segunda-feira, 6 de outubro de 2025
O risco dos cães
A Palavra da Vida nos manda buscar a toda a Criatura; O Salvador deu exemplo se assentando à mesa com pecadores. Contudo, aconselha que nos afastemos de certas pessoas, como assim?
Dizem os bons hermeneutas, que a Bíblia interpreta-se. Pedro dá pistas acerca dos cães e porcos em apreço. Falando de uns que, tendo crido em Jesus Cristo, recebidos dos Seus maravilhosos dons, depois volveram às mesmas coisas que tinham deixado, então, apresentou a sina desses, numa breve figura; “Deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, e a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;22
Quando o Apocalipse ensina que ficarão de fora os cães, (Cap 22;15) refere-se a esses.
Invés de cansativos e improdutivos debates, como tanto acontece, somos convidados a não dar mídia para esses que escolhem o erro, embora tenham conhecido à verdade. “Ao homem herege, depois de uma e outra admoestação, evita-o, sabendo que esse tal está pervertido, e peca; estando já em si mesmo, condenado.” Tt 3;10 e 11
Não dês aos cães as coisas santas, nem pérolas aos porcos.
Cheia está a NET dos que, com capas espetaculosas em seus vídeos, denunciando essa ou aquela “mentira”; ganham a vida de modo espúrio, servindo esterco invés de pão. Como a monetização atina à interação sem se ocupar do mérito, esses se esbaldam na lama.
A Palavra continua, sóbria, perene, grave; “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso ceifará. Porque o que semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará vida eterna.” Gál 6;7 e 8
Então, voltando à abordagem inicial, não há ninguém a quem deva ser sonegada a boa nova do Evangelho. Nenhum é tão pecador que não possa ser salvo, que que O Senhor não o queira salvar. Todos devem receber o santo chamado à reconciliação com Deus, mediante Cristo.
Porém, com os que profanaram às coisas santas, desprezando-as, somos aconselhados a não gastar tempo nem latim. “Porque é impossível que os que já uma vez foram iluminados, provaram o dom celestial, e se tornaram participantes do Espírito Santo, provaram a boa Palavra de Deus, as virtudes do século futuro e recaíram, sejam outra vez renovados para arrependimento; pois, assim, quanto a eles, de novo crucificam o Filho de Deus e o expõem ao vitupério.” Heb 6;4 a 6
Se, não serão renovados para arrependimento, por causa do seu desprezo a Cristo e consequente profanação, tampouco, nos ouvirão se gastarmos palavras com eles. Nossa labuta nesse caso, será inglória.
Desse modo, os profanos que deixaram o caminho estreito se tornam mais nocivos que os piores pecadores; esses, podem apenas recusar a mensagem de salvação, quando ouvirem; os hereges escarnecerão, tudo farão, para, se possível, minar nossa fé.
Por isso, somos chamados a nos assentar com pecadores e lhes anunciar a boa nova, como Cristo fez; e manter distância dos profanos que envergonham, despejando suas sujidades mescladas ao Santo Nome.
“Já por carta vos tenho escrito, que não vos associeis com os que se prostituem; isto não quer dizer absolutamente com os devassos deste mundo, ou com os avarentos, roubadores ou idólatras; porque então vos seria necessário sair do mundo. Mas agora vos escrevi que não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador; com o tal nem ainda comais.” I Cor 5;9 a 11
Alguém fraquejar na fé e recuar, depois se arrepender e retornar, pode acontecer com qualquer um; agora, tendo recebido dons, sido feito ministro do Senhor, por alguma frustração rasa, sair da comunhão e passar a laborar contra, é muito mais preocupante que mera recaída.
A pergunta de Paulo aos Gálatas caberia também a esses: “Corríeis bem; quem vos impediu, para que não obedeçais à verdade?” Gl 5;7
O fato de alguém ter corrido bem, por um pouco, não significa que chegará onde deveria. De novo, Paulo: “Não sabeis que, os que correm no estádio, todos, na verdade, correm, mas um só leva o prêmio? Correi de tal maneira que o alcanceis.” I Cor 9;24
Os que, envenenados por alguma amargura renegam à luz e se fazem serviçais de forças obscuras, deveriam saber de algo elementar: “Nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” II Cor 13;8
Quem um dia disse que, uma mentira mil vezes repetida se torna verdade, mentiu; ela se mostra mil vezes, uma carga vã.
Os ladrões
“O ladrão não vem senão a roubar, matar, e destruir; Eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância.” Jo 10;10
O Tal, tem sido interpretado normalmente, como Satanás; embora, todo o mal que acontece tenha suas digitais, não é referência estrita a ele.
“Todos quantos vieram antes de Mim são ladrões e salteadores; mas, as ovelhas não os ouviram.” V 8 Uns que vieram em busca das ovelhas; seguidores para suas causas; quem?
