quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Evangelho profanado


“Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra dum evangelista, cumpre teu ministério.” II Tim 4;5

“Mas...” aponta geralmente, para trás; Tais e quais são assim, mas tu, sê diferente. Como eram os que figuravam com uma postura adversa à aconselhada a Timóteo?

“Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” vs 3 e 4 “Mas tu, sê sóbrio...”

Paulo os via embriagados pelo desejo de aceitação, comodismo; invés de mestres que lhes mostrassem o caminho, outros, escolhidos a dedo que concordassem com os caminhos escolhidos.

Outrora já fora assim; “Porque este é um povo rebelde, filhos mentirosos que não querem ouvir a Lei do Senhor. Que dizem aos videntes: Não vejais; aos profetas: Não profetizeis para nós o que é reto; dizei-nos coisas aprazíveis, vede para nós enganos.” Is 30;9 e 10

Nada contra uma fábula; a maioria traz ensinos valiosos; a “moral da história” justifica a criação da mesma. Esopo, pensador grego, se notabilizou por isso.

Contudo, quando fábulas são colocadas como alternativas à verdade, aí me ocorre Jorge Amado: “Não me pergunte pela moral da história; pois, essa história não tem moral nenhuma.” Nesse caso, digo, a fábula perde seu caráter didático, para revestir-se dum manto herético.

Hoje ainda deparei com uma delas; dizia: “Não haverá morte nem luto em tua casa, nem em tua família, em Nome de Jesus”. Reproduzo o comentário que postei; - Na minha vai, infelizmente. Lido com a realidade não com fantasias infantis. O que Jesus salva é a alma dos que lhe seguem e obedecem, mas mesmo esses morrem e causam luto. Que gente sem noção e sem laços com a realidade da vida!! Pior, seguidos por milhares de incautos, que decepção!! -

Usando O Nome Santo, uma fábula divorciada da realidade; almas com síndrome de Peter Pan recusando-se a crescer. Mas, quando olhei os comentários partilhas e curtidas, aos milhares, percebi basbaque que não se trata de uma síndrome pontual; mas de uma pandemia. Quase todos gostam de mentiras doces.

“... sofre as aflições...” uns chamados a sofrer, porque a imensa maioria tem ojeriza à verdade; alguém precisa seguir zelando por ela.

Há algum tempo, a pretexto de contextualizar O Evangelho, se adotou diversos cacoetes do mundo; “Adúlteros e adúlteras, não sabeis vós que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4;4

Contextualizar seria apresentar Valores Eternos, numa linguagem assimilável aos tempos atuais; não, perverter O Evangelho para agradar o mundo. Tudo fazer para que os pecadores se arrependam e aceitem O Evangelho; porém, jamais criar um “Evangelho” que soe aceitável a quem se recusa a mudar de vida.

Qualquer coisa que o mundo faça, a Igreja emulada tenta produzir sua versão “gospel”; Carnaval, festas juninas, semana farroupilha, funk... e adjacências. Ora, isso nem de longe é contextualizar; apenas emporcalhar o que É Santo e Eterno, misturando-o ao profano e vulgar.

“... faze a obra de um evangelista...” não consigo imaginar uma obra assim, que não seja anunciar genuinamente A Palavra; até porque, a hipótese de um Evangelho alternativo foi amaldiçoada. “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do Céu vos anuncie outro Evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema.” Gál 1;8

A “contextualização desceu tanto, que nem se trata disso mais; antes, de esculhambar à Verdade, “incluindo” toda sorte de perversões, temendo à vaia do mundo. Dane-se!!

Não fomos chamados para ser aplaudidos, antes, ser santos, embora perseguidos e rejeitados. “Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos Céus; bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por Minha causa. Exultai e alegrai-vos, porque é grande vosso galardão nos Céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.” Mat 5;10 a 12

“... cumpre teu ministério.”
Uma autoridade delegada; quem a recebe não tem permissão para alterar nada; como um porta-voz apenas fala o que lhe mandam, assim é um ministro probo. Não herda um mote para refletir e filosofar a respeito; tampouco uma ideia vaga para aperfeiçoar e apresentar ao mundo; recebe um ministério pra cumprir; uma missão nobre bem definida; não um esboço pobre.

Se o mundo não aceitar, paciência. Nossa missão não é sermos aceitáveis; é sermos verdadeiros. Os que têm comichões por facilidades, que vão se coçar noutro lugar.

Hão de porfiar conosco e não mudaremos uma vírgula; “A porfia é a paciência do lado avesso; a longanimidade do Diabo”. Z. Rossa

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