quinta-feira, 9 de novembro de 2023

O processo


“No dia da prosperidade goza do bem, no da adversidade, considera; porque Deus fez a este em oposição àquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.” Ecl 7:14

Os dois lados da moeda. O dia da prosperidade e o da adversidade. Mudanças “climáticas” às quais todos estamos sujeitos.

Como a Palavra de Deus foi dada para trazer riquezas, essencialmente, espirituais, mesmo os mais fiéis, estão sujeitos a essas coisas: “... aprendi a contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e ter abundância; em toda a maneira, em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, quanto, ter fome; tanto a ter abundância, quanto, padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Fp 4:11-13

Esse “posso todas as coisas” tem sido usado para encorajar cobiças, invés de, para ensinar suportar as agruras necessárias, como seu teor, tenciona.

Paulo disse isso a um povo que se preocupara com suas necessidades; “... nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e receber, senão vós;” Fp 4:15 Manifestou maior alegria pelo carinho e cuidado deles, que, pelas ofertas enviadas.

Infelizmente, a perversão do Evangelho chegou a proporções tais, que, o, não podeis servir a Deus e a Mamom, ou, ao Senhor e ao dinheiro, tem saído dos nossos púlpitos; muitos por aí conseguem a “proeza” de profanar ao Nome do Santo, enquanto se esbaldam em seu insano culto ao dinheiro. Servem a Mamom, “em Nome de Jesus”.

Ele mencionou os que fizeram muitas coisas em Nome Dele, aos quais dirá: “Não vos conheço; apartai-vos de Mim, vós que praticais a iniquidade.”

“Os que querem ser ricos caem em tentação, laço, e muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é raiz de toda espécie de males; nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e traspassaram a si mesmos com muitas dores.” I Tim 6:9,10

O desejo por riquezas é mais pujante que o anseio por serem santos; mais que, o propósito de serem frutíferos.

Invés de ensinar a necessidade de fidelidade incondicional, na fartura ou nas privações, como viveram Jó e Paulo, por exemplo, os “paladinos da fé” atuais, não raro, equacionam um momento adverso como um aferidor de incredulidade, um testemunho de descrença; bastaria crer e “sacrificar” algo em prol da “Obra do Senhor” para que as coisas mudassem.

Nossos momentos de adversidade, são aqueles nos quais mais aprendemos, nos vemos dependentes do Senhor. Como disse Davi: “... na angústia me destes largueza...” Sal 4:1 O próprio Senhor testifica sobre o Seu amargo, mas necessário processo de purificação das nossas almas: “... te purifiquei, mas não como a prata; escolhi-te na fornalha da aflição.” Is 48:10

Alguém disse com propriedade que, quando as tribulações nos levam a orar, já nos estão fazendo mais bem do que mal.

A vida farta, com alma torta, de inclinações perversas, mais que submissão ao Eterno, fatalmente levará o presumido “marajá” sem cercas, rumo aos vícios, à busca de prazeres egoístas, alienado das dores e necessidades que o cercam.

“A calmaria que te faz dormir, é mais perigosa que a tempestade que te mantém acordado.” Desconhecido.

Feliz o “homem de dores”, que, mesmo tendo passado pelo vale das sombras da morte, não fugiu da consagração necessária, seguro que O Divino Pastor estava com ele, mesmo naqueles momentos adversos.

Aos mesmos filipenses, aos quais Paulo agradeceu pela solicitude, ele lembrou do concurso dos materialistas infiltrados, já naqueles dias; “Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, e repito, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, e a glória é para confusão deles; só pensam nas coisas terrenas.” Fp 3:18,19

Não importa de qual lado da vida estás nesse momento, na questão das posses; quer, na fartura, quer, na privação. Se, no âmbito espiritual, estás do lado do Senhor Jesus, nada a temer.

Assim como, numa competição esportiva é mais honroso triunfar contra um grande adversário, na maratona da vida, vencer grandes privações se mantendo fiel, há de emprestar um brilho extra à tua coroa, reservada no além.