Nos escritos de Flávio Josefo encontramos dois “Messias”; Em Atos, breve menção. “Porque antes destes dias levantou-se Teudas, dizendo ser alguém; a este se ajuntaram uns quatrocentos homens; o qual foi morto; todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos, reduzidos a nada. Depois, levantou-se Judas, o galileu, nos dias do alistamento, levou muito povo após si; mas também pereceu; todos os que lhe deram ouvidos foram dispersos.” Atos 5;36 e 37
Quem arregimenta para a violência os que devem ser convidados à paz com Deus, se faz ladrão do Divino propósito.
Invés de enfrentar outros, os de Cristo são chamados a enfrentar a si mesmos; “Eu Sou a porta...” Jo 10;9 “Entrai pela porta estreita;” Mat 7;13
A disciplina
“Não retires a disciplina da criança; pois se a fustigares com vara, nem por isso morrerá.” Prov 23;13
Nessa sociedade avessa em que vivemos, onde os marginais têm mais direito que os cidadãos, sofremos tempos difíceis; até para o pai disciplinar um filho carece permissão estatal. Criaram a famigerada “Lei da Palmada”, como se, terceiros tivessem melhor receita para educar, que os pais.
A Palavra de Deus prescreve a necessária disciplina.
Como O Eterno “cria” Seus filhos? “Porque o Senhor corrige o que ama, açoita a qualquer que recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque, que filho há a quem o pai não corrija?” Heb 12;6 e 7
Ora, a correção é o mais legítimo ato de amor paterno. Um mal-estar efêmero, imposto como ensino para evitar grandes males no devir. “Na verdade, toda a correção, ao presente, não parece ser de gozo, senão de tristeza, mas depois produz um fruto pacífico de justiça nos exercitados por ela.” Heb 12;11
Os adultos espirituais entendem o valor da correção do Senhor; “Foi-me bom ter sido afligido, para que aprendesse os teus estatutos.” Sal 119;71
domingo, 5 de outubro de 2025
A segunda casa
“... prospera, e edifica a casa do Senhor teu Deus, como Ele disse de ti.” I Cron 22;11
Algumas coisas, na obra de Deus, podem ser feitas por qualquer um, desde que, bem feitas. Todavia, quando O Eterno chama pelo nome a alguém, para algo, esse trabalho não pode ser terceirizado.
Davi tencionara edificar o templo e fora. “... Tu derramaste sangue em abundância, e fizeste grandes guerras; não edificarás casa ao Meu Nome... o filho que te nascer será homem de repouso...” vs 8 e 9
O Senhor não deve explicações, mas as deu, mesmo assim. O Nome, Salomão, (pacífico) combinava com o propósito para construir o templo em dias de paz.
Muitos se apressam a títulos honoríficos, como se, isso equivalesse ao Divino chamado. O episódio da vara de Arão deveria nos ensinar. A que Deus escolhe, mesmo morta recebe vida; além de flores, produz frutos.
Todos somos chamados a edificar a “Casa do Senhor” em nossas vidas. A casa natural não serve para a Divina habitação. A espiritual é dada aos que fizeram paz com Deus, mediante Cristo; nesse caso, “A glória da última casa será maior que a da primeira...” Ag 2;9
Purificação cabal
“Havendo por Ele feito a paz pelo sangue da Sua cruz, por meio dele reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, tanto as que estão na Terra, quanto as que estão nos Céus.” Col 1;20
Nos Céus, algo que precisa ser purificado pelo Sangue de Jesus para reconciliação, deveria nos fazer pensar; o quê? Não é lá o habitat da pureza e santidade?
Que o Sangue de Jesus é agente da reconciliação dos pecadores com Deus, é pacífico. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados...” II Cor 5;19
Todavia, que coisas nos Céus precisariam purificação?
Do Sacrifício perfeito está dito: “Porque nos convinha tal Sumo Sacerdote, Santo, Inocente, Imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime que os Céus;” Heb 7;26 De novo, a ideia que algo nos Céus carece aperfeiçoamento.
Não devemos entender, Céus, como singular, por óbvia razão; a palavra é plural. Paulo conta. “Conheço um homem em Cristo que, há catorze anos... foi arrebatado ao terceiro céu.” II Cor 12;2 Por certo, para chegar lá passou por dois.
Assim, a existência de coisas “purificáveis” nos Céus, não implica, que, onde O Altíssimo habita exista algo impuro.
Do sangue de animais oferecidos na Antiga Aliança temos: “Porque é impossível que o sangue dos touros e bodes tire pecados.” Heb 10;4
Por que foi requerido então? Era a “purificação” possível naqueles dias. Quem pecava e se arrependia, oferecia em demanda de perdão, um animal em sacrifício; sinal visível de arrependimento, para reinserção do arrependido, no santo convívio.
