quarta-feira, 30 de março de 2022

Top Trash


“Do qual fui feito ministro, pelo dom da graça de Deus...” Ef 3;7

Fui feito ministro; Paulo sabia quais eram suas inclinações religiosas. Noutra parte testificou: “Não sou digno de ser chamado apóstolo, porque persegui à Igreja de Deus.”

A primeira coisa que um salvo deve ter são dois quadros pendurados na parede da memória; um “antes” e um “depois”; deve lembrar como era o charco de lodo, antes da Rocha.

Deus não nos chama porque somos bons, estamos vendendo saúde espiritual, em circunstâncias ditosas; antes, apesar das nossas ruindades e ambientes, investe Seu Amor e misericórdia; “Eu te conheci no deserto, terra muito seca.” Os 13;5

Paulo fora adversário da Divina Obra; porém, em Cristo, foi feito diferente.

Abstraídas as peculiaridades de cada caso em particular, o mesmo acontece com todos. Malgrado, religiosos, zelosos, tendemos a ser obstáculos, mais que ajudadores, sem a bendita intervenção transformadora de Cristo. Sempre que o ‘eu’ estiver no trono, Cristo não estará; daí o indispensável, “Negue a si mesmo”, coisa que muitos, “cristãos” se recusam a fazer.

Lembro minha falta de jeito com música; tenho um irmão que é músico; ele tentou algumas vezes fazer com que eu estudasse escalas; cansativas repetições até fixá-las em minha alma e nunca conseguiu um aluno dedicado o bastante para tais exercícios.

Preferia pegar revistas que traziam os desenhos de pequenos trechos, que, repetindo-os, fazia alguns solados até; não passava disto. Terminada a sequência colada, acabava o “músico”. Nunca levei jeito. Meu “talento musical” era semelhante ao da Anitta; sem apelações.

Pois, na Obra de Deus, muitos “obreiros” agem assim; decoram três ou quatro cacoetes sem nenhuma base sólida e só.

Primeiro, que um obreiro aprovado não se forma por suas habilidades, sejam quais forem. Todo ministro idôneo deve dizer como Paulo: “Fui feito ministro.”

A parte humana demanda esforço em aprendizado, renúncia, obediência, santificação; essas coisas são indispensáveis; mas, não bastam. “Ninguém toma para si esta honra, senão o que é chamado por Deus, como Arão.” Heb 5;4

O contexto alude ao Sacerdócio de Cristo, comparado com o de Arão. Mas, se O Dele, Eterno Sumo Sacerdote veio ancorado em honra e chamado, por quê a busca de eventuais servidores seria diferente? 

Dos Seus, independente de ministérios é requerida identidade sentimental, ética e espiritual; “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus.” Fp 2;5 “Aquele que diz que está Nele, também deve andar como Ele andou.” I Jo 2;6 “... Sede santos, porque Eu Sou Santo.” I Ped 1;16

Depois dessa mudança de vida aos padrões santos, Ele enriquece aos que escolhe com dons; seremos feitos ministros probos, apenas depois de purificados das nossas carnalidades, às quais, sacrificando seremos levados a conhecer a Vontade do Eterno. “... apresenteis vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

As “escalas da música celeste” também demandam repetições demoradas, renúncia, obediência, santificação, estudo...

Aprender uns cacoetes e criar uma página de “revelações” onde um olho mira a câmera, outro as “curtidas”, qualquer pilantra faz; as redes sociais estão eivadas desses.

Agora, enfrentar a si mesmo, lutar diuturnamente contra más inclinações, até vê-las crucificadas, suportar o deserto do desprezo por vasto tempo, meditar na Palavra dia e noite para aprendê-la melhor, e não se impor a nada; aguardar O Chamado Divino se ele vier; senão, mesmo assim saber-se chamado para ser santo, aí é para poucos.

Esses ditosos raros são instrumentos pelos quais, Os Céus fazem diferença. Não são aves de bandos; mas, quando falam são medicinais suas palavras, porque derivam estritamente da Palavra do Eterno.

A “cantora” aquela abusa de apelações pornográficas para estar nos tops isso e aquilo; ora, um caminhão de lixo no topo do Everest segue sendo lixo, e ainda polui o ambiente.

