“O
Senhor disse a Josué: Não os temas, porque os tenho dado na tua mão; nenhum
deles te poderá resistir.” Js 10; 8
O medo faz parte da constituição humana,
dadas suas fraquezas, contudo, na direção de Deus, sob Sua proteção, suas
razões deixam de existir; o fraco pode atuar como forte, desde que, não usurpe
ao lugar do Todo Poderoso que o comissiona.
Davi, sabedor disso, cantou: “Dá-nos
auxílio na angústia, porque vão é o socorro do homem. Em Deus faremos proezas;
porque ele é que pisará os nossos inimigos.” Sal 60; 11 e 12 Vão é o socorro do
homem, disse.
Ocorre-me parte de um poema declamado por Nelson Ned: “Um carente
procura outro carente; um fraco se apóia em outro fraco, buscando encontrar um
no outro, a felicidade que ambos não têm. O resultado disso é a queda, pois,
estamos nos apoiando em algo frágil, sem sustentação em si mesmo.”
Por isso, o salmista
reitera: “É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem.” Sal 118; 8
Acontece que “somos fortes” na dependência, obediência ao Santo. Só não nos
pode resistir aquele que Ele “dá, nas nossas mãos.” Tendemos a selecionar
partes bíblicas das quais gostamos e omitir as que soam diferente. Assim, a bíblia
deixa de ser a “Carta Magna” onde, nossos vícios e descaminhos são denunciados
com amor, visando correção, restauração, para se tornar um filão imenso de
promessas fáceis, que jamais serão cumpridas nas vidas dos que vivem um
cristianismo de plástico, superficial, inconsequente. É medicinal como servir
doçuras a diabéticos, espalhar promessas gráceis onde a carência é de correção exortação.
Quem é cristão, de fato, exercitado
na palavra da justiça, acostumou-se a melhores manjares que esses “algodões
doces” sem substância. A epístola aos Hebreus realça isso, aliás. “Mas o
mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os
sentidos exercitados para discernir tanto o bem quanto o mal.” Heb 5; 14
Então,
esse festival de “facilidades bíblicas” Facebookianas colide com o discernimento,
tal qual a mosca contra a vidraça. É salutar, claro! nos refugiamos de nossos
medos no “esconderijo do Altíssimo”; mas, muitos têm apenas maquiado lutas com o “ruge” da
fantasia.
O relacionamento com Deus é via de mão dupla. Vai e vem. As promessas
Bíblicas exigem comprometimento de pretensos destinatários. “Com o benigno, te
mostras benigno; com o homem íntegro te mostras perfeito. Com o puro te mostras
puro; mas com o perverso te mostras rígido.” II Sam 22; 26 e 27
Há um insano “gospelismo”
na praça que “canoniza” tudo desde que, “em Nome de Jesus”. Há até adúlteros “góspeis”
situações que conheço. Que gente sem noção!
Todos pretendem ser de Deus; é ótimo. Entretanto,
poucos se importam em investigar as implicações. Paulo foi bem didático
escrevendo a Timóteo; disse: “Todavia o fundamento de Deus fica firme tendo
este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o nome de
Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2; 19
Afinal se nossos medos não fazem
mais sentido ante inimigos que Deus nos deu na mão, tais, não são mais exércitos,
como era no contexto de Josué. Quando o pecado jazia à porta de Caim e Deus
ordenou a ele que o dominasse, a coisa se revelou missão impossível.
Mas, em
Cristo, a missão foi cumprida cabalmente; aos que são Dele, delega poder para
resistir às tentações e até ao tentador. “Mas, a todos quantos o receberam,
deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no seu nome; os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem,
mas de Deus.” Jo 1; 12 e 13
Quanto ao inimigo, diz: “Sujeitai-vos, pois, a
Deus, resisti ao diabo e ele fugirá de vós.” Tg 4; 7 Assim, “nossa” força que
põe o inimigo em fuga depende de nossa fraqueza, dependência; “Sujeitai-vos,
pois, a Deus...”
Não que seja um erro desejar coisas boas a outrem via
mensagens; antes, a Palavra mesmo ordena que abençoemos, mesmo aos inimigos. O
escopo desse texto é o “cristianismo” de papel, control c control v de gente
que copia sentenças sábias e espalha, enquanto em paralelo permite o concurso
das escolhas tolas.