Jó por curto período foi privado de tudo; manteve-se fiel apesar dos amigos molestos, e de sua esposa. No fim pode dizer a Deus: “Eu Te conhecia de ouvir falar; agora Te vejo...” Teve suas posses em dobro, e ainda pode dialogar com Deus.

Então, antes de lutar contra o que atribula, confie em Deus; peça discernimento sobre o que deves aprender antes de sair da fornalha. Certamente há uma necessidade; pois, Deus “não aflige nem entristece de bom grado aos filhos dos homens.” Lam 3:33

segunda-feira, 6 de novembro de 2023

Aquietai-vos


“Sucedeu no mês de Nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele; eu peguei o vinho e dei ao rei; porém, nunca estivera triste diante dele.” Ne 2:1

Neemias, então, copeiro do rei da Pérsia, triste no trabalho, o que era perigoso para a função dele. Tinha missão de provar as comidas e bebidas do rei antes de servi-las, precaução comum dos soberanos, temendo envenenamento.

Neemias soubera por seus parentes da situação catastrófica de Jerusalém e orara a Deus, pedindo que O Santo lhe fosse favorável, quando expusesse sua causa ao rei.

À uma leitura superficial, poderá parecer que Neemias recebeu a dura notícia, se entristeceu e orou, e no dia seguinte obteve resposta favorável do rei; permissão para ir reparar as muralhas e os portões de Jerusalém.

Não foi tão simples, nem tão rápido. Ele foi econômico, modesto, quando disse: “... por alguns dias estive jejuando e orando perante o Deus dos Céus.” 1:4

Por alguns dias; quantos? Leiamos com atenção: “... sucedeu no mês de Quislev, no ano vigésimo, estando eu em Susã, a fortaleza,
que veio Hanani, um de meus irmãos, ele e alguns de Judá; perguntei-lhes pelos judeus que escaparam, que restaram do cativeiro, e acerca de Jerusalém.” Ne1:1,2

Ele recebeu a notícia no mês de Quislev; mês nove no calendário hebraico; sua entrevista com o rei, quando triste, expôs seus motivos e rogou permissão para ir a Jerusalém reparar a cidade, foi o mês primeiro. “... no mês de Nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele; peguei o vinho e o dei ao rei; porém, nunca estivera triste diante dele.” Ne 2:1

Recebera informação no mês nove; jejuara e orara, para se entrevistar com o rei a propósito do assunto, apenas no mês primeiro.

Como se, no nosso calendário, fosse informado em setembro, e orasse e jejuasse sobre aquilo, até meados de Janeiro. Aproximadamente, quatro meses; quando, então, obteve resposta favorável.

Que importância isso tem para nós? Para essa geração de tecnologia alta, e espiritualidade baixa, a ideia de jejuar e orar quatro meses por um objetivo não chega nem perto de suposta aceitação. A maioria é viciada em “profecias” agradáveis, e céleres, não importa, se, mentirosas.

Como um incauto que acredita em horóscopo, e vai ouvindo-o, até que “seu signo esteja num dia bom”, assim esses viciados, vão de “profeta em profeta”, na ilusão que as “bondades-iscas” com as quais, os vigaristas pescam descuidados, um dia, ludibriem à realidade.

Ainda temos a favor de Neemias, que sua oração fora totalmente altruísta, atinente à Obra de Deus, não, egoísta e rasteira, pleiteando facilidades para si. Na verdade, aquela conquista trouxe trabalho, aflições e grandes responsabilidades para ele, invés de vantagens.

O egoísmo, aliás, é uma das coisas que embaça, nosso relacionamento com Deus, como ensina Tiago; olhamos com admiração e desejo para coisas que Deus reprova; não raro, oramos em demanda de matéria, quando deveríamos ter aprendido a andar em espírito.

“Pedis, e não recebeis, porque pedis mal, para gastardes em vossos deleites. Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” Tg 4:3,4

Por isso, antes do pedi e dar-se-vos-á, buscai e achareis, batei e abrir-se-vos-á, carecemos renunciar ao modo mundano de ser, e buscar conhecer a vontade Divina; “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus.” Rom 12:1,2

Neemias conhecia pelas profecias que era vontade Divina restaurar à santa cidade; mesmo assim, orou e jejuou por largo período, como vimos.

