sábado, 20 de abril de 2024

A saudade das trevas


“Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.” Jo 3;20

Circula uma frase do ditador em vias de extinção, Alexandre de Morais, que, aludindo a um tempo em que não existiam as redes sociais, disse: “Nós éramos felizes e não sabíamos.” Nós, quem?

Essa frase sempre foi usada como um modo oblíquo de dizer que, determinada situação piorou com o decurso do tempo. Diante da piora detectada, se olha para o pretérito sob a “trilha sonora” da mesma.

Dois comentaristas da Globo, a prostituta paga para “dar razão” a quem lhe aluga, também disseram igual, comentando a frase do nostálgico ministro. Por certo, a pluralidade dos saudosos, quanto aos tempos sem espaço para a voz do povo, inclui os globais, junto ao famigerado ministro.

Vós éreis felizes. Nós, que usamos as redes sociais, não delegamos que outros falem por nós; sobretudo, porque elas permitem que expressemos “urbe et orbe” o que pensamos.

Quando a Mídia tradicional tinha o monopólio das comunicações, bastava um Pixuleco, devidamente direcionado às “pessoas certas” e toda sorte de canalhices iria para debaixo do tapete. Eles tinham domínio sobre as fake News. O povo alienado seguiria se sentindo num regime democrático, gerido por homens probos, e informado por uma imprensa imparcial. O que poderia ser mais feliz, para os canalhas?

Como vimos nas palavras do Salvador, os maus carecem do escuro, e nele sentem-se “em casa” como os porcos também se sentem, espalhando-se na lama. “Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas.”

Se, a amplitude das comunicações não é a luz, necessariamente, ao menos, faculta que as coisas flagrantemente falsas sejam denunciadas; que, as denúncias sejam pautadas em fatos, destruindo falácias.

Ora, quem se sente infeliz com o advento das redes sociais, bem pode se abster de usá-las. Afinal, são uma possibilidade, não um mandamento. Que o tal exclua a todas suas inscrições e volte a ser feliz.

A “inconveniência da imprensa alternativa” deriva dos “boletos não pagos” pela imprensa tradicional. Se ela cumprisse seu papel com probidade, invés de críticas, denúncias por falsificações, seria um referencial citado com respeito, como fonte fidedigna, nas referidas redes.

Agir como prostituta, desejando a reputação de dama, parecer ser a sina da mesma; se ela não obtiver tal reputação, culpe seus atos, não a opinião pública.

Igualmente o “Aleixandre” que acha que suas conveniências a serviço de quem o assalaria para corrupção, equivalem à lei, quer agir como ditador e ter a reputação de jurista? Dane-se!!

Que esses infelizes, com o advento da luz sejam réprobos em suas escolhas, é um direito deles. Ninguém é obrigado a ser decente pela força das leis; mas, essas costumam prescrever as consequências para quem adota a indecência como modo de vida.

Se, o atropelo da moral depende exclusivamente de cada um, nas escolhas que lhe parecerem convenientes, o atropelo lógico é um pouco mais complexo. Pois, esse, não depende estritamente de escolhas peculiares; concorrem os fatos, que insistem em ser o que são, a despeito do que as narrativas tentem plasmar, com suas escritas na areia.

Pode um doidivanas desses apedrejar às vidraças e culpar ao vidro por ter se quebrado, pela “intolerância” ao impacto das pedras. Agora, desejar que essa doença contamine a todos, aí já é demais.

Assim, violar os preceitos mais elementares, fundamentais do Estado Democrático de Direito, e culpar às vítimas pela violação, ou, aos que a identificam nos desmandos e vociferam contra, pelos meios, que facultam o alcance das suas vozes.

O objetivo das leis pactuadas não é a felicidade; essa é fruto de outro baraço, bem mais subjetivo; como vimos acima, o porco feliz em sua “piscina” peculiar.

Elas existem para estabelecimento e preservação dos direitos, das garantias; o que por si só, não enseja sentimentos alegres, nem tristes; apenas, segurança jurídica.

Quem se entristece pela impossibilidade de agir no escuro, deixa evidente seu consórcio com a ilicitude, sua inadimplência moral que, o faz desejar não ser visto, invés de buscar o suprimento dos lapsos, como a saúde da alma prescreveria.

