domingo, 22 de julho de 2018

O Bálsamo do Perdão

“Não devias tu, igualmente, ter compaixão do teu companheiro, como também tive misericórdia de ti?” Mat 18;33

Questão posta a um que foi perdoado em suas múltiplas falhas, e, não quis perdoar a outrem que falhou para consigo.

Temos grande necessidade de receber perdão, dadas nossas muitas falhas; e, dificuldade em doar, por causa do egoísmo. Aqui também, o “negue a si mesmo” cumpre seu papel.

Essa coisa rasa tipo, “perdoo quem merece; sou bom pra quem é bom comigo” é escambo, comércio, não, perdão.

O perdão veraz desafia-nos a sermos bons para quem foi mau conosco, a ponto de fazer inda mais; agir de modo a constranger eventual faltoso para que busque perdão; “Portanto, se, teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se, tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas, vence o mal com o bem.” Rom 12;20 e 21 “Amontoar brasas sobre sua cabeça” não se refere a vingança; antes, constrangê-lo a rever suas razões, uma vez que, quereria mal a alguém que lhe trata bem.

Noutra parte diz mais: “Orai pelos que vos perseguem...”

Certa vez Pedro quis saber até onde O Senhor requereria dos Seus essa coisa difícil, perdoar. “Então Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: Não te digo que até sete; mas, até setenta vezes sete.” Mat 18;21 e 22

Não é um número que deva ser levado ao pé-da-letra; contarmos até 490 vezes e depois não precisamos perdoar mais. A ideia é mais ampla; Quando O Eterno revelou a Daniel o tempo determinado para Sua Obra entre os Judeus, povo de Pedro, disse que duraria “setenta semanas”; isto é: Setenta vezes sete. “Setenta semanas estão determinadas sobre teu povo, sobre a tua santa cidade, para cessar a transgressão, dar fim aos pecados, expiar a iniquidade, trazer a justiça eterna, selar a visão, a profecia e ungir o Santíssimo.” Dn 9;24

Assim, Pedro deveria entender da seguinte forma: Enquanto a Obra Misericordiosa de Deus estiver em curso, deveis perdoar sempre, como Deus o faz. Não se trata estritamente de um número; antes, de uma inclinação espiritual.

Todavia, perdão é via de mão dupla; a pessoa que falhou precisa admitir isso e desejar perdão. Que adiantaria dar a alguém algo que ele não quer? Esse é o dilema de Deus, inclusive, que está sempre pronto a Perdoar; renova Suas misericórdias a cada manhã como disse Jeremias; contudo, só perdoa aos que se arrependem; desejam Seu perdão.

Conosco se dá o mesmo. “Ora, se teu irmão pecar contra ti vai e repreende-o entre ti e ele só; se, te ouvir, ganhaste teu irmão; mas, se não te ouvir, leva contigo um ou dois, para que pela boca de duas ou três testemunhas toda a palavra seja confirmada. Se não as escutar, dize-o à igreja; se também não escutar à igreja, considera-o como um gentio e publicano.” Mat 18;15 a 17

Como vemos há quem erra e não admite que o fez; em particular, perante testemunhas, nem, perante a sociedade inteira; nesse caso, não deseja perdão; seja feita sua vontade.

Há ainda o terceiro tipo, o mais nocivo, talvez; os que querem o convívio amistoso onde carecem perdão, mas, chegam “sem querer querendo”. Pecaram gravemente contra alguém; causaram funda ruptura. Passado um tempo encontram sua vítima e, invés de admitir sua falha e pedir perdão “dividem” a culpa e “se perdoam” junto. Tipo: “Foi bobagem “nossa” vamos colocar uma pedra em cima e tocar o barco; a Obra de Deus continua, dá cá um abraço.”

Se, um fizer isso comigo, já fizeram, aliás, invés de sarar uma decepção dormida, reaviva-a ainda mais forte. Ora, a pessoa feriu de modo intenso, quando teria oportunidade de sanar, com o único remédio possível, arrependimento, tenta fazer meia sola com esperteza? Vai se catar!!

Platão dizia que é fácil perdoar uma criança com medo do escuro; difícil, a um adulto com medo da luz; é o caso aqui.