No monólogo de Davi com sua alma, registrado nos salmos 42 e 43 ele mesmo encontrou as razões pelas quais, estava ela, abatida; a pressa. O que, subentende-se pelo conselho que deu à própria alma: “Por que estás abatida, ó minha alma, por que te perturbas em mim? Espera em Deus, pois ainda O louvarei pela salvação da Sua Face.” Sal 42;5

Então, mesmo quando oramos segundo Deus, é preciso que saibamos esperar no tempo Dele. Neemias orou quatro meses, pela autorização para uma obra que foi feita em menos da metade desse tempo; “Acabou-se o muro aos vinte e cinco do mês de Elul; em cinquenta e dois dias.” Ne 6:15

Enfim, se estamos em obediência e buscamos coisas segundo Deus, descansemos Nele, mesmo que pareça tardar. Há uma força na quietude confiante, da qual Ele se agrada. “... No estarem quietos será sua força.” Is 30:7

domingo, 5 de novembro de 2023

O Halloween e a ignorância



“Melhor é ouvir a repreensão do sábio, que a canção do tolo.” Ecl 7;5

Uma repreensão, melhor que uma canção, parece contraditório; mas, entrando em cena os “intérpretes”, sábio e tolo, a coisa começa a fazer sentido.

Deparei com a repreensão de uma mulher chamada Isabel Staudt, com o título, “Não à ignorância, sim ao Haloween”.

Deplorou às postagens que combatem isso como derivadas de religiões ignorantes. Ensinou (sem citar fontes) que isso veio dos costumes antigos dos nórdicos, que, acreditavam que muitas coisas, inclusive o frio do inverno era obra de espíritos malignos, contra os quais, se fantasiavam ou colocavam espantalhos diante das casas, visando afastá-los.

Folclore, tradição do povo, ensinou. Por fim, sua diatribe contra as religiões: “as guerras existem, em sua maioria, por causa das religiões. Em nome delas é que se matam pessoas.”

Não fiz nenhuma postagem, mas, concordei com muitas que vi, desaconselhando coisas, como fantasiar crianças de bruxinhas e diabinhos, de modo que, o chapéu me serviu.

Comecemos pelo que estamos de acordo. A ignorância, sobretudo, em questões espirituais, é grave. Tanto que, Deus adverte: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento...” Os 4:6

De quem ensina também: “Os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é o mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Mal 2:7

Quando Sua Luz chega aos ignorantes, se dispõe a apagar erros cometidos, quando, no escuro, desde que haja arrependimento; “Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo lugar, que se arrependam;” Atos 17:30

Se, os antigos pensavam que, estações do ano eram obras de maus espíritos, e, se podia espantar aos mesmos com fantasias “assustadoras”, de onde derivam essas práticas, senão, da ignorância?

O Evangelho nunca foi, “algo mais”, que cada um acresce às suas vidas, enquanto continua com suas práticas errôneas, tradições obtusas. Sempre foi um desafio transformador, onde a pessoa “perde-se”, pela “Pérola de Grande Valor”, Jesus Cristo. Nele, ensina Pedro, “... fostes resgatados da vossa vã maneira de viver que por tradição recebestes dos vossos pais...” I Ped 1:18

Se parecer lúdico, probo, digno de aplausos, que alguém use fantasias bizarras, incluindo diabinhos, faça chantagem em busca de “gostosuras”, depois de gravar essas coisas no “HD” do cérebro infante, como ensinar que certas entidades estão a serviço do mal? O aprendido na infância tende a se prolongar à velhice. “Educa a criança no caminho que deve andar; até quando envelhecer não se desviará dele.” Prov 22:6

Por Jeremias Deus ensina que a prática reiterada do mal, se torna parte da alma da pessoa, como é parte do corpo a cor da pele; “Porventura pode o etíope mudar sua pele, ou o leopardo suas manchas? Então podereis fazer o bem, sendo ensinados a fazer o mal.” Jer 13:23

Por fim, as religiões. 99,99% delas são apenas crendices, folclore, tradição de povos ignorantes. Se a articulista criticada é contra religiões, mas, favorável às tradições dos pagãos, temos uma contradição abrupta.

