segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Ecumenismo; A Arca de não é

“Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar estas; elas ouvirão minha voz e haverá um rebanho e um Pastor.” Jo 10;16
O aprisco eram as pessoas que, então, ouviam e seguiam ao Senhor, O Bom Pastor. As outras ovelhas que não eram daquele redil, os demais convertidos em todas nações da Terra. Ele não os tinha ainda, estritamente, mas dada Sua Presciência que permite chamar “às coisas que não são como se já fossem” podia falar como falou.

Contudo, não poucos se apropriam indevidamente do texto para fazer dele um proponente do ecumenismo que, agregaria todas as “ovelhas” num só rebanho, sob a batuta de um pastor; o papa. Ele tem viajado o mundo fazendo concessões a todos; aos gays, aos evolucionistas, aos animistas, beijado pés de muçulmanos, dando ao Partido comunista da China ingerência sobre escolha de bispos por lá, etc.

O simples fato de ser necessário colocar a palavra, ovelhas, entre aspas, por si só já desmancha a ideia ecumênica como sendo interpretação válida para aquele texto.

O arranjo ecumênico teria no mesmo “rebanho”, os que creem na ressurreição, nós, e os reencarnacionistas; espíritas e algumas religiões orientais; os que creem num Deus Todo Poderoso, transcendente, fora da criação, e animistas panteístas que O creem imanente, presente nos meandros naturais; os que acreditam no Deus da Bíblia que manda orar pelos inimigos, e servos de Alá, cuja escritura manda matar aos “infiéis”; enfim, na mesma Arca estariam ao que temem a Deus, e os que endeusam vacas, macacos, elefantes; até o pênis, como na religião falicista. Os que chamam a bíblia de machista deveriam conhecer mais.

Portanto, pretender que esse texto e similares sejam apoios ao ecumenismo trata-se de crassa ignorância, ou grande safadeza.

O Olhar Divino não sofre a barreira das aparências, como o nosso, isso O faz divisar um simples lobo entre um milhão de ovelhas; como olharia Ele para essa bicharada diversa e veria um rebanho?

A fator agregador das ovelhas não é uma miscelânea de credos que, em nome do convívio harmônico concordariam em não discordar; antes, a voz do Pastor. “... elas ouvirão minha voz; haverá um rebanho e Um Pastor.”

Todos os que ouvem a Voz do Pastor, Sua Palavra, e obedecem, são ovelhas do único rebanho. Não importa o país onde vivam, nem a denominação onde congreguem.

Embora alguns sem noção idolatrem sua denominação (cheia de outros ídolos, aliás) dizendo que fora dela não há salvação, de outros que anunciavam a Cristo sem seguir com Ele e os discípulos, que alguns quiseram impedir Ele advertiu: “Deixai-os, não os impeçais, pois quem não é contra nós é por nós.”

Fora de Cristo não há salvação; “Eu Sou O Caminho A Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai senão, por Mim.” Jo 14;6

A Voz do Pastor, por radical que pareça ordenou que se fosse por todo o mundo pregando o Evangelho a toda a criatura, não implantar uma aquiescência multi-religiosa, nem a tolerância para com os errados de espírito, em detrimento dos Seus ensinos.

A “concessão” que O Eterno poderia fazer pela nossa salvação é infinitamente valiosa, imensurável; Seu Filho; mas é única. Ou cremos Nele para obediência ou pereceremos; “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha vida eterna.” Jo 3;16

Desde sempre ouvimos ditos das filosofias de boteco primando pela superioridade do ser, ao ter; da qualidade à quantidade. Se, para muitos de nós isso é apenas para ginástica da língua, para A Sabedoria Eterna a coisa é mesmo assim.

Daí a seriedade solene; “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8 “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;” Heb 12;14

O Eterno Fez a maior demonstração de amor e justiça no mesmo evento; o Calvário; mas, não fica após isso (do que somos indignos) fazendo concessões ao pecado, permitindo adendos à doutrina, nem instalando ar condicionado no inferno.

