sexta-feira, 10 de outubro de 2025

Bondade se aprende


“Tendo sido, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo;” Rom 5;1


Duas coisas às quais convém atentar. A primeira: Não fomos salvos por ser bons; antes, por crermos no Único que É. Não somos justos, fomos justificados; isto é: reputados justos pela justiça de Cristo, a nós atribuída.

A segunda: O pecado nos fazia inimigos de Deus. Justificados pelos Méritos do Cristo em nosso favor, a inimizade desaparece, e somos realinhados ao Santo. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados...” I Cor 5;19

Alhures li que, "quem precisa de religião para ser bom não é bom; é um cão amestrado." Pois, quem pretende ter justiça e bondade próprias mostra arrogância e falta de noção.

A Palavra é categórica: “...Não há um justo, nem um sequer.” Rom 3;10 Nada mais arrogante que contradizer a Deus. E nada mais sem noção que, agir como Satanás e se presumir, bom.

Precisamos aprender bondade, não duma religião, mas duma pessoa; de quem a demonstrou, como ninguém, ao perdoar os próprios algozes. Ele disse: “aprendei de Mim...” Mat 11;29

quinta-feira, 9 de outubro de 2025

A inveja

“Também vi que todo o trabalho, toda a destreza em obras, traz ao homem a inveja do seu próximo...” Ecl 4;4

Olhar mal para algum bem alheio é a nuance mais notória da inveja. Quando O Eterno aceitou o sacrifício de Abel e não o de Caim, esse se encheu de inveja, ira.

“O Senhor disse a Caim: Por que te iraste? Por que descaiu teu semblante? Se bem fizeres, não é certo que serás aceito...” Gn 4;6 e 7

Não havia um favoritismo em relação a Abel; Deus o aprovara, enquanto, reprovara Caim. Vendo a ira desse, lembrou: “Se bem fizeres, não é certo que será aceito?” Porém, ao invejoso sempre parece mais fácil destruir ao próximo, que melhorar.

Invés de descontentar com a própria falta, se irrita contra outro, cuja excelência evidencia sua mediocridade. Ora, quando outros fazem algo melhor que nós, isso é estímulo para que melhoremos; não, afronta.

Quem tenta transformar mérito alheio em defeito é culpado; não porque outrem faz algo melhor; mas, porque recusa a lidar com a verdade. O invejoso ama à mentira pela própria feiura, não porque haja beleza naquela.

Em busca de luz


“Se, algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente...” Tg 1;5

Esse “se”, poderia ser uma ironia; afinal, quem não tem falta de sabedoria? Mas, atrevo-me a pensar que não foi essa a intenção; Tiago quis dizer: Se alguém tem dificuldade para entender algo ensinado em Nome do Senhor, peça-lhe por luz; Ele dará.

A sabedoria plena, pela capacidade dos nossos “HDs” não pode ser recebida num passe de mágica.

A cada vicissitude onde somos desafiados a interagir, quem desejar atuar de modo sábio, consulte ao Senhor antes; sem uma “resposta” já decidida que ao Senhor caberia apenas confirmar; o faça de coração aberto, mesmo a um eventual veto. Só assim, poderemos consultar ao Senhor; do contrário, enganamo-nos.

Crescer em sabedoria é um processo lento e contínuo; requer índoles ensináveis e almas submissas. De que adiantaria O Santo mostrar-me o caminho reto, se, prefiro entortar e fazer à minha maneira?

Antes da luz, pois, cabe a justa postura de servos ante O Senhor, para sermos iluminados. “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

Sem medo da lua


“O sol não te molestará de dia nem a lua de noite.” Sal 121;6

Que o sol tenha predicados molestos é de fácil entendimento; mas, a lua? Como assim? De que males “lunáticos” são livres os que confiam no Senhor?

Analisamos o fragmento dum salmo, um cântico; portanto, a linguagem poética precisa ser entendida.

Os males da “lua”, é uma forma criativa de se referir aos temores que assolam no período noturno; sem serem derivados da lua, necessariamente.

