitos Humanos, Ordem de Advogados, não passa de cúmplice. Assim sendo, os Direitos Humanos, aqueles primeiros, do pós-guerra, que são uma coisa boa foram abastardados a serviço de pilantras, e não sem motivo, na forma que vêm sendo evocados têm causado ojeriza da sociedade decente.

Outro dia testemunhei uma barraqueira, dessas mulheres que se comprazem em fazer escândalos na rua, metendo o dedo na cara de um idoso chamando-o de FDP para cima e desafiando-o a tocar nela; “Te boto na Maria da Penha” ameaçava. Os motivos da desavença não importam; digo, mesmo tendo razão não poderia agir assim.

A “Maria” estava fora do lugar. A Lei surgiu para coibir a violência doméstica, onde, homens covardes agridem consortes prevalecendo da maior força física. O espírito da Lei, pois, era fortalecer a parte mais frágil para que, desde então, ficasse protegida; uma coisa boa.

Porém, usada como vi, deixou de ser a salvaguarda do frágil, o seu lugar, para se tornar patrocinadora de agressões verbais de toda sorte. Assim, a “Maria” prostituída perde seu sentido. Se e fosse juiz e tivesse que julgar uma “bochada” no olho da “Maria” em casos assim, consideraria legítima defesa da honra.

Por fim, temos O Evangelho fora do lugar. Seu fim é a salvação das almas, individualmente, não, ser patrocinador de sistemas comunistas, como a “Teologia da Libertação”, tampouco, de ganância, como a “Teologia da Prosperidade”.

Em ambos os casos deixa de ser uma motriz espiritual para ser um vetor econômico. Seja, usurpando os méritos alheios, como no primeiro caso, seja, mercadejando “com Deus”, como, no segundo.

Cada coisa tem seu propósito específico; o cérebro, essa massa cinzenta intracraniana que alguns têm foi posta ali pelo Criador, para nos fazer capazes de discernir e entender as coisas. Quem não o usa acaba sendo usado por terceiros. Assim, os que são manipulados devem isso, mais, a sua indigência, que à arte do manipulador.

Pois, já dizia Plutarco: “A mente não é vaso para ser cheio; é um fogo a ser aceso.”

sábado, 3 de março de 2018

A "opressão" do amor

“Toda multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se retirasse; porque estavam possuídos de grande temor. Entrando Ele no barco, voltou.” Luc 8;37

Narrativa fria; pediram que O Salvador se retirasse, Ele entrou no barco e voltou. Libertara um possesso por uma legião, que, habitava entre sepulcros e vivia nu; o encontraram vestido, liberto, lúcido e pediram que Jesus fosse embora. Como seria o texto se narrasse o que O Senhor sentiu?

Por um lado o amor é tão valioso que todos os bens empalidecem diante dele, “... ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente, desprezariam.” Cant 8;7 Por outro, tão altruísta que, mesmo amando permite não ser correspondido.

O Senhor precisara exercer Sua Autoridade para manifestar Seu amor por aquele oprimido; o povo presente pareceu ver apenas essa e temeu invés de tanger seus motivos; viram só O Senhor onde poderiam ver O Salvador.

Vivemos uma vitimização tal, em nossos dias, que o exercício da autoridade é visto como uma espécie de opressão, não uma necessidade; quiçá, um gesto de amor. Criaram a “Lei da Palmada” para que um pai não “oprima” seu filho; A Palavra de Deus preceitua diferente: “O que não faz uso da vara odeia seu filho, mas, quem ama, desde cedo castiga.” Prov 13;24

Na contramão da Palavra, pois, que ensina o uso da profilaxia psicológica que se revelará salutar no seu tempo, a sociedade moderna tem mero sentimentalismo, excessivamente permissivo, como uma forma de amor; na verdade, frouxidão moral dos pais, a quem assiste o dever de preparar os filhos para a vida em todos seus aspectos, não, apenas, prover meios enquanto, relapsos, deixam apodrecer os fins.

Alguns chamam professores de educadores; não. São difusores do conhecimento; educação é missão dos pais.