Quem age consoante com os ditames da própria consciência, não a tendo cauterizado, quanto mais visto for, tanto mais será admirado pelos retos, e temido, depreciado pelos réprobos.

Aquele que, diante da denúncia de uma improbidade qualquer, invés de se escandalizar com ela, se irrita contra o denunciante, deixa patente seu deserto moral, seu viver indigno, sua nefasta identidade com as trevas. Tal, tem sobejos motivos para se irritar contra a luz, e bradar aos quatro ventos, o quanto o escuro era melhor.

Especuladores espirituais


“... Eis que há três anos venho procurar fruto nesta figueira, e não o acho. Corta-a; por que ocupa ainda a terra inutilmente? Respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este ano, até que eu escave e esterque; se der fruto, ficará; senão, depois a mandarás cortar." Luc 13;7 a 9

Numa vinha, nascera também uma figueira; o dono a deixou, esperando seus frutos. A referida árvore tivera três estações apropriadas, e nada. Frustrado, o dono achou que bastava; corta-a!

Porém, o vinhateiro pediu uma chance ainda; vou escavar, afofar a terra, adubar. Quem sabe, frutifique. Senão, desistirei, e a cortarei. Era o empregado, mas dada sua boa intenção, foi ouvido pelo dono.

A razão de ser, de uma planta frutífera são seus frutos. Sem eles, a existência daquela não faria sentido.

O equívoco de entendimento sobre o propósito pelo qual O Eterno nos chama, é comum, até nas falas de muitos “mestres” da praça. A prioridade deve ser frutificarmos para O Senhor. “... Meu Pai É O Lavrador”. Jo 15;1

O Salvador expressou: “Não escolhestes a Mim, mas Eu vos escolhi e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em Meu Nome pedirdes ao Pai Ele vos conceda.” Jo 15;16

Se, indícios do Divino propósito forem vistos em nós, também O Eterno se colocará ao alcance das nossas necessidades.

Muitos equivocados, descontentes com suas vidas errantes, frequentaram os mais diversos ambientes, ancorados na filosofia, “se bem não fizer, mal não fará”; perambulam por igrejas, vendo o que Deus “tem para elas”; sempre no prisma da realização pessoal das próprias vontades carnais.

Sendo o passo indispensável, o “negue a si mesmo”, aquele que frequenta ambientes espirituais, cheio de si, não receberá nada. Seu “excesso de bagagem” tolhe que novas coisas sejam adicionadas como suas. Não teria onde guardá-las.

A Igreja não é um lugar para conquistas de gente rasa, materialista, egoísta. Antes, outro, onde devemos ser conquistados, pela mensagem que compunge, confronta aos pecadores, desafia ao arrependimento, para a necessária reconciliação com Deus. “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19

O Senhor foi categórico: “Não andeis inquietos dizendo: Que comeremos, beberemos, ou com que nos vestiremos? Porque todas estas coisas os gentios procuram. Decerto vosso Pai celestial bem sabe que necessitais delas; mas, buscai primeiro o Reino de Deus, e sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas.” Mat 6;31 a 33

Elementar que, ver homens como árvores frutíferas é uma alegoria, que a própria Palavra interpreta; “Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel; os homens de Judá são a planta das suas delícias; e esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, e eis aqui clamor.” Is 5;7

Isso, de uma “videira” que degenerara; na Nova Aliança, O Salvador diz: “Eu sou a videira verdadeira, Meu Pai é o lavrador. Toda a vara em Mim, que não dá fruto, tira; e limpa toda aquela que dá, para que dê ainda mais.” Jo 15;1 e 2

O risco de sermos especuladores espirituais, meros frequentadores de igrejas, sem um compromisso real e sincero com O Dono da Vinha, é que nos tornemos estorvos como a figueira aquela, da qual foi dito: “Por que ocupa ainda a terra inutilmente? Corta-a!”

A súplica do vinhateiro por mais uma chance tipifica a Divina misericórdia; tendo motivos para se cansar de nós e nos banir Deus ainda tolera-nos, esperando que a “planta” cumpra seu fim, frutifique.