Claro que o perdão é medicinal, tanto para quem dá, quanto, para quem recebe. Nenhuma medicina se aplica, contudo, sem prévio diagnóstico da enfermidade.

Assim, o “dar de comer ao inimigo, vencer o mal com o bem” é uma forma prática de deixar patente que as “razões” dele não são racionais; constrangê-lo a revê-las, não, ignorar a existência da inimizade.

Enfim, o bálsamo do perdão cura duas feridas com uma dose só; mas, tal passo depende, necessariamente  de quem fez sangrar as mesmas.

“Aquele que não pode perdoar destrói a ponte sobre a qual ele mesmo deve passar.” G. Herbert

sábado, 21 de julho de 2018

"Nossas" Vitórias em Deus

“Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos.” Sal 60;12

Certa confusão gramatical aqui; os predicados sinonímicos, “faremos proezas” e “pisará nossos inimigos” atinam a diferentes sujeitos; nós e Deus. De modo a parecer que, o que faremos, Ele fará.

Ensinam-nos os mestres de teologia, sobre inspiração, que, a origem da revelação dos escritores e profetas era Divina; a forma de expor, humana. Assim, a construção era uma amálgama, Divino-humana. De Deus o poder; do homem a disposição de cooperar com Ele.

O Eterno me faria saber de algo e deixaria que eu expusesse com minhas palavras, como me parecesse melhor. Isso explicaria pequenas “discrepâncias” entre os Evangelhos sinóticos. Os mesmos fatos por três repórteres diferentes. Mateus, Marcos e Lucas.

Em Ezequiel vemos um incidente onde Deus ordena algo ao profeta, e, de certa forma, Ele mesmo faz; “Disse-me: Filho do homem põe-te em pé, e falarei contigo. Então, entrou em mim o Espírito, quando Ele falava comigo; me pôs em pé e ouvi o que me falava.” Ez 2;1 e 2

Os defensores da predestinação dizem que, sendo nós pecadores, inclinados ao mal, não poderíamos desejar o bem; os “eleitos” seriam salvos sem cooperação nenhuma, apenas por eleição Divina. O problema mais sério de sua doutrina é que, ao exaltarem a Soberania ferem a Justiça Divina.

Porém, em certo sentido concordo com eles; somos maus e inclinados ao mal, contudo, a mesma “força” que O Senhor deu a Ezequiel dá a todos que escutam Seu chamado; possibilita obediência; porém, o “ouvi o que me falava” a ponto de reagir como o esperado, sempre será escolha humana; senão, não haveria diatribes contra os que resistem. “... vós sempre resistis ao Espírito Santo...” Atos 7;51 etc.

A salvação continua sendo Graça excelsa, mas, ninguém é forçado a aceitá-la. A “graça irresistível” patrocinaria uma parcialidade que destoa da justiça que ama, “O Juiz de toda Terra.”

Os filósofos, Immanuel Kant, sobretudo, faziam distinção entre essência e aparência das coisas. À primeira chamavam Númeno, ou, a coisa-em-si; à aparência, a percepção sensorial, o Fenômeno, ou, a coisa-para-si. Simplificando: Como as coisas são; e, como as percebo.

Quantas vezes ouvimos alguém dizendo que determinada calça ficou pequena, quando, na verdade foi a barriga que ficou grande? Assim, pode Deus parar a Terra por certo tempo enquanto Josué batalha, e o cronista narrar que pararam Sol e Lua. Nenhuma mentira no relato; apenas, uma variável entre o Númeno e o Fenômeno.

Então, quando o salmista diz que “Em Deus faremos proezas, porque Ele pisará nossos inimigos,” está já apresentando essa “fusão” perfeita dos que ouvem a Deus, obedecem-nO, e atuam conforme Suas diretrizes. Dele o Força, O Poder, o “Tesouro”; nossa a submissão, aquiescência, cooperação; o “vaso”. “Temos, porém, este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus; não, nossa.” II Cor 4;7

Por isso é necessário o “negue a si mesmo”. Enquanto eu estiver no comando da minha vida, O Senhor estará do lado de fora; se, a conversão equivale a uma cirurgia de transplante de coração, onde, o coração endurecido é mudado por outro maleável, não somos tão “anestesiados” assim, a ponto de sermos forçados a querer.