Desafia cada um que faça sua escolha de modo patente; “Disse-me: Não seles as palavras da profecia deste livro; porque próximo está o tempo. Quem é injusto faça injustiça ainda; quem está sujo suje-se ainda; quem é justo faça justiça ainda; quem é santo seja santificado ainda.” Apoc 22;10 e 11

Por um lado Seu amor é amplamente inclusivo; “Vinde a mim todos que estais cansados e sobrecarregados...” Mat 11;28 Por outro, Sua Justiça O faz rigoroso, seletivo; “ Os meus olhos procurarão os fiéis da terra, para que se assentem comigo; o que anda num caminho reto, esse me servirá.” Sal 101;6

domingo, 15 de setembro de 2019

Sede de Poder

“... a vara do homem que Eu tiver escolhido florescerá; assim farei cessar as murmurações dos filhos de Israel contra mim, com que murmuram contra vós.” Núm 17;5

A liderança de Moisés e Aarão fora contestada; O Senhor estava intervindo de modo a deixar patente Sua escolha. Não obstantes os sinais maravilhosos operados pelo Eterno mediante Moisés, ainda havia disputas, pleitos por “democracia”.

“... Basta-vos! toda a congregação é santa, todos são santos; o Senhor está no meio deles; por que, pois, vos elevais sobre a congregação do Senhor?” Cap 16;3
Em outras palavras: Todo mundo aqui é igual; quem vocês pensam que são para querer chefiar?

Adiante anexaram mais “razões”; “Porventura pouco é que nos fizeste subir de uma terra que mana leite e mel, para nos matares neste deserto, senão que também queres fazer-te príncipe sobre nós? Tampouco, nos trouxeste a uma terra que mana leite e mel, nem nos deste campo e vinhas em herança; porventura arrancarás os olhos destes homens? Não subiremos.” Cap 16;13 e 14

O coração rebelde sempre encontra vestes “lógicas” para ornamento da própria rebeldia.

A libertação do cativeiro egípcio onde eram açoitados e forçados a produzir muito com meios escassos, e de onde saíram jubilantes e cheios de despojos agora se tornara um “mal”; “... nos fizeste subir de uma terra que mana leite e mel...” Ora, Moisés não tirara ninguém à força; se, era tão bom assim por lá, bastaria ter ficado; agora se devanearam com facilidades que não estavam no pacote, que culpassem seus devaneios.

Quando liderar significava arriscar a vida e enfrentar Faraó, nenhum deles se apresentara; então, que chefiar parecia oferecer privilégios, Datã, Abirão e Coré com uma congregação de 250 eleitores mais, estavam pleiteando a presidência.

Ah, os discursos da oposição! Sempre cheios de razão. Como na política. Ficam duas décadas no poder e o que fazem é roubar; perdidas as chaves do cofre voltam aos discursos patifes dos interesses sociais, desfavorecidos; acusam quem trabalha sério de malversar, etc.

O deserto circunstante também era argumento. Olha para onde nos trouxeste! Vamos comer areia?

Mas, até a Santa Paciência tem limites. Invés de ficar batendo boca com montinhos de Terra atrevidos O Todo Poderoso deixou que a Terra abrisse a boca; “Se o Senhor criar alguma coisa nova, a terra abrir sua boca e os tragar com tudo o que é seu; vivos descerem ao abismo, então conhecereis que, estes homens irritaram ao Senhor. Aconteceu que, acabando ele de falar estas palavras, a terra que estava debaixo deles se fendeu. A terra abriu sua boca, e os tragou com suas casas, como também a todos os homens que pertenciam a Coré, e todos os seus bens.” Cap 16;30 a 32

Judas fez menção disto em sua breve epístola: “Quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu depois aos que não creram;” v 5
Falando dos “democratas” dos dias da igreja embrionária disse: “Ai deles! entraram pelo caminho de Caim, foram levados pelo engano do prêmio de Balaão, e pereceram na contradição de Coré.” V 11

Não se entenda, com isso, que estou embasando a ungidolatria de alguns que sentem-se como veros oráculos, intocáveis, cujas decisões não podem ser questionadas.

A Palavra naqueles dias era dada diretamente a Moisés; agora a temos escrita. Qualquer pretenso líder, pregador que sair da sadia interpretação dela, por si mesmo perde a honrosa posição de representante do Senhor. Todavia o que, seu ministério e testemunho de vida verificam-se coerentes com os Divinos Caminhos merece ser honrado por isso.

