terça-feira, 9 de janeiro de 2018

O Dom de Línguas

“Porque o que fala em língua desconhecida não fala aos homens, senão, a Deus... Mas, o que profetiza fala aos homens, para edificação, exortação, consolação. O que fala em língua desconhecida edifica a si mesmo, mas, o que profetiza edifica a igreja.” I Cor 14;2 a 4

O dom de línguas é assunto polêmico no meio cristão. Há tanta mistura de coisas indignas, que, muitos, decepcionados passaram a rejeitá-lo como se, genuíno, não fosse.

Para a teologia pentecostal clássica, o dom é a evidência inicial do batismo no Espírito Santo. Embora tenhamos os eventos de Atos onde se verificou em profusão, não basta para fazer disso, uma regra.

O Senhor e João Batista eram cheios do Espírito; entretanto, não há registro que falaram línguas. Estevão, idem; quando Lucas diz que não podiam resistir ao “Espírito com que falava” atina ao dom da Palavra da Sabedoria no qual se expressou de modo ímpar. Saul quando foi cheio do Espírito passou a profetizar; essa foi a evidência do Espírito na vida dele.

O fenômeno o dom de línguas é genuíno, atual; mas, não universal entre os crentes; isto é, não precisam tê-lo, todos, como se fosse um selo de aprovação espiritual, pois, não é. Nenhum dom é. São os frutos que identificam a árvore, como disse O Mestre; Paulo ampliou noutras palavras: “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

Já vi demônios imitando o dom de línguas, mas, com discernimento de espírito e autoridade na vida do ministro foram fingir noutros terreiros; já vi pessoas sem o dom fingindo ter como se fosse sinônimo de espiritualidade; também gente que possuía deveras, mas, por falta de experiência, maturidade, fazia mau uso. 

Entretanto vi também homens cheios de autoridade, mediante o quais O Senhor falou poderosamente com alguém, ou, com a igreja toda, assessorado pela interpretação. Mas, o que vi, observaria alguém, são minhas experiências, não, fundamentos. É. Mas, a Bíblia endossa isso sem minhas experiências.

Há uns que parecem ter visto e participado do que era fraudulento apenas; despertos saem decepcionados, concluem que tudo é fraudulento; não raro, falam com desdém fazendo piadas rasteiras sobre os pentecostais e sentindo-se os novos reformadores.

Ora, em nenhuma área há mais falsificações que na da palavra; heresias campeiam por aí, nem por isso abdicam eles da Palavra; antes, usando o próprio dom visam escrutinar e separar o falso do verdadeiro. “Examinai tudo, retende o bem”.

“O que fala em línguas edifica a si mesmo”; a igreja congregada é um corpo, não é hora do “si mesmo”; daí, fale consigo mesmo e com Deus, ou, esteja calado na igreja se, não houver intérprete; simples assim. Mas, para chegar a essa “simplicidade” é preciso ensino, disciplina, exemplo.

“O que profetiza é maior que o que fala em línguas;” pois, esse busca edificação da igreja, enquanto o outro, a própria. Se, a estatura espiritual de alguém se verifica a partir de seu altruísmo, escarnecer outrem, sentir-se superior por dominar melhor certo dom é sintoma de nanismo espiritual, não, de maturidade.

Sei que em determinados ambientes a coisa é uma espécie de “Vaca Sagrada”, mas, a carência é de ensino, não, de desprezo. Não falo dos retetés da vida onde até o espírito é estranho.

Outra coisa que escandaliza muitos é a falta de caráter, frutos, de uns, que, há pouco estavam linguarudos no templo; fora dele sua palavra e seu exemplo não valem nada. Claro que é grave.

Mas, parte disso deriva de uma compreensão errônea do próprio escandalizado. Era só um dom mal usado, não um selo de santidade. O simples mencionar o Nome de Cristo, como vimos acima, deveria nos apartar da iniquidade, com, ou, sem dons. Mas, escolhemos nossos escândalos favoritos.

Deparei com o texto de um “Neo-reformador” desses, onde esculachava grosseiramente dos “pentecas;” isso, num site secular, não, cristão; fazia humor.

Aquilo me incomodou, pois, associava o dom de línguas às heresias doutrinárias necessariamente. Desafiei-o a ler meus escritos; estão permeados de minha compreensão teológica, seja boa, ou, não; no devido lugar, entre cristãos, não aos olhos ímpios, poderia me ajudar, me corrigir. Faz uns cinco anos, ainda não apareceu; inda estou privado de tão preciosa ajuda.