Escandalizamos-nos com certos relatos durante o cerco de Jerusalém pelos Babilônios; os estragos da fome foram tais, que, mero instinto de sobrevivência patrocinava atrocidades que dá asco pensar; “Até os chacais abaixam o peito, dão de mamar aos seus filhos; mas, a filha do meu povo tornou-se cruel como os avestruzes no deserto... “As mãos das mulheres compassivas cozeram seus próprios filhos; serviram-lhes de alimento na destruição da filha do meu povo.” Lam 4;3 e 10

Entretanto, muitos que se escandalizam com textos assim, não se importam com a “arte moderna” estimulando à pedofilia; imposição da ideologia de gênero pervertendo infantes como se a idade tenra das fantasias fosse tempo de se ocuparem do sexo; quantas mães “descoladas” sabendo da putaria que é o carnaval enfeitam e levam pela mão seus pequenos para ir acostumando-os desde já ao antro que encontrarão no futuro. Do seu jeito também sacrificam seus filhos aos deuses da prostituição; sua crueldade é envernizada de modernismo, quiçá, amor.

Sim, crueldade! Sabendo que no fim do túnel espreita a morte; permitir, pior, encorajar a entrada é uma indiferença assassina.

A das mães de então, foi aquilatada com essa palavra e assemelhada à dos avestruzes do deserto. Mas, como age tal ave? “Deixa os seus ovos na terra, os aquenta no pó; esquece de que algum pé os pode pisar, ou, que os animais do campo os podem calcar. Endurece-se para com seus filhos, como se não fossem seus; debalde é seu trabalho, mas, está sem temor, porque Deus a privou de sabedoria; não lhe deu entendimento.” Jó 39;14 a 17

Ela fica sem culpa uma vez que privada de entendimento; entretanto, a nós, racionais, o preceito é distinto; “Educa a criança no caminho em que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22;6

“Educação” no vício torna a opção pelo mal natural como as manchas do leopardo, ou, a negritude dos etíopes: “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou, o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jr 13;23

Se, a manifestação do Amor de Deus requer junto Sua autoridade, de igual modo, os pais que presumem amar aos seus filhos, não confundam isso com permissividade, ausência de disciplina; pois, com O Santo não é assim, e o é por amor. “Porque o Senhor corrige ao que ama, açoita a qualquer que recebe por filho.” Heb 12;6

Ou aceitamos isso que Sua Palavra nos ensina, ou, seremos mais do mesmo, como aqueles ingratos que foram abençoados com o Cuidado Amoroso do Salvador e pediram que Ele se retirasse.

Entristecido Ele vai; mas, quando numa emergência o pedido se inverter, aí quem terá sua invertida será a ingratidão; “Então clamarão a mim, mas, não responderei; de madrugada me buscarão, porém, não me acharão. Porquanto odiaram o conhecimento; não preferiram o temor do Senhor.” Prov 1;28 e 29

sexta-feira, 2 de março de 2018

Com quem andas?

“O que anda com os sábios ficará sábio, mas, o companheiro dos tolos será destruído.” Prov 13;20

Dois tipos de companhia para a estrada da vida; sábios e tolos. Duas consequências atreladas às escolhas possíveis; sabedoria, ou, destruição.

Embora “sábios” seja plural a verdadeira sabedoria não é vulgar; que se ache por aí em qualquer esquina; sua antítese sim é bem numerosa; os tolos. As coisas ordinárias são mais encontráveis que as preciosas; normalmente é por sua incidência rara, que, seu valor se torna mais relevante. Como versa certo dito; vidro brilha ao sol; diamantes, em cofres.

Quando se referiu ao caminho dos salvos, O Senhor também colocou como mais difícil a sua saga, que a dos demais; “Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, espaçoso o caminho que conduz à perdição; muitos são os que entram por ela; porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;13 e 14

Por sermos gregários tendemos preferir a companhia de vários, à de um só. Não que isso seja um erro em si; mas, é proverbial a supremacia da qualidade sobre a quantidade. Como, além de gregários somos influenciáveis acabamos haurindo características daqueles com os quais andamos.

A sabedoria é muito mais prática que um deleite intelectual de quem a possui; na verdade é uma ferramenta de trabalho pesado, como disse quem mais militou nela, Salomão; “Porque na muita sabedoria há muito enfado; o que aumenta em conhecimento aumenta em dor.” Ecl 1;18

Por isso seu produto é apresentado como algo pragmático, eficaz para preservação da vida, sobretudo; “A doutrina do sábio é uma fonte de vida para desviar dos laços da morte.” Prov 13;14

A Palavra de Deus faz necessária distinção entre a Sabedoria segundo Deus, e, desse mundo, que, em última análise não passa de mera astúcia. “Falamos sabedoria entre os perfeitos; não, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo que se aniquilam; mas, falamos Sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual Deus ordenou antes dos séculos para nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se a conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória.” I Cor 2;6 a 8