Infelizmente, está cheio de ministros “Anittos” por aí; que por falta de “talento” (credenciais vistas acima) partem para a apelação das “revelações” “Deus disse isso, aquilo...” coisas sempre brotadas de suas almas doentias, não, da inefável Palavra de Deus, que está escrita.

Não lhes basta a canalhice de ser mentirosos; precisam acrescentar a culpa da profanação; de mentir envolvendo O Santo Nome do Eterno. Eles também têm seu “envolver”, pois.

Antes do Santo Nome de Jesus abrir portas, Ele fecha aquelas nas quais seria indigno um servo Dele entrar. “Todavia o fundamento de Deus fica firme, tendo este selo: O Senhor conhece os que são seus; qualquer que profere o Nome de Cristo aparte-se da iniquidade.” II Tim 2;19

domingo, 27 de março de 2022

Dormindo com o inimigo


“Eis que a mão do que me trai está comigo à mesa.” Luc 22;21

A traição deriva sempre de alguém que tem certa intimidade, amizade; um inimigo agir de modo avesso às nossas conveniências é ser fiel à sua inimizade, agir conforme. É o que deveríamos esperar dele.

A perfídia traz sempre um componente de surpresa; exceto, para Aquele que É Onisciente; Ele pode denunciá-la antes de acontecer.

Nós, dadas nossas limitações cognitivas devemos estar atentos sempre aos riscos das amizades nos decepcionarem. “Que Deus me livre dos meus amigos! Dos inimigos eu me cuido.” Voltaire

Preferimos o bom, o agradável, ao bem e saudável. O primeiro tem a ver com a resposta dos sentidos ao sabor, não obstante, possa se revelar um mal, no fim. O bem, mesmo que, eventualmente, tenha gosto amargo, uma vez processada sua essência trará um resultado benéfico no final, coisas que A Palavra de Deus versa.

Do “bom” que nos seduz rumo à dor, diz: “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele é o caminho da morte.” Prov 14;12

Do “mal” cuja presença receberíamos de mau grado ensina: “Melhor é a repreensão franca que o amor encoberto. Leais são as feridas feitas pelo amigo, mas os beijos do inimigo são enganosos.” Prov 27;5 e 6 Quem preferiria feridas a beijos??

Todavia, dentre todas as traições possíveis, a mais perniciosa é a do que trai a si mesmo. Porque muitos que isso fazem, sequer percebem que estão privando-se da Graça Divina e lançando-se inadvertidamente no campo da maldição; alienação da vida.

A Palavra nos ensina: “... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne o seu braço e aparta o seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável.” Jr 17;5 e 6

Alguns, mercê de interpretações rasas, entendem que não devemos confiar em outras pessoas. Não é essa a intenção do texto. Se o dito “faz da carne o seu braço a aparta seu coração do Senhor,” é um que confia em si mesmo, invés de confiar no Eterno; coisa que o traidor sugerira no Éden. Notemos que esse traído não será decepcionado por terceiro, como seria o que fosse traído por um amigo; antes, será cegado; “não verá quando vem o bem.”

Pois, esse “trair a si mesmo” não é um ato tão particular quanto parece; há um tênue consórcio com a oposição, Satanás, que, por alinhar-se à vontade natural perversa, camufla-se de vontade humana, quando o pecador faz o desejo daquele, pensando buscar o próprio.

Primeiro patrocina a dúvida, descrença; no rastro dessas, traz a consequente cegueira. “Mas, se ainda nosso Evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

Cegueira, privação de entendimento. Naqueles que recebem o “mal” da cruz, Deus faz o contrário; permite que sejam “Iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual a esperança da sua vocação, e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos; e a sobre-excelente grandeza do Seu Poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do Seu Poder, que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à Sua direita nos Céus.” Ef 1;18 a 20

Aos que, cegados pelo inimigo atuam de modo autônomo, A Palavra chama de “sábios aos próprios olhos”; primeiro aconselha que evitemos isso; “Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;7