Pois, recebi do Senhor o dom de variedade de línguas, fiz as criancices inicias, depois, cresci. Não atrapalha minhas ministrações na igreja, no rádio, e ajuda em minhas orações quando a mente está cansada.

Eu sei; são minhas experiências; é o meu dom de línguas; não me faz melhor que ninguém; tampouco, pior, que uns e outros que carecem doma de línguas.

segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

"In dubio pro reo"

Essa máxima do direito romano significa que, em caso de dúvida o julgador deve decidir a favor do acusado, pois, o princípio da liberdade é superior ao direito punitivo do Estado.

Muitos culpados acabam inocentados por falta de provas em atenção a isso; o que torna quase impossível um inocente ser condenado, salvo, em circunstâncias mui especiais; um conjunto probatório imperfeito; exercício de defesa mal executado, coisa rara, impensável, até.

O crime, por sua própria natureza esgueira-se alheio às regras socialmente convencionadas, de modo que desejar como provas, documentação timbrada de ilícitos não é a função da justiça. Ouve testemunhas, investiga indícios, constata evidências, circunstâncias; em cima disso forma sua convicção.

Dizemos desde sempre que o pior cego é o que se recusa a ver. Pois bem, certas pessoas, da esquerda, sobretudo, têm uma dificuldade histórica para lidar com os fatos.

Parecem crer na máxima do ministro do propaganda nazista, Joseph Goebbels, que “uma mentira repetida muitas vezes torna-se verdade”. Coisa que carece de comprovação, pois, essa própria ideia foi exaustivamente difusa desde que saiu de seus lábios, e ainda me parece crassa mentira, grotesco erro.

Mas, voltando aos esquerdistas, os fatos, a tirania, o testemunho dos que sofrem, têm feito o mundo todo ver que Cuba e Venezuela são duas ditaduras opressoras, no entanto, para eles, e só para eles, são dois regimes “democráticos” exemplares.

Sua “Comissão da Verdade” requentou os já conhecidos atos do Regime Militar, uns, justos, outros não, mas, omitiu perto de 150 mortes praticadas pelos sediciosos de esquerda em atos de terrorismo. Eis a sua “Verdade”!

Dilma escondeu enquanto pode um rombo estratosférico nas contas públicas com gastos infinitamente acima do permitido pela Lei de Responsabilidade fiscal; julgada por isso sofreu um “Golpe”. Eis a sua justiça!

Tiveram quatro mandatos majoritários seguidos, com Congresso venal que nunca lhes fez oposição de fato; fizeram e aconteceram como lhes aprouve. O Governo que temos ainda é resíduo deles, mas, posam de oposição; os imensos rombos nas contas públicas, no BNDS, Fundos de Pensão, Petrobrás; resultado de seus 14 anos de “trabalho.”

Olham pra isso de fora, como se nada tivessem a ver; ainda ousam apresentar Lula como a solução para “O Brasil voltar a sorrir”. Desse modo, eles são a causa do desequilíbrio econômico, roubalheira, desemprego, do “upgrade” no Risco Brasil e a solução ao mesmo tempo. Eis a sua lógica!

Agora que Lula foi preliminarmente condenado com sobejo corpo de provas por juristas isentos, tentam politizar o julgamento em 2ª instância, pressionando com mantras como: “Eleição sem Lula é Fraude”. É? Tivemos duas recentes sem ele; a Dilma ganhou, portanto devem estar reconhecendo que as urnas eletrônicas foram responsáveis pela “unção” da estocadora de vento... (?)

Sem essa de ser julgado nas urnas; eleitores são ignorantes manipulados por marqueteiros, e isso atina apenas a ações políticas, não a questões criminais que pertencem aos tribunais.

Não entendo, honestamente, o cérebro de um esquerdista, admitindo que o tenha. Votei em FHC, foi até bom seu governo, mas, depois que passou a dar declarações alinhadas aos corruptos, defender descriminação das drogas perdeu meu respeito; meu voto, caso se candidate de novo; votei em Aécio, se revelou um corrupto igual à maioria; idem, já era.

Parece que é isso que espera de uma mente saudável. Comete erros equívocos dado que, imperfeita, mas, quando pode ver se redime, muda. Um esquerdista da gema jamais faz isso.