Em nossos dias, como então, normalmente não há voluntários para o trabalho duro, os riscos, a humilhação; mas, para honrarias em trabalhos estabelecidos, púlpitos vistosos; sempre há muitos candidatos a “edificar sobre fundamento alheio” como disse Paulo.

Ora, quem padeceu agruras e privações começando do nada e forjando em Deus e Sua Palavra, uma congregação de alguma relevância é já uma “vara” com flores e frutos, testemunho Divino da Sua escolha. Não que Deus ponha o “selo de qualidade” sobre números; acontece que onde não há números significativos não há problemas com “voluntários”.

Sócrates dizia em seu modelo de república aristocrata que os bons deveriam ser forçados a governar; não tendo interesses mesquinhos como patrocinadores, sequer quereriam se envolver com política; assim age Deus. Escolhe humildes, esvaziados, submissos, que vêm o ministério como serviço, não, cargo.

Como Moisés, que, esgotados os argumentos para não ir, não lhe restou escolha.

A cruz está sempre aberta para voluntários.

A sede de poder acaba matando a fome da Terra; a sede de Deus recebe dos Céus a Água da Vida.

sábado, 14 de setembro de 2019

Os dias maus

"se te mostrares fraco no dia da angústia, é que tua força é pequena.” Prov 24;10

“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, havendo feito tudo, ficar firmes.” Ef 6;13


Ora, dia da angústia; outra, dia mau. Que dias são esses? Embora o vulgo fale mal das segundas-feiras, o supersticioso das sextas treze, não existe um dia mau, pelo dia, estritamente. Todos os dias são iguais.

Nossas circunstâncias e vicissitudes é que definem como está nossa vida, do ponto-de-vista dos obstáculos a enfrentar, ou, dos bens a usufruir. Momentos em que estamos mais fragilizados, espiritual, emocional, ou fisicamente, esses forjam a matéria-prima do dia mau.

Se, morro abaixo até bêbado anda depressa, na hora da angústia até os fortes fraquejam.

Diferente de nós, que, apesar de maus, pecadores, temos escrúpulos éticos tipo, respeitar à dor de um adversário enlutado, não agredir um ébrio, um deficiente, equalizar disputas esportivas separando por gêneros, classificando pelo peso, como no boxe, etc. Para o inimigo não existem essas “frescuras”. Quanto mais vulneráveis estivermos mais ferozmente atacará. Daí, invés de algum alento, consolo em nosso dia mau, deveremos esperar por combates e nos prepararmos para resistir.

Vimos na saga de Jó; não satisfeito de ter tirado seus filhos e seus bens, ainda tocou na saúde dele; de lambuja usou os lábios da esposa imprudente e de amigos molestos para turbinar ainda mais a dor do infeliz.

No Caso do Salvador esperou pacientemente Ele jejuar por quarenta dias, para só então desfiá-lo a converter pedras em pães. Conheci um irmão que dizia: Não pense que o inimigo é um pobre diabo; ele é um bom diabo. Isto é; bom no que faz, em ser mau.

Ora, a frieza calculada de serpente, outra, avidez rapace de predador.

Às vezes em pleno dia mau o Senhor nos deixa “sozinhos;” isto é, mesmo estando por perto não interfere para nos temperar e testar à fé; “Quem há entre vós que tema ao Senhor e ouça a voz do seu servo? Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre o seu Deus.” Is 50;10

Eis outra faceta do dia mau! Eivado de trevas, sem nenhuma luz.

Claro que o dia mau em apreço é uma “prerrogativa” dos fiéis, dos que temem ao Senhor. Os alheios a Ele, nos domínios da maldade, seus dias maus não passam de consequências dos seus descaminhos, invés de provas à fé.

Dores que Ele julga necessárias, O Senhor permite; embora, esteja conosco em meia a elas. “Quando passares pelas águas estarei contigo; quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem chama arderá em ti.” Is 43;2

Alguns pregadores modernos desafiam pessoas que estão num dia mau, desemprego, solidão, enfermidade, miséria, a fazer uma mandinga, qualquer, um “sacrifício” para transformarem aquilo em bênção.