Noutra parte aquilata o valor; “Tens visto o homem que é sábio aos seus próprios olhos? Pode-se esperar mais do tolo que dele.” Prov 26;12

Paulo denunciou a luta interior contra esse traidor que, muitos nem percebem; “De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim.” Rom 7;17

A maldição campeia entre os que “dormem com o inimigo” colocando as próprias inclinações em lugar do Senhor; a Bênção Dele visita aos que O servem; “Bendito o homem que confia no Senhor, cuja confiança é o Senhor. Porque será como árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e não receia quando vem o calor, mas sua folha fica verde; no ano de sequidão não se afadiga, nem deixa de dar fruto.” Jr 17;7 e 8

O risco é depreciarmos à ação de Judas, sem perceber que seu mal nos “Judia” também.

sábado, 26 de março de 2022

Os santos


“Porque Eu Sou O Senhor vosso Deus; portanto vós vos santificareis, e sereis santos, porque Eu Sou Santo...” Lev 11;44

Uma “simples” razão para os filhos de Deus se santificarem; porque O Pai É Santo.

Originalmente éramos Imagem e Semelhança Divina, natural que, após a regeneração, essa Imagem seja paulatinamente restaurada. Daí, a necessidade de separação da impiedade; vida em obediência, santificação. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá O Senhor;” Heb 12;14

Não, apego fanático a rótulos, rituais; separação deriva do entendimento da Vontade Divina; santificação se aprende como e porquê. “Ele mesmo deu uns para apóstolos, outros para profetas, evangelistas, pastores e doutores, querendo o aperfeiçoamento dos santos, para a obra do ministério, para edificação do Corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé; ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da Estatura completa de Cristo, para que não sejamos mais meninos...” Ef 4;11 a 14

Há um concurso paralelo de edificação (aprendizado) com santificação, (separação) equacionados com crescimento espiritual; “para que não sejamos mais meninos...”

O apego a denominações, rituais, doutrinas humanas, são coisas compreensíveis, nos atos de novos convertidos; meninos espirituais; “Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino.” I Cor 13;11

A “unidade da fé” que deve ser nosso alvo; significa, uma maturidade semelhante dos membros do “Corpo de Cristo” a Igreja, de modo que, não haja pendores particulares, resquícios de egoísmo poluindo o ambiente santo.

Isso está a anos-luz do pretendido e gestado ecumenismo, que, invés da bíblica unidade, propõe a união das fés; coloca no mesmo barco todos os credos, por discrepantes que sejam, e considera todos válidos igualmente.

Deus não é tão “inclusivo” assim; tanto quanto sei, unidade é antônimo de diversidade; devemos peregrinar “Procurando guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da paz. Há um só corpo, um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação; Um só Senhor, uma só fé, um só batismo; Um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, por todos e em todos vós.” Ef 4;3 a 6 Todos “vós” os salvos.

Nas esferas estéticas, raciais, culturais, esportivas, didáticas, políticas, diversidade é saudável, bem vinda; nas questões espirituais, por Deus Seu Único e Santo, essa palavrinha da moda deve ser descartada.

A Salvação é gloriosa e cara demais, para ser recebida de qualquer maneira; não é uma erva vulgar que nasce e medra em todo terreno. O Salvador Ensina: “... Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6

O mundo patrocina o egoísmo; cada qual tem sua “verdade”; aquele clássico seis/nove desenhado no solo, que dois olham de lados opostos e ambos estão “certos” dizendo coisas diferentes; nada poderia ter sido mais cretinamente pensado.

Que as coisas são como cada um vê foi a proposta do capeta no Éden; “Vós mesmos sabereis...” Não precisariam de Deus. Os santos não ouvem o Capiroto; devem aprender com Jeremias, servo de Deus; “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do que caminha o dirigir seus passos.” Jr 10;23

Se, somos chamados a sermos um pouco parecidos com O Pai, urge aprendermos a pensar como Ele; “Deixe o ímpio o seu caminho, o homem maligno seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque Grandioso É em perdoar. Porque Meus pensamentos não são os vossos, nem os vossos caminhos os Meus, diz o Senhor.” Is 55;7 e 8

Embora o conceito vulgar de santo seja a memória de um morto virtuoso, cultuado numa imagem, isso não chega a ser nem simulacro do ensino bíblico.