Parece que, ser de esquerda é uma qualidade tão sublime que coloca acima da Lei, do bem, e do mal.
Seus ladrões nem são ladrões; são “Guerreiros do povo Brasileiro”; seus ditadores assassinos são apenas “democratas libertários” combatentes do imperialismo.

Seus próceres que afrontam leis não são julgados, são “golpeados”; bandidos cabeças, não são bandidos, são “perseguidos políticos”; defendê-los não equivale a ser cúmplice de ladrões, antes é “defender a democracia”...

E pensar que alguns são denominados “intelectuais de esquerda”... não consigo ver como atua o intelecto com tais afrontas à razão, à lógica, à coerência, à ética, aos fatos, à história...

A “moral” do “Rouba, mas, faz” é coisa de canalhas; e a ideia de governar para os pobres é falácia para mentecaptos. Um governo competente cuida dos pobres, sem vilipendiar que lhes gera emprego, os ricos; e pobres vagabundos, os que burlam ao ”Bolsa Família” sem necessitar, e os que vivem parasitando como o MST tem que ser exemplarmente punidos, não, incentivados.

Se, são mesmo democratas como dizem, deixem vir a saudável alternância de poder. Tiveram quatro mandatos, já sabemos o que podem. Nós queremos e merecemos muito mais, embora, demoraremos uma década com um governo probo, bem saudável, para voltarmos onde já estávamos quando o PT assumiu em 2002.

domingo, 7 de janeiro de 2018

Salvação, contra a torcida

“Eis que chegou um homem de nome Jairo, que era príncipe da sinagoga; prostrando-se aos pés de Jesus rogava-lhe que entrasse em sua casa; Porque tinha uma filha única, quase de doze anos que estava à morte...” Luc 8;41 e 42

Toda oposição que O Senhor enfrentou tinha direta, ou, indiretamente as digitais dos religiosos. Se, eram o romanos que o assediavam, eventualmente, o faziam acossados pelos Saduceus, ou, Fariseus.

Tanto, o Senhor era “persona non grata” aos olhos deles que, Nicodemos, um membro do Sinédrio quando desejou entrevistar-se com Jesus o fez de noite, para, se possível, não ser visto por seus pares.

Entretanto, acima, encontramos Jairo, o príncipe de uma sinagoga prostrado aos pés de Jesus rogando sua Graça. Se, os demais Fariseus soubessem tinha tudo para perder seu posto de principal; quiçá, seria até expulso da sinagoga como era ameaça corrente.

Infelizmente, assim como Jairo a maioria das pessoas pauta-se por certa ambigüidade; uma escala de valores, um tipo de postura para as horas de calmaria; outro, para momentos de abalos emocionais. Todas as suas conveniências sociais e religiosas perderam importância; de repente, ante o risco de perder sua filha jogou no lixo as convenções o prostrou-se aos pés de quem o poderia ajudar. Sua ousadia foi recompensada, pois, sua filha já falecida foi restaurada à vida pelo Senhor.

Há um ditado que diz: “É na tempestade que se pensa no abrigo”; Porém, não se pensa num inexistente, antes, um que foi planejado e feito prevendo intempéries. E, como disse John Kennedy, “Devemos reparar o telhado quando o sol está brilhando.” De outra forma: Se, quando a Terra treme até ateus gritam: “Meu Deus”! Ou, se para momentos de dor, perdas, catástrofes, Deus nos parece um socorro necessário, por que, nas horas de calmaria O ignoramos?

Uma cena bem didática é observar a plateia num auto fúnebre, quando, o ministro tem o que dizer, da parte de Deus; mesmo os que dizem não acreditar, os que acreditam e não obedecem, todos bebem com sofreguidão cada palavra; mostram em suas retinas umedecidas, quanto carecem ter esperança, sobretudo, em horas assim.

Que adiantaria darmos voz ao ateísmo? Nada teria a dizer; pelo menos, nada que atenuasse a dor, que ensejasse algum alento. Nas horas de calmaria destruíram o possível abrigo; chegou o vendaval da morte e ficaram expostos.