Quantos padecem pavores noturnos, insônia, pânico, depressão, males que mostram suas ameaças no período escuro?

A ideia da poesia hebraica é que, os que confiam no Senhor, tanto de dia, quanto de noite, são por Ele guardados. O valor de um sono tranquilo, restaurador, melhor aprecia, quem, eventualmente, padece sua falta.

Daquele que busca sabedoria no Senhor, encontramos: “Quando te deitares, não temerás; ao contrário, teu sono será suave ao te deitares. Não temas o pavor repentino, nem a investida dos perversos quando vier.” Prov 3;24 e 25

Essa confiança no Eterno traz calmaria sem preço; “Em paz também me deitarei e dormirei, porque só Tu, Senhor, me fazes habitar em segurança.” Sal 4;8

A necessidade da fé


“Que guardes os mandamentos do Senhor e Seus estatutos, que hoje te ordeno, para teu bem?” Deut 10;13

Se, considerarmos apenas o fim das coisas, salvação para uns e perdição de outros, ninguém terá dúvidas acerca do que foi o bem, e do que se revelou um mal imensurável.

O problema é que, em geral, nos perdemos em minúcias circunstancias, no processo; por acharmos penosas, as nuances necessárias no curso desse, tendemos a redefinir as coisas ao bel prazer dos nossos desejos, nem que para isso troquemos às coisas de prateleiras.

A Palavra adverte: “Ai dos que ao mal chamam, bem, e ao bem, mal; que fazem das trevas, luz, e da luz, trevas; fazem do amargo, doce, e do doce, amargo!” Is 5;20

A salvação ser pela fé, não é um capricho Divino; antes, uma necessidade humana. Dada nossa visão imediatista, nossos entendimentos apressados distorcem as coisas; por isso carecemos crer Naquele que vê, deveras, como as coisas são.

“Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3;5 e 6

quarta-feira, 8 de outubro de 2025

Utilitarismo


“Eu te conheci no deserto, na terra muito seca.” Os 13;5

Deus falando a Israel mediante o profeta. Em geral, o homem costuma se aproximar solícito de ambientes vantajosos, e manter distância dos que soam penosos.

Encontrar alguém no deserto, não costuma ser o “modus operandi”. Deus foi ao encontro dos israelitas no Egito; de lá os libertou com forte mão. O livramento deveria ser bastante para ensejar gratidão e fidelidade; contudo, não foi assim. “Depois se fartaram, em proporção do seu pasto; estando fartos, ensoberbeceu-se seu coração, por isso esqueceram de Mim.” V 6

O mesmo Deus que foi bem-vindo, na escravidão e no deserto, deixou de ser, na fartura, embora fora Ele que lhes dera.

Muitos confundem utilitarismo com fé. “Crer” quando isso acena com alguma vantagem imediata, é sinal seguro de apostasia, quando o cenário mudar.

Quem conhece ao Senhor não se move por circunstâncias; a “fé” que pede socorro mesmo o ateu manifesta quando a terra treme. A veraz, brilha até no escuro. “... Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

A honra alheia

“Tragam a veste real que o rei costuma vestir, como também o cavalo em que o rei costuma andar montado, e ponham a coroa real na sua cabeça.” Et 6;8

Quem seria assim, enfeitado de monarca? O Rei Assuero perguntara ao príncipe Hamã, como deveria honrar a quem o agradava. Certo de que a honra seria para si, o presunçoso pediu aquilo que vimos acima; que o honorável fosse fantasiado de rei.

Infelizmente, para ele, a honra real tinha outro endereço; um desafeto seu, o judeu Mardoqueu que defendera à vida do rei de uma conspiração.

Tolstoi disse: “Há quem passe por um bosque e só veja lenha para sua fogueira.” Assim o egoísta; acredita que as coisas boas existem estritamente para ele.

A Palavra de Deus ensina: “... cada um considere os outros superiores a si mesmo.” Fp 2;3

Se não conseguirmos uma nobre postura assim, ao menos busquemos pela isonomia, quanto às ações. “Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12