Requer submeter-se ao Senhor, invés de lhe fazer violência; não é aprendida em bancos universitários, livros filosóficos, nem destila dos conselhos de um guru qualquer; antes, é Dom de Deus. “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria; o conhecimento do Santo é entendimento.” Prov 9;10 “Pois o Senhor é quem dá sabedoria; de sua boca procedem conhecimento e discernimento.” Prov 2;6

Infelizmente, a maioria dos ensinos universitários tem produzido ateus; sendo a Doutrina do Senhor, tal qual é, fonte de vida, os “sábios” do mundo preferem o espaçoso e fácil caminho da destruição. O sujeito pode ser brilhante em Física, Química, Matemática, ou, outro campo afim, e, ainda assim ser um tolo nas questões espirituais.

Saber muito do que vale pouco facilmente é suplantado por outrem que sabe um pouco, do que vale muito; noutras palavras, um analfabeto que teme ao Senhor acerta com a vereda da vida, enquanto, um PHD ateu, malgrado todo verniz de seu cabedal termina na perdição.

Claro que a sabedoria demanda o exercício de quem a usufrui; não é uma tese de doutorado, antes, um modo de vida. “Quem dentre vós é sábio e entendido? Mostre pelo seu bom trato, suas obras, em mansidão de sabedoria.” Tg 3;13

Enfim, será nossa escala de valores que aprendemos desde cedo que nos instigará. Seja, a escolher a companhia dos sábios, seja, dos tolos. Tendemos a optar pelas coisas mais fáceis; entretanto, para obtermos bens preciosos precisamos esforço.

Os de espírito aventureiro fazem trilhas, rapel, escalada, caminhos difíceis, tendo a excitação, a adrenalina como prêmio; pois, a sabedoria também nos desafia em suas íngremes e acidentadas veredas, tendo a salvação como alvo; a eternidade como bônus.

Quem lograr sucesso “cravará a bandeira” no topo da escalada; O Santo Monte de Deus. “Porque o Senhor dá a sabedoria; da sua boca é que vem o conhecimento e entendimento. Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade, para que guardem as veredas do juízo. Ele preservará o caminho dos seus santos.” Prov 2;6 a 8

De qualquer forma, não basta andarmos com os sábios; boas companhias por si só não nos moldam, se, nossa índole for perversa; Judas teve a Melhor possível, nem por isso, se tornou sábio.

Para fruirmos as qualidades de quem convivemos carecemos admirá-las primeiro; seja nossa, pois, a oração de Moisés: “Ensina-nos a contar nossos dias, de tal maneira, que alcancemos corações sábios.” Sal 90;12

quinta-feira, 1 de março de 2018

A sapiência dos loucos

“Minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura...” Jó 10;1

Falar em momentos amargos nem sempre é o melhor a fazer; afinal, temperada pelo absinto nossa alma corre risco de extrapolar a fronteira da prudência; versar o que não convém. Paulo propôs silêncio até em momentos de ira, que, não tem necessariamente, vínculo com amargura. “Irai-vos, mas, não pequeis”, disse.

Amargura por sua natureza é fruto de um acúmulo lento de frustrações; espera que não se realiza, como no caso de Jó que ficara sete dias em silêncio remoendo sua dor; por certo, orando; sem o resultado almejado, amargurava-se; enquanto, ira é um arroubo instantâneo, imediata reação ao que nos exaspera.

Diante de Deus nada vale encenação; sentirmos uma coisa e falarmos outra; “Bem sei, Deus meu, que tu provas os corações e da sinceridade te agradas...” I Crôn 29;17

Mesmo sabedores disso tendemos a cometer a mesma estupidez de Adão; “Ouvi Tua Voz e me escondi, pois, estava nu.” Sendo Deus, Onisciente, nos esconderíamos como? Onde? Então, por que Deus requer sinceridade se Ele já sabe de nossos passos todos? Porque pecarmos em nossa carne corrupta é uma fraqueza que Ele tolera, perdoa aos arrependidos; mas, revestirmos nossa nudez com folhas como fizera Adão, revela uma rebeldia mais profunda, um desejo profano de enganarmos Quem tudo sabe. Acrescentamos pecado ao pecado, invés de buscar perdão; lavamo-nos com água suja fazendo assim.