O Único Caminho que salva é Jesus Cristo, que não é estritamente uma religião, mas, uma Pessoa. Se, tivermos “religião” no sentido etimológico do latim “religare” O Único que religa o pecador com O Criador É Ele; “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão, por Mim.” Jo 14;6

Dizer que guerras são derivadas das religiões tem um quê de verdade. Atualmente muitos pretendem “destruir aos infiéis” em nome de Alá.

Agora, lançar tudo o que se acredita no âmbito espiritual na vala comum das “religiões” é ignorância deliberada, desonestidade intelectual.

Jesus nunca mandou matar; antes, perdoar, orar pelos inimigos, abençoar quem nos amaldiçoa. Se alguém cometeu barbáries usando O Santo Nome Dele, o fez por ignorância acerca dos Seus Ensinos e Sua Pessoa, ou, de novo desonestidade intelectual e moral, tentando envernizar sua maldade, para que essa tivesse uma aparência “aceitável”.

Antes de combater genericamente às religiões, colocar no mesmo rol coisas distintas, que tal se informar primeiro? Aristóteles dizia: “A pior forma de desigualdade é considerar iguais, coisas que são diferentes.”

Os únicos refratários ao Halloween e similares são os cristãos. Nossa “ignorância” também pretende ser contra a mentira, o adultério, o roubo, o homossexualismo, a violência, e tantas coisas “normais” por aí.

Fomos desafiados a deixar nossos pensamentos rasos pelos Divinos, “Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem vossos caminhos os Meus, diz O Senhor.” Is 55:8

Quem puder nos enriquecer suprindo-nos do que ignoramos será bem-vindo. Agora, se pretender iluminado andando no escuro... “... Se a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais trevas!” Mat 6:23

sábado, 4 de novembro de 2023

A direção Divina


“Passando pela Frígia e pela província da Galácia, foram impedidos pelo Espírito Santo de anunciar a palavra na Ásia. Quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, mas o Espírito não lhes permitiu.” Atos 16:6,7

A direção de Deus. Normalmente pensamos nela num sentido afirmativo, sobre o que fazer; entretanto, envolve também o que não fazer, como vimos acima. Dois intentos de Paulo e Silas negados pelo Espírito Santo.

À noite, um chamado em visão, pela qual, eram enviados à Macedônia. Antes do sim, de Deus, muitas vezes carecemos estar atentos aos nãos! A adoção como diretriz de um preceito geral, não exclui a existência de objeções pontuais, segundo bem parecer ao Espírito Santo.

O “Ide por todo o mundo, pregai o Evangelho a toda criatura” está em pleno vigor; porém, quem tem o hábito de andar em comunhão com O Espírito, está sujeito a contraordens pontuais, pois, quem dirige a Obra É Ele.

Em Filipos, na Macedônia, tivemos a conversão de Lídia; depois, o incidente com o exorcismo do espírito da pitonisa, pelo qual, eles acabaram presos; a intervenção Divina na prisão, redundou na conversão do carcereiro e toda sua família.

Felizes os que podem ouvir a santa diretriz, como vaticinou Isaías; “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para direita nem para esquerda.” Is 30:21

Não significa que ouviremos essas palavras, literalmente; mas, que, quem tem comunhão com o Espírito, certamente identificará Seus apontamentos, como disse alguém: “Na direção que o Dedo de Deus aponta, Sua Mão abre a porta.” Essa porta é interior, sutil, a paz de Cristo confirmando em nosso espírito, ou, vetando a direção anelada. “... o que é espiritual discerne bem tudo...” I Cor 2:15

Não que seja ilícito fazermos planos, termos ambições projetos de vida; porém, quem tem um chamado ministerial, eventualmente, terá que abdicar dos seus planos em prol dos Divinos; “Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas.” Prov 3:5,6

A Palavra ensina: “Os passos de um homem bom são confirmados pelo Senhor...” Sal 37:23 O risco é cometermos uma inversão de interpretação aqui, supondo que haja alguém tão bom, que, faça esse o que fizer, Deus será com ele confirmando sua caminhada; não.