Tendemos a ser muito naturais, malgrado, tenhamos espírito. O Mestre falou do Novo Nascimento ao príncipe Nicodemos; ele cogitou voltar ao ventre materno; viu as coisas do espírito com olhos da carne; igualmente o carcereiro de Filipos que, quando um terremoto abalou a cadeia onde Paulo e Silas injustamente presos cantavam louvores, ao ouvir de Paulo que estavam todos ali, ninguém tinha fugido, perguntou: “O que eu faço para me salvar”?

Embora pareça que ele fez uma pergunta espiritual, não foi o caso. A salvação que tinha em mente era da vida natural que corria risco de execução, se, os presos fugissem. Porém, Paulo bancou o desentendido e apresentou algo mais valioso que mera salvação natural; “Crê no Senhor Jesus e serás salvo; tu e tua casa”.

É lógico pensarmos que ninguém deixará um lugar onde se sente seguro, exceto, se, algum tipo de abalo o forçar a isso. Por essa razão Deus enviou Sua Palavra, que, menciona mais vezes o inferno que o Céu; a ideia é abalar mesmo; fazer pó de nosso enganoso refúgio da justiça própria, ou, heresias várias e deixar patente que, ou, recebemos Jesus como Salvador e Senhor, ou, eterna perdição nos aguarda.

Nas filas da “Mega da Virada” se podia ver muitos sexagenários fazendo sua fezinha, como dizem, querendo “ficar ricos”. A maioria deles tem já patrimônio sobejo para os poucos dias que lhe resta nessa terra, mas, sonham aumentar a bagagem que será deixada na viagem final.

Nuances da cegueira de quem passou a vida todinha alheio a Deus; mesmo se aproximando a hora de prestar contas a Ele, gasta as últimas porções do fôlego de vida correndo atrás de pó.

Quem chega a idade avançada nesse vale de lágrimas, por certo, passa por muitos abalos emocionais. Entretanto, chegando a ela sem ter restabelecido relacionamento com Deus, tende a petrificar o coração e partir assim.

Talvez por isso, Salomão via nos ambientes fúnebres mais proveito que nos oba-obas festivos e inúteis; “Melhor é ir à casa onde há luto, que, ir à casa onde há banquete; porque naquela está o fim de todos os homens; e os vivos o aplicam ao seu coração.” Ecl 7;2

Foi o medo de perder uma vida cara que forçou Jairo a ignorar a torcida e se prostrar ante Jesus; quanto vale sua vida pra você?

sábado, 6 de janeiro de 2018

O Papa e o "Jesus Metafórico"

“A última afirmação polêmica do Papa Francisco – “Jesus é metafórico, não literal”- empurrou a Igreja Católica à beira do motim aberto, com múltiplos cardeais do Vaticano no registro declarando que o Papa Francisco é o Falso profeta predito na Sagrada Escritura e profecia.”

Esse texto encontrável em vários sites, inclusive no Youtube repercute o que o Papa teria dito numa missa recentemente.

“Metafórico” isto é: produto de uma metáfora. Mas, o que é isso? Metáfora é uma figura de linguagem onde se usa uma palavra ou expressão não em seu sentido comum, mas, visando uma relação de semelhança entre dois termos.

A semelhança pretendida é tal, que os dois, o comparado e o comparando fundem-se como se fosse um só. Por exemplo, nas palavras de Jesus: “Eu Sou A Porta;” a ideia mais ampla está expressa noutra parte: “Ninguém vem a Pai senão por mim.” A figura, ou, metáfora usada foi a porta.

Se invés disso tivesse dito: Eu Sou “como” uma porta, deixaria de ser metáfora e se tornaria símile. Esse é uma comparação por semelhança de objetos que seguem separados; aquela, a metáfora, uma fusão num objeto só; Eu sou a Porta. Não, “como” uma porta.

Derivam daí outros métodos literários especiais que não são tão concisos; isto é, tão resumidos. Uma alegoria é uma metáfora ampliada, como a história da videira de Isaías cap 5; uma parábola é um símile ampliado; ou seja, uma comparação mais extensa, como a do Semeador, por exemplo.

Assim, se Cristo é metafórico como pretende o Papa, deixa de ser uma pessoa literal, histórica para converter-se apenas num ideal religioso-espiritual derivado de rabinos da época; será?

Se assim fosse poderíamos descartar toda a Bíblia como indigna de confiança, pois, invés de plasmar mero ideário religioso narra a gravidez de Maria, o censo de César Augusto, o nascimento, a visita dos sábios, a fuga para o Egito, o retorno; por fim, os feitos, ensinos, mandamentos e a morte do Mestre.

