domingo, 8 de maio de 2016

Como é O Rosto de Deus?

“Porque Deus não sobrecarrega o homem mais do que é justo, para o fazer ir a juízo diante dele.” Jó 34;23 

Eloquente essa tênue fronteira que limita ao Soberano do Universo. “Não mais do que é justo...” Ou seja: A justiça. Pena que essa cerca que “restringe” O Eterno, não baste para conter o frêmito das paixões humanas. Como seria, se, cada um de nós, não ousasse nada, além do que é justo?

Para O Santo, multidão não equivale a razão, tampouco, pobreza a argumento, somente, justiça. Vejamos: “Não seguirás a multidão para fazeres o mal; nem numa demanda falarás, tomando parte com a maioria para torcer o direito. Nem ao pobre favorecerás na sua demanda.” Êx 23;2 e 3

Entre nós, paixões clubísticas, partidárias, patrocinam toda sorte de injustiças; seja, nos fazendo extremamente rigorosos com “eles”, seja, sendo demasiado indulgentes com os “nossos”.

Não raro, argumentamos segundo a justiça e somos redarguidos segundo a paixão. Em casos assim, o silêncio se torna o melhor argumento, pois, só ele possui a eloquência necessária para que possamos situar devidamente o tolo em sua insignificância.

Claro que coisas imperfeitas demandam mudanças, crescimento, ou, para usar uma palavra atual, um upgrade, rumo à perfeição. Com esse fim é salutar o gládio das ideias, cotejar de valores. Entretanto, essa é a arena onde peleja a justiça. A paixão não labora pelo aperfeiçoamento, antes, pela afirmação. Sua “matéria prima” é dobrar o outro, nunca a evolução do próprio apaixonado.

O “nós” e o “eles” de quem tem o amor à justiça como escopo são o justo x o injusto, estejam esses, sob o lábaro que estiverem. Ilustrando com nosso contexto político, pouco importa se o corrupto é do PT, PSDB, PMDB, etc. se for comprovadamente corrupto, há de sofrer a diatribe da justiça, mediante nós, se, a temos como valor supremo.

Porém, se critico alguém do PT, presto sou identificado como sendo PMDB, ou, PSDB, pois, a crítica nesse campo, alinha-se a bandeiras, invés de valores. Sinto vergonha alheia quando, alguém, para defender corruptos de seu partido acena com a corrupção de outros. Como se essa justificasse àquela. Que pai ficaria feliz, se, seu filho decidisse consumir Crack, porque há outros que fazem; ou a filha se tornasse prostituta pelo mesmo motivo? Ora, assim agem os que defendem seus maus, porque há outros maus alhures. Estúpidos servos das paixões, inimigos da justiça.

Aos meus ouvidos soa abjeto esse discurso que, “Eduardo Cunha é Ladrão, portanto, o processo de impeachment, nulo, o PT foi injustiçado”. Todos os ladrões são maus, injustos, da sigla que forem. Que pague, cada um, por sua vez, e nos curemos, inda que, tardiamente, de nossa “Síndrome de Estocolmo” onde a vítima se apaixona por seu algoz.

Ao justo não deve faltar a ousadia da concessão, nem, coragem de reconhecer eventuais injustiças. Afinal, não vê a justiça como escudo de pessoas, antes, como instrumento de afirmação dos valores Supremos, de Deus. A responsabilidade da liberdade, tolhe que sejamos inconsequentes. Noutras palavras, todos seremos julgados por nossas escolhas, no tempo aprazado pelo Criador.

O mundo considera “Astros” os que se destacam nas artes, nos esportes, na política... O Senhor, adjetiva assim, aos Seus cooperadores, que, secundando Suas Leis, ensinam a justiça, diz: “Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente.” Dn 12;3

Somos tardos para entendermos as coisas espirituais. A maneira que foi ordenado a Aarão que abençoasse o povo invocava sobre ele o “Rosto de Deus”; O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; O Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz.” Núm 6;25 e 26

Como devemos entender o resplendor da Face de Deus sobre Seus abençoados, se, Deus é Espírito? A mesma Palavra ensina: Quanto a mim, contemplarei a tua face na justiça; eu me satisfarei da tua semelhança quando acordar.” Sal 17;15


Assim, a bênção de Deus sobre nós, outra coisa não é, senão, nos ensinar a andarmos em justiça; capacitar mediante Seu Espírito Santo, que assim andemos. As coisas materiais, via trabalho estão ao alcance até dos injustos. 

