sábado, 9 de julho de 2022

As tristezas


“Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte.” II Cor 7;10

Por quê é possível que sintamos dois tipos de tristeza? Uma, segundo Deus; outra segundo o mundo? Porque, nos que nasceram de novo palpitam duas naturezas; uma, carnal, outra espiritual. A primeira deve ser tratada pela cruz, (mortificada) para que a segunda floresça.

Paulo abordou o conflito entre a que concordava com as justas demandas Divinas; “Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na Lei de Deus;” Rom 7;22 e a que se opunha: “Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento; me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros.” V 23 “Porque a inclinação da carne é morte; mas a inclinação do Espírito é vida e paz.” cap 8;6

Assim, a tristeza carnal pode aflorar pela frustração de quem perdeu uma ocasião para pecar; enquanto, a tristeza segundo Deus assoma na alma daquele que, aproveitou tal ocasião.

Imaginemos que alguém tenha espalhado grandes maledicências a nosso respeito. Normal que nos entristeçamos ao saber. Se, reagimos a isso vociferando ameaças, desejando vingança, fatalmente nossa tristeza brota de uma veia natural, segundo o mundo; se, porém, somos compelidos a orar por quem nos feriu, pedindo que Deus o perdoe por isso, o capacite a ver melhor para não mais falar inverdades, seguiremos tristes; mas será uma tristeza segundo Deus. Nesse caso, há uma promessa: “Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados;” Mat 5;4

Nossa “vingança” é causar uma confusão em quem nos odeia, não devolvendo na mesma moeda eventual mal que nos fizer; “Não vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; Eu recompensarei, diz O Senhor. Portanto, se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça.” Rom 12;19 e 20

Tais “brasas” confundirão quem tentará entender como podemos pagar o mal com o bem. É difícil essa perfeição sentimental requerida; mas, é isso que O Eterno Espera; “Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus.” Mat 5;20 “Sede vós pois, perfeitos, como É Perfeito vosso Pai que Está nos Céus.” Mat 5;48

Infelizmente, muitos “pregadores” da moda, visando aceitação humana onde deveriam buscar a Vontade Divina, preferem produzir em suas audiências, alegrias mundanas empilhando promessas falsas, invés da tristeza segundo Deus, que denuncia o pecado, confronta o pecador e exorta ao arrependimento. Pouco a pouco, o “arrependei-vos” sai, enquanto, o “tome posse” sobe nas mesas.

É preciso que todo o pregador entenda a gravidade do que está em jogo, a vida. Que vale ser contra o aborto, por exemplo, portando-se como um aborteiro de almas, ensinando mentiras que matam?

Pedro denunciou uns que assim agiam; “Porque, falando coisas mui arrogantes de vaidades, engodam com as concupiscências da carne, e dissoluções, aqueles que se estavam afastando dos que andam em erro, prometendo-lhes liberdade, sendo eles mesmos servos da corrupção.” II Ped 2;18 e 19

A mensagem da morte devidamente entendida, traz um quê de vida; “Melhor é ir à casa onde há luto que ir onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens; os vivos aplicam isso ao seu coração.” Ecl 7;2

Então, uma tristeza assim, que leva a considerações rumo à prudência, certamente provém de Deus, para um fim excelente; salvação. 

O papel do mensageiro idôneo é apontar para a vida que há na morte de Cristo, não para suposto prazer nessa ou naquela “conquista” efêmera e profana.

O Salvador deixou claro que falava com mortos espirituais; “Em verdade, em verdade vos digo que vem a hora, agora é, em que os mortos ouvirão a Voz do Filho de Deus; os que a ouvirem viverão.” Jo 5;25

Nesse planeta “Walking Dead”, saltitam facilidades tecnológicas e inversão de valores; prazeres ímpios se fazem cada dia mais solícitos; a virtude é pintada cada vez mais sisuda. A marcha fúnebre espiritual disfarçada de aplausos tange imenso rebanho; a gritaria dos interesses naturais abafa a saudável mensagem de vida que inda insiste.

A Vontade Divina não se alinha com inclinações naturais; essas devem ser sacrificadas, para que cheguemos àquela; “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

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