Como não a descartamos ainda, a Bíblia, ouçamos o que ela diz a respeito: “Amados, não creiais em todo o espírito, mas, provai se são de Deus, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo. Nisto conhecereis o Espírito de Deus: Todo o espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne ( é uma metáfora) não é de Deus; mas, é o espírito do anticristo, do qual já ouvistes que há de vir, e, já está no mundo. Filhinhos, sois de Deus, já os tendes vencido; porque maior é o que está em vós que, o que está no mundo. Do mundo são, por isso falam do mundo e o mundo os ouve.” I Jo 4;1 a 5

Não se trata de disputa religiosa de superioridade de A sobre B. Apenas, o eterno gládio que vem desde o Éden, da verdade contra a mentira. E, se identificar ambas contrapondo o que procede de Deus ao que, vindo de fonte espúria o contradiz. Aliás, os próprios cardeais católicos ficaram desconfortáveis ao ouvir seu líder falar isso.

Não nos apeguemos a pessoas, tampouco, religiões; essas não nos podem salvar. O Papa Falando agrada gays, islâmicos, budistas, hindus, judeus ortodoxos, “do mundo são, por isso falam e o mundo os ouve”... afinal, diz, todos estariam certos à sua maneira.

Entretanto, O Senhor Jesus Cristo, Deus Feito homem, disse dos Seus: “Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou. Não peço que os tires do mundo, mas, que os livres do mal. Não são do mundo, como eu do mundo não sou.” Jo 17;14 a 16

Depois de ressurreto mandou que se pregasse o Evangelho a toda Criatura; de modo que, todos estão perdidos sem Ele; não se comove com nossas inclinações naturais, nem com predileções religiosas; antes, É, vive e anuncia a Verdade.

Jesus rogou que O Pai mantivesse Seus servos separados do mundo; o meio eficaz pra isso é, justo, a observância da Palavra; “Santifica-os na verdade; tua palavra é a verdade. Assim como tu me enviaste ao mundo, também eu os enviei. Por eles santifico a mim mesmo, para que também eles sejam santificados na verdade.” VS 17 a 19

Infelizmente muitos se impressionam com deferências humanas, cargos, vestes, opulências várias; isso não vale nada. Como disse Paulo: “Nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade”.

Deus não faz concessões como se agrupar religiões perversas fosse Seu alvo; apenas perdoa e recebe aos arrependidos que são aceitos no Rebanho Universal do Único Pastor, Jesus Cristo. Quem estiver fora disso está fora, literalmente.

Religião ou comunhão?

“... Não foram dez os limpos? Onde estão os nove? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, senão, este estrangeiro?” Luc 17;17 e 18

Jesus curara dez leprosos; não usou “água ungida”, “sabonete ungido” sal grosso, nada. Apenas disse: “...Ide, mostrai-vos aos sacerdotes. Aconteceu que, indo eles, ficaram limpos.” V 14

Um leproso só seria declarado limpo após supervisão dos sacerdotes. Havia certo ritual de purificação; duas aves limpas; uma seria sacrificada, outra, molhada com água da purificação misturada ao sangue do sacrifício, então seria solta; “Sobre aquele que há de purificar-se da lepra espargirá sete vezes; então o declarará por limpo, e soltará a ave viva sobre a face do campo.” Lev 14;7

Há um tipo profético nisso; o sangue de uma ave misturado com água aspergindo uma ave viva como sinal de purificação e retorno ao convívio social. Isso aponta para Cristo, a “Ave limpa” que deu Seu sangue misturado com água, (Sua Palavra) para que, sendo aspergidos sobre nós fôssemos purificados da lepra do pecado e voltássemos ao convívio com os santos.

No incidente acima Ele curou dez leprosos; o texto diz que apenas um, que era samaritano voltou para agradecer e glorificar a Deus. Talvez os judeus, conhecedores dos rituais de purificação se preocuparam mais com isso, que, mostrar gratidão. Seu zelo para com deveres religiosos era maior que o amor; o samaritano, não; seus passos após a cura foram em busca do Senhor para honrá-lO.

Os judeus curados comportaram-se como se Deus lhes devesse aquilo; como se não tivesse feito mais que uma obrigação; enquanto, o estrangeiro sentira-se abençoado grandemente.