Quando diz: “Porei dentro de vós Meu Espírito e Farei que andeis nos Meus estatutos...” Refere-se aos remanescentes fiéis, que receberam a “água pura” (doutrina) e foram purificados da idolatria.

Para que Deus faça proezas através de nós Ele demanda uma identificação, submissão tal, que possamos dizer como Paulo: “Não mais vivo eu; mas, Cristo vive em mim.” Pois, “Se, alguém me ama, guardará minha palavra; Meu Pai o amará; viremos para ele e faremos nele morada.” Jo 14;23
Embora, “em Cristo” pareça se referir a lugar é um “lugar” tão “invasivo” que acaba mudando o ser; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo. Tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação.” II Cor 5;17 e 18

O que Deus fez por nós anseia fazer para outros usando-nos; por isso, Ele deu-nos o ministério da reconciliação.

Embora, “vitória” no contexto materialista atual seja a conquista de coisas, as “proezas” que glorificam a Deus são conquistas sobre o pecado, santificação. O Santo não poria mais lenha num fogo que deseja apagar; o egoísmo.

Ele pisará nossos inimigos; o mais cruel de todos, que todo dia quer me matar é meu ego; essa proeza de vencê-lo só é possível em Deus, na cruz. Não consigo amar meu próximo como a mim mesmo, a não ser que Cristo o faça, em mim.

sexta-feira, 20 de julho de 2018

A Primazia do "Segundo Adão"

“Deus os abençoou e lhes disse: Frutificai, multiplicai-vos, enchei a terra, sujeitai-a e dominai...” Gên 1;28

O Criador estabelecendo ao homem como regente, governador sobre a criação. Uma regência em submissão, claro, o que demandava obediência ao Eterno.

Alguns dizem estupidamente que a “árvore proibida” é uma metáfora para o sexo, como se, esse fosse pecado; não. O sexo em parâmetros lícitos é abençoado; e, o parâmetro Divino é hétero e matrimonial. Como Adão e Eva cumpririam o “Frutificai e multiplicai-os...” sem ele? Deus mandaria fazer algo e puniria ao ser obedecido??

Outros especulam que a dita árvore era a macieira, embora, a Bíblia não especifique que fruto era. À mulher pareceu boa para se comer, agradável aos olhos, e “desejável para dar entendimento.” Essa última parte por causa da mentira de Satã que dissera que eles seriam como Deus, se, comessem.

Que fosse boa para comer, e, agradável aos olhos é de se esperar, por dois motivos: Primeiro; todas as árvores frutíferas do Jardim eram assim; “O Senhor Deus fez brotar da terra toda árvore agradável à vista e boa para comida...” Cap 2;9 Segundo; como o veto era um teste de obediência, submissão, natural que tivesse seus atrativos, senão, sequer faria sentido; seria estúpido como proibir-nos de fazer o que não gostamos.

O “fato novo” ao qual a mulher sucumbiu foi a promessa de um upgrade espiritual; “Sereis como Deus.” Quantas vezes ouvimos, quiçá, dissemos, que, quando algo é proibido é mais gostoso? Por certo esse “mais” não é nosso, mas, é o instigador do pecado que vibra conosco anexando seu prazer de afrontar a Deus, ao prazer natural.

Como o inimigo é “sócio” no desfrute do prazer ilícito faz parecer desejável a nós, aquilo que é desejável a ele; em suas tentações busca nos fazer hospedeiros de seus anseios. Acaso, ser como Deus era um anelo do primeiro casal, ou, dele? Ora, no que era possível, as criaturas serem como O Criador já eram; “Imagem e Semelhança;” o que lhes faltava?

Diz A Palavra: “... sois servos daquele a quem obedeceis, ou, do pecado para a morte, ou, da obediência para justiça.” Rom 6;16

Assim, tendo obedecido a Satã, não, ao Criador, a raça humana, invés de ser como Deus, tornou-se como o maligno.
O segundo “domínio” após perdido o governo sobre a criação foi não uma dádiva, mas, um desafio que mostra nossa incapacidade, nossa miséria, sem Deus. “... o pecado jaz à porta; sobre ti será seu desejo, mas, sobre ele deves dominar.” Gen 4;7

Isso é tão impossível, à raça caída, que, Paulo apresenta o velho homem como “servo do pecado”, não do inimigo, embora, dê no mesmo. Falando aos cristãos romanos disse: “Quando éreis servos do pecado, estáveis livres da justiça.” Rom 6;20

Eis a “liberdade” que o usurpador oferece! Ninguém precisa agir em justiça; “faça o que quiseres, pois, é tudo da Lei” foi cantado em prosa e verso. Atualmente vige a “desconstrução dos padrões heteronormativos da moral judaico-cristã”. O mesmo estrume diabólico com outro verniz.