Não estou nem aí para ser simpático, buscar “curtidas” ou
algo assim. O Espírito que me move instiga a ser verdadeiro, se possível,
medicinal. O que está em jogo não é a minha promoção; antes, estão muitas vidas
que imaginam possível um cristianismo virtual, desprovido de virtude.
Salvação
é de graça, mas, não é pueril, demanda compromisso. “o que
me der ouvidos habitará em segurança, e estará livre do temor do mal.” Prov 1;
33
Um espaço para exposição de ideias basicamente sobre a fé cristã, tendo os acontecimentos atuais como pano de fundo. A Bíblia, o padrão; interpretação honesta, o meio; pessoas, o fim.
sábado, 7 de março de 2015
terça-feira, 3 de março de 2015
Os dois lados da moeda
“Considera,
pois, a bondade e a severidade de Deus:...” Rom 11; 22
Uma tendência humana enfermiça é a que limita
O Santo às nossas inclinações, desejos. Quem se presume justo, andando em
retidão tende a pregar duras mensagens advertindo da severidade do Eterno; por
outro lado, o que vive claudicante num misto de obediência e rebeldia, não raro,
coloca em relevo a graça, a bondade.
Escrevendo aos romanos, Paulo aconselhou a
não “fracionarmos” o caráter Divino, antes, entendê-lo em toda amplitude. “Considera
a bondade e a severidade de Deus”, disse.
Na epístola de Judas se contém algo semelhante.
Ou, a lembrança dos, que, tendo sido alvos da bondade, pela incredulidade subseqüente
acabaram deparando com a severidade. “Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma
vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do
Egito, destruiu depois os que não creram;” Jd v 5
Salomão lembrou outros que,
fazem mau uso da longanimidade Divina. Em palavras mais simples, abusam da
bondade. Disse: “Porquanto não se executa logo o juízo sobre a má obra, por
isso o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto para fazer o
mal.” Ecl 8; 11
O mesmo Deus inspirou Davi a registrar num hino essa faceta de
gente que, porque Ele cala ante certas práticas imagina, doentiamente, que,
Deus aprova, ou, ao menos tolera deslizes de alguns; como se Ele tivesse
favoritos, privilegiados. “Mas ao ímpio diz Deus: Que fazes tu em recitar os
meus estatutos, em tomar a minha aliança na tua boca? Visto que odeias a
correção, lanças as minhas palavras para detrás de ti. Quando vês o ladrão,
consentes com ele; tens a tua parte com adúlteros. Soltas a tua boca para o
mal, a tua língua compõe o engano. Assentas-te a falar contra teu irmão; falas
mal contra o filho de tua mãe. Estas coisas tens feito; eu me calei; pensavas
que era tal como tu, mas eu te arguirei, as porei por ordem diante dos teus
olhos:” Sal 50; 16 a 21
Vemos que o ímpio em questão é religioso, uma vez que
recita sentenças da Palavra de Deus, não obstante, agir de modo a contrariá-la.
Certos nefelibatas levam a Bondade Divina a extremos tais, que, supõem que
todos serão salvos pelos Méritos de Cristo, façam o quê fizerem. Outros
escandalizam-se pelo fato de quê, pessoas de passado nebuloso, de pecados
grosseiros acabam perdoadas quando se arrependem; como se, existisse para Deus dois tipos de
pecadores; os que podem ser salvos e os que não.
Que a bondade é irrestrita,
Paulo fez questão de realçar em seu próprio exemplo: “Esta é uma palavra fiel, digna de toda a
aceitação, que Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais
eu sou o principal. Mas por isso alcancei misericórdia, para que em mim, que
sou o principal, Jesus Cristo mostrasse toda a sua longanimidade, para exemplo
dos que haviam de crer nele para a vida eterna.” I Tim 1; 15 e 16
Todavia, se
isso tudo e muito mais pode ser dito com verdade sobre a Bondade de Deus, não
menos exemplos há da Sua severidade quando decide julgar.
Tanto no início do
sacerdócio levítico, quanto, na igreja ainda embrionária tivemos duas mortes,
de gente que Profanou ao Santo. No primeiro caso, os dois filhos de Arão que
compareceram ante Ao Senhor com “fogo estranho.” No Segundo, Ananias e Safira
mentiram solenemente ao apóstolo Pedro e foram justiçados de modo severo,
imediato.
