quinta-feira, 23 de outubro de 2025

A paz possível

 

“O efeito da justiça será paz; a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17

Isso, após o derramamento do Espírito Santo sobre a humanidade. Aconteceu em Pentecostes depois da ressurreição do Salvador. Por que, tantos embates, guerras, desavenças, então?

A paz interpessoal, internacional, pode se firmar sobre diversas coisas sem depender da justiça, necessariamente. Pelo poderio bélico superior de outrem, muitos vivem em “paz”.

A única paz que depende estritamente da justiça é com Deus. Quando nossos pais aceitaram a sugestão da serpente, que O Criador mentira e fora parcial, a maior das injustiças foi aceita.

Quando João se recusava batizar a Jesus, Ele insistiu dizendo que era necessário cumprir “toda justiça”;

“Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; pôs em nós a Palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Enquanto a justiça do Príncipe da Paz, não for recebida e vivida, seguiremos em inimizade com Deus. As alternativas são: lutarmos, ou reconciliarmos; Ele aconselha: “Que se apodere da Minha força e faça paz comigo...” Is 27;5

Os fiéis

“Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa Deus, e morre.” Jó 2;9

Jó estava sofrendo por Divina permissão, para desmentir às calúnias de Satanás. Sua mulher achou que era demais e disse as palavras acima.

Partidária da “fé” na qual, muitos são ensinados nesses tempos. Uma relação mercantil que “dá” algo requerendo bens. Quando essa “troca” deixar de ser vantajosa, acaba.

Se, a fé é o “firme fundamento das coisas que não se vê...” Heb 11;1 quem precisa ver resultados imediatos dela, não a conhece. “Porque andamos por fé, não por vista” II Cor 5;7

Mesmo em total escuro, os fiéis permanecem, pois, sabem em quem creem; “... Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

A fé sadia supera circunstâncias adversas, pela integridade de Quem prometeu; “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a si mesmo.” II Tim 2;13

Se há um limite ao qual, ultrapassado, devemos descrer, não é dessa vida. “... Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida.” Apoc 2;10

segunda-feira, 20 de outubro de 2025

A Cristo moeda

 

“Os gentios enterraram-se na cova que fizeram; na rede que ocultaram ficou preso seu pé.” Sal 9;15

O que seria mais justo que, ver quem nos intentou fazer o mal, colher exatamente o mesmo?

Contudo, somos colegas de peregrinação dos demais pecadores. Não nos cabe ser juízes. É estúpido repetir certa frase: “Que Deus te dê em dobro tudo que me desejares.” As pessoas usam isso como “escudo” contra possíveis maus desejos.

Somos exortados ao perdão; um “pagamento”, não, na mesma moeda. Quem teve tempo e ocasião para mudar, se arrepender e não fez, oportunamente, a Divina justiça o alcançará.

No que depender nós, o antídoto ao alheio mal, não deve ser o anseio pela justa punição; “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu recompensarei, diz o Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber... Não te deixes vencer pelo mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;19 a 21

Os tolos

Não fales ao ouvido do tolo, porque desprezará a sabedoria das tuas palavras.” Prov 23;9

Esse conselho se refere a alguém, reconhecidamente tolo, com o qual, não adianta gastar latim.

Em se tratando da pregação do Evangelho deve ser inclusiva, apresentada a “todo a criatura”; caia a semente no solo que cair, como ensinado na parábola do semeador.

Depois de estabelecermos relação com as pessoas, temos condições de avaliar suas motivações, seus anseios, suas índoles.

Percebido se tratar dum escarnecedor, que escolhe a tolice como diretriz, então, se aplica o conselho do Salvador, de não darmos aos cães as coisas santas, nem lançarmos pérolas aos porcos.

Como dizia Spurgeon, “Basta um homem para levar um cavalo às águas; cem homens não serão suficientes, para forçá-lo a beber.”

Enfim, não é a eloquência do pregador que convence; antes, a ação do Espírito Santo que testifica nos corações que ouvem.

A voz de Deus busca por todos, dos mais diversos modos. Porém, aquele que ouvindo e fecha-se, estupidamente trai a si mesmo.

Caminho estreito


“A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Duas coisas chamam atenção sobre a caminhada dos “justos”; (embora diante de Deus não haja nenhum, bondosamente assim chama, àquele que se deixa por Ele instruir.)

As duas coisas: O caminho é estreito, uma vereda; e a luz da instrução incide num processo progressivo.

Embora, “vereda” permita conotações alternativas, O Salvador foi preciso sobre o que convém aos Seus: “Porque estreita é a porta, apertado o caminho que leva à vida, poucos há que a encontrem.” Mat 7;14

Para nossa progressão na iluminação espiritual, O Senhor estabeleceu mestres, “Até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus; homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;13

Assim, sempre haverá trabalho em nós, no prisma do aprendizado. De ponto-de-vista do Eterno, o mesmo será levado a efeito. “... aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus Cristo;” Fp 1;6

Divina instrução

 

“... Porventura nunca aceitareis instrução, para ouvirdes as minhas palavras?” Jr 35;13

Era um povo que aceitava uma porção de coisas; exceto, oriundas do Senhor. Os falsos profetas deitavam e rolavam; Jeremias, era rejeitado, perseguido, ultrajado.

