sábado, 24 de setembro de 2022

Igreja Sem Partido (?)


“Por mim se decreta que no meu reino todo aquele do povo de Israel... que quiser ir contigo a Jerusalém, vá.” Ed 7;13

Decreto de Artaxerxes, rei persa, enviado ao sacerdote Esdras. Atualmente temos “democratas” simpatizantes de ditadores, admiradores dos que tolhem à liberdade religiosa, como o Ortega na Nicarágua; tais, ameaçam fazer o mesmo por aqui.

No tempo do absolutismo real, tivemos um rei decretando liberdade de escolha, a um povo sabidamente religioso. “Quem quiser ir contigo vá...”

Forçoso concluir que, nem sempre o poder absoluto era tão absolutista assim; tampouco, os “democratas” são fiadores dos direitos e vontades populares como afirmam.

Via de regra, o ser humano usa máscaras conforme suas conveniências.

Tenho deparado com um “purismo” religioso que me tem feito pensar. Chama-se “Movimento Igreja sem partido”; deles a seguinte frase: “Usar O Nome de Deus para pedir votos é heresia.”

Sempre entendi heresia como um desvio da fé ortodoxa; acréscimos ou supressões à Doutrina. O “Dai a César que é de César, e a Deus o que é de Deus”, normalmente é interpretado como separação entre Estado e Igreja. De acordo; o Estado é laico. Mas, somos cidadãos dos Céus e da Terra; as coisas de “César” nos dizem respeito. Nada valerá votarmos com ímpios, depois orarmos como cristãos.

É próprio da democracia que todos os seguimentos se façam representar, se assim o desejarem. Os da liberação das drogas têm seus candidatos; as abortistas, idem; o Agro, defensores da ecologia; cada viés tem postulantes a defendê-lo sem problema nenhum.

Mas, os defensores da família, da moral, dos bons costumes, da heteronormatividade, etc. Esses não podem ter quem defenda suas pautas, dizer o que pensam, nem mencionar O Nome do Santo???

“Não tomar O Santo Nome em vão” tem sido usado pelos “puristas” citados. Definir nossos destinos pelos próximos quatro anos é algo vão? Desculpem aí, mas é demais para meus neurônios. Temos mais de duzentos milhões de motivos para desejar a Ajuda Divina.

Claro que púlpitos devem existir para pregação da Palavra de Deus, não para comícios, em defesa desse ou daquele candidato. Todavia, eventualmente, um líder orientar seus ouvintes acerca de valores que estão em jogo anexos a cada escolha não vejo mal nenhum. É bom senso.

Perseguição religiosa campeia onde a esquerda domina; Chile, Bolívia e Nicarágua oferecem elementos para pensarmos. Será que, mesmo vendo essas coisas seremos tão estúpidos de modo a trabalharmos contra nossa causa? Liberdade de crença e culto?

Bastaria orar que Deus faria as coisas acontecerem a despeito de nós? Não! Deus nos Fez arbitrários, portanto, consequentes; “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo que o homem semear, isso ceifará.” Gál 6;7

Quem semear alienação colherá um rebanho de alienados; quem plantar votos inconsequentes colherá um governante “conforme a espécie” do voto “plantado.”

Em momento nenhum vejo cristãos empunhando a bandeira de um partido; exceto, os “cristãos” de esquerda; sempre esposam valores como liberdade, Deus, Pátria e família. Que mal há nessas coisas? Ah, mas todos sabem que isso significa fazer campanha para O Bolsonaro.

Qual problema se apenas ele tem coragem de defender as coisas com as quais nos identificamos? Quem não gostar é só votar no outro que cultua Zé Pilintra, fala em censura, restrição de liberdades; é amigo do Ortega, da Nicarágua.

Ele disse que nem precisa de Padres ou Pastores, que vai a "Deus" diretamente.

Vergonhosamente deparei com um vídeo do pastor Yago Martins, que eu admirava, repetindo as falácias sobre “votar em genocida”; tal “influência” não diminuiu um milímetro do que o Bolsonaro significa; apenas ele, Yago, desceu do meu patamar de admiração para a masmorra da irrelevância.

Cresci ouvindo uma baboseira, tida como axioma: “Religião, futebol e política não se discutem.” Ora, Cristo passou três anos e meio debatendo contra religiosos hipócritas.

Quem disse que os governos da Terra são autônomos, podem fazer o que quiserem a despeito de Deus? “Ele Muda os tempos e as estações; Ele Remove reis e Estabelece reis...” Dn 2;21

Diz mais: Que Ele restringe o domínio dos iníquos, por causa do peso de sua má influência sobre os que não são maus; “O cetro da impiedade não permanecerá sobre a sorte dos justos, para que o justo não estenda as suas mãos para a iniquidade.” Sal 125;3

Com devido respeito, caros do “Igreja Sem Partido”, vosso zelo parece inoportuno e privado de entendimento. Foi pela preservação da liberdade de escolha que certa árvore vetada estava no Jardim; toda a desgraça que campeia pelo mundo é derivada do “voto” errado.

Ele não foi dado pelo Senhor, mas pelo homem. Advertir do significado das escolhas é iluminar. Heresia seria negar que as mesmas trarão consequências.

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