“O temor do Senhor é o princípio da sabedoria...” Prov 1;7 O homem “bom” não o é por si mesmo; antes, porque foi transformado após o novo nascimento; “Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas passaram; eis que tudo se fez novo.” II Cor 5:17 Faz parte de sua “bondade”, ser obediente, se deixar conduzir; assim, aquele que caminha pelas veredas que O Eterno prescreve, pode contar com a Bendita presença, quando necessitar.

“Quando passares pelas águas estarei contigo, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti.” Is 43:2 Promessa dada aos servos da Antiga Aliança, Israel.

Lícito, porém, concluir que também valha para os da Nova, em Cristo, uma vez que a Fidelidade Divina não muda. “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode negar a si mesmo.” II Tim 2:13 Ele disse: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em Meu Nome, aí estou, no meio deles.” Mat 18:20

Certa vez alguém me aconselhou, sobre uma empresa que eu tinha dúvidas; “vai e faz; se não for de Deus, Ele fechará a porta.” Pensei; se nosso Deus É Vivo, e nos dirige, por que não, consultá-lo antes? “Instruir-te-ei, ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com Meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti.” Sal 32:8,9

Se, podemos ser conduzidos pelo conselho, porque sairíamos indômitos, autônomos, carecendo ser contidos por “cabrestos”?

Antes de sermos conduzidos, para dar frutos, precisamos sê-lo para santificação; precedendo às ordens para o que fazer, teremos muitas, sobre o que não fazer; ouvidas essas, então seremos guiados pela Mão Divina; “Eis que Deus não rejeitará ao reto; nem toma pela mão aos malfeitores;” Jó 8:20

Num mundo de tantas vozes fúteis e perversas, felizes os que logram ouvir ainda, à Voz de Deus, e seguir após!

Em tempos tenebrosos, quando se fala em “atualizar” À Palavra, removendo porções que mais incomodam aos ímpios, pois, essas conteriam “discursos de ódio”, carecemos mais do que nunca, da Divina direção, para não nos extraviarmos.

“Companheiro sou de todos os que Te temem e dos que guardam Teus preceitos.” Sal 119:63

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

Aflições dos justos



“Estende a Tua Mão, e toca-lhe em tudo quanto tem, verás se não blasfema contra Ti na Tua Face.” Jó 1:11

Disputa entre O Eterno e o inimigo, a respeito de Jó. O Senhor o vira com sendo, “... homem íntegro e reto, temente a Deus, que se desvia do mal.” Jó 1:8

Na apreciação do inimigo, um interesseiro, que oferecia culto e “fidelidade” em troca das muitas bênçãos que recebia. Vemos quem é o pai da “Teologia da Prosperidade”; digo, quem defende como motivo para adoração a rasa troca de favores; Satanás. Deus não é um mercador; faz sol e chuva descerem sobre justos e injustos.

Nesse pleito havia mais que mera disputa pela descoberta das motivações do patriarca; o inimigo estava tripudiando da Onisciência Divina, dizendo nas entrelinhas, que O Todo Poderoso era um iludido, que “via” a vida de Jó como lhe convinha, não como era.

Em geral, costumamos ver as coisas com uma lente derivada do que somos. Deus, Verdadeiro e Onisciente, via a adoração de Jó como veraz; o inimigo por ser um mentiroso dissimulado, atribuía a Jó as mesmas “qualidades” dele.

Por isso uma pessoa honesta é mais facilmente enganável, por um vigarista, que outra, trambiqueira. Costumamos a ver os outros, a partir do que somos. Os valores que nos são caros, tendemos a imaginar que sejam para os demais, também. Nossa ingenuidade acaba patrocinada pela honestidade; até que, após alguns tombos, começamos ver o mal até onde ele não está; o clássico, “gato escaldado” temendo água fria.

O vigarista acostumado aos meandros do império da mentira por onde rasteja, de longe fareja ao seu igual, mais, por identificação, que, por discernimento.