Assim, brincarmos com coisas sérias indefinidamente, fiados que a
bondade de Deus sempre está pronta para nos dar uma nova chance pode ser
temerário; como se ensina nos
provérbios. “O Homem que muitas vezes repreendido endurece a cerviz, de repente
será destruído sem que haja remédio.” Prov 29; 1
Então, erram os “facilitadores”
que enfatizam em demasiado a dita “era da graça” fazendo parecer licença para
pecar; como se o juízo severo pertencesse aos dias de Moisés, apenas. A epístola
aos Hebreus, aliás, depois de cotejar Jesus Cristo com Moisés no capítulo 3 mostrando-O
infinitamente maior que aquele, adverte, adiante, sobre a seriedade de brincar
com algo tão Sublime como Seu Sangue, e Seu Santo e Gracioso Espírito. “Quebrantando
alguém a lei de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três
testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós, será julgado merecedor aquele
que pisar o Filho de Deus; tiver por profano o sangue da aliança com que foi
santificado e fizer agravo ao Espírito da graça?” Heb 10; 28 e 29
Em suma: Deus é tão bom que deu Seu Filho por
nós; tão severo, que não reconhecerá nenhum, que recusar tomar a Sua cruz.
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domingo, 1 de março de 2015
O tempo e o labirinto
“Tudo
tem o seu tempo determinado; há tempo para todo o propósito debaixo do céu... Eu
sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar;
nada se lhe deve tirar; isto faz Deus para que haja temor diante dele.” Ecl 3;
1 e 14
Temos nessas sentenças situações opostas; uma, tributária ao tempo,
outra, refratária. Há um tempo determinado pra tudo “debaixo do sol”, mas, “o
que Deus faz durará eternamente.” Se alguém pode dizer com verdade, “tenho todo
o tempo do mundo”, como dizem alguns, Esse É Deus.
O indivíduo move-se em seu
tempo estrito; Ele tem um tempo específico para o trato com a humanidade.
Romper as cortinas férreas do tempo permeia nosso imaginário. Basta evocar a
utópica fonte da eterna juventude, ou, as viagens ao passado e futuro
fantasiadas no cinema.
Entretanto, quando o sábio postula que tudo tem seu tempo
determinado, nem de longe está abraçando a ideia do fatalismo, comum na
mitologia grega. Basta ler a íntegra de seus escritos para ver que coloca
sempre o homem como arbitrário, daí, com o dever de ser conseqüente. Pois, no fim
de suas meditações adverte sobre o juízo segundo nossas escolhas, não, um
determinismo frio, injusto. “De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus
e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem. Porque
Deus há de trazer a juízo toda a obra; até tudo o que está encoberto, quer seja
bom, quer seja mau.” Cap 12; 13 e 14
Não
raro, vemos a resignação em face à morte de alguém em palavras fatalistas,
tipo: “Quando chega a hora não adianta, a pessoa vai mesmo.” Como se, houvesse
uma hora pré-determinada da qual ninguém se pode evadir. Não. Quando diz que há
um tempo determinado inclui a possibilidade total de uma vida humana. Podemos
abreviar isso por imprudência, descuido, quiçá, sermos vitimados por males
alheios, o que, tolheria nosso tempo; sem ser, amiúde, o tempo de Deus para
nós.
Paulo apresenta a vida na terra como uma redoma de tempo e espaço, dentro
da qual, nos compete buscarmos a Deus; uma espécie de labirinto filosófico e espiritual
do qual devemos sair encontrando o rumo de volta à casa Paterna perdido em
Adão. “de um só sangue ( Deus ) fez toda a geração dos homens, para habitar
sobre toda a face da terra; determinando os tempos já dantes ordenados e os
limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura,
tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos
17; 26 e 27
Embora seja limitado o tempo, é mais que suficiente; a carência é
de luz, uma vez que muitos O buscam tateando. Acontece que as altas paredes do
labirinto são de concepções humanas, quando não, satânicas; sobre a vida, Deus,
e salvação.
Esse monstro meio animal, meio humano, o Minotauro da cegueira foi
morto já. O “Teseu” enviado o fez; Jesus Cristo; A Luz do mundo.
Se aquele saiu
vitorioso do labirinto graças ao novelo de Ariadne que permitiu encontrar o
caminho de volta, Esse, Cristo, não dependeu de ajuda alguma, saiu pelo alto,
vitorioso e coroado de glória.
