sábado, 24 de junho de 2023

Os náufragos


“Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Porque, que é a vossa vida? Um vapor que aparece por um pouco, depois se desvanece.” Tg 4;14 

A Palavra sempre nos desafia a uma resposta no presente; “hoje, se ouvirdes Sua Voz, não endureçais vossos corações.”

Assim como, no aspecto dos defeitos temos mais facilidades de identificar os alheios que os nossos, na questão da prudência, ou, da ausência dela, a mesma lógica se verifica.
Tendemos a pensar que não cometeríamos as temeridades que outros cometem, avaliando-as à distância, sob a proteção dos nossos tetos.

Nunca desceria a quatro mil metros no oceano, diz um que encomenda sua vida à fragilidade de uma corda, saltando de bungee Jump; tampouco eu, o que se expõe ao risco de descarrilamento numa montanha-russa.

Essa “análise apurada”, não raro, fazemos com a lupa das consequências trágicas, nunca, ao mero sabor da aventura, quando, a adrenalina se insinua mais persuasiva que os riscos.

Repercute mundialmente o naufrágio do submersível Titan, onde cinco bilionários perderam suas vidas, intentando visitar as ruínas do Titanic, dada uma implosão da nave, nas profundezas do oceano.

Alguns, acometidos pela febre ideológica aproveitaram para deixar patente a “futilidade do capitalismo” em defesa do seu sistema, que propõe partilhar entre todos, as riquezas alheias. Sua doentia proposta já naufragou numas setenta nações; mas, seguem visitando seus destroços ideológicos, culpando aos icebergs pelas escolhas desastradas dos parvos pilotos. Nenhum deles, ao ver os Venezuelanos passando fome, consegue ver a ruindade do socialismo. O problema aquele, dos defeitos alheios visíveis.

Outros, mais “zelosos” vociferam contra as vítimas, chamam-nas de “idiotas!” Como puderam ser tão sem noção de confiarem numa engenhoca rudimentar? Até quem nunca soube nada de navegação, agora está googlespecialista, cheio de dicas sobre segurança em expedições subaquáticas.

Cinco vidas se perderem num acidente sempre é trágico. Não importa se eram milionários ou pobres, dessa ou daquela raça; expoentes desse ou daquele sistema, em tais ou quais circunstâncias.

Entretanto, muitos dos “prudentes” após a tragédia, estariam babando de inveja se, invés de morrer eles voltassem à superfície com belas fotos e objetos dentre os destroços.

Dizer que não faria algo temerário depois que se revela trágico, não é prudência; apenas casuísmo, oportunismo desonesto. Muitos que dizem isso dirigem alheios às leis de trânsito; outros consomem drogas letais; se dão a comportamentos deletérios no prisma moral, destruindo famílias, etc. Não conseguem ser prudentes nas pequenas coisas que administram, mas, pretendem sê-lo, nas grandes que não lhes dizem respeito.

Que há regras de segurança a seguir, saberes de especialistas a considerar, de acordo. Agora dar pitaco só pela coceira por falar, ou achar engraçados os erros alheios, mesmo quando se revelam trágicos, é só mais uma faceta dessa geração abarrotada de cultura inútil, desértica em valores.

Infelizmente, o inferno recebe milhares diuturnamente, desses que, mesmo capazes de ver distante aos erros alheios, não conseguem evitar os próprios.

A arrogância humana no tocante a zombar de Deus é algo incurável. Na mitologia grega, titãs eram gigantes que lutavam contra os deuses. O mega navio, foi batizado de “Titanic”; ou seja: Titânico, gigantesco. Agora, como que, num renovo da arrogância já afundada, o submersível foi chamado de Titan.

Embora, suas dimensões fossem módicas, fizeram questão do nome alusivo ao gigantismo, que foi posto no transatlântico que “nem Deus afundaria.” 111 anos, dois meses e 3 três dias após aquele acidente, outro “titã” pereceu nas águas do Atlântico Norte.

Oswaldo Cruz dizia: “Observando erros alheios, o homem prudente corrige os seus.”

Como estamos pilotando às naves de nossas vidas? Dentro de uma margem confiável de segurança ou estamos nos expondo de maneira insana ao risco da eterna perdição?

A aventura dos bilionários em apreço, teria custado cerca de 1,2 milhão de reais para cada um deles. O fato de a imensa maioria da população não ter condições para uma aventura assim, “protege-nos” de riscos semelhantes.

Porém, há mil maneiras de se perder; só ancorando nossas almas na Palavra de Deus podemos evitar. Pois, como disse O Salvador, “... a vida de qualquer um, não consiste na abundância do que possui.” Antes, consiste na perseverança na fé, cujas obras ensejam uma consciência sem culpa: “Conservando a fé, e a boa consciência, a qual alguns, rejeitando, fizeram naufrágio na fé.” I Tim 1;19

Pois, também temos uma embarcação antiga, (a carne) que afrontou a Deus no passado; afundou nas águas do batismo de arrependimento, dando origem ao “novo homem”. Invés de a considerarmos um ferro-velho, que deve corroer-se nos mares do tempo, se, parecer-nos oportuno, revisitar os seus domínios, colocaremos tudo a perder. “Como o cão torna ao seu vômito, assim o tolo repete sua estultícia.” Prov 26;11

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