Então, voltando, o inimigo projetara sua maldade sobre o servo de Deus, e, O Eterno permitiu que Jó fosse testado; “Disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está na tua mão; somente contra ele não estendas tua mão. Satanás saiu da presença do Senhor.” V 12

Aos “teólogos” das consequências que costumam presumir que todo mal que nos acontece deriva, necessariamente, de pecados nossos, esse incidente deveria iluminar. Jó não sofreu por ser infiel, antes, por ser íntegro e reto. Se é certo que, muito do que nos dói é ceifa do que plantamos, há dores de alheia semeadura também.

Paulo quando fora perseguidor, não há registros que tenha sofrido; exceto a ânsia de punir aos “hereges”. Depois de convertido a Cristo, “Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens muitas vezes, em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos, fadiga, em vigílias muitas vezes, fome, sede, em jejum muitas vezes, frio e nudez.” II Cor 11:24-27

Por que Deus permite que sejamos testados, se Ele É Onisciente? Sabe todas as coisas? Porque nós não sabemos. Se, nossa fé viver em “céu de brigadeiro”, podemos nos enganar acerca da mesma, e na hora de enfrentarmos à tempestade, não estaremos preparados.

Podemos professar o que nos convier; todavia, nossas falas serão postas no fogo das provações. “A obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará a obra de cada um.” I Cor 3:13

Alguns criaram o termo “batismo de fogo”, aludindo ao revestimento com O Espírito Santo; não é isso. Batismo no Espírito é uma coisa, no fogo, outra; o primeiro é revestimento, o segundo, sofrimento. Cristo nos leva a ambas as situações. “... Ele vos batizará com o Espírito Santo, e com fogo.” Mat 3:11

As “línguas de fogo” em pentecostes foram “vistas”, não, ouvidas; as que foram ouvidas eram idiomas de outros povos.

Jó foi testado ao limite da maldade do inimigo e se manteve fiel. Por fim, O Próprio Deus falou com ele, pontuando a diferença que separa a realidade humana, das coisas Divinas. Inteirado disso, humilhou-se perante O Eterno; “...eu falarei; te perguntarei, e Tu me ensinarás. Com os meus ouvidos ouvi, mas agora Te veem os meus olhos.” Jó 42:4,5

Assim, quando vivemos uma vida reta e sofremos, isso nos é honroso; estamos dando trabalho à oposição. Porém, quando nossas dores frutificam no pomar das desobediências, o canhoto ri satisfeito comemorando nosso consórcio consigo pra fazer o trabalho sujo.

Em Cristo somos convidados a parar de pecar, não, de sofrer. Isso será no além. Aqui, eventual retidão tortura, quem escolhe os caminhos tortos.

quinta-feira, 2 de novembro de 2023

Vamos fugir


“De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14:12

Frequentemente leio: “Se todos dessem as mãos, quem sacaria as armas?” Bob Marley; ou, “se todos se importassem com o sofrimento alheio, não seriam necessárias religiões.” Desconhecido. John Lennon imaginou: “... nenhuma religião também... todas as pessoas vivendo a vida em paz...” Roberto Carlos, na “Guerra dos meninos” cantou: “Que tudo é mais forte quando todos cantam a mesma canção e que eu devia, ensinar a todos por aí...”

O que há de errado nisso? Num sentido filosófico, nada. No sentido prático, objetivo, tudo. Trata-se de fragmentação de culpa; diluição de responsabilidade, devaneio inócuo assoviando tolices ao vento; médicos corroídos pelo câncer que imaginam poder curar; proposição fugaz de “soluções” impraticáveis.

Quando eu digo desde minha imaginária cátedra, o que todo mundo deve fazer, no fundo, apenas me omito do que eu deveria. Mantenho a pose de engajado pelo bem comum, envernizo meu egoísmo enraizado, enquanto toco trombetas sobre um humanismo suposto, como se estivesse, de fato, além da propaganda enganosa.

Quem prega o Evangelho não faz o mesmo? Não é apenas um fujão receitando pílulas amargas que não toma? Há muitos assim, infelizmente.