Embora se digam pregadores da prosperidade são apenas, uma releitura do tentador chegando a um fragilizado e desafiando-a transformar pedras em pães; na ética do capeta: Está fraco? Termine de matar. Como soldados em campo de batalha finalizavam feridos à bala com estocadas de baionetas. Assim são as línguas desses mercenários; baionetas do capeta.

A fé não é uma veste colorida para ser exibida em dias de tempo bom; antes, um revestimento que “blinda” ao fiel pra que assim permaneça a despeito das lutas que enfrentar.

“Sei estar abatido, também ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto ter fartura, quanto, fome; tanto ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4;12 e 13

O fiel também adoece, perde emprego, entes queridos, sofre privações; mais que os infiéis padece fome e sede de justiça.

Se, observarmos a “Armadura de Deus” com a qual deveremos enfrentar nosso dia mau, a maioria são armas de defesa; calçado, couraça, escudo, capacete. Por fim, a Espada que serve a ambos os fins; defesa e ataque.

O que alenta-nos é que mesmo permitindo dores eventuais o socorro Divino é certo em tempo oportuno. “Pois, ainda que entristeça alguém, usará de compaixão, segundo a grandeza das suas misericórdias. Porque não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens.” Lam 3;32 e 33

Quando, a tempestade do dia mau assola, de “lambuja” o tentador vai fazer parecer, as nuvens, mais carregadas; o vento mais letal; porém, uma fé sadia experimentada no relacionamento com Deus verá um arco iris em formação invés de motivos para descrer.

“Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós será revelada.” Rom 8;18

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

O Homem e o Tempo

“Se quiser derrubar uma árvore na metade do tempo, passe o dobro do tempo amolando o machado.” Prov. Chinês

Não só o tempo gasto será maior, como o esforço, segundo Salomão; “Se estiver embotado o ferro, e não se afiar o corte, então se deve redobrar a força; mas a sabedoria é excelente para dirigir.” Ecl 10;10

Mais força e tempo empreendidos para o mesmo fim, por não estar, a ferramenta, devidamente afiada.

Todavia, o mais grave que se observa nem é o desleixo para com a ferramenta, mas a falta de objetivo, foco; de saber qual árvore convém derrubar.

Muitos tentam ludibriar ao tempo mentindo para si mesmos; demasiado afeitos às paixões da mocidade presumem-se ainda jovens, quando o viço da juventude escoou há muito entre os dedos do tempo.

Ostentam-se com vestes desproporcionais aos dias, usam “desfibriladores” químicos tentando trazer o corpo dos desejos de volta à vida; em cumplicidade coletiva chamam de “melhor idade” seus dias onde, tentam aparentar outra idade, “pior” que já passou.

“Muitos de nós lamentam-se, recordam os prazeres da juventude e, ao lembrar do amor, da bebida, da boa comida e outros prazeres, atormentam-se como pessoas privadas de bens notáveis, que em outra época viviam bem e, agora, nem ao menos vivem. Vários manifestam pesar pelas ofensas oriundas dos parentes e imputam à velhice a causa de tantos sofrimentos. Contudo, em meu modo de ver... se enganam a respeito da verdadeira causa de suas misérias... No que diz respeito aos desgostos, aos aborrecimentos domésticos, estes têm apenas uma causa, Sócrates, que não é a velhice, mas o caráter dos homens. Se eles tiverem bom caráter e espírito equilibrado, a velhice não lhes será um fardo insuportável. Para os que não são assim, tanto a velhice quanto a juventude lhes serão desgostosas.” (A República)
Palavras ditas há dois milênios e meio, que não sofreram a ação do tempo; a sabedoria sempre vive na “melhor idade”.

Se, “tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do solEcl 3;1 Parece que uma visão extática que não se amolde à marcha temporal, a rigor, nem é visão, mas privação dela.

Paulo aludiu à adequação necessária; “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11
Seu escopo era o crescimento espiritual, que, nem sempre é automático ao decurso do tempo; requer diligência para crescimento; “... vos fizestes negligentes para ouvir. Porque, devendo já ser mestres pelo tempo, ainda necessitais de que se vos torne a ensinar os primeiros rudimentos das Palavras de Deus...” Heb ;11 e 12

Quando alguém se faz indiferente, ou negligente à Palavra, por certo usa seu tempo para coisas “mais importantes”.

