sábado, 17 de junho de 2023

Máscaras rasgadas


“Tendo saído os demônios do homem, entraram nos porcos; a manada precipitou-se de um despenhadeiro no lago e afogou-se. Aqueles que os guardavam, vendo o que acontecera, fugiram, e foram anunciá-lo na cidade e nos campos.” Luc 8;33 e 34


A Obra que Jesus fizera estava sendo anunciada na cidade e nos campos. Expulsara uma legião de demônios de um habitante de Gadara; os espíritos retirantes lançaram uma vara de suínos despenhadeiro abaixo, matando-os. Será que esse assombroso Poder do Senhor sobre os demônios despertara temor piedoso nos que viram aquilo, de modo a torná-los missionários voluntários? Infelizmente, não.
Quando viram o resultado, desejaram distância Dele; “Saíram a ver o que tinha acontecido e vieram ter com Jesus. Acharam então o homem, de quem haviam saído os demônios, vestido, em seu juízo, assentado aos pés de Jesus e temeram. Os que tinham visto contaram-lhes também como fora salvo aquele endemoninhado. E toda a multidão da terra dos gadarenos ao redor lhe rogou que se retirasse deles...” Vs 35 a 37
Há uma diferença entre medo, apenas, e temor piedoso, cujos escrúpulos, são em não ferir à Santidade do Senhor, não macular Sua Glória, tampouco, envergonhar Seu Nome.
O “temor” que roga a Ele que se afaste, apenas, não passa de medo.

Talvez, o prejuízo pela morte dos porcos, fosse mais impactante para eles, que a restauração do que fora possesso. Os que se gastam em busca de bens, e negligenciam a salvação, seguem na mesma senda, até hoje. “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder sua alma...” Mat 16;26
O temor que interessa, abre-nos as portas à sabedoria que Ele mesmo lega; “O temor do Senhor é o princípio do conhecimento...” Prov 1;7

Quando a atuação do Salvador parecia algo espetaculoso apenas, sem ensejar maiores responsabilidades, presto o “telefone sem fio” espalhou a notícia na cidade e nos campos.
Porém, quando viram o antigo desterrado da sociedade, que vivera entre sepulcros, liberto e em pleno juízo, tiveram medo, e desejaram distância do Mestre, por quê? Porque temos paladar fácil para as coisas que nos divertem, espantam, distraem... mas, nenhum apreço para as que nos responsabilizam.
Se o que andara nu entre sepulcros poderia estar em paz e perfeito juízo, o que seria requerido dos “cidadãos de bem” daquela comunidade? Teriam também que emendar seus caminhos? Melhor não arriscar e manter “distância segura.” Que Jesus se afaste de nossos termos. “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más.” Jo 3;19
O episódio da mulher adúltera que todos queriam apedrejar, ilustra essa faceta da alma humana sem noção. As falhas alheias causam excitação, curiosidade, e despertam a sanha punitiva até, quando essa puder envernizar minhas falhas, com o falso brilho do zelo religioso. Convidados pelo Senhor a se autoavaliarem antes de arremessarem a primeira pedra, logo a brincadeira perdeu a graça.
O erro mais acalentado na sociedade atual, por ser o mais palatável à natureza perversa, é que, por mais vicioso que seja o porte de alguém, por mais diversos e infames que sejam seus crimes, deve ser tratado com benevolência, afinal é uma “vítima da sociedade”.
Essa balela até pode colar nas esferas da política, onde narrativas parecem contar mais que fatos; até o inverossímil posa de verdadeiro. No prisma espiritual, o “furo é mais acima”; “não há criatura alguma encoberta diante Dele; antes, todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos Daquele com quem temos de tratar.” Heb 4;13
Deus trata com indivíduos, para efeito de julgamento, não com abstrações como “sociedade”. A Palavra pergunta: “De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.” Lam 3;39 Depois adverte: “... cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12
Acho que esse rasgar o véu dos que tentam se ocultar em subterfúgios é um dos motivos pelos quais as almas adoecidas preferem distância do Senhor, assim como fizera Adão, ao sentir que a relação com Deus fora rompida. “Onde estás?”
Os Adões atuais pedem que Jesus se afaste, vetando o anúncio de Suas Palavras; cancelam atletas, atores, artistas, tolhendo que expressem sua fé.
Muitos infiltrados falam em “atualizar” Seus ensinos, reescrever, de modo que não choquem tanto, aos porqueiros atuais. O espetáculo da porcada descendo ladeira abaixo até pode ficar. Mas, a regeneração, a plena restauração dos possessos, a mudança de vida que ilumina e desafia aos demais, aí já seria fanatismo, fundamentalismo religioso.
“Rompamos Suas ataduras, sacudamos de nós Suas cordas. Aquele que habita nos Céus Se rirá; O Senhor zombará deles.” Sal 2;3 e 4

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