Lembro no início de minha caminhada, dos tais “amigos do Evangelho.” Gente que jamais se comprometia seriamente com Deus, mas, em eventos alusivos a certas datas ou congressos, misturavam-se com os cristãos. A efervescência desses eventos favorecia à peregrinação descompromissada; até as buscas de satisfações carnais e não passava disso o envolvimento dos tais “amigos”.

Embora centre-se numa mensagem de reconciliação, e numa Pessoa que isso possibilitou, Cristo, O Evangelho é um desafio ao arrependimento, não, um piquenique para se fazer novas amizades. Os primeiros frutos demandados, devem dar nesses “galhos”, aliás; “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento...” Mat 3;8

A mensagem sem cruz, onde ímpios são encorajados, acoroçoando suas impiedades favoritas, não é O Evangelho de Cristo. É a perversão dele; Paulo chamou de Outro Evangelho. “Maravilho-me de que tão depressa passásseis daquele que vos chamou à graça de Cristo para outro Evangelho; o qual não é outro, mas há alguns que vos inquietam e querem transtornar o Evangelho de Cristo.” Gál 1;6 e 7

Estamos em plena estação; O Dono da vinha busca frutos. O que temos para apresentar?

sexta-feira, 19 de abril de 2024

Os servos, livres


“Se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” Jo 8;36

O uso do advérbio “verdadeiramente”, subentende a existência de uma liberdade falsa; ou, mera ilusão de liberdade.

Eis uma coisa que, não pode ser contida numa sentença breve! Liberdade. Cada pensador que se atrever a meditar sobre ela terá seu conceito, nem sempre similar ao de outro. A vera liberdade certamente é mais profunda que o direito de escolher, se expressar, ir e vir... essas nuances, embora fazendo parte dela não bastam para defini-la.

Mesmo o livre-arbítrio, não é consensual nem na filosofia, nem na teologia. O Calvinismo nega-o, com sua interpretação peculiar da eleição Divina. Schopenhauer duvidava do livre arbítrio, e defendia que os seres humanos são reféns de coisas que o forçariam a certas escolhas. “Dado o motivo e a índole, a ação resulta necessária”.

Alguém de posse de um revólver carregado, - ilustrou - não poderia dizer: “Tenho poder para me matar!” Nesse caso, o que teria seria um meio. Para poder, careceria de um motivo que, fosse maior que o medo da morte, ou que o amor pela vida. Assim, seu conceito de “poder” seria falso, tanto quanto, pode ser, o de liberdade. Por trás da índole e do motivo inda pode haver algo.

A liberdade no prisma corpóreo restringe-se a dispor de si mesmo, para a ação ou a inércia, como bem lhe parecer. Assim, todo ser que não é escravo, é livre.

No prisma da alma, que se expressa mediante o corpo e faz escolhas, a coisa não é tão simples.

Tropecei numa frase de Henry David Thoureau: “Desobediência é o verdadeiro pilar da liberdade, os obedientes são escravos.” Isso engolido sem mastigar pode até saciar paladares incautos, e cobrir aos perversos de “razão.”

Se levássemos essa estultícia às últimas consequências, (todos os valores universais poder ser levados) teríamos uma “sociedade” com ruas sem limites de velocidade, sem semáforos, propriedades, filas, leis, presídios, normas de escrita, horários de funcionamento... isso seria a barbárie; o próprio conceito de sociedade se diluiria, na selvageria da sobrevivência dos mais fortes, no prisma físico apenas.

Seja o que for, a liberdade, certamente é algo que se move dentro de limites; pois, O Próprio Deus, Criador do Universo os estabeleceu e submete-se a eles. “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a Si mesmo.” II Tim 2;13

Paulo apresentou os conflitos íntimos de um que, sabedor dos limites dentro dos quais deve se mover, é impotente, porque escravizado; "Se faço o que não quero, consinto com a Lei, que é boa. De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. Porque sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; com efeito o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero.” Rom 7;16 a 19

Uma dualidade interior disputando. Uma parte sabe o que é o bem, que deveria fazer; outra, coagindo-o a fazer o que não quer. A índole de todo homem caído é atuar segundo a carne; “a inclinação o da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, e nem pode ser.” Rom 8;7 e o motivo é que a carne sente prazer no pecado. Assim, concordando com Schopenhauer, “dado o motivo e a índole, a ação resulta necessária.” Isto é: Inevitável.