Cada dia vivido é um dia morrido em nosso tempo terreno, como disse o poeta Fernando Pessoa. Ah, ocorre-me Demócrito, um pré-socrático que viveu antes daquelas falas de “A República”. “viver mal, não refletida, justa e piamente, - disse – não é viver mal, mas ir morrendo durante muito tempo.”

Os antigos, não dispondo de um milionésimo dos recursos didáticos nem, da Revelação que temos sabiam mais que nós. Quem não tem sede de saber bebe de outras fontes e, em geral, não temos; eles tinham.

Somos chamados em Cristo a não mais valorarmos o tempo como se, restrito ao prisma natural; “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna...” I Tim 6;12

Então, os espiritualmente cegos que, tentam colocar mil toneladas dentro de um litro, além de insensatos se fazem miseráveis; “Se esperamos em Cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens.” I Cor 15;19

Comamos e bebamos que amanhã morreremos”, a “filosofia” dos céticos Saduceus ainda norteia o viver de muitos “cristãos,” cujo bem é o prazer imediato; o mal, a renúncia dele. Usam seus “machados” contra a Árvore da Vida,” quando, deveriam fazê-lo contra a da ciência que enseja pretensa autonomia ao Criador.

Acontece que, também Ele dispõe de uma ferramenta assim, bem afiada. “... agora está posto o machado à raiz das árvores; toda árvore que não produz bom fruto, é cortada e lançada no fogo.” Mat 3;10

Os frutos que O Agricultor demanda das Suas Árvoresnão sofrem restrições ante à decrepitude; O Espírito Eterno jamais perde Seu Vigor; “Os que estão plantados na casa do Senhor florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice ainda darão frutos; serão viçosos e vigorosos, para anunciar que o Senhor é Reto. Ele é minha Rocha; Nele não há injustiça.” Sal 92;13 a 15
“Muitos pretendem aprender viver melhor, quando deveriam aprender a morrer melhor”. Watchman Nee

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Elevo os meus olhos para os vales

“Simeão os abençoou e disse... este (Jesus) é posto para queda e elevação de muitos em Israel...” Luc 2;34

As coisas estavam meio fora do lugar; dado que uns deveriam cair, outros, ser elevados; os primeiros alto demais para seus méritos; os últimos abaixo das suas possibilidades.

Do ministério de João Batista o profeta dissera o mesmo usando figuras diferentes; “Todo vale será exaltado, todo monte e todo outeiro serão abatidos; o que é torcido se endireitará, o que é áspero se aplainará.” Is 40;4

“Vi os servos a cavalo, e os príncipes andando sobre a terra como servos.” Ecl 10;7

Uma ressalva é necessária antes que algum viciado venha com essa mania doentia de associar cristianismo com marxismo, com política, essa balela de “opção pelos pobres”.

Os critérios Divinos para exaltação de uns e abatimento de outros nada têm a ver com posses, ou, ausência delas; pode salvar aos ricos, como Jairo, Zaqueu, Mateus, Nicodemos, José de Arimateia, Cornélio; ou, permitir que os pobres que foram a Ele apenas pelo pão desapareçam resmungado contrariados, quando, desafiados à fé, como aconteceu.

Os aferidores de Deus são espirituais; isso O Senhor deixou claro quando da exaltação de certos “vales” adiante dos “montes” da sociedade de então; “... Em verdade vos digo que publicanos e meretrizes entram adiante de vós no Reino de Deus. Porque João veio a vós no caminho da justiça, e não crestes; mas publicanos e meretrizes creram...” Mat 21;31 e 32

Assim, a fé genuína que necessariamente requer submissão e obediência é a pedra de toque, pela qual, uns são exaltados na sua vigência, outros, abatidos pela sua desonrosa e blasfema ausência. Sim, a incredulidade é blasfema como ensinou o outro João; “Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo tem o testemunho; quem a Deus não crê mentiroso o fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de Seu Filho deu.” I Jo 5;10

Basta uma olhadela superficial para aqueles que têm autoridade sobre nós, políticos e juízes por eles indicados para ver, salvas raras exceções, o tipo de gente que o mundo exalta. A maioria deles não desejo receber em minha casa.