Para nós, porém, deixou uma corda luminosa que,
seguindo chegaremos seguros à casa do Pai. “...Eu sou o caminho, a verdade e a
vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.” Jo 14; 6
Assim, ficamos numa dimensão
onde pesa a mão do tempo; “debaixo do sol”; mas, somos chamados a passarmos
para o outro lado, onde o tempo não ameaça mais. “Na verdade, na verdade vos
digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida
eterna; não entrará em condenação, mas, passou da morte para a vida.” Jo 5; 24
Seria temerário, contudo, supormos que temos todo tempo; podemos protelar a
decisão em relação a Cristo. A palavra coloca a salvação como urgente; “...Hoje,
se ouvirdes sua voz, não endureçais os vossos corações...” Heb 3; 15 Uma vez
mais, a questão não é o tempo; antes a reação de cada um à Palavra de Deus.
Se
a salvação transpõe a vida de sob, para sobre a influência do tempo, traz junto
a responsabilidade com as coisas do alto. “Portanto, se já ressuscitastes com
Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra
de Deus. Pensai nas coisas que são de cima; não nas que são da terra;” Col 3; 1
e 2
A fuga do labirinto é apenas por cima; muitos devaneiam presos às cordas dos
prazeres insanos, que, enganam divertindo a permanência e matam impossibilitando a
saída.
domingo, 22 de fevereiro de 2015
Diamantes em fundas
“E
tomarás duas pedras de ônix e gravarás nelas os nomes dos filhos de Israel... porás
as duas nas ombreiras do éfode, por pedras de memória para os filhos de Israel;
Arão levará os seus nomes sobre ambos os seus ombros, para memória diante do
Senhor.” Êx 28; 9 e 12
Embora memória seja abstrata, em dado momento
carece de um “HD”. Algo palpável. Então, o Senhor ordenou que o manto
sacerdotal contivesse doze pedras preciosas simbolizando as tribos de Israel. Assim,
uma faculdade da mente seria estimulada também pelo auxílio das vistas.
Desse
viés natural em seres imanentes e transcendentes como nós, deriva o insano
culto da idolatria. Confeccionar coisas visíveis para chegar às invisíveis. A
questão não é o método, dado que o próprio Deus preceituou; antes, o mérito,
uma vez que os ídolos cultuados são de gestação humana e concorrem usurpando o
lugar que pertence ao Eterno.
A própria celebração da páscoa dos judeus e da
ceia dos cristãos, são “ídolos” do bem; ritos que trazem à memória a salvação do Egito
àqueles, e do pecado a esses.
Vivemos dias difíceis no que tange aos domínios
da memória; quanto maior a gama de dados assimilados, menor a chance de se evocar
seletivamente. A velocidade da vida moderna, as amplas possibilidades de “relacionamento”
virtual prendem nossas mentes num desfile linear ininterrupto, tolhendo os “breaks”
cíclicos necessários ao exercício saudável da memória. Simplificando: Não
paramos mais para pensar.
Isso nos veta
o rebuscar de coisas boas que são antídotos ao desânimo e estímulos à fé. Certa
letra de um hino capta bem, pois, diz: “Conta as bênçãos, dize-as quantas são;
recebidas da Divina mão; uma a uma; dize-as de uma vez, e verás surpreso quanto
Deus já fez.”
Às vezes, contudo, mesmo que “o mar vermelho” tenha sido aberto
ante nossos pés, esquecemos; à menor contrariedade tendemos a duvidar dos
cuidados do Santo.
O Seu “HD” que nos humilha não O deixaria fazer isso. “Porventura
pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria que não se compadeça
dele? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de
ti. Eis que nas palmas das minhas mãos eu te gravei;...” Is 49; 15 e 16
Se alguém
poderia duvidar, deprimir-se, dado o contexto, era o profeta das lágrimas,
Jeremias; que profetizou e contemplou a derrocada de Jerusalém. Todavia, em meio
aos seus muitos lamentos ainda fez bom uso da memória. “Disto me recordarei na
minha mente; por isso esperarei. As misericórdias do Senhor são a causa de não
sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; novas são cada
manhã; grande é tua fidelidade.” Lam 3; 21 a 23
Tiago, por sua vez denunciou
aos de memória fugaz; ouvem a Palavra eventualmente, mas, não assimilam a ponto
de praticarem; escoa entre os dedos da dispersão. “sede
cumpridores da palavra, não somente
ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da
palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla no espelho o seu
rosto natural; porque contempla a si mesmo, vai-se, e logo esquece de como era.”