Um santo vive separado do mundo e seus desvalores; renuncia essas coisas em busca da Vontade do Pai. “... apresenteis os vossos corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis a boa, agradável, e perfeita Vontade de Deus.” Rom 12;1 e 2

Não é, necessariamente, operador de milagres, exigência do Vaticano para “Santificar”; antes, um testemunho vivo do milagre que Deus operou na sua vida, fazendo-o sair do pântano pecaminoso, para a rocha da salvação. “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs meus pés sobre uma rocha, firmou meus passos. Pôs um novo cântico na minha boca, um hino ao nosso Deus; muitos verão, temerão, e confiarão no Senhor.” Sal 40;2 e 3

sexta-feira, 25 de março de 2022

À favor da esperança

“... Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai, para a terra que Eu te mostrarei.” Gn 12;1

A chamada de Abrão com um não, bem definido; “sai da tua terra...” Um sim, em aberto requerendo confiança, fé. “Terra que Eu te mostrarei.”

Após a obediência do patriarca e alguns dias de peregrinação, O Eterno cumpriu o que prometera; mostrou a terra; Canaã. “Apareceu o Senhor a Abrão, e disse: À tua descendência darei ‘esta’ terra”. V 7

A referida era habitada pelos cananeus; a entrega não foi imediata; apenas uma promessa. Daí a expressão, “Terra Prometida”. Notemos ainda que, a promessa não se referia a Abrão estritamente; antes, “à tua descendência...”

Quem presume que a fé seja uma “força” que faz acontecer as coisas aneladas, no tempo desejado, deveria aprender com o “Pai da Fé” que a mesma demanda caminhar seguro na Integridade Divina, mesmo que, as circunstâncias se atrevam a negar indícios de que, o crido será obtido. 

Não há coisas patrocinando à fé, “apenas” O Criador. “... Quando andar em trevas, não tiver luz nenhuma, confie no Nome do Senhor; firme-se sobre seu Deus.” Is 50;10

Os aspectos circunstantes que poderiam encorajar ao Patriarca estavam ausentes; então, “... em esperança, creu contra a esperança, tanto que ele se tornou pai de muitas nações, conforme o que lhe fora dito: Assim será tua descendência.” Rom 4;18

A esperança possível a ele seria viver determinado tempo, dentro do qual a promessa Divina não se cumpriria; não tinha descendência bastante para ocupar à terra; assim, coube-lhe crer “contra a esperança”; além dela, eu diria.

Ousarmos querer promessas eternas dentro de nossos espectros finitos seria o mesmo que reduzir O Eterno às nossas pífias estaturas. Ele pretende ser “um pouco” maior. “... Porventura não encho Eu os Céus e a Terra? diz o Senhor.” Jr 23;24

Não apenas Abrão, (depois mudado para Abraão) morreu sem ver se cumprirem promessas. Todos os “heróis da fé” trilharam vereda semelhante; “Todos estes, tendo tido testemunho pela fé, não alcançaram a promessa, provendo Deus alguma coisa melhor a nosso respeito, para que eles sem nós não fossem aperfeiçoados.” Heb 11;39 e 40

O que seria essa “Coisa Melhor” reservada para nós?

O Salvador falou algo assim também; “Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não viram; e ouvir o que vós ouvis, e não ouviram.” Mat 13;17

A introdução da Epístola aos Hebreus traz esse “upgrade” da Revelação Divina; “Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho...” Heb 1;1

Se, nas limitações de conhecimento de então, aqueles fizeram coisas notáveis, como reagiriam diante do Filho de Deus encarnado? Um deles chegou a tatear no escuro sobre o que se revelaria; “Quem subiu ao céu e desceu? Quem encerrou os ventos nos seus punhos? Quem amarrou as águas numa roupa? Quem estabeleceu todas as extremidades da terra? Qual é o Seu Nome? E qual é o Nome de Seu Filho, se é que o sabes?” Prov 30;4 Agora sabemos; é Jesus Cristo.