Todavia, perante Deus não passam de coisas fora do lugar; de baixarias no alto, como dissera Isaías; “A Terra pranteia e murcha; o mundo enfraquece e murcha; enfraquecem os mais altos do povo da Terra.” Is 24;4

O Salvador também fez referência a essa inversão. “... Vós sois os que justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece vossos corações; porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Luc 16;15 Isso dos “montes” de então; os atuais não são melhores que eles.

Então, quando Simeão profetizou que Cristo veio para “queda e elevação” de muitos, vaticinou as consequências das respostas diversas entre os que creriam e os que resistiriam a Ele.

Geralmente quem está “no monte” tem mais dificuldade em receber uma doutrina que o faz igual a outrem que está “no vale”; dá prejuízo.

Um grande líder do Sinédrio ter que, como uma prostituta, ou, um publicano se arrepender e submeter para entrar no Reino feria o orgulho deles. Então quem lhes fechava a porta não era a condição social; antes, o orgulho dela derivado.

Para a carne caída e ímpia a ideia de ausência de méritos para se gloriar faz mui pesada a cruz; normalmente evita-a.

Assim, dada a dificuldade dos “bons”, Deus trabalhou com a “facilidade” dos maus; “... não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos poderosos, nem muitos nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante Ele.” I Cor 1;26 a 29

Embora os sistemas políticos aliciem incautos a pretexto de promoção da igualdade, e as constituições “democráticas” rezem que “todos são iguais”, essa ideia nunca é bem vinda aos habitats do orgulho. Como ironizou alguém: “Uns são mais iguais que os outros.”

Por isso, aos critérios Divinos, “diante da honra vai a humildade;” e “os humilhados serão exaltados.”

Quando falamos em fé que remove montanhas normalmente pensamos em óbices externos ignorando nossos “montes" interiores. “Estas coisas o Senhor odeia... sua alma abomina: Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que maquina perversidades, pés que se apressam para o mal, testemunha falsa que profere mentiras, e quem semeia contendas entre irmãos.” Prov 6;16 a 19

“Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.” Sal 84;5

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

O Socialismo deu certo sim

“Purifica teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo.” Pitágoras

Bons tempos aqueles onde se sabia a diferença entre limpo e sujo, puro e impuro.

O homem, “animal político” na busca pelo único valor que preza (poder) sacrifica, probidade, honra, ética, tradições, bons costumes, bem comum, instituições...

No carro alegórico dos discursos todos os bons valores e interesses são figurantes; findo o carnaval das campanhas eleitorais, presto somem sob areias movediças de uma realidade obscena, dissoluta, sem pejo.

Invés de treinarmos mediante educação e exemplos, uma geração para a virtude, onde, deveres são o alvo primeiro, sucumbimos à “engenharia social do capeta”, onde autoridades são vilipendiadas, leis espezinhadas, valores desprezados, invertidos, num autofágico império de direitos, onde todos sentem-se credores da vida, embora, amplamente inadimplentes.

Nas prateleiras do cérebro garrafas nefastas e venenosas do fanatismo ideológico em lugar do exercício filosófico que ensina aprovar valores, ideias, invés de bandeiras, siglas.
A mesmíssima coisa, se, proposta por um “dos meus” é boa; se, defendida pelo oposto torna-se má. Sujas águas das paixões poluindo a razão.

Eu posso falar; já votei em FHC, Lula, Aécio e em nenhum votaria mais; conhecidos um pouco melhor percebi que não me representam; que eu estava errado. Bolsonaro me representa no macro, nas ideias gerais, embora, no varejo eu critico algumas coisas que diz, ou faz.

Por ocasião de debates políticos com esquerdistas, nós, os de direita desafiamo-los, não poucas vezes, a nos apresentarem, dentre os 63 países que tentaram o regime socialista um só exemplo onde o mesmo tenha sido bem sucedido. Eles silenciam ante à falta desse “animal albino”.

