quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Olhos da fé


“... O sonho de Faraó é um só; o que Deus Há de Fazer, Mostrou-o a Faraó.” Gn 41;25

O então prisioneiro chamado a interpretar um sonho de Faraó. José fora o último recurso; “... Eu tive um sonho, e ninguém há que o interprete; mas de ti ouvi dizer que quando ouves um sonho o interpretas.” v 15 Depois de recorrer a todos os “sábios” do reino, inutilmente, o copeiro lembrara de José.

O jovem hebreu em sua simplicidade e confiança garantiu que Deus daria resposta de paz ao rei. Assim que os dois sonhos foram contados, disse o que vimos acima; “O sonho de Faraó é um só; o que Deus Há de Fazer, Mostrou-o a Faraó.” Como “mostrou” se o rei errava no escuro?

Aquilo que é luminoso para uns, pode ser demasiado escuro para outros. Paulo descreveu assim: “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas, o que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;14 e 15

Lembro do episódio em que rei da Samaria buscara prender Eliseu; o jovem que estava com ele se apavorara ante os exércitos cercando a cidade; “Ele disse: Não temas; porque mais são os que estão conosco do que os que estão com eles. Orou Eliseu, e disse: Senhor, peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. O Senhor abriu os olhos do moço e viu; o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu.” II Rs 6;16 e 17

Os descrentes afirmam que a fé é cega; não podendo eles “ver”, (crer) tratam suas “visões” como sendo as de terceiros; onde eles nada divisam, imaginam que nada vejamos também. “Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem.” Heb 11;1 Nada adianta a Bondade Divina se mostrar perante quem prefere o escuro.

A matéria-prima dada aos olhos é a mesma para o crente e o ateu; as Obras da Criação; uns podem ver de longe; “Senhor meu Deus, quando eu maravilhado...” outros, nem em Braille conseguem. “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende e claramente se vê, pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis; porquanto, tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram; seu coração insensato se obscureceu.” Rom 1;19 a 21

Migração voluntária da Luz para as trevas, por rebeldia; “... tendo conhecido a Deus, não O glorificaram como Deus... seu coração insensato se obscureceu.”

Uma paráfrase do que dissera O Salvador quando viera; “A condenação é esta: Que a Luz Veio ao mundo; os homens amaram mais as trevas que a Luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz; não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;19 e 20

A conversão é figurada como o caminho inverso do tomado pelos ímpios; “Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” Ef 5;8

Aos filósofos que buscavam o sentido da vida, uns no ascetismo, outros no hedonismo, Estóicos e Epicureus, Paulo insinuou que eles estavam cegos; “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe...” Atos 17;26 e 27

O “conhecimento" filosófico foi tido por ignorância; “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam;” Atos 17;30

Podemos ver agora, nas questões políticas como o fanatismo cega seus pacientes; agem com tal dose de insensatez, que, parecem odiar a si mesmos e à liberdade.

Aquilo que soa claro a José, ainda é escuro para o “Faraó”. Pessoas diferentes sentem prazer em coisas diferentes; “Para o tolo, o cometer desordem é divertimento; mas, para o homem entendido é o ter sabedoria.” Prov 10;23

Quando Moisés veio, 430 após a saga de José, na praga das trevas os hebreus tinham luz enquanto os egípcios apalpavam no escuro.

Vulgarmente dizem que, o que os olhos não veem o coração não sente; pois, para homens espirituais, o que os olhos não veem O Espírito Revela, quando oportuno.

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