quinta-feira, 15 de junho de 2023

Esse estranho; o amor


“Portanto, deixará o homem pai e mãe, se unirá a sua mulher e serão dois numa só carne; assim não são mais dois, mas uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não separe o homem. Disseram-lhe eles: Então, por que mandou Moisés dar-lhe carta de divórcio, e repudiá-la? Respondeu-lhes: Moisés, por causa da dureza dos vossos corações, vos permitiu repudiar vossas mulheres; mas no princípio não foi assim.” Mat 19;6 a 8

Os religiosos debatendo com Jesus acerca do casamento. O Senhor o colocara como monogâmico, (os dois) heterossexual (o homem se unirá à sua mulher) e indissolúvel (não separe).

Como que, tendo achado um ponto fraco na Doutrina do Mestre alguém perguntou: “Então, por que Moisés mandou dar carta de divórcio?” O Salvador ensinou que, tal concessão tinha a ver com a ruindade humana, não com o projeto original. “por causa da dureza dos vossos corações... mas, no princípio não foi assim.”

As permissões Divinas têm a ver com nossas limitações, não com Sua Vontade que é “boa, perfeita e agradável.” Rom 12;2

Se, “o amor jamais acaba”, por que tantos casamentos se desfazem diariamente, sempre sob o estigma que ele acabou?

Se nos ativermos apenas à duração do amor, sem atentarmos para as demais características poderemos ver algum simulacro dele, e confundir com o próprio. “O amor é sofredor, benigno; o amor não é invejoso; não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. O amor nunca falha...” I Cor 13;4 a 8

Se essas qualidades todas estiverem presentes num relacionamento, certamente ele permanecerá. Senão, pode ser que, mera atração física, paixão, tenham sido confundidos com amor; arrefecido o calor dessas febres, juras e promessas usadas como moedas de troca em busca da conquista também alçarão voo, deixando um vácuo a testemunhar que “o amor acabou”.

Somos compostos de corpo, alma e espírito, como admoesta Paulo: “... vosso espírito, alma e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo.” I Tess 5;23

Deus não criou o homem para fracioná-lo; toda união que Ele abençoa deve contemplar os três aspectos da personalidade humana.

Os apelos do corpo são os mais elementares, atinentes, sobretudo, às formas, aos atrativos estéticos que despertam o desejo de outro, ao apelo sensual. As qualidades de alma atinam aos gostos musicais, intelectuais, esportivos, formas de lazer várias, ambientes, viagens, etc. As afinidades espirituais requerem que ambos creiam no mesmo Deus, tenham interesses parecidos, na adoração, oração, meditação na Palavra.

Se, dois formarem uma família identificados nos três níveis, então teremos algo unido por Deus, que o homem não separará. “As muitas águas não podem apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda que alguém desse todos os bens de sua casa pelo amor, certamente o desprezariam.” Cant 8;7

Essas celebridades que exibem coleções de casamentos, beirando a duas dezenas, invés de uma procissão de amores, como poderia parecer ao incauto, deixam patente um deserto, uma busca inglória, infrutífera, por sequer saberem direito o que buscam. “O caminho dos ímpios é como a escuridão; nem sabem em que tropeçam.” Prov 4;19

Uma característica ensinada pelo Salvador sobre os últimos dias da humanidade seria essa; o arrefecimento do amor, pelo crescimento da iniquidade. “Por se multiplicar a iniquidade, o amor de muitos esfriará.” Mat 24;12

O efeito colateral desse lapso se daria na banalização dos casamentos. “Porquanto, assim como, nos dias anteriores ao dilúvio, comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca e não perceberam, até que veio o dilúvio, e os levou a todos, assim será também na vinda do Filho do homem.” Mat 24;38 e 39 Banalização nos relacionamentos e alienação espiritual, infelizmente.

A dureza do coração humano precisa ser tratada, pois, para que ele seja regenerado e volte à comunhão com O Criador, como foi no princípio. O único meio possível para isso é através do feito de Cristo; “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

Resolvida a questão do “divórcio” com Deus, pela escravidão ao pecado, poderemos pertencer a Cristo eternamente. Não sem motivo, pois, A Palavra figura a Igreja como a Noiva de Cristo.

A dureza dos corações, no âmbito espiritual também enseja separação; não, para novo casamento, antes, para perdição. “segundo tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus;” Rom 2;5

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