O Salvador ensinou: “... Em verdade, em verdade vos digo que todo aquele que comete pecado é servo do pecado.” Jo 8;34

Paulo ampliou: “Não sabeis que a quem vos apresentardes por servos para obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça?” Rom 6;16

Notemos que, as duas possibilidades antagônicas são servis; serviremos ao pecado, ou, à obediência. A liberdade que Cristo oferece, nos capacita a obedecermos a Deus, não a fazermos o que nos der na telha.

Se, como vimos, a liberdade necessita de limites dentro dos quais se exercita, os libertos do Senhor, deixaram a escravidão do pecado onde eram cooptados para fazer mal a si mesmos, e foram capacitados a se mover nesses limites, que ensejam paz de consciência, pela atuação em conformidade com o propósito original, em comunhão com O Criador.

“A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Quem vê a desobediência e a anarquia como libertadoras, ainda luta contra “prisões” externas, sem discernir as algemas interiores, nas quais a tirania do pecado e da carne o têm cativo. “Se O Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.”

As testemunhas


“Porque não há ninguém que procure ser conhecido que faça coisa alguma em oculto. Se fazes estas coisas, manifesta-te ao mundo. Porque nem mesmo seus irmãos criam nele.” Jo 7;4 e 5

Pretendiam que O Senhor atuasse com nuances meramente humanas; buscando coisas que o homem natural, buscaria. No caso, fama, publicidade. “... manifesta-te ao mundo.”

O fato de que nem os seus irmãos naturais criam Nele, evidencia que, sequer, eles O conheciam. Porém, achavam que O Salvador deveria se expor, em busca do conhecimento de outros.

Quantos, que, quando Cristo lhes é apresentado, de certa forma agem assim? Pensam em vidas bem ruins de pessoas que conhecem, e acham que aquelas sim, precisariam ouvir a mensagem que elas ouvem. Como fulano/a precisaria ouvir isso! Sem de dar conta, que, também estão espiritualmente mortas, e carecem urgente do Príncipe da vida. Que Cristo manifeste-se aos outros, eu estou bem; devaneiam, enquanto fogem.

Claro que O Salvador anelava ser conhecido! Não da forma que um homem sequioso por aplausos, desejaria. Mais que vitrines, entendimento, comunhão, intimidade. Mais que fama; arrependimento, contrição, mudança de vida nos que O conhecessem. Como aconteceu com Zaqueu, por exemplo.

Se, até nas filosofias de botecos se diz que, ser, vale mais que ter; que qualidade, supera quantidade. A cada um que se achegava a Ele, bem poderia dizer como disse à samaritana junto à fonte; “Se tu conhecesses o dom de Deus, e quem É O que te diz: Dá-me de beber, tu Lhe pedirias, e Ele te daria Água Viva...” Jo 4;10

Nesse caso, o “sabes com quem estás falando?” não seria nenhuma imposição de autoridade, exibicionismo; antes, um desejo sincero de ser conhecido, para entregar a salvação.

A forma que Ele desejava se revelar, era da realidade do Seu Ser, e as amorosas motivações do Seu agir. Nada de buscar ouro de tolos, renome terreno, aplausos.

Aquela intimidade que permite à ovelha identificar seu pastor, e não o confundir com outro; “... tira para fora suas ovelhas, vai adiante delas; as ovelhas o seguem, porque conhecem sua voz. Mas, de modo nenhum seguirão o estranho, antes fugirão dele, porque não conhecem a voz dos estranhos.” Jo 10;4 e 5

Para que outros ensinos nos soem estranhos, é necessário que, os do nosso Pastor, nos sejam conhecidos e vividos. Quem está habituado a isso, presto identifica eventuais heresias, pela diferença quanto à “voz” do pastor.