Não que sejamos melhores que eles. Para ser honesto, somos bem piores. Todavia, privilegiados por termos nascido num tempo melhor. “Mas agora alcançou Ele (Cristo) ministério tanto mais excelente, (que os levitas) quanto é mediador de uma melhor Aliança que está confirmada em melhores promessas.” Heb 8;6

Dizem que, tempos fáceis fazem homens fracos, e homens fracos fazem tempos difíceis; as facilidades legadas à humanidade depois da vinda do Salvador nem sempre são devidamente aquilatadas. Tendemos a “reclamar de barriga cheia”.

Em relação àqueles O Senhor perguntou: “Que mais se poderia fazer à minha vinha, que Eu lhe não tenha feito?” Is 5;4 O que perguntaria sobre nós? Deu Seu Único Filho por indignos pecadores; tudo que requer em troca é que Lhe demos ouvidos; porém, parece que Ele está pedindo muito.

Muitos usam escândalos do meio religioso como “argumentos” para “descrer”; como se, não fossem exatamente essas coisas que a Bíblia diz que aconteceriam. Uma alma sadia usaria isso para, mais firmemente acreditar.

Cada um usa a máscara que quer; todavia, nenhum escapará da sina de, livremente fazer escolhas, pelas quais responderá. “De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus.” Rom 14;12

A Palavra de Deus, após lembrar que, mesmo coisas faladas por seres criados, nos dias idos, tiveram cabal cumprimento, pergunta-nos: “Como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando ser anunciada pelo Senhor, foi-nos depois confirmada pelos que ouviram; testificando também Deus com eles...?” Heb 2;3 e 4

quinta-feira, 24 de março de 2022

Umbigos coroados


“Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser pôr à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.” Autor desconhecido

Adversidade de certa forma tem poder sobre mim. Senão, sequer ousaria ser minha “adversária”. Todavia, o poder em minha mão é a pedra de toque que mensura meu caráter. Como atuo em relação ao que está sob minha jurisdição, mostra quem sou.

Um rei estende seu poder sobre todo o reino; entretanto, às vezes o mal está bem perto; Isaías disse ao rei Ezequias. “... Assim diz o Senhor: Põe em ordem tua casa, porque morrerás...” Is 38;1 Mesmo sendo rei, seu poder era limitado; “... quem está altamente colocado tem superior que o vigia; há mais altos do que eles.” Ecl 5;8

Na “Império Virtual”, cada um é “César” com sua coroa de latão, reinando sobre opiniões e gostos; os seus são decretos reais; os alheios, meros vassalos.

Não concordou com algo? Exclui. Desgostou de um reparo, um conselho, opinião; posta uma indireta venenosa, quando não, um direto no queixo do atrevido que ousou discordar do/a rei/rainha. O “Coliseu” continua alimentando seus leões com carne humana.

Certa vez li de uma “amiga” que não aceitava opiniões contrárias; “Isto aqui não é uma democracia; (a página dela) é uma monarquia e a rainha sou eu.” Me afastei por falta de jeito para vassalar num reino assim.

As coroas, embora feitas para as cabeças, algumas parecem ornar umbigos.

A “humildade” dos políticos em campanha, e a arrogância dos mesmos, uma vez eleitos, é didática sobre o mal do poder. Ele já estava feito, potencialmente; mercê das circunstâncias, errava camuflado na masmorra do coração egoísta; mas, a escada do sufrágio fez subir ao trono, onde pode ser visto de longe. Dane-se o Peter Parker! Agora tremam ante o Spiderman!

Amiúde, esse “poder” exacerbado é um substrato das nossas fraquezas; por inépcia para enfrentarmos a nós mesmos, única vitória cujo galardão é certo, gastamos munição enfrentando aos outros, parece mais fácil. “cortamos a grama” dos átrios vizinhos, enquanto no nosso, medra toda sorte de ervas daninhas.

Sócrates, o filósofo, definindo ao ser humano disse ser esse, um invólucro de pele, cobrindo um monstro policéfalo (com várias cabeças) e um homenzinho no alto. Segundo ele, cada cabeça do dito bicho é um desejo insano; o homenzinho impotente, a razão, que deveria pautar as escolhas, mas sempre capitula aos poderes superiores do bicho.