Imaginemos como ilustração, que, estejamos diante de um inimigo poderoso, infinitamente mais forte que nós; tímidos, sedentos e desnutridos em nossa trincheira; de repente surge um “boina verde” sarado, poderoso e diz que deixemos a luta consigo que Ele vencerá em nosso lugar. Se, confiarmos Nele vencerá; será nosso Salvador.

Ora, para que Cristo lute em meu lugar devo entregar-lhe minha vida; “negue a si mesmo”. Na verdade Ele já venceu quando disse: “Está consumado”. Porém, Sua Vitória só se aplica aos que O reconhecem como Senhor, obedecendo-lhE.

Mas, se o usurpador já foi derrotado, por que insiste ainda em tentar aos seres humanos para que pequem? Na verdade tenta só aos salvos; os demais ainda são servos do pecado; o próprio pecado se encarrega de arrastar-lhes ao abismo.

O tentador é “Pai da Mentira” não tem nenhum compromisso com a verdade; assim, segue prometendo o que não possui, e cegando a quem pode para esconder sua derrota. Como Lula na cadeia jurando inocência e honestidade. “O deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo...” II Cor 4;4

Adão perdeu o domínio Terreno e, sua descendência foi dominada pelo pecado. Cristo, o “Segundo Adão” venceu; resgatou ambos os domínios. “... É-me dado todo poder no Céu e na Terra.” Mat 28;18

O governo do homem em submissão ao Criador fracassou; agora, é o Senhorio do Filho do Homem para salvação de todos que se lhe sujeitam.

Os demais seguem “livres da justiça” até serem presas do juízo eterno. Melhor ser servo de Cristo, que “livre” assim. Façamos a melhor escolha.

quinta-feira, 19 de julho de 2018

A Democracia é Grega?

“O diabo foi o primeiro democrata.” George ( Lord ) Byron

Havia um Governo Teocrático estabelecido; o canhoto chegou propondo “igualdade”. “Sereis como Deus”.

Que há de errado com a igualdade? Nada. Soa bem justa, até, quando, não se trata de uma mentira. Pois, como disse Aristóteles, “A pior forma de desigualdade é considerar iguais às coisas que são diferentes.” Entre homem e Deus, nem se fala.

Muitos vendo os privilégios dos “representantes do povo” dizem que, malgrado a Constituição reze que “Todos são iguais perante a Lei”, há uns “mais iguais que os outros.”

Consagrou-se pela repetição um erro de dizer que os gregos foram os inventores da democracia. E não? Bem, Aristóteles era grego; veja acima suas palavras.

Platão defendia que a sociedade possui almas de três naturezas distintas; bronze, prata e ouro. As brônzeas seriam aptas aos trabalhos braçais, comuns; camponeses, sobretudo; as argênteas (de prata) seria a burguesia, artesãos, médicos, advogados, etc. Os de almas áureas, os filósofos.


Pelas próprias figuras usadas, podemos ver quem ele esposava que deveriam ser os governantes das cidades-estados. Os mais sábios; os demais, não teriam aptidão para tal.

Assim, sem forçar a barra, numa abordagem superficial, já podemos ver, que, dois ilustres entre eles defendiam a aristocracia; o governo dos melhores.

Todavia, o pensamento grego não se limitava a Platão e Aristóteles. Tinham problemas cotidianos, em suas Polis (cidades) e para isso convocavam as Ekklesias, assembleias populares, onde, os incumbidos da gestão eram escolhidos dentre todos os cidadãos.

Temendo corrupção em eleições com campanhas, onde, aliciamentos, conchavos, abuso do poder econômico, etc. poderiam guindar um injusto ao poder, criaram uma engenhoca chamada Kleroterion, que, embora fosse mecanicamente diferente, na prática funcionava como um globo desses usados em bingos; escolhiam os “eleitos” por sorteio.