Daqueles que andaram Consigo em todo o tempo, O Senhor desejou que O conhecessem de modo mais profundo; a real identidade Dele, e Daquele que em Espírito estava Consigo. “... Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem vê a Mim vê O Pai; como dizes tu: Mostra-nos O Pai?” Jo 14;9

Assim, chegamos ao ponto principal; mais que ser conhecido, O Salvador queria fazer ao Pai, conhecido, pelas Obras que Ele fazia. Na Sua Oração Sacerdotal, deixou patente isso e a importância que tinha: “A vida eterna é esta: que Te conheçam, a Ti só, por Único Deus Verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste.” Jo 17;3 Colocou o conhecimento do Pai, antes do Seu.

Logo, mais do que ser conhecido, O Senhor desejava que O Pai, fosse reconhecido como atuante Nele, o que, Nicodemos, apesar de suas limitações de entendimento, nisso viu bem, pois, disse: “... Rabi, bem sabemos que És Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que Tu fazes, se Deus não for com ele.” Jo 3;2

Nossa parte, dos ministros Cristãos, deveria ser semelhante. Invés de buscarmos renome terreno, pleitearmos para que O Senhor seja conhecido, como atuante em nós. Quando da reiteração da chamada disse: “Recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém quanto, em toda a Judéia, Samaria, e até aos confins da terra.” Atos 1;8

Ser testemunha de Jesus Cristo é diferente de ser uma testemunha num tribunal qualquer. Nesse caso, basta saber de algo, ter visto algum incidente. No caso do Senhor, carecemos ter conhecido a Ele, e deixar isso patente em nosso modo de viver. “... se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Nossos lábios nem precisam dizer o que as atitudes mostram; caso elas não manifestem, apenas falar do que ignoramos nos faria falsas testemunhas. O Salvador deseja ser conhecido, não, difamado.

Nosso viver Nele, deve ser diferente do modo vulgar; e quando interrogados sobre a razão, devemos estar “... preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós...” I Ped 3;15

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Os donos da verdade


“Portanto, tudo que vós quereis que os homens vos façam, fazei-lhes também, porque esta é a lei e os profetas.” Mat 7;12

Isso, reduzido a uma palavra seria, isonomia. De modo mais amplo, todos devem ser iguais perante a lei. Qual pessoa, psicologicamente sadia, diria que esse princípio não é bom?

Embora haja diversidade étnica, cultural, funcional, etária, religiosa, artística, política, filosófica, em termos de dignidade, acesso aos direitos fundamentais, todos somos rigorosamente iguais; é necessário, a bem da justiça, que essa igualdade seja defendida, preservada.

O que é a censura, senão, negação a alguém do direito de dizer o que pensa? Ah, mas é preciso preservar às instituições, como dizem seus defensores. Que bosta de instituição seria essa, que a simples fala de um crítico destruiria? Algo pueril, frágil assim, não poderia ser chamado de instituição.

Ou, seria o argumento citado, uma falácia, para emprestar um viés aceitável ao nefasto e intolerável exercício da tirania; que, pela sua essência prefere calar a diversidade de opiniões, que lidar com as consequências dela?

O que outrem pode dizer contra mim deve me oferecer em contrapartida, o direito de dizer que penso sobre ele. Se alguém exagerar, de lá para cá, ou daqui para lá, as leis existentes preveem meios de se pleitear reparos, sem nenhuma necessidade de que alguém seja amordaçado.

A democracia pela sua própria essência é tão livre, que, onde supostamente vige, não precisa nem pode ser tutelada por ninguém em particular. Dado que, é a plena liberdade, ao alcance de todos, que a legitima; quando determinado grupo se sentir “defensor” dela, já a estará desfigurando, por pretender conter num reduto, algo, cuja veraz existência, requer todos os espaços.

Claro que, nos regimes de exceção, onde as liberdades são tolhidas, as vítimas desses regimes podem e devem lutar, não pela defesa, mas pela conquista de algo, ainda inexistente no existenciário deles. Os que pretendem controlar o que pode ser dito, invés de defensores de direitos, são castradores dos mesmos.

O diabo é tão feio que, filosoficamente nega a própria existência; atuando, nunca diz ser ou estar, no interesse canhoto; sempre se veste de algum eufemismo de carona nalguma virtude; pelo menos, certa autocrítica o feioso tem. Assim os ditadores, sempre estão “em defesa dos direitos, do povo, das liberdades”, que, seriam reais, apenas, se não fossem tão “defendidas” assim.