Essa impotência não passou desconhecida Daquele que sonda aos corações e sabe todas as coisas; a primeira providência Dele, nos que recebem ao Salvador é “energizar” ao homenzinho aquele, para que pudesse resistir aos ataques do “monstro”; “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12

Dada nossa condição de pecadores mortais, a exortação a Ezequias serve para cada um de nós: “Põe me ordem tua casa, porque morrerás.” Ou, alguém supõe que possa lutar com a morte? “Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para o reter; tampouco, tem ele poder sobre o dia da morte; também não há licença nesta peleja; nem, a impiedade livrará aos ímpios.” Ecl 8;8

Atualmente o egoísmo parece um “Mister Olímpia” pelos músculos que expõe. No futebol, por exemplo, basta alguém cometer o “crime” de gostar de um clube rival, para ser alvo das mais veementes agressões. Como alguém ousaria não gostar do mesmo que eu? Tal deixa de ser adversário e se faz inimigo. Não falo de uma torcida específica; em todas as cores existe muitos assim.

Ora, o poder para operar coisas nos domínios do Espírito, (Santo) depende de quanto permitimos que o mesmo poder opere em nós, antes de, terceiros. Pois, Deus “... É Poderoso para fazer tudo, muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera” Ef 3;20

Por isso, a instrução de Paulo para que se disciplinasse aos desobedientes, apenas, quando os pretensos disciplinadores já o fossem; “Estando prontos para vingar toda desobediência, quando for cumprida vossa obediência.” II Cor 10;6

Noutras palavras: Exerçam poder sobre outros, à medida que permitirdes que o mesmo poder atue sobre vós. Como Cristo na tentação do deserto, expulsou Satanás de perto de si mesmo, antes de expulsá-lo das vidas de terceiros.

Os simples contemplam privilégios do poder; os prudentes consideram responsabilidades; quem padece mais sede de poder sobre outros, é porque inda não bebeu das taças do poder sobre si mesmo. Não conseguindo dominar ao maior adversário, investe contra os menores.

Escolhe a desgraça por fugir da Graça Divina: “... tempo há em que um homem tem domínio sobre outro, para desgraça sua.” Ecl 8;9

Cabeças Ocas


“O Senhor te porá por cabeça, não por cauda; só estarás em cima, não debaixo, se obedeceres aos mandamentos do Senhor teu Deus, que hoje Te ordeno, para os guardar e cumprir.” Deut 28;13

Verso favorito dos que, excitados pela ideia de ser líderes, não, caudatários, esquecem de ler as "letras miúdas" do contrato.

No “Caput” do tratado temos: “Será que, se ouvires a Voz do Senhor teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os Seus Mandamentos que Eu hoje te ordeno, o Senhor teu Deus te exaltará sobre todas nações da terra.” v 1

O Eterno falava a uma nação embrionária, Israel; prometendo a essa, que, ouvindo fielmente Sua Voz e obedecendo, eles seriam exaltados sobre as demais.

A parte humana era ouvir a Voz Divina e guardar Seus mandamentos, obedecer; exaltação seria consequência; “Deus te exaltará.”

Infelizmente, sabemos, isso não aconteceu. Israel servira por mais de quatro séculos aos faraós; então, estabelecido na “Terra Prometida” a infidelidade mostrou as garras; após muitas idas e vindas, entre bons e maus líderes acabou cativo por mais setenta anos.

Incautos têm o hábito de tomarem para si as promessas feitas a Israel, ignorando as consequências pela desobediência; muitos pregadores “cristãos” lançam sobre seus ouvintes que, também nós, fomos chamados a ser cabeças.

A ideia vulgar é ser proeminente, influente econômica e politicamente, o que Deus teria planejado para cada um de nós, os cristãos, em particular. Temo que não seja bem assim.

Estados e países têm suas “Capitais”, que é uma derivação de “cápita”; cabeça, em latim. Num universo de umas seis mil cidades, são menos de trinta capitais em nosso país. Não há espaço para tantas “cabeças”.