Tg 1; 22 a 24
Acontece que expomos nosso “si mesmo” em fotos cuidadosas, nos
melhores ângulos, para serem “curtidas”. E O Espírito Santo não entende nada de
fotografia, quase sempre nos deixa mal quando nos revela. Na verdade possui outro
conceito de beleza; santidade.
Assim, “publica” nossas fotos para nossas
próprias consciências, para quê, advertidos devidamente e por Ele ajudados,
possamos ficar bem na foto que será apresentada ao Pai, para que Ele curta.
Então,
enquanto o mundão não para sua célere produção de novidades, Ele segue buscando
as mesmas coisas.
Fico triste quando leio açodos de gente que não pensa e “filosofa”
rumo ao hiper-ativismo dado que a vida é curta. Como se, o fim da mesma fosse
fazer muitas coisas, invés das coisas certas. É fácil bravatear: “Só me
arrependo do que não fiz.” Difícil é convencer a si mesmo sobre o travesseiro
quando se fez uma besteira das grandes.
Aliás, outro efeito colateral das
facilidades virtuais é que todo mundo virou mestre. Basta um control c control
v no que gosta para sair vendendo “suas” verdades, que, na maioria das vezes
desconhece.
Nem se trata de memória fraca, mas, consciência cauterizada daquele
que consegue praticar barbaridades morais, e vender “santidades” virtuais.
Afinal,
embora a fé seja o “firme fundamento das coisas que não se vê,” sua prática
traz resultados visíveis. “Não se pode esconder uma cidade edificada sobre um
monte.”
A pedra que evoca o que Cristo fez é o testemunho de uma vida
transformada. Sentenças sábias em vidas dissolutas não passam de pedras
preciosas usadas em fundas.
terça-feira, 17 de fevereiro de 2015
Felizes os que caem?
“Meus
irmãos tende grande gozo quando cairdes em várias tentações; sabendo que a
prova da vossa fé opera a paciência.” Tiago 1; 2 e 3
Tal afirmação entendida de
modo superficial pode dar azo a que se advogue a bênção sobre os que caem em
tentações. A primeira parte do texto parece edificar a ideia. Entretanto, o
verso seguinte desafia à prova da fé, que triunfaria mediante paciência. Então,
o “cair em tentação” em foco, equivale a não pecar, antes, admitir internamente
a ideia, mas, cotejar tal desejo com o
conteúdo da fé, e nesse esperar, graças ao amparo da paciência.
Adiante ele
explica a gestação do pecado. “Ninguém, sendo tentado, diga: De Deus sou
tentado; porque Deus não pode ser tentado pelo mal e a ninguém tenta. Mas, cada
um é tentado, quando atraído e engodado pela própria concupiscência. Depois, havendo a
concupiscência concebido, dá à luz o pecado;
o pecado sendo consumado gera a morte.” Vs 13 a 15
Vemos que há todo um
processo interior “dando vida” a esse agente da morte. Cobiça vontade e ação.
Essa última equivale a “dar à luz o pecado”; antes disso pode ser abortado em
paciente espera e confiança em Deus.
O “cair em tentação” que Tiago defende
como motivo de gozo, pois, é resistir às nuances do mal que assedia; o gozo
derivaria de tê-las, pacientemente vencido; não, impiamente consumado. Afinal, ele mesmo, se
expressa de modo mais claro sobre o tema: “Bem aventurado o homem que suporta a
tentação; porque, quando for provado receberá a coroa da vida, a qual o Senhor
tem prometido aos que o amam.” V 12 Não poderia, ele, com coerência, abençoar
ao que cai como ao que suporta a tentação.
Refere-se ao mesmo caso; o que
assediado por maus desejos triunfa a eles e haure o gozo de sentir em seu
espírito a vitória do Espírito Santo, o direcionando em fé mediante paciência.
Nesses dias velozes de tanto ativismo, muitos pregadores de interesses terrenos
disfarçados de celestiais transtornaram o sentido da Palavra de Deus;
sobretudo, do quesito, fé.