“Os profetas profetizam falsamente, os sacerdotes dominam pelas mãos deles; Meu povo assim o deseja; mas que fareis ao fim disto?” Cap 5;31

Aceitavam aos falsos profetas, pois, e o domínio dos sacerdotes, ancorados neles. Aí, restou uma pergunta: “O que fareis no fim disto?” O fim de muitos foi a morte; dos que restaram, o cativeiro.

O risco de rejeitarmos a instrução Divina é cairmos vítimas dos feitores do engano das nossas predileções. Paulo advertiu: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme as próprias concupiscências;” II Tim 4;3

Se, aceito apenas o que desejo, a rigor, não aceito nada; faço dos meus desejos doentios, meus guias. “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;7

domingo, 19 de outubro de 2025

O "bom de Bíblia"

 “Havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos.” Jo 20;22 e 23


Ouvi um apologista católico citando esse texto, como um ‘cala boca protestante’; dizendo que, quem for “bom de Bíblia” acaba com os argumentos dos tais, sobre o poder dos padres de perdoar pecados.

Estúpido pelejar na área das ideias pra mostrar que é se bom nisso, ou naquilo. Quem imagina que a luz seja um troféu a ostentar, não, uma dádiva a partilhar, ainda está no escuro.

Quem parte dum “à priori”, ao qual, defende a qualquer custo, se mostra combatente de uma instituição, ideologia, não, um garimpeiro buscando a verdade. “Tens visto o homem que é sábio aos próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo que dele.” Prov 26;12

Assim, um islâmico defendendo o islamismo; um adventista ao adventismo; um católico ao catolicismo; um protestante ao protestantismo. Ora, entre os “protestantes” há um caminhão de gente laborando em erro, que é materialista, herege, profano, pervertido sexualmente, etc. Urge que assimilemos algo bem básico: “Nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8

Dito isso, vamos ao ponto: Há dois tipos de perdão; um, horizontal que atina às relações interpessoais; outro, vertical, pertinente a relação do homem como Criador.

Todos somos ensinados a “Perdoar setenta vezes sete.” Faz parte do modelo de oração ensinado pelo Salvador, pedir ao Pai por isonomia, no quesito, perdão; “Perdoa-nos nossas dívidas, assim como nós perdoamos nossos devedores;” Mat 6;12

Logo, se não perdoarmos, criamos um precedente pelo qual, também não seremos perdoados.

Quanto ao perdão vertical, apenas O Senhor o pode dar, por duas razões, inicialmente: Uma: A parte ofendida foi Ele; como poderia um ser humano arbitrar sobre os Divinos sentimentos?

A Pasta da reconciliação entre o homem e Deus é de Jesus Cristo e ninguém mais; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

‘Ah, mas os padres representam a Jesus’; Ele vetou que se reconheça aos tais; “A ninguém na terra chameis vosso pai, (espiritual, óbvio) porque um só é o vosso Pai, o qual está nos céus.” Mat 23;9

Quando O Salvador perdoou a um paralítico que levaram até Ele, os religiosos que viram isso se escandalizaram. Perdoar é prerrogativa exclusiva de Deus.

O Senhor não disse que estavam errados quanto a isso; apenas fez algo mais que serviria para mostrar Sua autoridade; “Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma tua cama e vai para tua casa.” Mat 9;6

Só Deus pode perdoar, insinuaram; ok, assentiu O Salvador; farei algo que só Deus pode fazer, para que, quiçá, entendais. Mas eles não entenderam, ou não quiseram entender.

O segundo ponto é que, onde o vero arrependimento acontece, o homem não pode conferir; “... Não atentes para sua aparência, nem para a grandeza da sua estatura, porque o tenho rejeitado; porque o Senhor não vê como vê o homem, pois, o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha o coração.” I Sam 16;7

Diante do homem, qualquer um pode se fingir de arrependido e pleitear perdão; ante O Eterno, não é assim. “O espírito do homem é a lâmpada do Senhor, que esquadrinha todo o interior até o mais íntimo do ventre.” Prov 20;27

O que O Salvador deu aos apóstolos depois do Espírito Santo, foi, autoridade de gerir a Igreja de então; tanto para receber aos arrependidos, quanto, para disciplinar eventuais errados de espírito que causassem escândalo no seio da mesma.

A igreja é uma mescla de joio e trigo; o senhor que conhece os corações, oportunamente separará uns e outros; “Os Meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse Me servirá.” Sal 101;6

Os que saem caçando palavras aqui, acolá, para reafirmar o que desejam, mostram zero apreço pela verdade, fanatismo doentio; o fogo que nesses arde consegue produzir calor e sonegar à luz.

Quando convém aos tais, desprezam à Palavra de Deus em prol das suas tradições e dogmas; porém, se encontram um texto que presumem embasar suas doenças, presto se arvoram em “bons de Bíblia”.

Somos desafiados ao preparo; não, como fomento de jactância vã; tampouco, para defesa duma instituição; nosso objetivo deve ser a verdade; “Procura apresentar-te a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade.” II Tim 2;15