Assim, todos, de fato, concorriam com chances iguais, e quem fosse escolhido uma vez, ficava de fora de sorteios futuros; não havia “reeleição”. Eis a democracia que usavam!

Outro dia um amigo me disse: “Respeito tua moral, valores, ideias, saber... mas, concorra a vereador defendendo-os e verás quantos votos farás”. Eu sei, respondi. Para a “democracia” como está, quem não usar mentiras, promessas fabulosas, barganhas fisiológicas não se elegerá a nada, infelizmente. Lembrei-me de Sócrates o filósofo que admitia sem rodeios, que seria um fiasco se pretendesse exercer política pela falta dessas “qualidades”.

Pois, já havia contextos em que sofistas seduziam incautos com seus discursos para interesseiros fins, o que os filósofos depreciavam.

Quanto a nós o que podemos é buscar o mal menor que, vemos subjacente em ideologias, bandeiras; mas, a rigor, nenhum homem é plenamente capaz de governar sobre outro, pois, precisaria de uma superioridade essencial que lhe falta; em essência, dignidade, é rigorosamente igual, embora, em cultura, valores, aptidão, possa ser diferente, mais apto. O mais sábio dentre os homens disse que há “... tempo em que um homem tem domínio sobre outro, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Mas, o que estou propondo, então? Que façamos nossas escolhas por sorteio? Não. Na verdade não estou propondo nada. Apenas rasgando alguns véus para que apareçam as coisas como são.

O mundo tem vera ojeriza à verdade; constrói versões convenientes com a “filosofia” de Goebbels o propagandista do Nazismo o qual dizia que, uma mentira repetida à exaustão tornar-se-ia verdade. Não! Mas, para incautos sim. Che Guevara, o fuzilador de inocentes, assassino de crianças é um “Ícone libertário”; e o terrorista igualmente assassino, Nelson Mandela, um “pacifista moderado” exemplo de estadista. “Sabe de nada inocente!”

Na verdade, o Capiroto o pai da “Democracia” a está usando, manipulando resultados, fomentando revoltas, misérias, morticínios, maquinando assaltos ao poder, tudo para que, entornando o máximo possível o caldo político entre as nações, seu representante, o Anticristo, seja mais que aceito, seja desejado como governante mundial.

O Reino de Deus não foi vencido; apenas suspenso temporariamente enquanto, a longanimidade do Rei espera a adesão de mais súditos ainda.

Por aqui temos meras embaixadas, os escolhidos para Tal, não são por votos nem sorteio; O Próprio Rei enviou Seu Espírito que implanta de graça Suas qualidades, depois escolhe gestores pelas qualidades que “têm”; “Convém que o bispo seja irrepreensível, marido de uma mulher, vigilante, sóbrio, honesto, hospitaleiro, apto para ensinar... também que tenha bom testemunho dos que estão de fora, para que não caia em afronta; no laço do diabo.” I Tim 3;2 e 7

Para os políticos de carreira os cargos são para sua boa vida, danem-se os outros. Para um servo de Deus, seus dons são para um dever sagrado, onde, anseios seus não são melhores que os alheios.

Todos são candidatos, mas, eleitos só os que respondem ao Divino apelo; “muitos são chamados, poucos, escolhidos.”

Contra o Vento

“Senhor, quem habitará no teu tabernáculo? Quem morará no teu santo monte?... aquele que jura com dano seu, contudo, não muda.

Constância, perseverança; virtudes, das quais, Deus se agrada. Espera isso de nós; Ele é assim; “Jesus Cristo é o mesmo; ontem, hoje e eternamente.” Heb 13;8
Quando alguns pareceram duvidar da firmeza de João Batista, o Senhor perguntou: “... Que saístes a ver no deserto? uma cana abalada pelo vento?” Luc 7;24

Essa figura, infelizmente, abarca a maioria dos humanos. Invés da necessária constância, que, arrostaria eventuais dificuldades são movidos por circunstâncias; “ventos” aos quais se inclinam.