Todos sabem o nome oficial da China, a maior ditadura da terra; apenas o partido comunista; nada de eleições; o povo controlado, qual gado. Todavia, se chama “República Popular da China.” Se fosse uma república o público poderia pleitear contra erros, desmandos do governo, não pode. Logo, também não é popular. O povo é propriedade do PCC que manda e desmanda. Lula os admira e disse que sonha com algo assim, por aqui.

Se alguém publicar algo não verdadeiro, “desinformação ou fake News” como dizem os nefastos censores de nossa terra, basta contrapor às mentiras publicadas, o “antídoto” da verdade, para que, eventuais mentirosos fiquem expostos. Que melhor vitória teria um homem livre, que, envergonhar publicamente aos mentirosos?

Algo desprovido de fundamento, deve ser combatido a partir de premissas bem fundamentadas; senão, providências mentirosas sairiam à luz, para “combater à mentira”?

Heráclito dizia mais ou menos o que segue: “Quando dois sistemas filosóficos disputarem, a nenhum assiste o direito de dizer: Minhas razões são verdadeiras, porque as pretensões do oponente são falsas; pois, a outra parte poderia dizer o mesmo, o que arrastaria a disputa ao infinito. O falso deve ser demonstrado como tal, em si mesmo, não por ser oposto ao presumido verdadeiro.”

Assim, quando algo publicado for comprovável como falso, melhor ao seu adversário demonstrar isso, avaliando ao conteúdo, que, impedir que esse assome, tornando seu autor, vítima, por castrar seu direito inalienável.

Se eu precisar calar as supostas coisas “más” que verteriam pelos lábios dos outros, provavelmente é porque não consigo tolher aos maus atos, que saem à luz pelas minhas próprias mãos. Quem tem por hábito a higiene da própria alma, ocupa-se mais disso, que de “lavar” a outrem; assim, a pretensão de censurar, é a inclinação de podar arestas alheias, sem se incomodar com os espinhos que nascem em si próprio.

“Se a liberdade significa alguma coisa, será sobretudo o direito de dizer às outras pessoas o que elas não querem ouvir.” - George Orwell e, acrescento, sofrermos dos alheios lábios, coisas que não gostaríamos de ouvir, tendo isso como tributo, em defesa de valores que esposamos.

“A censura é a inimiga feroz da verdade. É o horror à inteligência, à pesquisa, ao debate, ao diálogo. Decreta a revogação do dogma da falibilidade humana e proclama os proprietários da verdade.” Ulisses Guimarães

O invisível em evidência


“Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos Céus.” Ef 3;10

“Para que agora...”
essa afirmação sugere que, noutro tempo foi diferente; agora...

Deus sempre desejou ser conhecido através do Seu povo. Quando ensinou seus preceitos, anexo aos cuidados com os escolhidos trazia esse alvo. “Guardai-os e cumpri-os, porque isso será vossa sabedoria e entendimento perante os olhos dos povos; que, ouvirão todos estes estatutos, e dirão: Este grande povo é nação sábia e entendida. Pois, que nação há tão grande, que tenha deuses tão chegados como o Senhor nosso Deus... ?” Deut 4;6 e 7

Não apenas entendidos, mas íntimos do Senhor. A escolha do povo hebreu, dava-lhes o privilégio de serem povo exclusivo do Senhor, e a responsabilidade de serem uma embaixada dos Céus na terra.