Embora possa exercer vigoroso papel ativo, seu
sentido é muito mais, passivo. Não é uma força que faz as coisas acontecerem
como advogam os da “prosperidade”; antes, uma confiança irrestrita na Pessoa
Bendita do Senhor, mesmo que, nossos sonhos não aconteçam; que nossas orações
não sejam respondidas como esperamos. Afinal, se fé é provada com a régua da
paciência, certamente os “centímetros” da mesma são feitos de tempo, de espera.
Embora o tema central de toda epístola seja advertência contra a duplicidade de
ânimo, a paciência aparece como coadjuvante mui expressiva.
Quanto aos ambíguos
apresenta como doentes espirituais, portadores de corações sujos; “Chegai-vos a
Deus e ele se chegará a vós. Alimpai as mãos, pecadores; e vós de duplo ânimo,
purificai os corações.” Cap 4; 8 Vemos uma vez mais, a sutil diferença entre o
pecado praticado, suja as mãos; e o pecado acariciado apenas no domínio dos
desejos; suja o coração.
A ideia subentendida é que, as pessoas se dispõem a
esperar em Deus certo tempo; mas, impacientam-se ante anseios não supridos e
partem para “soluções” naturais; leia-se, pecado. Isso lembra parte do Salmo
onde Davi versa: “Por que te abates, oh minha alma? Por que te perturbas dentro
de mim? Espera em Deus, pois, ainda O louvarei.” Nesse colóquio consigo mesmo
ele deixa transparecer que, o abatimento da alma derivava da impaciência; tanto
quê, propôs como solução esperar em Deus.
Mas, voltando a Tiago, ele evocou,
enfim, o mais intenso exemplo de paciência das Escrituras, como argumento
final, aos “bem aventurados” que se dirigia; disse: “Meus irmãos tomai como
exemplo de aflição e paciência, os profetas, que falaram em nome do Senhor. Eis
que temos por bem-aventurados os que sofreram. Ouvistes qual foi a paciência de
Jó e vistes o fim que o Senhor lhe deu; porque o Senhor é muito misericordioso
e piedoso.” Cap 5; 10 e 11
Vemos que o fim foi escolha exclusiva do Senhor; não
algo que Jó tenha “decretado” “determinado”; ou, pelo qual tenha feito “campanha,
corrente”.
Muitas vezes equacionamos fé
com esperança, como se fossem iguais; embora tenham certo parentesco, a fé tem
um objeto específico, Deus; como condicionante, que peçamos segundo Sua
Vontade. A esperança é amoral; tanto coabita com ímpios, quanto, com santos.
Desse modo, a esperança do cristão não deve “dar golpes no ar”, antes,
alinhar-se a que foi proposto. “...tenhamos a firme consolação, nós, os que
pomos o nosso refúgio em reter a esperança proposta;” Heb 6; 18.
Enfim, quando
as tentações nos convidarem para “novas possibilidades”, a fé lembrará o que está
proposto, para a devida assepsia da nossa esperança.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015
Desmascarando Deus
“Fiz
coisas boas que me deram prejuízo; e coisas más, que me deram lucro.” (Graciliano
Ramos)
Como
versa a citação supra, o bem e o vantajoso, não têm, necessariamente, relação.
Dos
temas contraditórios, nada se equivale à existência de Deus. Pelo menos um Deus pessoal, que vise
disciplinar a vida, segundo Sua vontade.
Quanto a um “Deus” genérico, oco, não
incomoda. Na verdade, serve de bengala. Contudo, se, evocado segundo Sua Palavra
gera reações violentas, apaixonadas. Como se um ente maligno (seria Ele?)
ferisse mentes, dando azo a refutações
desinteligentes, desconexas.
Uns,
advogam que os crentes devem se atualizar, deixando postulados medievais;
outros, afirmam que a Bíblia foi “atualizada” muitas vezes, de modo que já não
guarda a Palavra original de Deus, que seria mais antiga. Há ainda os que não
toleram ouvir a simples citação de textos bíblicos e nos acusam de
intolerantes. Conceitos emitidos por Deus são redefinidos como preconceitos. Pessoas
desconhecidas, em razão de crerem de modo diverso são tachadas de hipócritas. Se, apenas suas opiniões são conhecidas e não
seus atos, a pecha não seria preconceituosa?
Enfim, a existência de Deus, a ser confirmada, parece fazer mais mal que
bem. Assim, acredito válida a tentativa de extirpar isso. Como se trata de mal
universal deve ser cuidadosamente investigado; se possível, erradicado.