Se, para o idiota útil, como eles mesmos chamam aos seus fantoches, essa pergunta traz embaraços, seus mentores devem rir por dentro satisfeitos com seu “sucesso”.

Há uma velhacaria dissimulada da parte deles e uma ingenuidade da nossa que, demora a perceber. Se, em seus discursos são “defensores de minorias, tutores de excluídos, pregoeiros de avanços sociais, progressistas libertários”, na sua doutrina “pura” querem a “desconstrução da sociedade ocidental bem como seus valores burgueses derivados da moral judaico-cristã.”

Lembrei de uma frase irônica sobre o matrimônio; “Casamento é como submarino; até boia, mas é feito para afundar.”

De igual modo o socialismo, até pode ensejar uma ou outra melhoria eventual, mas seu alvo não é progredir é destruir.

Têm ojeriza ao patriotismo, bandeiras nacionais; são internacionalistas, globalistas; para isso militam; sendo que, o enfraquecimento dos valores, democracias, e desordem social por toda parte, o caos, são o “produto final” almejado por eles; só assim, pensam, um governo global será possível.

Sendo esse o alvo, em toda parte que fragilizaram instituições, democracias, mataram, trouxeram miséria e corrupção, do ponto-de-vista dos seus mentores a coisa deu muito certo.

Ironicamente quem financia todas as desordens feministas, abortistas, droguistas, racistas, bloguistas, ecologistas e outros istas mais, que servem para dividir e perturbar sociedades são, sobretudo, dois mega-capitalistas milionários, Pierre Omidyat e George Soros.

Usam os incautos “socialistas” aos quais financiam para “desconstruir” a tantos governos quantos puderem. Instaurado o caos, planejam, será fácil bem vinda Nova Ordem Mundial; governo único exercido por eles, ou, por quem eles indicarem.

Uma ditadura totalitária e global, como a Bíblia ensina, onde todos os direitos serão tolhidos; a humanidade será apenas gado, sem autonomia; nada nos quesitos liberdade, iniciativa.

A maioria dos canhotos trabalha sôfrega por isso, e chamam ao nosso representante que é patriota e oponente dessas ideias, de Bozo, ou seja: Palhaço. Será mesmo ele?

Não que sua resistência, bem como de Trump e Netanyahu, irão ser suficientes para conter essa onda mundial via ONU, União Européia, Clube de Paris, fundações como WWF, Ford, Green Peace, etc. A coisa já está muito mais avançada que possamos perceber. Ela se dará em determinado tempo; foi Deus que nos avisou de antemão.

Todavia, o fato que, algo do qual discordo cabalmente será estabelecido um dia, a despeito de minha vontade, não basta para que eu traia a quem sirvo, ou, descreia dos valores e ensinos nos quais acredito.

Quando acontecer que aconteça; enquanto não, seguirei defendendo valores, crenças e ideias que me são caros. Se um cachorro me morder, não irei revidar mordendo-o também; o que os outros são não muda o que sou.

Já somos um país majoritariamente instrumentalizado, “socializado”; a nossa “democracia” funciona contra os anseios do povo, pois, os mecanismos necessários para implemento de medidas saneadores dependem do “Mecanismo;” por isso não acontecem.

O mel do patriotismo ansiado tende a estragar-se no pote sujo das instituições eivadas de globalistas corruptos.

“Um povo corrompido não pode tolerar um governo que não seja corrupto.” Marquês de Maricá

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Maçãs de Ouro e Silêncio

Dizem que palavras são prata, enquanto o silêncio é ouro. Desconfio, porém, que essa valoração só se verifica em determinados contextos, não é um valor absoluto.

Um provérbio hindu diz: “Quando falar cuide para que, tuas palavras sejam melhores que teu silêncio.”

Ora, se existe possibilidade das palavras serem melhores que o silêncio, resulta que a prata supera ao ouro?