“Agora, pois, se diligentemente ouvirdes Minha Voz e guardardes Minha Aliança, então sereis Minha propriedade peculiar dentre todos os povos, porque toda a terra é Minha. Vós Me sereis um reino sacerdotal e povo santo...” Ex 19;5 e 6

O propósito do Eterno esteve longe de ser alcançado, pelos descaminhos em que se extraviaram os escolhidos. Mediante Isaías, O Criador alegorizou Sua decepção: “Que mais se podia fazer à Minha vinha, que Eu lhe não tenha feito? Por que, esperando que desse uvas boas, veio a dar uvas bravas? ... Porque a vinha do Senhor dos Exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das Suas delícias; esperou que exercesse juízo, e eis aqui opressão; justiça, eis aqui clamor.” Is 5;4 e 7

O Divino propósito de ser conhecido mediante Seu povo fracassou, por causa da subserviência humana aos maus desejos, coisa que aconteceria, inexoravelmente, com qualquer etnia. A submissão aos desejos da carne, em rebeldia contra os mandamentos Divinos é um mal que se espraia entre todos; “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de Deus, nem pode ser.” Rom 8;7

Aludindo e contrapondo-se àquela videira que degenerou e deu maus frutos, O Salvador disse: “Eu Sou a videira verdadeira, Meu Pai É O Lavrador. Toda a vara em Mim, que não dá fruto, tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais.” Jo 15;1 e 2

A impossibilidade humana de frutificar como Deus deseja, foi evidenciada também pelo Salvador; “Estai em Mim, e Eu em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em Mim. Eu Sou a videira, vós as varas; quem está em Mim, e Eu nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer.” Vs 4 e 5

Embora desejando ser conhecido, não tendo sido devidamente representado pelo Seu povo na Antiga Aliança, agora, em Cristo, isso mudou; “Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem vê a Mim vê O Pai; como dizes tu: Mostra-nos o Pai?” Jo 14;9 “... falou-nos nestes últimos dias pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo. O qual, sendo o resplendor da Sua Glória, Expressa Imagem da Sua Pessoa...” Heb 1;1 a 3

Em Jesus Cristo, a Expressa Imagem do Eterno foi vista e ainda pode ser. Naquela ocasião, o privilégio e a responsabilidade foram dos Hebreus; hoje, cabe aos cristãos; “Para que agora, pela igreja, a multiforme sabedoria de Deus seja conhecida dos principados e potestades nos Céus.”

A conversão não é um convite a desfrutarmos de vantagens em Deus; antes, o privilégio de sermos salvos da perdição, das inclinações perversas do mundo, e a reponsabilidade de representarmos ao Santo, com nossas atitudes, não com palavras; “Como é Santo Aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda vossa maneira de viver;” I Ped 1;15

Mera profissão sem obras correspondentes é fé morta, que Tiago denunciou; “... a fé, se não tiver obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, eu tenho as obras; mostra-me tua fé sem tuas obras, e te mostrarei a minha, pelas minhas obras.” Tg 2;17 e 18

Fomos ensinados a fazer nossas petições em Nome de Jesus; mais que um poder que avaliza nossos pleitos, isso é um compromisso que os limita. Como pediríamos em Nome Dele, coisas que Ele desaprova? “... se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5;17

Somos responsáveis por representar O Santo diante desse mundo. Façamos, pois, de modo honroso. “... aos que Me honram honrarei, porém os que Me desprezam serão desprezados.” I Sam 2;30

quarta-feira, 17 de abril de 2024

A queda do Faraó


Uma mentira mil vezes repetida torna-se uma mentira enfadonha, insuportável. Goebbels, ministro da propaganda de Hitler, defendia que se tornaria verdade. Como a frase dele era mentirosa, quando formulada, ainda segue sendo mentira, uns oitenta anos após. Será que não foi suficientemente repetida?

Os fabricantes de narrativas precisariam aprender, (embora não o farão) que a verdade é uma barreira que não pode ser removida aos gritos. As muralhas de Jericó caíram quando o povo gritou, não por causa dos decibéis; mas, porque Deus as queria derrubar. No mais, como disse o apóstolo Paulo, “Nada podemos contra a verdade; senão, pela verdade.” II Cor 13;8

O Brasil passou décadas, refém do “Teatro das Tesouras”, onde, atores canastrões interpretavam pelejas renhidas, enquanto dividiam o país entre si; até a surpreendente vitória de Jair Bolsonaro em 2018.

Os teatrólogos, quando viram que a vitória dele era irreversível, afiaram a faca e alugaram Adélio; afinal, era urgente que “defendessem à democracia.”