Vamos
tentar, segundo duas possibilidades: a)
Deus não existe, trata-se de mito; b) Existe, mas, não é tudo isso.
Sabemos
que o homem, malgrado sua veia criativa, não é um criador “ex-nihilo” ou seja:
a partir do nada, antes, manipulador do
existente, daí que “nada se cria, tudo
se transforma.” Isso se dá, mesmo no campo das ideias, na tentativa de explicar
e entender o transcendente.
Qualquer homem, à luz de uma análise honesta,
descobrir-se-á imperfeito. Natural que
mitos gregos, romanos, nórdicos etc. sejam deuses eivados de
imperfeições; à imagem de quem os criou,
o homem. Aliás, foi por questionar a validade de tais “deuses” que Sócrates, o
filósofo, encontrou a morte em Atenas.
Se,
as projeções humanas não podem exceder
aos valores que o homem encontra em si, de onde teria surgido a ideia da
perfeição? (Perdoem-me se faço o papel de advogado de Deus, mas, precisamos nos
precaver.) Prosseguindo, com quê “matéria-prima” o homem elaborou um conceito
tão nocivo à raça, bem como o mito de Jesus
que, seria a fraqueza e loucura
de Deus; contudo, resultou mais forte e sábio que todos os homens? Parece que
um gênio maligno persegue a humanidade
lançando em rosto sua imperfeição fazendo desejar o impossível.
Temos ateus por
aí; é certo. Mas, alguém combateria o que não existe? Escrevem por convicção ou
incerteza? No primeiro caso, porque não descansam, invés, de um engajamento tão
difícil? Quererão libertar multidões que
estariam presas ao engano? Por quê? A ideia de amar ao próximo não seria um conceito
de Deus? Ou, estariam tentando cooptar
mentes, fugir da solidão, para juntos se
aquecerem como os pinguins no rigor antártico? Talvez, se usarmos a ideia do
mito, nossos adversários nos coloquem em muitas saias justas, como vimos.
Restaria a alternativa de que Deus exista, mas, não esteja com essa bola toda.
Afinal, só porque teria criado esse universozinho teria direito de governar o
mundo? Será que Ele sabe com quem está falando? Como esse falar deriva sempre
daquele livro antiquado, basta lançá-lo em descrédito; a empáfia de Deus
cessará.
Contudo, não podemos usar a “técnica” de Oscar Wilde que disse: “Nunca
leio um livro que vou criticar; temo ser influenciado.”
Precisamos de alguém
que leia e pratique os preceitos, uma
vez que o Livro ensina que a virtude não consiste em palavras. Sendo um mal global, de promessas eternas,
precisamos uma experiência razoável;
certa consistência ante o tempo; um ano, dois... Feito isso e comprovado que as promessas não se cumprem, denunciaremos a fraude; envergonharemos
Deus e seus mensageiros. Imaginem que um, chamado MCcandlish Philips ousou
dizer: “Você não põe o verdadeiro evangelho fora de combate com três ou quatro
perguntas desajeitadas; suas ilusões vão ruir, destacando mais claramente a
verdade.” O próprio Jesus teria feito o
desafio nos seguintes termos: “A minha doutrina não é minha, mas, daquele que
me enviou; se alguém quiser fazer a vontade Dele, pela mesma doutrina conhecerá
se é de Deus, ou, falo de mim mesmo.”
João.7; 16 e 17
Missão
maior que minhas forças. É que pratiquei imperfeitamente; mesmo assim, encontrei
paz, segurança, esperança, salvação, domínio próprio; mais; sou tomado por um desejo muito forte que
outras pessoas recebam o que recebi; invisto meus dons, para convencer alguns
que Deus Vale à pena.
Então,
solicito, “urbe et orbe”, auxílio de alguém melhor que eu; fracassei
vergonhosamente; não sirvo para o papel...
Palavras de amor
“O amor é sofredor, é benigno; amor não é invejoso; amor não trata
com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus
interesses...” I Cor 13; 4 e 5
Nesse
breve “recorte” da excelsa definição de Paulo temos duas afirmações positivas e
cinco negativas. É sofredor e benigno; não invejoso, leviano, soberbo,
indecente, tampouco, egoísta.
Dentre tanto pano pra manga, aí contido, deter-me-ei,
por ora, na última tira: “... não busca seus próprios interesses...” Quantos
conseguiriam viver algo belo assim?