Porém, o juízo será segundo o caráter, não, o barulho que fazemos; “Muitos Me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em Teu Nome? em Teu Nome não expulsamos demônios? em Teu Nome não fizemos muitas maravilhas? Então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade.” Mat 7:22,23

A “propaganda” de Cristo deve brilhar no “neon” das atitudes, não, na frívola opulência das falas; “Não se acende a candeia e coloca debaixo do alqueire, mas no velador; dá luz a todos que estão na casa. Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos Céus.” Mat 5:15,16

Não está autorizado a ensinar, quem não pratica. Paulo frisou, como devemos nos portar, “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida nossa obediência.” II Cor 10:6

Isso, internamente; para consumo externo, “Convém também que tenha bom testemunho dos que estão de fora...” I Tm 3:7 Aí não se trata de punir ao desobediente, mas, de atrair quem nos observa.

Esses devaneios de, como fazer um mundo melhor vertem de pessoas que se recusam a deixar que Cristo as faça melhores, a cada uma em particular. Sua consciência as convida; mas, drogam-na com utopias, quando, a demanda é por escolhas práticas: “negue a si mesmo!”

“Ah, se todo mundo...” Cada um em particular, após ouvir O Evangelho se achará diante do dilema de Pilatos: “O que farei de Jesus chamado, O Cristo?” Bancar o desentendido, é uma escolha; um sonoro não! ao Salvador. “... porque clamei e recusastes; estendi Minha mão e não houve quem desse atenção... então clamarão a Mim, mas não responderei; de madrugada Me buscarão, porém, não acharão.” Prov 1;24 e 28

Embora soe desejável ao omisso, a ideia de um convívio harmonioso entre os diferentes, no prisma espiritual, isso não é exequível, dada a essência dos espíritos em conflito. Os desdobramentos são múltiplos, a essência sempre é dual; estamos de um lado, ou, d’outro.

O Ecumenismo do Papa Francisco vem célere cantando as músicas supracitadas; todos os que estão do mesmo lado o aceitarão sem objeções, aplaudirão à “Paz inter-religiosa”.

Porém, quem aprendeu do Senhor sabe da necessidade de separação, e do quê deve se apartar: “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? Que comunhão tem a luz com as trevas? Que concórdia há entre Cristo e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? Que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, entre eles andarei; serei o seu Deus, eles serão Meu povo. Saí do meio deles, apartai-vos, diz o Senhor; não toqueis nada imundo, vos receberei; serei para vós Pai, e sereis para mim filhos e filhas, Diz O Senhor Todo-Poderoso.” II Cor 6:14-18

Não se enganem com o balaio de gatos do ecumenismo; apesar das pelagens diversas, apenas gatos entrarão. As ovelhas de Cristo se recusarão.

E as perseguições, retaliações que imporão aos “negacionistas”? “Em Deus faremos proezas; porque Ele é que pisará nossos inimigos.” Sal 60:12

Todos teremos que fugir. O que nos difere é, de quê? para onde? Os que desejarem fugir do juízo, aprendam essa estrofe: “Mas um dia senti, meus pecados e vi, sobre mim, a espada da Lei; apressado fugi, em Jesus me escondi, e abrigo seguro, Nele achei.”

Quando Deus não entrega



“... veio Nabucodonosor... O Senhor entregou nas suas mãos a Jeoiaquim, rei de Judá e uma parte dos utensílios da casa de Deus; ele os levou para a terra de Sinar, para a casa do seu deus; pôs os utensílios na casa do tesouro do seu deus.” Dn 1:1,2

Uma vitória num confronto bélico sempre foi atribuída, ao deus a quem serviam. Assim, os utensílios do templo do Deus “derrotado”, foram transportados para os domínios do deus “vencedor” em Babilônia.

Derrotado e vencedor, entre aspas, pois, o próprio texto explica que não se tratava disso. 

O Eterno, O Senhor, não pode ser derrotado por ninguém; “... Quem poria sarças e espinheiros diante de Mim na guerra? Eu iria contra eles e juntamente os queimaria.” Is 27:4 “Ainda antes que houvesse dia, Eu Sou; ninguém há que possa fazer escapar das Minhas mãos; agindo Eu, quem impedirá?” Is 43:13 etc.

Da “vitória” de então, Daniel disse: “... O Senhor entregou...”