Sobre nenhum outro humano, os ventos das provações sopraram mais forte que sobre Jó; Embora, estivesse seguro de sua integridade, o que faria seu sofrimento, “injusto”, em momento algum cogitou renunciar sua fé; malgrado desejasse uma explicação. “Ainda que Ele me mate, Nele esperarei; contudo, meus caminhos defenderei diante Dele.” Jó 13;15

Diferente fizera sua esposa, que, ao que parece, considerava Deus digno de lealdade, se, cumprisse todos os desejos do “adorador”; senão, melhor blasfemar contra Ele, mesmo perdendo a vida. “Então sua mulher lhe disse: Ainda reténs tua sinceridade? Amaldiçoa Deus e morre.” Cap 2;9

A “mulher de Jó” continua pujante nos púlpitos modernos nos lábios dos que “não aceitam” isso ou, aquilo; “determinam” aquilo outro; “revoltam-se”, etc. Tais, sequer foram testados ainda, pois, para tanto teriam que ser “nascidos de novo”; vivem meras circunstâncias da vida, muitas vezes fruto da própria negligência ante às oportunidades, ou, por aversão ao trabalho, mesmo; eis a sua “prova”! e, acoroçoados por mercenários patifes, alienados do Santo, são estimulados a essas temeridades, como se, Deus lhes devesse algo, só por que eles o querem.

Ora, a “simples” salvação, sem nenhum acessório é já uma Graça Inaudita, que, nem todos nós juntos, sete bilhões de pecadores, merecemos; muito menos, cada um em particular, como, parecem pretender esses loucos, sem noção.

Se, Deus apenas aceitar meu arrependimento que Sua Própria Palavra e graça ensejam, e, me perdoar em Cristo, já serei eterno Devedor. Nunca mais lhe poderei recompensar por tal dádiva, pois, me faltarão recursos; “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir seu irmão; dar a Deus o resgate dele; Pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;6 a 8

Essa energia dispendida lutando contra, num vero convertido deve ser canalizada para a luta “com” Deus. O “não aceito”; “me revolto contra;” têm seu lugar, se, forem diatribes às dissoluções pecaminosas do mundo que nos assediam.

Um salvo, antes de se inquietar com circunstâncias, deseja adequar seu ser, pensar e agir, ao de Deus a Quem é grato pela salvação; “Deixe o ímpio seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para nosso Deus, porque grandioso é em perdoar. Porque os meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os meus, diz o Senhor.” Is 55; 7 e 8

Ou, nas palavras de Paulo; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas, transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12; 1 e 2

Desgraçadamente, posturas que há poucas décadas eram vergonhosas, ultrajantes, hoje, são glamurizadas, motivo de “orgulho”; por que essa mudança? A Palavra de Deus apresenta os últimos dias como de urgência de Satanás; “... porque o diabo desceu a vós; tem grande ira, sabendo que já tem pouco tempo.” Apoc 12;12

Essa urgência destrutiva se reflete, óbvio, no ser daqueles sobre os quais governa; “... nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites que amigos de Deus.” II Tim 3;1 a 4

Enfim, fé sadia não é um poder que temos para usar e transformar circunstâncias adversas para que as coisas fiquem como queremos; antes, uma confiança inabalável, na Bondade, Amor, Integridade e Sabedoria Divinas, que, mesmo que sejamos desafiados a passar pela água ou, pelo fogo, não mudaremos. Pois, se O Eterno permite isso, tem Seus motivos.

Somos soldados de Cristo em campo de Batalha. Aconchego da família, condecorações eventuais, os vencedores receberão após a guerra, não, durante ela.

Ninguém mais Batalhador que O Senhor dos Exércitos e não desejaria covardes em Suas fileiras; “O justo viverá da fé; e, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele.” Heh 10;38

quarta-feira, 18 de julho de 2018

Camuflagem da dor

“A bênção do Senhor é que enriquece; não traz consigo dores.” Prov 10;22

Será que a riqueza derivada da bênção do Senhor tem a ver com posses materiais? Teria O Eterno uma escala de valores capaz de mensurar as coisas como são, deveras, ou, isso deve ser feito por nossa medida?

Usualmente dizemos: “Quem vê cara não vê coração;” patenteando, com isso, que somos potencialmente reféns do engano. Deus corrobora quando diz: “Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas, no fim, são caminhos de morte.”