A paz de espírito, o silêncio de uma consciência pura, porém, apenas os que praticam a justiça usufruem. O efeito da justiça será paz, a operação da justiça, repouso e segurança para sempre.” Is 32;17 Aos demais, agitação e sujeira, segundo o mesmo profeta: “Mas, os ímpios são como o mar bravo, porque não se pode aquietar; as suas águas lançam de si lama e lodo. Não há paz para os ímpios, diz o meu Deus.” Is 57;20 e 21

sábado, 7 de maio de 2016

A rejeição das palavras, da Palavra

“Porque a um pelo Espírito é dada a palavra da sabedoria; a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da ciência;” I Cor 12;8

Tenho deparado com muitas, ácidas, postagens depreciando palavras, afinal, a virtude reside nas ações. Tal distinção a própria Bíblia se encarrega de fazer: “Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas, em poder.” I Cor 4;20

O contexto de tal frase, contudo, foi de certos agitadores que apareceram em Corinto na ausência de Paulo; sabedor, disse queria conhecer-lhes a virtude, uma vez que, das suas palavras já soubera.

Tenciono sempre, ao escrever, por em relevo ensinos bíblicos, jamais, os ofuscar, distorcer, contrariar; então, se assim A Palavra afirma, assim subscrevo, assim é.

Contudo, a superfície do lago não basta para revelar seu todo. Primeiro, não é o uso das palavras que a Bíblia combate, antes, o agir diverso do que se fala, o que configura hipocrisia, largamente combatida por Jesus. Ademais, esses “filósofos” de Facebook que atiram para todos os lados com armas alheias depreciam o uso das palavras, através de, palavras.

Ora no que tange à Palavra de Deus, ela mesmo insta-nos que anunciemos a tempo e fora de tempo, pois, “... a fé é pelo ouvir, e ouvir pela palavra de Deus.” Rom 10;17

Óbvio que, alguém cujo testemunho de vida conhecemos, e destoa do que ensina, não nos interessa, sendo seu viver a antítese de seus sermões; entretanto, outro que, desconhecemos a vida, e, graças aos meios de hoje podemos conhecer os pensamentos, rejeitarmos por que são meras palavras, tal rejeição não deriva de lapsos no emissor da mensagem, antes, no receptor, nos valores que tal, esposa.

Certo é que, quanto maior for a luz de quem ensina, diretamente proporcional será a responsabilidade perante O Eterno; mas, isso é problema dele, não de quem lê. Tiago disse: “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo. Porque todos tropeçamos em muitas coisas. Se alguém não tropeça em palavra, o tal é perfeito, poderoso para também refrear todo o corpo.” Tg 3;1 e 2

Verdade é que é muito mais fácil rejeitar algo que nos desafia, como se, indigno, desse modo a “virtude” estará conosco, o vício alhures, que ter a coragem de se olhar no espelho, e, uma vez identificando alguma sujeira, lavar-se. O mesmo Tiago aludiu a uns que até miravam-se, mas, não se lavavam. “Sede cumpridores da palavra, não somente ouvintes, enganando-vos com falsos discursos. Porque, se alguém é ouvinte da palavra, não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, vai-se, e logo esquece de como era.” Tg 1;22 a 24

Interessante que tais foram postos como enganadores de si mesmos. Na verdade, malgrado a forma, os instrumentos que O Senhor use para que o Evangelho chegue a alguém, no fundo, trata-se de uma disputa entre luz e trevas, tendo o ouvinte como alvo.

A escolha sempre será livre, como foi, aliás, ante o próprio Salvador. Acusou Seus ouvintes, não de rejeição a meras palavras, antes, à Luz, pela perseverança nas más obras. “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que as suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que as suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

É próprio da luz iluminar, aclarar o teatro das ações, que, nesse caso, mostra os valores do céu; não é um agir, estritamente, mas, possibilitar agir segundo Deus. “Lâmpada para os meus pés é tua palavra, luz para meu caminho.” Sl 119;105

Concluindo, deve ser cabalmente reprovável, rejeitada, qualquer espécie de atitude hipócrita; contudo, muitas vezes a própria “filosofia” do que rejeita aos desafios Divinos, mediante Seus comissionados, não passa de hipocrisia, de um que recusa ter sobre a cerviz o Jugo de Cristo, e, ainda pretende sair desfilando sua loucura travestida de sabedoria.