Segundo Salomão, “Tudo tem seu tempo determinado; há tempo para todo o propósito debaixo do céu... tempo de estar calado, tempo de falar;” Ecl 3;1 e 7

Assim, a excelência não reside no silêncio, nem palavras, em si; antes, no encaixe preciso das palavras com o tempo oportuno; O mesmo Salomão disse: “Como maçãs de ouro em salvas de prata, assim é a palavra dita no devido tempo. Como pendentes de ouro, gargantilhas de ouro fino, assim é o sábio repreensor para o ouvido atento.” Prov 25;11 e 12

No primeiro caso a excelência reside no encontro das palavras com a ocasião própria; no segundo, da repreensão sábia com o ouvido atento.

Há momentos em que a intensidade da dor expõe a inutilidade ou impotência das nossas palavras; em casos assim, o silencio vale mais. “O que canta canções para o coração aflito é como aquele que despe a roupa num dia de frio...” Prov 25;20

Quando a morte decide falar, por exemplo, sua eloquência atinge proporções tais que nossas palavras quedam raquíticas e insignificantes. Assim, em ambientes fúnebres, além das coisas absolutamente necessárias à solidariedade e à polidez, no mais um zíper na boca se revela melhor que a vibração insensata das cordas vocais.

“Porque, da muita ocupação vêm os sonhos; a voz do tolo da multidão de palavras.” Ecl 5;3

Ironicamente se diz: “Fulano quando cala a boca é um poeta”. Talvez. O silêncio empático como o inicial, dos amigos de Jó que vendo o tamanho da desgraça assentaram-se calados ao seu lado durante sete dias e sete noites compõe estrofes que, nem os mais inspirados poetas conseguem. “Assentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites; nenhum lhe dizia palavra alguma, porque viam que a dor era muito grande.” Cap 2;13

O Salvador disse que nossas palavras refletem os corações; “Do que o coração está cheio, disso a boca fala.” Todavia, nem sempre. Há casos em que falas circulam ociosas, para desviar atenção, manipular; contudo, Ele disse mais: “Eu vos digo que de toda palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo.” Mat 12;36

Por outro lado, o silêncio pode ser criminoso quando omite o que deveria ser gritado; por exemplo: A situação de grave fome em Samaria nos dias de Eliseu; O Senhor dissipara e pusera em fuga ao acampamento dos inimigos que cercavam aos famintos Hebreus.

Quatro leprosos saíram vagando por nada ter a perder; chegando ao arraial inimigo acharam grande fartura deixada pelos que fugiram apressados.

Mataram a fome e tomaram despojos para si; suas consciências acusaram mostrando a culpa pelo silêncio deles. “Chegando, pois, estes leprosos à entrada do arraial, entraram numa tenda, e comeram, beberam e tomaram dali prata, ouro e roupas; foram e esconderam; então voltaram, entraram em outra tenda, e dali também tomaram alguma coisa e esconderam. Então disseram uns para os outros: Não fazemos bem; este dia é dia de boas novas, e nos calamos; se esperarmos até à luz da manhã, algum mal nos sobrevirá; por isso agora vamos e anunciaremos à casa do rei.” II Rs 7;8 e 9

Naquele caso, silêncio não seria ouro nem prata, mas, omissão, pecado, culpa. Quantos se fazem culpados por, em busca de aplausos, aceitação, ou meramente para evitar polêmicas traem as próprias consciências omitindo o que deveriam falar? Como os leprosos aqueles poderiam dizer: “Não fazemos bem.”

Os que não conseguem ver as coisas da perspectiva correta não entendem por que pregamos, falamos e escrevemos acerca da Salvação em Cristo.

Éramos com os leprosos aqueles; mortos-vivos com nada a perder. Assim, corremos o risco de ir após o chamado do Salvador mesmo acenando-nos Ele com uma cruz.

Encontramos em Seu “Acampamento” sinais de fuga do inimigo derrotado, fartura de Pão dos Céus, e riqueza de dons incontáveis. Pegamos o que pudemos, mas achamos que não faríamos bem em guardar as “Boas Novas” somente para nós.

Quando porfiamos em busca de conversão dos que nos ouvem não temos em escopo alguma vantagem terrena que eventuais adesões poderiam trazer; antes, alegria de ver mais gente como nós, partícipe das infindas Riquezas de Cristo. Sabemos da fome que há no arraial dos sitiados pelo inimigo; viemos de lá.

Não fazemos barulho pelo barulho; mas, pela vida eterna que trará a quem souber ouvir.