Diz algo mais preciso ainda: “... o Senhor não vê como vê o homem, pois, o homem vê o que está diante dos olhos, porém, o Senhor olha para o coração.” I Sam 16;7

Assim, nada mais justo e prudente que O Senhor avalie o veraz valor das coisas; pois, nós, pacientes do engano poderemos ver diamantes onde há vidro, e vice-versa.

As coisas do reino material são secundárias aos olhos Divinos; o essencial é a vida. Não, a existência, como pensam uns, que, em suas “filosofias” de botecos dizem: “Vão-se os anéis, ficam os dedos.” No caso, os “dedos” preservados é apenas a vivência terrena, que, se, é mais valiosa que os “anéis,” as posses, digo, ainda está a anos-luz do excelso valor da vida espiritual, porque, eterna. Para essa, até a existência terrena pode ser aquilatada como “anel”, pois, a morte de um salvo é antes, uma coroação, que, uma perda.

Dessa, aliás, falou O Salvador quando disse que uma alma salva vale mais que o mundo inteiro perdido. Assim sendo, quando diz que, a Bênção do Senhor enriquece necessária se faz a conclusão que, ela traz-nos, vida, não, posses.

Na verdade traz sabedoria espiritual, que, permite ver onde se abrigam as coisas mais valiosas. “Porque a sabedoria serve de defesa, como de defesa serve o dinheiro; mas, a excelência do conhecimento é que sabedoria dá vida ao seu possuidor.” Ecl 7;12

Por isso “Sophia” peleja conosco para que vejamos melhor; “Aceitai minha correção, não, a prata; o conhecimento, mais que o ouro fino escolhido. Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela.” Prov 8;10 e 11

Enquanto as riquezas mundanas prestam-se à ostentação, as espirituais camuflam-se muito bem com as vestes da humildade; podem “hibernar” sob circunstâncias muito adversas, mas, quando oportuno, O Próprio doador, O Senhor, as despertará. “Também vi esta sabedoria debaixo do sol, que para mim foi grande: Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, a cercou e levantou contra ela grandes baluartes; encontrou-se nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria, e, ninguém se lembrava daquele pobre homem. Então disse eu: Melhor é a sabedoria que a força...” Ecl 9;13 a 16

Se, já a tínhamos visto superior aos bens, agora a temos superando também à força. Então, quando nos enriquece, O Senhor dá-nos vida e força, para a necessária luta no usufruto dela.

Embora, pareça contraditório, essa força só co-habita com nossa fraqueza; digo, com a total dependência de Deus, pois, quem “faz da carne mortal seu braço” como dissera Jeremias, aparta seu coração do Senhor. Desse modo chegamos à instrução dada a Paulo: “Minha Graça te basta, porque Meu Poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o Poder de Cristo. Por isso sinto prazer nas fraquezas, injúrias, necessidades, perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então, sou forte.” II Cor 12;9 e 10

Então, o processo Divino que anda na contramão do mundo obra por nos enfraquecer, a cruz, para, depois nos enriquecer na Sua Força. O casulo até tem sua utilidade, enquanto a borboleta não voa; contudo, depois do milagre da vida é apenas um rejeito qualquer; assim, as “demais coisas” em face ao ingresso no Reino de Deus.

Os da “prosperidade” não erram apenas no método, o escambo vil, como se, O Eterno fosse mercador; erram também o alvo, pois, ainda que sua luneta finja focar o Céu, a lente é reversa, volta-se pra Terra. “Acautelai-vos, guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui.” Luc 12;15

A Bênção do Senhor “não acrescenta dores”, além das necessárias, a cruz. As mensagens sem cruz, por indolores que pareçam, pontualmente, são as mais dolorosas; uma vez que patrocinam flagelos eternos. 

Assim como o determinismo biológico limita que os seres se reproduzam segundo suas espécies, as consequências das escolhas arbitrárias serão segundo seu valor.

Quem labuta só por matéria levará o quê, para o reino do Espírito?

sábado, 14 de julho de 2018

Orando às Paredes

“Minha alma tem tédio da minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma. Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.” Jó 10;1 e 2

Os estoicos, filósofos da antiguidade, em sua rigidez moral consideravam que a imperturbabilidade ante as paixões era a virtude esperável dos homens sábios. Embora, certa postura firme diante das provações encontre amparo bíblico, não é intenção do Criador que passemos alheios às emoções, como se, pudéssemos pairar acima delas.