Essa maligna tendência é a “pedra no caminho” como diria o poeta, que impede nossa alma de trilhar livre pela senda da verdade.

Para Jó, íntimo do Senhor, que sacrificava e pedia perdão, por eventuais maus pensamentos dos filhos, não seria difícil assumir um pecado quando cometesse; o que lhe parecia estranho era queixar-se contra Deus. Entretanto, chagara a estágio tal, de desalento, tédio, que, resolvera chutar o balde: “Darei livre curso à minha queixa...”

Quem conhece a história sabe que ele era justo; sua fidelidade invejada por Satanás é que ensejava seu sofrimento, não, eventual culpa. Mas, como em sua amargura resolvera queixar-se, mesmo tendo razões para isso, falara do que era mais alto que seu entender; essa foi a repreensão que recebeu, quando O Eterno lhe resolveu falar. “Quem é este que escurece o conselho com palavras sem conhecimento?” Cap 38;2

Dizem que ansiedade é excesso de futuro; depressão, de passado; não sei se procede, mas, falarmos com alguém idôneo, sobretudo, com Deus, quando estamos amargurados, ou, ansiosos ajuda manter nossa saúde psíquica e espiritual.

A Palavra aconselha: “Lancem sobre ele toda a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós.” I Ped 5;7 E, “Quando a ansiedade já me dominava no íntimo, Teu consolo trouxe alívio à minha alma.” Sal 94;19

Não temos controle sobre os sentimentos, embora, tenhamos certa medida no que tange ao que faremos mercê deles. Assim, sejam culpas a confessar, ou mesmo, queixas de nossa sina, tudo o que sentimos está patente diante de Deus.

Sermos transparentes nisso não ajuda O Santo a ver o que Ele já vê; mas, permite vislumbrar entre os ciscos de nossas culpas uma nesga de honestidade, sinceridade, e esse é um traço que demanda dos cidadãos do Céus, Seus Filhos; “Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte? Aquele que anda sinceramente, pratica a justiça e fala a verdade no seu coração.” Sal 15;1 e 2

Embora em nossos dias a verdade gere confusão como nunca, pois, em nome de uma política escravagista travestida de libertária, vende-se como lícito um vitimismo barato, instrumento ideológico de divisões sociais; e, as pessoas são encorajadas ao “politicamente correto” que, de correto nada tem, apenas, é uma pressão de mentecaptos cooptados; embora, ser falso esteja na moda, digo, perante Deus nada mudou.

Ele trata com cada um; o indivíduo, não a sociedade. Os sistemas alienantes ensinam a ver os erros, a culpa, sempre no outro; Deus adverte que cada um de nós dará conta de si mesmo. Não é a sociedade, tampouco, um sistema que são responsáveis pela mordomia de minha alma; sou eu.

E, gente “fora da casinha” que fala na lata o que pensa, como Donald Trump e Jair Bolsonaro são odiados, no império da falsidade. No prisma espiritual há certa semelhança com o político, pois, em parte, esse é reflexo daquele.

Enfim, uma banana aos discursos escolhidos, ensaiados, com palavras edulcoradas na calda da hipocrisia! Livre curso à verdade, seja, confessando, seja, queixando-se. Salve os loucos!

“Ninguém engane a si mesmo. Se, alguém dentre vós se tem por sábio neste mundo, faça-se louco para ser sábio. Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus...” I Cor 3;18 e 19

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

Suicidas espirituais

“Temeram, pois, estes homens ao Senhor com grande temor; ofereceram sacrifício ao Senhor e fizeram votos.” Jn 1;16

Os marinheiros do navio onde o profeta Jonas fugia de diante do Senhor; assolado por grande tempestade; o próprio fujão instou que o jogassem ao mar dizendo que, assim, a fúria cessaria; após resistência inicial cederam e o lançaram; vindo a calmaria temeram, sacrificaram, votaram.

Seu temor eventual era fruto de equívoco. Tendemos a absolutizar nossa relação com as coisas; depois, universalizar as circunstâncias, mercê de nossa veia supersticiosa.

Desse modo, se, um desobediente em fuga dera azo a uma intensa tempestade, - pensaram - melhor ficar pianinho; “acalmar” ao Terrível Deus com sacrifícios, negociar com Ele mediante votos, pois, precisamos navegar. Tal “fé” não interessa ao Santo.

