quarta-feira, 7 de setembro de 2022

Palavras sem sal


“Porque o ouvido prova as palavras, como o paladar experimenta a comida.” Jo 34;3

Provamos o alimento para saber e está cozido, bem temperado, quando o estamos preparando; testando a temperatura dele; para saber se gostaremos do sabor quando o desconhecemos; nalguns casos, até para ver se não está estragado; se, ficou determinado tempo em temperatura ambiente...

No caso do ouvido, provamos falas para saber se as mesmas têm lógica, coerência; se, são vazias ou portadoras de conteúdo, se as tais se adequam à realidade ou erram “fora da casinha;” se trazem marcas de temperos paralelos como sarcasmo, ironia; se apelam para gírias, conotações...

A linguagem dúbia é desaconselhada pela Palavra; “Porque, se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a batalha? Assim vós, se com a língua não pronunciardes palavras bem inteligíveis, como se entenderá o que se diz? porque estareis como que falando ao ar. Há, por exemplo, tanta espécie de vozes no mundo, nenhuma delas é sem significação. Mas, se eu ignorar o sentido da voz, serei bárbaro para aquele a quem falo, e o que fala, para mim.” I Cor 14;18 a 11 Bárbaros, então, eram os povos “não civilizados”, periféricos ao Império Romano.

O contexto aborda o dom de línguas estranhas sem a devida interpretação; mas, atrevo-me a dizer que além dele, as sentenças seguem válidas.

Infelizmente, no “cristianismo atual” grassa a falta de sabor de verdade; assoma a sensação de estarmos diante de palavras vazias quase sempre que ouvimos mensagens; a certeza de estar perante astúcias de pilantras, ouvindo os “profetas” de redes sociais; eles lançam suas “profecias” tipo arremesso de buquê, quem pegar pegou; nos plagiadores de mensagens, presto notamos alguém acenando com mãos alugadas. Enfim, é tanta coisa insossa que nosso paladar recusará tendo mínimo apuro.

O Salvador denunciou palavras vazias: “Este povo se aproxima de Mim com sua boca e me honra com seus lábios, mas seu coração está longe de Mim.” Mat 15;8

Sentenciou parladores e até operadores de sinais no Nome Dele, dos que eram ainda, reféns da iniquidade; “Muitos Me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu Nome? em Teu Nome não expulsamos demônios? em Teu Nome não fizemos muitas maravilhas? Então lhes Direi abertamente: Nunca vos Conheci; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade.” Mat 7;22 e 23

Quem observou acontecimentos e pessoas durante vida, não se impressiona com falas, por palatáveis que pareçam; “O que pleiteia por algo, a princípio parece justo; porém, vem seu próximo e o examina.” Prov 18;17

Noutra sentença compara-se o ingênuo ao prudente; “O simples dá crédito a cada palavra, mas o prudente atenta para seus passos.” Prov 14;15

Luz habitando no entendimento é algo valioso; porém, se não for além disso, de nada servirá. Um entendimento privilegiado que não se converte num modo de agir é estúpido como arremessar diamantes com fundas.

A excelência da luz de Cristo em nós será que, além de estar clareando nosso entendimento, possa brilhar também mediante nossas atitudes. “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem Ao vosso Pai, que Está nos Céus.” Mat 5;15 e 16

Notemos que a luz, nesse caso, “fulge” por obras não por falas.

Os últimos dias foram previstos como sendo assim, de falastrões religiosos sem compromisso com Deus; 
“Tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te". II Tim 3;5

Vergonhosos exemplos de falastrões vãos surgem todo dia, nas denúncias que pipocam, dos que muito ensinaram sobre a excelência do Tesouro nos Céus; pois, cometeram injustiças, malversação de bens sagrados, para fazer seu conforto na Terra. Quanto será que possuem no banco celeste?

Dinheiro é bom; mas, não mais que justiça, honestidade, santidade, verdade, misericórdia, honra, amor, probidade...

A Palavra ensina: “Os que querem ser ricos caem em tentação, em laço e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé e traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6;9 e 10

Quando alguém, malgrado, fosse hábil com as palavras, vivia de uma forma indigna, nos dias dos puritanos, recebia a seguinte objeção: “O que és fala tão alto, que não consigo ouvir o que dizes.”

A maioria dos políticos, jornalistas, e muitos pregadores desfilam assim, aos meus olhos; o que sei que eles são, furta-me o interesse pelo que eles dizem. Certas substâncias não precisamos provar para saber que não prestam.

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