Há muitos que se comportam assim em nossos dias; ser curados de sua lepra não os sensibiliza a ponto de manifestarem gratidão ao Salvador; antes, saem “declarando, decretando” isso ou aquilo, como se, a salvação fosse mero ingresso a um Reino onde se fazem co-regentes e começam controlar as coisas como desejam.

No caso dos judeus foi-lhes dada uma série de preceitos justos e sábios, que, cumprindo-os seriam um “Reino sacerdotal e nação santa” para abençoar em Nome do Senhor aos demais povos que se chegassem. Como o siro Naamã, certa vez. Não cumpriram quase nada do que lhes fora ordenado, contudo, sentiam-se santos; mais por decreto que, por observar modo de vida que Deus prescrevera-lhes.
Os leprosos atuais, uma vez curados cometem o mesmo erro; sentem-se numa posição privilegiada ante os demais como se, por decreto, não, pelo novo modo de vida.

O mesmo que Paulo disse dos judeus em Roma, bem se pode dizer a muitos crentes atuais: “Tu que tens por sobrenome judeu, (crente) repousas na lei, te glorias em Deus; sabes Sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído por lei; confias que és guia dos cegos, luz dos que estão em trevas, instrutor dos néscios, mestre de crianças, que tens a forma da ciência e da verdade na lei; tu, pois, que ensinas a outro, não ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Tu, que dizes que não se deve adulterar, adulteras? Tu, que abominas os ídolos, cometes sacrilégio? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?” Rom 2;17 a 23

Como aqueles se ocuparam mais em rituais religiosos que com Cristo, muitos ainda perdem-se no mesmo erro como se, religião fosse mais relevante que comunhão.

Aí fazem seus “cultos da vitória”, campanhas de “derrubada de muralhas” como se, estar em Cristo já não fosse nossa vitória, ou, a queda de eventuais obstáculos dependesse de nossa iniciativa, não, da Soberania do Senhor.

Mas, foi O Senhor que os mandou ir e se apresentar aos sacerdotes; foi. Contudo, o mesmo Senhor disse, noutra parte: “Quando fizerdes apenas o que vos for mandado dizei: Somos inúteis”. Ele espera iniciativa, sobretudo, em direção ao amor, à gratidão.

Não somos servos por decreto; há certo pragmatismo que demonstra isso, ou, não. “O fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19, ou, “se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis, que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Os samaritanos, os centuriões romanos, um anônimo, e Cornélio, estrangeiros que se avantajaram aos “santos” no conhecimento de Deus. Não que, conhecimento da Palavra não seja vital; mas, muitos perdem-se em teorias quando deveriam se achar num sadio relacionamento.

Salvação é muito mais que merecemos; motivo pra sermos eternamente gratos; se vier mais, será graça excedente, fruto do amor do Pai, pois, Ele não nos deve nada; e, amor não se reivindica; se vive, corresponde.

sexta-feira, 5 de janeiro de 2018

Ativismo acéfalo

“Assim como gosto do jovem que tem dentro de si algo do velho, gosto do velho que tem dentro de si algo do jovem: quem segue essa norma poderá ser velho no corpo, mas, na alma não o será jamais.” Cícero

Encontrarmos adultos com espírito jovial é corriqueiro; entretanto, jovens com nuances de maturidade, aí é raro. Nos dois casos não é o curso do tempo o vetor; será assessorado por alma dócil ao aprendizado, o jovem, e por renovado anseio de vida, o adulto.

Acontece que o espírito do nosso tempo plasmou numa geração que o barato é transgredir, chocar, desconstruir. Ser pela descriminação das drogas, pelo aborto, pelo casamento gay, pelos “direitos humanos” na verdade, amparo aos marginais seria sinal de modernismo ideológico, progressismo.

Para o jovem assimilar algo de outrem maduro, teria que ser ensinável, intelectual, submisso aos pais e às autoridades; no entanto, se convencionou, mercê da ideologia esquerdista e o marxismo cultural, seu braço mais pujante, que, conservar valores como, moral, ética, bons costumes, família, respeito a autoridade, à propriedade é subserviência ao “sistema”, “escravizar-se à burguesia” às “elites dominantes”.