Pelo hábito de universalizar o pontual, facilmente O teriam como Deus dos mares, uma vez que, foi nesse contexto que testemunharam Seu Poder. Ora, restringir a atuação do Eterno a uma partícula apenas de Sua Obra não O honra de modo nenhum. Diminui.

A Ira Divina testemunhada pelos estupefatos marinheiros era um subproduto do Seu Amor. Tinha em mente salvar a cidade de Nínive de juízo iminente, caso não houvesse arrependimento. Jonas fora escolhido para anunciar isso; cabia-lhe uma dura mensagem de juízo como estímulo ao refúgio na misericórdia.

Os assírios eram desafetos de Israel; um juízo de destruição contra eles deveria ser mesmo cumprido, - pensava o egoísta Jonas - não, avisado de antemão para que se arrependessem. Isso foi confessado por ele, quando, o intento misericordioso do Santo se cumpriu: “Orou ao Senhor, e disse: Ah, Senhor! Não foi esta minha palavra, estando ainda na minha terra? Por isso me preveni fugindo para Társis, pois, sabia que és Deus compassivo e misericordioso, longânime, grande em benignidade; que se arrepende do mal.” Cap 4;2

Quando pediu que fosse jogado ao mar não contava com o “submarino”; pensava morrer mesmo, invés de ser agente de salvação a um povo mau. Agora, testemunhando o maravilhoso livramento deixou claro isso. “Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer que viver.” V 3

Duas vezes disposto a morrer; por vingança, remorso, não, por amor. Paulo falou disso: “Ainda que distribuísse toda minha fortuna para sustento dos pobres; ainda que entregasse meu corpo para ser queimado, se, não tivesse amor nada disso me aproveitaria.” I Cor 13;3

Pois, Deus, que É Amor, até quando nos pune, é Seu Amor que O instiga: “Filho meu, não desprezes a correção do Senhor, não desmaies quando por Ele fores repreendido; porque o Senhor corrige ao que ama, açoita a qualquer que recebe por filho. Se, suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” Heb 12;5 a 7

Esse tipo de “entrega” é a do que não se entrega, de fato. Prefere morrer abraçado ao orgulho, que renunciar-se amoldando-se à amorosa Vontade Divina.

Como, a “fé” dos marinheiros que ofereceram sacrifícios não é a que O Pai almeja; antes, a que sacrifica-se anulando a vontade natural em prol da sobrenatural. Não se mata; mortifica-se na identificação submissa com a Cruz de Cristo. Eis a “Razão” espiritual! “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional.” Rom 12;1

O suicida espiritual prefere morrer a mortificar-se, patenteia um amor-próprio desmedido, incapaz de renunciar-se em prol da obediência que demanda postura fraterna. Os sacrifícios e votos dos marinheiros aqueles eram fruto desse amor próprio que os convencera a “negociar” para navegar seguros.

E pensar que tem muitos simonistas ensinando algo assim, como se O Santo fosse mercador.

Ora, minha segurança em Deus não deriva de negociatas; é fruto do Divino Amor manifesto em Cristo; não é certeza de sucesso na Terra, mas, um desafio a uma peregrinação exemplar; tampouco, salvo-conduto para que eu paire acima dos problemas da vida. Antes, a certeza imutável que, mesmo em meio às adversidades, O Eterno está comigo; “Quando passares pelas águas estarei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43;2

O Eterno não tem crise de identidade, tipo, precisar mostrar força para ser temido; Antes, fez notório Seu Amor e anseia ser correspondido.

O Temor anelado é pelo que É; não, pelo que faz. Quem O Conhece deveras, teme e honra, mesmo, na bonança; “Minha aliança com ele (Levi) foi de vida e paz; eu lhas dei para que me temesse; então temeu-me e assombrou-se por causa do meu nome.” Ml 2;5 Quem O teme mesmo na paz, não teme as tempestades.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

A Palavra; os bezerros

“... tenho chamado por nome a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá... com ele Aoliabe, filho de Aisamaque, da tribo de Dã; tenho dado sabedoria ao coração de todos aqueles que são hábeis, para que façam tudo o que te tenho ordenado.” Êx 31;2 e 6

O Senhor escolhendo artífices para as obras do Tabernáculo e os indicando a Moisés.

