“Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto, o mal.” Heb 5;14
Embora a perfeição seja algo que escape à humana estatura, a maturidade espiritual é a “perfeição” possível, que em seu bojo traz o discernimento.
Somos desafiados a crescer até à Estatura de Cristo, “Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por todo o vento de doutrina...” Ef 4;14 O efeito colateral da maturidade espiritual é a perseverança.
O que atrasa, e às vezes, tolhe esse aperfeiçoamento necessário, é o baixo apetite para com A Palavra de Deus. “... vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar quais sejam os primeiros rudimentos das palavras de Deus...” Heb 5;11 e 12
Mais que a “Mente de Cristo”, aos que O obedecem é dada Sua Luz também; “O que é espiritual discerne bem tudo, e ele, de ninguém é discernido.” I Cor 2;15
“Se forem destruídos os fundamentos, que poderá fazer o justo?” Sal 11;3
No sentido estrito da salvação, apenas O Senhor é nosso fundamento; “Porque ninguém pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus Cristo.” I Cor 3;11
Num desdobramento mais amplo, as bases da Sua doutrina, os valores nela contidos, são “os fundamentos”, no plural, sobre os quais nossa caminhada deve se apoiar.
A reiterada inversão de valores, outra coisa não é, senão, o ataque da oposição visando destruir os apoios da nossa fé.
Isaías denunciou perversões assim desde seus dias. “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas, luz, e da luz, trevas; fazem do amargo, doce, e do doce, amargo!” Is 5;20
Não importa o que a modernidade espose, o que se valore como novo “normal”; quem teme ao Senhor, deve estar firmado nas mesmas coisas; “... perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16
Afinal, “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8
“Porque hás de ser Sua testemunha para com todos os homens do que tens visto e ouvido.” Atos 22;15
Paulo, relembrando como fora sua chamada por parte do Senhor. Deveria ser testemunha do que vira e ouvira. As realidades espirituais demandam uma “visão” peculiar.
Quase todos os que viviam ou peregrinaram por Israel, durante o ministério de Jesus, o viram. Por que apenas uma dúzia deles foi feita testemunha, então?
Porque uma coisa era ver ao Senhor com os olhos naturais, como qualquer um, a despeito de entender o quê, Ele significava. Outra, totalmente diversa seria ver ao Messias como tal, e entender Sua abrangência.
Paulo disse: “... ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não O conhecemos deste modo.” II Cor 5;16
O modo que produz testemunhas, requer entender o que Jesus significa e se deixar transformar por isso; “Se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram e tudo se fez novo.” V 17
Além do que temos visto e ouvido, o testemunho fala, pelo que temos vivido. Mais que contar Seus feitos, devemos replicá-los, imitando-os; “... Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;16
“Porque os servos do rei da Síria lhe disseram: Seus deuses (dos hebreus) são deuses dos montes, por isso foram mais fortes; mas, pelejemos com eles em campo raso, por certo veremos, se não somos mais fortes do que eles!” I Rs 20;23
O politeísmo; deuses tribais, pertencentes, cada um a um povo, com poderes mais fortes em determinados ambientes, menos em outros; retrato de ignorância acerca do Criador.
Pretende Ele abarcar mais que uma tribo; “... Porventura não encho Eu, os céus e a terra? diz O Senhor.” Jr 23;24
Quanto à Sua aptidão bélica, questiona: “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria.” Is 27;4
Não existe ambiente onde seja mais, ou menos poderoso. Porém, existem situações onde Deus se apraz em atuar; “Porque, quanto ao Senhor, Seus olhos passam por toda a terra, para mostrar-se forte para com aqueles cujo coração é perfeito para com Ele...” II Cron 16;9
Vivermos de um modo que lhe seja agradável, isso O alegrará; e, “... a alegria do Senhor é a nossa força.” Ne 8;10
“... O Senhor... ornará os mansos com a salvação.” Sal 149;4
A ideia de salvação não traz um componente estético; não pesa preocupação com coisas periféricas. Num incêndio, por exemplo; pode, um salvo, estar desnudo, desgrenhado, sair pela janela; o retratado no salmo 40 estava no lodo, de lá foi tirado; sem nenhum enfeite.
Porém, vimos que, O Senhor “ornará os mansos com Salvação.”
Ornar é embelezar, aprimorar, buscar esmeros estéticos.
Os ambientes ornamentados refletem um estado de espírito reinante; como um casamento, aniversário, uma festa qualquer.
Cabe considerarmos, contudo, que a beleza espiritual não tem as mesmas nuances que a natural. “Adorai ao Senhor na beleza da santidade...” Sal 96;9
As vestes nobres que serão dadas aos salvos figuram outras coisas; “... porque o linho fino são as justiças dos santos.” Apoc 19;8
O Senhor quer nos embelezar; coloca-nos ao espelho da Sua Palavra, para que ajeitemos os “visuais”; “se alguém é ouvinte da Palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho seu rosto natural; porque contempla-se, vai, e logo esquece de como era.” Tg 1;23 e 24
Cumprir o que aprendemos, é o “filtro” que nos deixará bem na foto.
“Feri-vos com queimadura, ferrugem e saraiva, em toda a obra das vossas mãos, e não houve entre vós quem voltasse para Mim, diz O Senhor.” Ag 2;17
O Eterno ensinando que os reveses climáticos foram ações Suas, como pregoeiras, para exortar o povo ao arrependimento. Embora, tais coisas não foram assim entendidas; ou, foram desconsideradas; afinal, “... não houve entre vós, que se voltasse para Mim...”
Atualmente, tudo na área meteorológica se pretende explicar, através da “ciência”; “Efeito Estufa; Aquecimento Global; El Ninho, La Ninha” etc.
Quando o ser humano exclui O Criador da compreensão da vida, é porque já o fez, da própria vida.
Para a “científica” geração presente soa a primitivismo, associarmos eventuais intempéries à Divina Ira contra o pecado. A ideia de pecado encontra resistência, em muitos ambientes.
O que o ímpio gosta e concorda, ou deixa de gostar e concordar, refletem o que ele é; não, o que o Universo é.
Os refratários ao Criador, não são retratados como postulantes de legítimos pleitos; antes, como loucos. “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento; os loucos desprezam sabedoria e instrução.” Prov 1;7
“Como escureceu o ouro! Como se mudou o ouro puro e bom...” Lam 4;1
Ouro muda? Há um ditado: “Ouro nas mãos do bandido ainda é ouro.”
Quando é figura, como em ambos os exemplos, pode mudar sim, caso mude o que está figurando. No exemplo último significa que, a verdade ainda é verdade, mesmo vertendo de lábios impuros.
No caso do ouro que escureceu, o mesmo texto interpreta: “Os preciosos filhos de Sião, avaliados a puro ouro, como são agora reputados por vasos de barro, obra das mãos do oleiro!” Lam 4;2
Rebelião, apostasia fizeram com que o povo se tornasse sem valor. Enquanto o ouro por motivos óbvios se guarda, o fútil acaba extraviado. “... Como estão espalhadas as pedras do santuário sobre cada rua!” v 1
Pedras mesmo; o santuário se fizera vão, pelo desleixo de quem deveria se santificar; fora destruído, porque os que o profanaram foram entregues ao inimigo.
Quem brinca com bens espirituais, despreza coisas de riquíssimo valor; “Como o que arma a funda com pedra preciosa...” Prov 26;8 Deus não faz assim.