O preceito Divino, no aspecto social ensina empatia; “Alegrai-vos com os que se alegram; chorai com os que choram;” Rom 12;15 no prisma pessoal, uma reação de acordo com o sentimento; “Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores.” Tg 5;3

Dar vazão às nossas emoções é a ordem natural, pois, se não o fizermos, poderemos dar azo às ditas, dores psicossomáticas, onde, os males da alma atingem ao corpo; o estranho não poderá fazer isso em nosso lugar, uma vez que, “O coração conhece sua própria amargura, e o estranho não participará, no íntimo, da sua alegria.” Prov 14;10

Assim sendo, Jó tomou uma atitude saudável quando disse: “Darei livre curso à minha queixa...” O problema de muitos do nosso tempo é que tencionam comprar remédios em açougue; digo, fazem suas queixas no lugar errado.

Voltemos a Jó: “Direi a Deus... faze-me saber por que...” Suas íntimas amarguras que ensejavam tédio eram assunto para uma conversa com Deus. Em nosso tempo, a amargura das pessoas tem patrocinado ferinas “indiretas” em redes sociais, subprodutos da inveja, malícia, vaidade, ódio; ou, as tristezas patrocinam estúpidas “orações” nos mesmos espaços, invés de fazê-las a Deus.

Ora, uma “súplica” feita diante de todos como nesses casos, deixa claro que o suplicante anseia mais a aprovação humana que a Divina; não faz um milímetro melhor que os Fariseus dos dias de Cristo; “Quando orares, não sejas como os hipócritas; pois, se comprazem em orar em pé nas sinagogas, às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” Mat 6;5 e 6

Muito do que se veicula nas ditas redes não passa de drogas; alucinógenos psíquicos com os mesmos efeitos, digo. Sempre tem um programa que me diz “quem fui na vida passada”; “como terminarei meu ano”; “qual frase define meu ser”; “qual casa terei no futuro”; “me traz uma mensagem do além” de entes queridos; até, a promoção da suja ideologia de gênero, onde mostram a cada um, como seria se, fosse do outro sexo; etc.

Os incautos consomem esse lixo em doses cavalares; de modo a perderem contato com a realidade alienados por placebos como esses, invés de cultivarem um sadio relacionamento com Deus, e ante Ele, exporem suas alegrias e dores.

O controle mundial do Anticristo que se apressa será mediante tecnologia, uma vez que, não possui os Divinos atributos; Onisciência, Onipresença e Onipotência. As pessoas facilitam expondo suas vidas nas redes sociais. Cada nuance tem que ser publicada; sentindo-se assim, ou, assado; passeando em tal e qual lugar, etc.

Acaso esses sistemas, além da exposição desnecessária nos oferecem alguma vantagem, algum cuidado? Não. Oferecem asas às nossas tolices, o que nos expõe desnecessariamente, invés de proteger.

Entretanto, os pleitos saudáveis colocados ante O Senhor têm melhor resposta; “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; lançando sobre Ele a vossa ansiedade, porque Ele tem cuidado de vós.” I Ped 5;6 e 7

Ora, as pessoas em sua imensa maioria não estão nem aí para nós; se, estivermos mal, dane-se! Se, bem, nos invejam. Então, apesar disso tudo devemos amá-las, não no sentido de favorecer a má índole, mas, de ajudar a ver melhor, socorrer, quando possível, orar por sua salvação; contudo, não esquecermos que quem ainda está alienado do Salvador, bem pode se tornar um instrumento maligno; prudência, pois.

Afinal, seria estúpido orarmos a uma imagem de escultura que não pode ouvir nem, responder; pior, abrirmos nossos corações para gente que faria mau uso do que soubesse sobre nós.

Não que devamos evitar nossa interação social de um todo; mas, há coisas que deve ser Ditas ao Senhor apenas.

Jó fez “ouvidos moucos” aos “deslikes” dos seus incautos amigos; dirigiu ao Senhor sua súplica, e na hora certa recebeu o socorro que carecia. Aprendamos com ele, pois. “... Ouvistes qual foi a paciência de Jó; vistes o fim que o Senhor lhe deu?” Tg 5;11