Logo adiante, Moisés foi chamado a um particular com o Eterno, e, na ausência dele, uma decisão democrática foi tomada. “... vendo o povo que Moisés tardava em descer do monte acercou-se de Arão e disse-lhe: Levanta-te, faze-nos deuses, que vão adiante de nós; porque quanto a este Moisés, homem que nos tirou da terra do Egito, não sabemos o que lhe sucedeu.” Cap 32;1

Temos o primeiro problema com a democracia nos domínios espirituais; tempo. Ele deixa de ser visto da perspectiva Divina e desce para a rasteira e precipitada visão humana. Qual o parâmetro para decidir que Moisés tardara?

Segundo problema: Estupidez. “... faze-nos deuses que vão adiante de nós...” Ora, se, é de humana feitura, não vão a lugar algum, exceto, se forem levados. Um deus assim, invés de guia é apenas um peso extra, uma carga totalmente inútil.

Terceiro: Profanação. A criação de deuses alternativos demanda a negação do Verdadeiro. A libertação de modo espetacular deixa de ser Obra Dele, para ser um feito humano; “... Moisés, homem que nos tirou da Terra do Egito...”

Por fim patentearam a cegueira como base da sua decisão; pois, disseram: “... não sabemos o que sucedeu.”

Ora, sendo O Senhor, Luz, não nos chama a andarmos totalmente no escuro basear nossas escolhas ou, ações no que não sabemos. Se, eventualmente nos prova no “vale da sombra da morte” ainda assim, Seu nome, ao qual está associada Sua Santidade, Integridade, Seus Feitos, ainda é o Luz a pautar no escuro a segurança dos fiéis; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

A suma é que, a Obra de Deus é Teocrática. Ele Governa, escolhe pessoas, determina ações, tempo, etc. As iniciativas humanas, na melhor das hipóteses são filhas da carne; e essa é inimiga do Santo. “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois, não é sujeita à lei de Deus, nem, pode ser.” Rom 8;7

Claro que o contexto de então era diverso, bem como, o propósito Divino. Então era o estabelecimento do povo eleito na Terra Prometida. Não havia palavra escrita e Deus dava Seus Comandos a Moisés que os transmitia ao povo.

O fito atual é a salvação das almas, de todos os povos; A Palavra de Deus está expressa e impressa, ao domínio de quem a desejar. Melhor; aos convertidos é dado O Espírito Santo, O Inspirador das Escrituras como Intérprete, para facultar que todos os filhos de Deus possam conhecer a Vontade do Pai. Capacita a entender e ajuda cumprir; àqueles que se mostram submissos.

Assim, não precisamos tomar decisões no escuro, antes, somos instados a andar na Luz, ou seja, em conformidade com o que sabemos ser, a Vontade Divina; assim, e só assim, a Eficácia do Bendito Sangue de Cristo se verifica em nosso favor; “se andarmos na luz, como Ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”

Se, Davi em seu duelo com o gigante recusou as armas de Saul, confiante no Nome do Senhor dos Exércitos foi, apenas com sua funda, os “Davis” atuais não só aceitam armas inadequadas, como, em muitos casos usam as prerrogativas de Golias. Querem causar impressão pelo tamanho, pelo volume, invés da pureza e dependência exclusiva do Santo.

Aí, sai a santidade da condição de aferidora da obra e entra o sucesso esse doido, fora da casinha que, desde sempre vem canonizando nulidades; em muitos casos, são a ignorância, cegueira e mau gosto os pajens do sucesso, não, o talento.

As “demoras” Divinas não são permissões para que assumamos Seu Lugar; antes, testes para nossa fé patentear a confiança irrestrita no Santo. Iniciativas espúrias que desconsideram a Integridade da Palavra, e a Soberania Divina, não passam de novos Bezerros de Ouro, profanação, desobediência, cegueira, temeridade.

Embora sejam feitos como aquele, para aplauso da plebe insensata, redundam de novo, na Ira Divina.

Os cegos precipitados e manipulados perdem-se, pois, pelas bijuterias imediatas abrem mão de diamantes. Arrecades-se ouro entre o povo; sempre haverá um “Arão” para moldá-lo; mas, A Palavra de Deus está com Moisés.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Levar Deus ou, atraí-lo?

“Os filisteus... disseram: Que voz de grande júbilo é esta no arraial dos hebreus? Então souberam que a Arca do Senhor era vinda. ... se atemorizaram, porque diziam: Deus veio ao arraial. Diziam mais: Ai de nós! Tal, jamais, sucedeu antes.” I Sam 4;6 e 7

Os hebreus tinham perdido já uma batalha; pasmos pela “ausência” de Deus no combate resolveram buscá-lO; trouxeram a Arca da Aliança para a luta.