Quando o povo se desviava da obediência e proceder condigno com os ensinos que recebera, O Senhor enviava profetas com uma chamada ao arrependimento; insistia nisso, antes de enviar a punição. Jeremias gastara décadas avisando em vão; “Desde o ano treze de Josias, filho de Amom, rei de Judá, até o dia de hoje, período de vinte e três anos, tem vindo a mim a Palavra do Senhor, e vos tenho anunciado, madrugando e falando; mas, não escutastes.” Jr 25:3

Então, em casos de reiterada desobediência, O Senhor os entregava nas mãos dos inimigos, para que fossem punidos pela rebeldia. Isso se verificou muitas vezes, na saga do povo eleito.

No fundo, era Deus pelejando contra eles, embora nem sempre vissem assim. “Eles foram rebeldes, e contristaram Seu Espírito Santo; por isso se lhes tornou em inimigo, Ele mesmo pelejou contra eles.” Is 63:10

Nem todas as tentativas dos adversários, porém, contaram com a “entrega” Divina dos Seus servos para serem derrotados. O Criador sempre pelejou pelo Seu Povo; quando esse andou em obediência; ou, mesmo quando a iniciativa era dos inimigos sem ligação com o juízo Divino, o povo escolhido sempre foi vencedor.

Cada nação que, os “conquistadores” da época derrotavam, juntamente, derrotavam o deus dela, era a visão comum. Quando Senaqueribe o rei assírio vinha levando tudo de roldão, mandou emissários contra Jerusalém contando vantagem, e arrolando ao Todo Poderoso, como se fossem um boneco de humana feitura como os deuses derrotados. “Tampouco, Ezequias vos faça confiar no Senhor, dizendo: Infalivelmente nos livrará o Senhor; esta cidade não será entregue nas mãos do rei da Assíria.” Is 36:15 “Onde estão os deuses de Hamate e Arpade? Onde estão os deuses de Sefarvaim? Porventura livraram Samaria da minha mão?” Is 36:19

Invés de ceder a essa jactância o prudente Rei enviou mensageiros ao profeta Isaías e foi orar; “Verdade é, Senhor, que os reis da Assíria assolaram todas as nações e suas terras. Lançaram no fogo os seus deuses; porque deuses não eram, senão, obra de mãos de homens, madeira e pedra; por isso os destruíram.” Cap 37;18,19

O Eterno enviou palavras de conforto, e confiança, ao rei que se humilhava. Numa noite O Anjo do Senhor feriu a 185.000 assírios, derrotando-os cabalmente, sem necessidade de guerra. Assim, quando Ele entrega, é uma coisa; quando peleja, outra.

Não há indícios no ar, que a guerra, ora, em curso contra Israel, bem como, a “solidariedade” circunstante, toda ela, pendendo para os terroristas, os causadores do conflito, seja algum viés de Juízo Divino contra Seu povo.

Na verdade, a certa confederação de nações, que tentará destruir O Estado Judeu nos últimos dias, foi perguntado: “... Assim diz o Senhor Deus: Porventura não saberás, naquele dia, quando Meu povo Israel habitar em segurança?” Ez 38:14

“Ah, vocês cristãos com a mania de meter Deus em tudo! É assunto de homens, não de religiões.” Será? Quando os terroristas degolam vítimas inocentes bradando: “Alá é grande!” trata-se de quê? O deus deles está por trás do que fazem.

Todos têm seu deus! Mesmo os ateus quando endeusam suas “visões de mundo” humanistas.

Os que servem ao Deus vivo com fidelidade, não podem ser derrotados; mesmo que, se permita violência contra eles, aqui; no além, terão a devida reparação em justiça. Assim, se não há desobediência em nós, nada temos a temer.

Oremos pelos inocentes dessa guerra, de qualquer bandeira. Os que a desejam, mascarando inveja, ódio religioso e cobiça por bens alheios, de “Libertação dum povo”, no devido tempo, conhecerão o “Braço do Deus de Israel.”

“O Senhor desnudou Seu Santo Braço perante os olhos de todas as nações; todos os confins da terra verão a salvação do nosso Deus.” Is 52:10