Há uma diferença funcional entre ambos os Testamentos que não podemos ignorar, para uma interpretação sadia da Palavra de Deus. No antigo Ele tratava, sobretudo, com uma nação, que pretendia estabelecer na terra, como “Reino Sacerdotal, povo santo.”

No Novo, em Cristo, depois da rejeição do Messias pelas lideranças do “Povo Eleito” incidiu a sentença que O Próprio Salvador predissera: “Portanto, Eu vos digo que o Reino de Deus vos será tirado; será dado a uma nação que dê os seus frutos.” Mat 21;43

“Nação” agora é figura de linguagem, para todos os seguidores de Cristo, Judeus e Gentios, unidos pelo traço comum de “dar frutos” Nele. Isso facilmente se percebe a partir da comissão global dada aos primeiros salvos: “Ide por todo mundo; pregai o Evangelho a toda criatura...”

Paulo ensinou: “Porque Ele é nossa paz, o qual, de ambos os povos fez um; derrubando a parede de separação que estava no meio.” Ef 2;14

Assim, já não há “cabeças” nacionais; os cristãos foram chamados à renúncia de si mesmos, não à conquista de um Reino terreno; somos desafiados a ser sal e luz, exemplos no falar e no agir, não cobiçosos de grandezas mortas, como os que amontoam metais sobre seus túmulos enquanto desprezam a vida.

As riquezas que contam são “de cima”; valores do alto, o “Tesouro nos Céus”. Então, ser cabeça ou cauda deve ser aquilatado sob essa escala de valores, como ensinou Isaías: “O ancião, o homem de respeito é a cabeça; o profeta que ensina falsidade é a cauda.” Is 9;15

Portanto, você que se jacta de ser “cabeça” entenda que sua função é ser alguém respeitável, diferente do que propaga ou confia em falsidades.

Como no caso de Israel, a relevância herdade derivaria de ouvir a Voz de Deus e obedecer, muito mais nós, a quem O Filho de Deus Falou abertamente, coisa desconhecida no Antigo Pacto. A quem mais se deu, mais será cobrado, ensinou O Salvador; de modo que, nossa dívida é maior que a deles.

Diferente da exaltação prometida naqueles dias, agora temos o concurso da rejeição do mundo e seu príncipe, em cujas mãos estão, o domínio político e econômico, em esmagadora maioria. “No mundo tereis aflições...”

Logo, a pretensão de grandezas terrenas num sistema ímpio às portas da condenação é uma insanidade sem pé nem cabeça.

Somos membros de um Corpo Santo, cuja cabeça, É Excelsa, Cristo. Paulo exortou contra as heresias periféricas dos que estavam, “não ligados à cabeça, da qual todo o corpo, provido e organizado pelas juntas e ligaduras, vai crescendo em aumento de Deus.” Col 2;19

Autonomia alienada de Deus foi a queda. Desde então, a doença permanece. “Hay muchos que prefiren ser cabezas de ratón, a ser caudas de león”, ouvi de um castelhano certa vez.

A coisa é relativamente simples de entender, embora, difícil andar nela; ou, nos rendemos a Cristo, O Digno Cabeça, Rei dos Reis; ou, fingindo ser donos dos próprios narizes, seguiremos serviçais do monstro aquele, de sete cabeças.

quarta-feira, 23 de março de 2022

Você está enganado!


“Porque tanto o profeta, quanto o sacerdote, estão contaminados; até na Minha Casa achei sua maldade, diz o Senhor.” Jr 23;11

Deus ensina que tudo tem seu tempo determinado. Atrevo-me a dizer que muitas coisas têm também um local apropriado; desfilando fora desse, não farão boa figura.

A dança requer o concurso da música, sem a qual soaria esquisita, no mínimo. O solene é refratário ao bufão; um hospital a algazarras, barulho; a intimidade é um “cenáculo” hermético, sem espaço para terceiros; o testemunho deveria desfilar de mão dadas com a verdade; senão, nem deveria sair de casa; “Não dirás falso testemunho.” Se, alguém frequenta ambientes dedicados ao Santo, pelo menos nesses, deveria manifestar certa reverência, temor; não entraria de botas embarradas, num local sofisticadamente limpo, decorado.