Não
só falhamos por ficarmos muito aquém, como, em muitos casos “nivelamos” o amor
Divino ao nosso, como se Aquele também estivesse ao rés do chão. Por absoluta
inépcia, ou, ignorância mesmo, desonramos Deus, justo, quando O pretendemos
honrar. Digo, Ele faz algo extraordinário em socorro de um filho, presto
apresentamos nossa “conclusão teológica”: “Deus deve ter um plano especial na
vida de fulano para ter agido dessa forma.”
Ora, isso é o nosso jeito de “amar”,
cáspita! Mero interesse; investir onde se espera retorno. No início de Seus
ensinos o Salvador colocou o dedo na ferida. “Amai aos vossos inimigos,
bendizei aos que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam; orai pelos que vos
maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai que está nos
céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons; a chuva
desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não
fazem os publicanos também o mesmo? Se saudardes unicamente os vossos irmãos,
que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? Sede vós, pois,
perfeitos, como é perfeito vosso Pai que está nos céus.” Mat 5; 44 a 48
Essa
mesquinharia na qual incorremos nem de perto se aplica ao Ser Santíssimo de
Deus. Justo, por não buscar seu interesse, o amor é um péssimo investidor. Esbanja-se sem cuidados, como fez o Filho
Pródigo com sua fazenda.
O mesmo Paulo testificou noutra parte: “Porque apenas
alguém morrerá por um justo; poderá ser que pelo bom alguém ouse morrer.
Mas, Deus prova seu amor para conosco,
em que Cristo morreu por nós sendo nós ainda pecadores.” Rom 5; 7 e 8 Mais: Na Parábola do Semeador, O Mestre
ilustrou três tipos de “desperdício” de semente, pelo prazer das poucas que
cairiam em boa terra.
Num sentido amplo, Deus tem um plano especial pra cada
um; “Porque a graça de Deus se há manifestado trazendo salvação a todos os
homens.” Porém, salvará apenas aos que se adequarem aos Seus preceitos. “Ensinando-nos
que, renunciando à impiedade, às concupiscências mundanas, vivamos neste
presente século sóbria, justa e
piamente,” Tt 2; 11 e 12
A boa vontade
para conosco, bem como, o amor de Deus, não bastam para que sejamos salvos;
isso demanda nossa participação, como ensinou, mediante Ezequiel: “Dize-lhes:
Vivo eu, diz o Senhor Deus, que não tenho prazer na morte do ímpio, mas em que
o ímpio se converta do seu caminho e viva. Convertei-vos, convertei-vos dos
vossos maus caminhos; pois, por que razão morrereis, ó casa de Israel?” Ez 33; 11
Contudo, nosso cuidado em corresponder ao
Amor de Deus não é salvo conduto ante as intempéries da vida; “apenas” certeza
de vida eterna. Alguns concluem que Deus ama mais, uns que outros, contemplando
determinados dons, sem considerar o peso de suportá-los; por outro lado,
questionam por que, certos homens de ótima reputação, caráter, terminam sua
jornada aqui de modo trágico, como se, o amor Divino tivesse falhado em
protegê-los.
Aos precipitados que fazem
essa leitura, convém lembrar que, Deus “falhou” em proteger Seu próprio Filho,
pois, às vezes o amor tem que “morrer para dar fruto”, como ensinou O Senhor.
É mais que hora, pois, de um “Upgrade” em
nosso entendimento, para, enfim, entender e viver o ágape de modo mais
apropriado, como, pararmos de vez de “honrar” a Deus como se Ele fosse pequeno qual nós.
No mesmo contexto onde exorta ao amor, aliás, Paulo insinuou que as
mesquinharias interesseiras eram frutos de meninos espirituais. “Quando eu era
menino falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo
que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” Cor 13; 11
Em suma, convém meditarmos
profundo no significado real de nosso “eu te amo”, antes de espalharmos tal
perfume ao vento. Falando em perfume, quando Judas deplorou o “desperdício” de
um, usou a imagem dos pobres, mas, o “Pobre” em questão era ele, egoísta,
interesseiro.
Quem quer aprender amar deve esquecer o “número se sua conta” e
começar a depositar nas alheias. Fazendo isso terá um tesouro no céu. Ao buscar
interesses alheios, os seus, serão “aleatoriamente” supridos.
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