domingo, 18 de junho de 2023

A doentia mão do homem


“Sucedeu que, vindo a Arca da Aliança do Senhor ao arraial, todo o Israel gritou com grande júbilo, até que a terra estremeceu. Os filisteus, ouvindo a voz de júbilo, disseram: Que voz de grande júbilo é esta no arraial dos hebreus? Então souberam que a Arca do Senhor era vinda ao arraial.” I Sam 4;5 e 6

A primeira batalha tinha sido nefasta para Israel; aproximadamente quatro mil homens tinham morrido. Então, alguém sugeriu que Deus não fora à peleja com eles. Decidiram buscar Sua Arca, para que, também Ele participasse da luta.

Supondo que esse arranjo bastaria para que O Eterno os socorresse, ao verem a Arca comemoraram vitória, de modo que, até os inimigos ouviram e temeram.

Acontece que, aqueles dias eram mui sombrios em Israel. A profanação do sacerdócio pelos filhos de Eli e a omissão dele em colocar as coisas no lugar tinha acendido a Ira do Senhor, que os traria a juízo, como advertira mediante ao ainda jovem Samuel. “Porque já lhe fiz saber que julgarei sua casa para sempre, pela iniquidade que ele bem conhecia; porque, fazendo-se seus filhos execráveis, não os repreendeu.” Cap 3;13 A omissão dos pais em educar devidamente os filhos, sobretudo, pais envolvidos no ministério, é grave.

A primeira derrota era já o começo do Divino Julgamento, pela forma profana, relapsa e descompromissada com que tinham se portado, os que, deveriam ser exemplares, as lideranças.

Se, nas horas de calmaria virarmos as costas ao Poderoso, e apenas em tempos de aflição desejarmos seu socorro, deixaremos patente o reles interesse, não, fidelidade como convém.

“Devemos consertar o telhado em dias de tempo bom” B. Franklin. Assim, quando aflições externas não nos assolam, é prudente aproveitarmos essa calmaria, para bem ordenarmos nosso relacionamento com O Eterno.

Se estivermos em comunhão com Ele, não careceremos de arranjos de emergência ante eventuais ameaças. “Então temerão o Nome do Senhor desde o poente, e Sua glória desde o nascente do sol; vindo o inimigo como uma corrente de águas, O Espírito do Senhor arvorará contra ele Sua Bandeira.” Is 59;19

Se, O Senhor quisesse defender a Israel já o teria feito, sem carecer de levar a Arca da Aliança ao front; nunca se fizera isso antes. Mas, em tempos de paz viverem às suas ímpias maneiras, na hora do aperto lançaram mão de uma astúcia, como se, isso colocasse O Poderoso a pelejar por eles, não passava de uma forma requintada de idolatria.

Por que idolatria, se envolvia ao Senhor? Porque o suposto “envolvimento” não passava de uma obra das mãos humanas; uma inglória tentativa de cooptar ao Todo Poderoso, como se Ele fosse manipulável.

A idolatria é multifacetada e ocorre sempre que o braço humano visa suplementar ou substituir ao Divino; “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor!” Jr 17;5

A gritaria que os animados soldados fizeram ao ver a Arca no front é um triste retrato da tendência idólatra das nossas almas. Somos chamados a confiar no que não vemos; porém, nosso júbilo, confiança, só eclodem quando vemos alguma coisa palpável; pois, nossa alma hemiplégica parece carecer sempre de muletas. Desse “Calibre” todos os tipos de fetiches “góspeis” que se distribui por aí; ou, o apego desordenado ao dinheiro, que o converte num detestável ídolo. “Mortificai, pois... a avareza, que é idolatria;" Col 3;5

“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, a prova das coisas que se não vê.” Heb 11;1 “... Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor, firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10 “... Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.” Jo 20;29

As coisas invisíveis se tornam compreensíveis pelas que vemos, se formos honestos com as informações que recebemos; “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;20

O usufruto de graças genéricas que descem sobre justos e injustos não é testemunho de salutar relacionamento com Deus. Agora, um modo de vida avesso à iniquidade, zeloso na busca por santificação, certamente exercita sua “eloquência” no silêncio de uma consciência sem culpas. “... O Senhor conhece os que são Seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tom 2;19

Nossas casas espirituais são testadas pelas tempestades da vida; em dias de calmaria devemos fundá-las sabiamente. “Todo aquele, pois, que escuta estas Minhas Palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou sua casa sobre a rocha;” Mat 7;24

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