Se, a redenção cabal pudesse ser feita por isso, quem possuía dinheiro para muitos animais, poderia pecar à vontade e pagar pelo perdão. Não era assim; demandava vero arrependimento, não, posses. “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão, dar a Deus o resgate dele; pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;6 a 8 Nem ao irmão, nem a si próprio.
Aqueles sacrifícios funcionavam como um cheque pré-datado, que era “assinado” a espera dos “fundos” que, na devida data, O Eterno proveria. “Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho...” Gl 4;4
Dos salvos do Antigo Testamento, está dito: “Todos estes morreram na fé, sem ter recebido as promessas; mas vendo-as de longe, crendo-as e abraçando-as, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra... todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor ao nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.” Heb 11;13, 39 e 40
Mesmo tendo sido fiéis em seus dias, esperaram num intermédio, “seio de Abraão” o “céu” possível antes do perfeito resgate de Cristo; só serão aperfeiçoados juntamente conosco, pelo mesmo sangue que purifica as coisas na Terra e nos Céus.
A purificação é via de mão dupla, porém; se, do ponto-de-vista de Divina Justiça, “está consumado”, resta que cada um de nós, em Cristo, faça sua parte. “Qualquer que Nele tem esta esperança purifica a si mesmo, como também Ele é puro.” I Jo 3;3
Por isso, invés da Graça significar portas largas, como devaneiam alguns incautos, significa um chamado ao aperfeiçoamento, mediante uma purificação superior; “Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza de uma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito Eterno ofereceu a Si mesmo Imaculado a Deus, purificará vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus Vivo?” Heb 9;13 e 14
Por esse motivo, transgredirmos nos dias da Graça é muito mais sério do que foi nos sisudos tempos da Lei; “Quebrantando alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, tiver por profano o Sangue da Aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da Graça?” Heb 10;28 e 29
Por fim, resta a purificação judicial do Rei dos Reis, que, com Sua Vitória restaurou o domínio perdido pelo homem. “... É-me dado todo o poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18
Tem O Senhor, autoridade para banir dos Céus inferiores, principados e potestades malignas que os habitam. Essa autoridade também é derivada da Sua Vitória pelo Seu Sangue. Por enquanto, carecemos lutar, “... contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais.” Ef 6;12
O “novo céu” não será novo, estritamente; antes, o mesmo, purificado dessas velharias. “... Eis que faço novas todas as coisas...” Apoc 21;5
Diferenças dos iguais
Malgrado, a singularidade do Espírito, da esperança, da Senhor, da fé, do batismo, de Deus, Paulo deixa margem para certas particularidades.
Posto que, indispensável a unidade espiritual dos salvos, a diversidade operacional deve ser respeitada, “... um só, o mesmo Espírito opera todas estas coisas, repartindo particularmente a cada um como quer.” I Cor 12;11
Divergências periféricas devem ser toleradas; “Porque um crê que de tudo se pode comer, outro, que é fraco, come legumes. O que come não despreze o que não come; o que não come, não julgue o que come; porque Deus o recebeu por seu. Quem és tu, que julgas servo alheio?” Rom 14;2 a 4
A unidade espiritual pode ser preservada, mesmo em meio à diversidade ritual, congregacional... o “Corpo de Cristo” é organismo vivo, não, uma fábrica onde todos os produtos saem iguais, sobre uma esteira.
Quem se converteu deixará evidente, pelo novo modo de agir. “... como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do Pai, assim andemos também em novidade de vida.” Rom 6;4
sábado, 4 de outubro de 2025
Bolhas
“... relataram quão grandes coisas Deus fizera por eles; como abrira aos gentios a porta da fé.” Atos 14;27
A fé acessível também aos gentios, não tinha trânsito pacífico entre todos os judeus da época. Tanto que, no capítulo quinze de Atos, vemos um concílio apostólico para deliberar sobre essas coisas, que Deus estava fazendo.
Eventualmente, predisposições, dogmas eclesiásticos nos levam à temeridade de julgarmos ao Todo Poderoso, como se, Ele não pudesse atuar fora da “caixinha”, da nossa bolha de compreensão limitada.
O Salvador requereu identidade espiritual, apenas; “Quem não é contra nós é por nós.” Como cada um expressa sua devoção, pode sofrer variações em coisas periféricas; usos, costumes, uma vez preservadas as doutrinárias.
Ademais, a promessa feita a Abraão tinha uma abrangência infinitamente maior que abençoar ao “Povo eleito”. “... em ti serão benditas todas as famílias da terra.” Gn 12;3
Pessoas superficiais veem apenas o que desejam; poluem a Divina Luz, com a fuligem das suas inclinações.
O conselho permanece: “Confia no Senhor de todo o teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento.” Prov 3;5