O gado marcado por esses ferros em brasa é drogado pelo torpor ideológico e sente-se libertário quebrando tudo; se revelou incapaz de pensar por si; sai repetindo mantras a torto e a direito, mesmo que, os fatos insistam em apontar em direção oposta; seguem desconstruindo tudo que podem; defendendo interesses de seus feitores, uma “Síndrome de Estocolmo” social, onde as vítimas se apaixonam pelos seqüestradores.

Aliás, às vezes me ponho a pensar nos motivos pelos quais, mesmo tendo fracassado cabalmente nos mais de 60 países onde foi tentado, o socialismo/comunismo ainda atrai adeptos. Venezuelanos nossos vizinhos estão morrendo de fome, mas, os canhotos de cá seguem apoiando o ditador Maduro; dizendo que lá é uma democracia. Voltando aos motivos, deve ser isso, sair quebrando tudo, contra tudo e contra todos, destruindo plantações, redes de energia como faz o MST, fazer isso, digo, deve ser muito mais atraente a uma geração que se criou avessa ao ensino dos mais antigos, e seus valores; trabalhar, obedecer, não ta com nada.

Poder dar vazão aos instintos mais bárbaros que há no bicho homem, cobrindo isso com um verniz ideológico, de modo que, marginais sejam travestidos de ativistas políticos, em vez do devido nome, deve ser irresistível para esses acéfalos e amorais; não lhes cabe a pecha de inocentes úteis, pois, embora úteis aos barões do totalitarismo, de inocentes não têm nada.

Lula está prestes a ser julgado em Porto Alegre; invés de um julgamento como outro qualquer, onde se apresentam provas, de culpa, inocência, e baseados nisso os juízes decidem, está sendo amado um circo, como se, o rotineiro trabalho da justiça se convertesse de repente num séquito de perseguidores. Ameaçam ocupar a cidade, promover badernas, pressão, como se, as sentenças proferidas devessem derivar do berro da torcida, não, do saber dos julgadores. Isso é a esquerda, infelizmente. Abdicar dos meios legais e se impor no grito; neutralizar neurônios e dar vazão às paixões, fanatismo. Se o sujeito é inocente demonstre isso de modo cabal com provas, não, discursos, como se a tribuna fosse um palanque de comício como tem feito.

Mais, se discordarem da sentença recorram ao Supremo, aquele amontoado de inúteis, tão servil aos corruptos que os nomearam. Mas, no grito, na intimidação, não.

Se a justiça perseguisse ao PT como dizem, não teria enjaulado Pedro Correia, Eduardo Cunha, Anthony Garotinho, Sérgio Cabral, etc. Ela persegue corruptos; quem não é não a deve temer, simples assim.

Falta-lhes a honestidade intelectual que seria sua “velhice” digo, a gravidade dos mais velhos; sua “Comissão da Verdade” Achou mais de 300 mortes cometidas pelos militares, e, nenhuma das 150 praticadas pelos terroristas de esquerda. Lutaram por uma ditadura comunista e mentem que lutavam por democracia; Algumas injustiças os militares cometeram, mas, eram governo tinham o monopólio do uso da força pra manter a ordem, e muitos dos que mataram mereceram morrer.

Mais, dizem que impeachment foi golpe. Não havia crime. Não devem ter lido a Lei de Responsabilidade Fiscal. Agora berram contra a reforma da previdência, e o pífio aumento do salário mínimo, ignorando que essas coisas são consequências das “Pedaladas” que omitiram um rombo de 170 bi. Eis as pujantes provas do crime!

Dizem que eleição sem Lula é fraude, como se a justiça devesse se ater a cenários políticos, não, ao processo estritamente. Enfim, não aprenderam nada ainda no uso do cérebro.

Reinaldo Azevedo que quando jovem foi comunista definiu muito bem; “Ser jovem e não ser socialista é não ter coração; amadurecer e seguir sendo é não ter cérebro.” A maioria não tem.

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

O incômodo de saber

“Eles voluntariamente ignoram isto...” II Ped 3;5

Normalmente temos a ignorância como consequência necessária às vidas que não dispuseram de meios para o acesso ao conhecimento. Há nessa ignorância certa “inocência”, não no sentido de ausência de culpa, mas, ausência de noção mesmo.

Num cenário assim, falando em Atenas, malgrado, parte de sua audiência fosse de filósofos eram ignorantes no que tange às coisas Divinas; em complacência para com essa “inocência” Paulo disse que, “Deus, não toma em conta os tempos da ignorância...” Porém, como isso não os eximia de culpa, “...anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam.” Atos 17;30 Eis o aguilhão do saber! Ele nos desafia a agir.

