sexta-feira, 30 de setembro de 2022

Inimigos da luz


“Eles estão entre os que se opõem à luz...” Jó 24;13

Nos opomos ao que parece mau; um conceito, doutrina, filosofia, governo, iniciativa... enfim, a algo do qual discordamos.

O que leva alguém a discordar da luz? O sonho de muitos filósofos. Sua busca era o ser, a verdade.

Aos sofistas bastaria prevalecer num debate; saíam airosos, por terem deixado eventuais adversários sem respostas. Pouco importava que seus argumentos fossem arranjos forçados, palavras caçadas aqui ou acolá; premissas verazes arranjadas ardilosamente para conduzirem a conclusões falsas... lhes bastava “vencer”.

Faziam parecer que entendiam tudo; usavam da arte retórica para pintar esse parecer ao olhar vulgo; não obstante, o desprezo dos filósofos. Eles produziam crença sem ciência; algo inaceitável a um amante do saber.

Invés de dono da verdade, Platão dizia que o filósofo era um meio termo entre o ignorante e o sábio. O ignorante não filosofa porque não sabe; o sábio, porque não precisa. O filósofo era meio ignorante, sabia que precisava mais luz e laborava.

“É normal as crianças terem medo do escuro; mas é trágico os adultos com medo da luz”. Disse.

Em Jó encontramos mais detalhes desses fotofóbicos: “De madrugada se levanta o homicida, mata o pobre e necessitado; de noite é como ladrão. Assim como o olho do adúltero aguarda o crepúsculo, dizendo: Não me verá olho nenhum; oculta o rosto, nas trevas minam as casas, que de dia se marcaram; não conhecem a luz. Porque a manhã para todos eles, é como sombra de morte; pois, sendo conhecidos, sentem pavores da sombra da morte.” Jó 24;14 a 17 Alguns adjetivos acima identificam-nos: Homicida, ladrão, adúltero...

Parece que a esses animais noturnos, luz soava como grande ameaça; a ponto de ensejar pavores.
Após pecar, Adão que vivera em comunhão, mudou; à aproximação do Senhor, tomou providências “cabíveis”, co’a nova situação; “... Ouvi Tua Voz soar no jardim e temi, porque estava nu; escondi-me.” Gn 3;10

Nos dias do Salvador, Adão continuava na moita, sentindo o peso da condenação; “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem pra luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

A obediência ao Senhor é definida como andar na luz; parece que isso requer um modo de agir que não tenhamos nada a esconder; melhor: Que O Caráter de Cristo assome no nosso agir; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que Está nos Céus.” Mat 5;16

O pecado nos é mostrado antes que o cometamos; Tiago ensina: “cada um é tentado, quando atraído e engodado pela sua própria concupiscência. Depois, havendo a concupiscência concebido, dá à luz o pecado; o pecado, sendo consumado, gera morte.” Tg 1;14 e 15

Notemos que, antes de o consumarmos, o pecado sai à luz; nossa consciência adverte de que o ato é mau. Como disse Samuel Bolton, “se a consciência não for um freio, ela será um chicote.”

Na verdade, a sedução do traíra ao primeiro casal, de que desobedecendo eles seriam “conhecedores do bem e do mal” ficou faltando algumas “letras miúdas”.

O pecador tem seu prazer nas coisas más; porém, aquilata ao prazer como uma coisa boa; assim, mais que uma propriedade intelectual, conhecer, a alma pecaminosa perverte. Chama ao bem de mal e vice-versa. Logo quando uma assim se opõe à luz, faz a “coisa certa” desde seu ponto de miopia.

A perversão não tem um porto onde ancorar sua chegada, no fim da existência; “Ai dos que ao mal chamam bem, e ao bem mal; que fazem das trevas luz, e da luz, trevas; fazem do amargo doce, e do doce, amargo! Ai dos que são sábios aos seus próprios olhos, prudentes diante de si mesmos!” Is 5;20 e 21

A “excelência” de um pecador nesse mundo dual seria seguir pecando no escuro e fingindo-se amante da luz. Religiosos que escolhem porções “válidas” da Palavra de Deus e desprezam as difíceis; superficiais que se justificam invés de se humilharem ante O Senhor que perdoa ao arrependido; dessa matéria-prima são os hipócritas.

Quem aprendeu obedecer ao Senhor conhece a Luz, pois, “O Mandamento do Senhor é puro e ilumina os olhos.” salm 19;8 Invés de se opor, busca mais; “A vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Pr 4;18

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