Chegando “reforço” ao front os soldados jubilaram em alta voz; a coisa ecoou no exército inimigo e temeram.

Que inimigos desconhecessem Deus é compreensível; entretanto, os próprios hebreus ignorarem aos predicados Seus é alarmante. Se, em dado momento O Eterno desafia: “Operando Eu, quem impedirá”? O outro lado da moeda também é necessário. “Afastando-me Eu, quem me aproximará”?

O que chegara fora tão somente a Arca, que, embora fosse um objeto sagrado era só um objeto; um símbolo da Santa Presença, não, a presença. Como uma aliança de casamento no dedo de um adúltero não garante fidelidade, um símbolo santo entre um povo rebelde não garantia a aprovação Divina, tampouco, Sua Presença.

O sonho de consumo dos idólatras é um deus que possa ser levado pra lá e pra cá ao sabor das inclinações. O Eterno não pode ser manipulado; faz tudo que lhe apraz, quando quer; denuncia como ignorantes os que peregrinam após espantalhos de humana feitura que são espiritualmente inócuos. “Congregai-vos, vinde; chegai-vos juntos, os que escapastes das nações; nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira, e rogam a um deus que não pode salvar. Anunciai, chegai-vos, tomai conselho todos juntos; quem fez ouvir isto desde a antiguidade? Quem desde então anunciou? Porventura não sou Eu, o Senhor? Pois, não há outro Deus senão Eu; Deus justo e Salvador não há além de mim. Olhai para mim, e sereis salvos, vós, todos os termos da terra; porque Eu sou Deus; não há outro.” Is 45;20 a 22

Não pense o incauto que idolatria é hábito de católicos com suas múltiplas imagens, apenas. Está repleto de “evangélicos” idólatras devaneando que se possa levar a bênção num frasco de azeite, numa porção de sal grosso, “rosa ungida”, toalha, ou, outra porcaria qualquer. Isso é idolatria inda mais tosca que aquela.

O Salvador ensinou: “A hora vem, agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e verdade; porque o Pai procura tais que assim o adorem. Deus é Espírito; importa que os que o adoram adorem, em espírito e verdade.” Jo 4;23 e 24

A humanidade ímpia lida muito mal com a verdade. Lembro fragmentos de uma antiga canção: “As pessoas adoram o falso, eu também preciso ser mais falso, a verdade gera confusão...” mais ou menos isso. Ousemos ser verdadeiros em nossas inserções sociais, full time, para ver quanta confusão causaremos na seara da falsidade.

Os Hebreus foram derrotados justo pelo abandono de Deus; sua relação com O Santo se revelara oca, profana, falsa. Os filhos do sacerdote Eli faziam poucas e boas das coisas santas, prostituíam-se em público, vilipendiavam aos sacrifícios; seu omisso pai não os disciplinou como deveria; Deus disse-lhe: “Por que honras teus filhos mais que a mim?” Entristecido os deixou a própria sorte. Derrotados no primeiro embate resolveram buscar a Arca, como se, isso trouxesse junto ao Senhor. Ledo engano. Perderam de novo; até a Arca foi tomada pelos inimigos.

Deus O Todo Poderoso não pode ser levado como um bibelô. Mas, pode ser atraído por corações que se consagram a Ele. “Porque, quanto ao Senhor, seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com ele...” II Crôn 16;9 ou, “Os meus olhos estarão sobre os fiéis da terra, para que se assentem comigo; quem anda num caminho reto, esse me servirá.” Sal 101;6

Muitos vivem pretensa vida espiritual com uma superficialidade mais fina que verniz; acham que compartilhar ideias piedosas de terceiros, ou, digitar seus mercenários “améns” fará com que Deus, que sonda corações, as abençoe.

Ele não faz acepção de pessoas, aceita qualquer que se achegar; porém, isso só é possível negando a si mesmo, recebendo Cristo como Salvador e Senhor. Jesus mesmo avisou: “Ninguém vem ao Pai senão por mim”. Sem essa balela de mediadores e medianeira. Isso não passa de dogmas humanos falsificando a verdade que O Santo ama; pois, “há um só Deus; um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem.” I Tim 2;5

Estamos perdendo a batalha da vida? O Santo já venceu, mas, só herdaremos Sua Vitória, se pararmos de querer tudo do nosso jeito, e deixarmos que Ele peleje por nós.