quinta-feira, 8 de setembro de 2022

Imagens que cegam


“Porque eles mesmos anunciam de nós qual a entrada que tivemos para convosco; como dos ídolos vos convertestes a Deus, para servir o Deus Vivo e Verdadeiro.” I Tess 1;9

Eles quem? Os fiéis da Acaia e Macedônia foram citados como sabedores da revolução que a mensagem de Paulo causara em Tessalônica.

“Dos ídolos vos convertestes a Deus”. A idolatria costuma acender paixões dos que são mais afeitos à defesa dos seus melindres que da verdade. Outro dia a cidade de Mormaço inaugurou (“reivindicação antiga da comunidade”) uma estátua enorme da tal “Senhora dos Navegantes.” “Padroeira municipal”.

Dezenas de comentários colocavam seus “améns” e votos de bênçãos em nome da referida “Santa”.

Como prezo mais pela verdade que por ser agradável, meu comentário não seguiu a voz corrente. “Do ponto-de-vista comercial, turístico até a coisa pode ter algum valor; mas, no prisma espiritual não serve para nada; exceto contrariar a Deus.” Disse. As palavras não são necessariamente essas; a ideia sim.

Citei dois versos, como exemplo bíblico que não se tratava de opinião; “Eu Sou O Senhor; Este É Meu Nome; Minha Glória, pois, a outrem não Darei, nem Meu Louvor às imagens de escultura.” Is 42;8 “... nada sabem os que conduzem em procissão suas imagens de escultura, feitas de madeira e rogam a um deus que não pode salvar.” Is 45;20

Por quê? Colecionei pedradas de gente que me mandou respeitar a religião alheia, como se, citar fragmentos da Bíblia aos que alegam crer nela fosse uma ofensa; uma mulher chegou a dizer em seu furor que “O Estado é Laico”, como se, fosse disso que meu comentário tratasse.

Na verdade, foi com verba pública, perto de 300 mil, dinheiro de pagadores de impostos mormacenses; nem todos de lá são católicos; portanto a laicidade do Estado não foi respeitada e verba pública privilegiou uma religião. Mas, meu problema não era esse; apenas pontuei a incoerência do fanatismo cego que costuma cegar inda mais.

Não se trata de “guerra santa” entre Evangélicos e Católicos; não vejo sentido nisso. Tampouco, “rejeição a Maria” como certos padres nos acusam, por duas razões: Aquilo não é Maria. Mero artefato de humana feitura que, reitero, nada vale para agregar aperfeiçoamento espiritual; depois, não pactuamos com imagem de tipo nenhum. O “Cristo Protetor” nome de um amontoado de concreto ardilosamente disposto na cidade de Encantado, maior que o do Rio de Janeiro, também sofre o mesmo apreço de minha parte; pode fomentar o turismo, aquecer o comércio, mas espiritualmente é tão nada quanto a “Senhora” “Padroeira do Mormaço”.

Já li opúsculos de padres defensores do indefensável, do culto aos ídolos, dizendo que a avareza também é mencionada na Bíblia como idolatria; que Deus mandou fazer dois querubins e colocar sobre a Arca da Aliança; ainda uma serpente de metal, nos dias de Moisés.

Que a avareza é idolatria, de acordo, a Bíblia o diz; “Mortificai, pois, vossos membros, que estão sobre a terra: prostituição, impureza, afeição desordenada, vil concupiscência e a avareza, que é idolatria;” Col 3;5 Os “evangélicos” mercadores de bênçãos que, manipulam à Bíblia para ganhar dinheiro são mercenários, mentirosos e idólatras.

Quanto aos artefatos que O Eterno mandou fazer, dois problemas; não era para lhes prestar culto; orar ou levar em procissão; e o fato de que Deus faz algo não se torna isso normativo, autorizando que eu também o faça; sobretudo, tendo sido vetado por Ele. Não tenho nenhum problema com a verdade, mesmo quando ela está contra mim. Minha bronca é com o engano, a mentira; seja católico, seja evangélico.

A Palavra de Deus é A Vontade Dele expressa clamando à humanidade; quem a ignora e prefere expressar seus rogos aos ídolos surdos e mudos, mais dia menos dia, terá que lidar com as consequências; “Entretanto, porque Clamei e recusastes; Estendi Minha Mão e não houve quem desse atenção, antes rejeitastes todo Meu conselho, e não quisestes Minha repreensão... Então clamarão a Mim, mas não Responderei; de madrugada Me buscarão, porém não Me acharão.” Prov 1;24, 25, e 28

Paulo em Atenas deparou com um amontoado de deuses na Colina de Marte; invés de se cercar de prudência mundana e respeito ao engano, ensinou: “Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, à prata ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens. Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam;” Atos 17;29 e 30

Culto às imagens, pois, é um derivado da ignorância.

“Sempre haverá mais ignorantes que sabedores enquanto a ignorância for gratuita e a ciência dispendiosa.” Marquês de Maricá

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