Embora alguns usem a palavra, ignorante, como sinônimo de grosseiro, não é estritamente esse, o significado. Literalmente significa sem “gnose” a palavra grega para conhecimento. Então, o que ignoro, não sei. Mesmo um homem culto, letrado, pode ser ignorante acerca de muitos temas, bem como, um tosco, rudimentar pode ser sábio em determinada área.

Entretanto, Pedro mencionou a “ignorância voluntária”, ou seja: Não que as pessoas alvo de sua acusação não sabiam, mas, não queriam saber. Em nosso tempo usa-se o termo, desonestidade intelectual para definir aos que agem assim. Suas inteligências podem ver claramente o que está em jogo, mas, suas vontades rebeldes recusam; não raro cobrem-se de sofismas para fazer parecer que têm uma dúvida legítima, quando, a rigor não têm vontade de obedecer, apenas.

Quando do anúncio do nascimento do Salvador, sábios vieram de longe guiados por uma estrela; anunciando em Jerusalém entre os religiosos que o Messias nascera, eles informaram que era Belém o lugar predito para tal; contudo, não foram conferir. Estrangeiros vindos de longe buscaram o menino; compatriotas morando perto ignoraram; mesmo sabendo da promessa e do endereço do seu cumprimento. Eis, mais um caso de ignorância voluntária!

Cristo mencionou algo assim sobre a resiliência rebelde dos Fariseus; “Aqueles dos fariseus que estavam com ele, ouvindo isto disseram-lhe: Também nós somos cegos? Disse-lhes Jesus: Se fôsseis cegos, não teríeis pecado; mas, como agora dizeis: Vemos; por isso, vosso pecado permanece.” Jo 9;40 e 41

A condenação dos ímpios não resulta da incapacidade de ver, mas, de amar as coisas justas que Deus os faz ver; “A condenação é esta: A luz veio ao mundo; os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz para que as suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20
Sabem que suas obras, uma vez manifestas, seriam reprovadas; portanto, não lhes falta conhecimento, porém, caráter. Muitos desses deuses caídos quando deparam com textos que os corrige constroem suas cabanas de palha sob as quais pretendem estar seguros. Postam seus “argumentos”: “Terás direito de dar palpite na mina vida quando pagares minhas contas”. Ora, quem apresenta A Palavra de Deus como aferidora de comportamento não dá palpites na vida de ninguém. É apenas instrumento mediante o qual, Deus Fala.

As contas necessárias à manutenção da vida Ele tem pago todas, fazendo chuva e o sol descerem sobre justos e injustos; a impagável dívida espiritual de nossas transgressões O Salvador quitou com Seu Sangue em nosso lugar, portanto, não será nenhum intrometido se ousar alguns “palpites” sobre como escapar da perdição.

Outra feita os religiosos questionaram a fonte da Autoridade de Jesus; Ele redargüiu: “O batismo de João era do céu ou, dos homens”? “... pensavam entre si, dizendo: Se dissermos: Do céu, Ele nos dirá: Então por que não crestes? Se dissermos: Dos homens, tememos o povo, porque todos consideram João como profeta. Respondendo a Jesus disseram: Não sabemos...” Mat 21; 25 e 26

Notemos que eles sabiam as respostas possíveis e as consequências de ambas; como nenhuma era favorável fingiram não saber. Mais um caso clássico de ignorância voluntária, desonestidade intelectual.

A esperteza acaba usurpando lugar que deveria ser da sabedoria; tais “espertos” se evadem a um constrangimento pontual mesmo indo ao encontro de vergonha eterna, como disse Cristo, “coam um mosquito e engolem um camelo.”

Sabedoria não é uma dama elitista ao alcance dos que muito estudam; antes, até um analfabeto pode atuar como sábio, se, corresponder devidamente ao que o Espírito do Senhor lhe revela.

Sabedoria espiritual não tem laços com inteligência, antes, com caráter, uma vez que é um Dom Divino; “Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos. Escudo é para os que caminham na sinceridade.” Prov 2;7

“Mas a ambição do homem é tão grande que, para satisfazer uma vontade presente, não pensa no mal que daí a algum tempo pode resultar dela.” Maquiavel