Em Jeremias encontramos dois, que, pelas funções exercidas deveriam, não apenas respeitar esses ambientes, mas, ser instrumentos do Supremo Arquiteto, para cooperarem na “decoração” que Ele deseja. Sacerdote e profeta.

Estando em suas almas, contaminados, poluíam onde frequentavam, também; “Porque tanto o profeta, quanto o sacerdote, estão contaminados; até na minha casa achei sua maldade...”

Não significa que existam lugares apropriados para pecar; mas, alguns, pela Santa Presença envolvida, são espaços que demandam temor, reverência. Isaías denunciou outros assim: “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende justiça; até na terra da retidão ele pratica iniquidade; não atenta para a Majestade do Senhor.” Is 26;10

Nos dias do Salvador ocorreu o mesmo; “... A minha casa será chamada casa de oração; mas vós a tendes convertido em covil de ladrões.” Mat 21;13

Uns pecavam até na Casa do Senhor; outros, na “Terra da retidão”; deve ser a mesma coisa.

A loucura do ímpio é tal, que consegue a proeza de pecar orando!! “O que desvia seus ouvidos de ouvir a Lei, até sua oração será abominável.” Prov 28;9

A Palavra ensina-nos a termos ouvidos, mais que bocas. Que sejamos prontos a ouvir, tardios em falar.

Não significa que os que atuam ministerialmente sejam perfeitos, não pequem; mas, o mínimo que se espera é sejam detentores do conhecimento necessário sobre sua função, e o que ela significa. Um lapso miúdo, no que ocupa lugares santos já incomoda; “... as moscas mortas fazem exalar mau cheiro e inutilizar o unguento do perfumador...” Ecl 10;1

Buscar um desses deveria significar aproximação com Deus; não, com o pecado; “Porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento; da sua boca devem os homens buscar a Lei porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos.” Ml 2;7

Não tomar o Nome do Senhor em vão é um mandamento.

Entretanto, as redes sociais estão eivadas de “profetas” com uma “intimidade” com O Eterno que até dá medo; “Deus me mostra isso, aquilo; manda dizer aquilo outro para alguém...” Cáspita!!!

Deus não fala com alguéns! Se, entregar algo pontual para determinada pessoa, Pode chamá-la pelo Nome. Se o “profeta” fica palpitando para todo lado, mesmo que “adivinhe” eventualmente, o dito não vem do Senhor.

São chutadores sem noção, privados da Graça de Deus; pois, algumas coisas são aprendizados básicos para os que, a recebem; situa-nos como pecadores que somos, e faz entender que, sem santificação ninguém verá O Senhor.

Nos torna cautelosos ao falar em Nome do Eterno; “Não te precipites com tua boca, nem teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus; porque Deus está nos céus; tu estás sobre a terra; assim sejam poucas tuas palavras.” Ecl 5;2

Se estivessem a serviço Dele, antes de entregar “vitórias” a torto e a direito para gente que não se atreve a vencer nem mesmo, à cobiça material, manteriam a reverência Devida ao Santo, invés de profaná-lo. “Ao Meu povo ensinarão a distinguir entre o santo e o profano; o farão discernir entre o impuro e o puro.” Ez 44;23

Algumas pistas são básicas para se identificar um profeta probo; “Mas, se estivessem no Meu Conselho, então teriam feito Meu povo ouvir as Minhas Palavras; o teriam feito voltar do seu mau caminho, e da maldade das suas ações.” Jr 23;22 Entregariam correção segundo a Palavra, não essas “vitórias” incondicionais, segundo os desejos carnais.

Perguntado sobre características dos últimos dias, O Salvador advertiu: “Vede que ninguém vos engane...” A maior “vitória” de um salvo nesse contexto seria caminhar à Luz Divina, vendo pelos Olhos do Espírito; “O que é espiritual discerne bem tudo e de ninguém é discernido.” I Cor 2;15

O primeiro engano que precisamos vencer habita em nós mesmos, e nos faz crer que andando à nossa maneira somos chegados do Santo. “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim, são os caminhos da morte.” Prov 14;12