Como a “defesa direta” falhou, afiaram os dois gumes das línguas, e passaram quatro anos, colando rótulos depreciativos e mentirosos, num homem honesto, que, convalesceu do atentado, enfrentou uma pandemia, teve oposição da imprensa, STF e Congresso, além dos partidos de oposição; ainda assim, gerou empregos, mais de 400 mil com carteira assinada, enxugou a máquina estatal, coibiu gastos desnecessários e entregou o país com um superávit acima de 50 bilhões.

Esses números associados a ausência de arroubos autoritários que seus desafetos garantiam que ele tomaria, recrudesceram o apoio dos que já lhe eram leais, e conquistaram a muitos que vacilaram, desencorajados pelas falácias dos opositores.

Assim, sua reeleição seria inevitável, se, os votos não fossem “contados” numa “sala baixa” onde só, anões Morais poderiam entrar.

Oficializado o “resultado” do pleito, com tanta credibilidade, quantos cabelos ostenta o Supremo Xandão, o ladrão que não poderia concorrer por duas razões; estava condenado e não tinha ficha limpa, voltou “à cena do crime” como advertira seu vice, Geraldo Alckmin.

Desde então, nosso país descobriu a “democracia relativa”, que, traduzida em miúdos significa, sem povo. O “fascista” Bolsonaro continua atraindo multidões por onde passa; o “Pai dos pobres” só se atreve entre plateias amestradas, ou, miseráveis alugados a pão e mortadela.

Todas as medidas ditatoriais que tolheram jornalistas, influenciadores, e parlamentares de direita, sempre eram tomadas “em defesa da democracia”. Ao atropelo das leis, sem devido processo, e sempre no STF, mesmo, contra quem não tem foro privilegiado.

A ameaça "totalitária" de Bolsonaro e seguidores precisava ser contida a todo custo. Dada a “nobreza” das razões, esses deslizes eram um mal menor, em defesa da nossa nação.

A mínima discordância com a quadrilha empoderada, invés de tida como uma crítica, sempre foi tratada como um “ataque às instituições”, uma “conspiração de extrema direita”, um câncer a ser extirpado na origem.

Bolsonaro esteve no poder por quatro anos. A quantos prendeu? Desmonetizou? Censurou? Impediu de trabalhar? Forçou a tomar vacinas? Nenhum. Onde então a ameaça? Nas torneiras da corrupção fechadas; no projeto lulo/comuno/totalitarista ameaçado; na crise de abstinência dos corruptos, dos três poderes, e da imprensa.

O Faraó do STF estava pintando e bordando sem restrições, até que, por desafeito a conhecer limites, pisou no calo de Elon Musk, o bilionário sul africano.

Na sua sede perseguidora aos que “ameaçavam à democracia” impunha às plataformas digitais, censura, banimento, exclusão de personalidades de viés direitista, requerendo ainda, que essas ações fossem qualificadas como política interna das plataformas, não demandas do ministro.

Mais de uma vez escrevi que, no devido tempo todos entenderiam o que significa, “Deus acima de todos”, parte do lema do Bolsonaro.

Como nenhum brasileiro podia nem sequer criticar ao Xandssés, o Faraó, sem ser preso ou ameaçado de prisão, Deus usou ao milionário Elon, para jogar “defesa da democracia” no ventilador, de modo que, o mundo inteiro pudesse ver, como agora, pode.

Imprensa internacional, Congresso Americano, Parlamento Europeu, Tribunal de Haia, começam a ser inteirados do que eles fizeram; e, os que acreditavam que falácias destiladas no modo cantilena, se tornariam verdades, começam a descobrir que, não.

Além de cheirar mal, a coisa produz uma reação em cadeia, onde parte dos ratos de “la prensa” já abandonam o navio; pois, as temidas “pragas” da justiça e da verdade sonegadas, pouco a pouco são enviadas, evidenciando que, os pés do Faraó e asseclas eram de barro.

Em poucos dias não ficará pedra sobre pedra, no reino de “Alexandria”; inocentes serão libertos, e teremos nova “reação em cadeia”; os que lá já estão e aplaudem a gatunocracia vigente, reagirão estupefatos, vendo tantos “grandes” finalmente adequados ao nicho que lhes convêm. Até a morte de Celso Daniel voltará à cena, e os matadores serão julgados.