A escalada no Monte Santo é árdua, lenta, mas, contínua, para aqueles que, humildemente fazem a boa escolha. Tais, são reputados justos, graças à justiça de Cristo. E O Espírito Santo ajuda-os, na aquisição paulatina, de mais luz a cada dia. “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18


Enfim, seja nosso, não, à hipocrisia, derivado de nosso Sim, a Cristo; por termos aprendido Dele, a conjugar valores e ações, no Santo Jugo da Integridade. 

domingo, 1 de maio de 2016

Um Jeito doentio de amar

“Vi na destra do que estava assentado sobre o trono um livro escrito por dentro e por fora, selado com sete selos... Quem é digno de abrir o livro e de desatar os seus selos?” Apoc 5;1 e 2 

Livros eram rolos, diferentes dos atuais. Agora, terem as páginas usadas de ambos os lados é usual, então, os rolos, fossem papiros, pergaminhos, tinham um lado liso onde se escrevia, outro mais áspero, que era a “capa”.

Entretanto, o livro em apreça tinha Escrituras por dentro e por fora, um tipo especial. Se era assim no formato, não menos no teor, tanto que, requeria uma dignidade ímpar, para que pudesse ser aberto. “Eu chorava muito, porque ninguém fora achado digno de abrir o livro, de o ler, de olhar para ele.” V 4 João desejava tanto que ele fosse aberto, que chorou ante a impossibilidade. “Disse-me um dos anciãos: Não chores; eis aqui o Leão da tribo de Judá, a raiz de Davi, que venceu, para abrir o livro e desatar os seus sete selos.” V 5

O governo que fora perdido na desobediência de Adão, foi resgatado por Jesus, por isso, apenas Ele é digno de abrir a “Escritura de Posse” e implantar em Sua Propriedade, diretrizes que desejar. No caso, desejava jugar.

Alguns devaneiam com uma distinção dimensional entre coisas materiais e  espirituais, como se, essas fossem assunto de Deus, após a morte, e aquelas, assuntos humanos que nós gerimos alienados do Santo.

Muitos entenderão tardiamente a ligação indissociável, do reino espiritual e o material. O que está escrito por dentro, ( no espírito ) será visível por fora, no teatro das ações, quando O Senhor abrir O Livro.

A dignidade nos padrões humanos é muito doentia, apaixonada. Ante Deus, não vale conchavos, eufemismos, aparências, tão usuais entre nós. Fui acusado por alguém que me lê de não ser digno de me dizer cristão, pois, escrevi que a derrocada do PT era Juízo de Deus, que remove governos conforme Sua Vontade. 

Disse, essa pessoa, que o principal mandamento cristão é amor, e, ao ser “contra os programas sociais” eu não amava aos pobres, ademais, tinha uma questão de justiça, os tais 54 milhões de votos que precisam ser respeitados.

Bem, primeiro temos uma ideia errada do amor, depois, outra, sobre justiça, respeito. Do amor se diz que, “Não se porta com indecência, não busca seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; Não folga com a injustiça, mas, com a verdade;” I Cor 13;5 e 6

Se pudesse acontecer divorciado da justiça, não seria necessária a Cruz de Cristo, tampouco, a pregação do Evangelho; afinal, Deus ama a todos.

Contudo, nunca ouvi ou li alguém se manifestando contra programas sociais, salvo algum reparo, que até eu fiz, ao constatar que falta critério no cadastro do Bolsa Família, por exemplo, onde uns que, ganham mais de dois mil reais por mês, gente que conheço, recebem. Coisa desonesta.

Assim desviar o foco da irresponsabilidade fiscal, corrupção, que indigna aos brasileiros decentes e apontar para convenientes barreiras ideológicas é um argumento canalha, narrativa falsa, útil para blindagem de ladrões. Mas o Cunha também roubou! Dane-se, pague! Não escrevi nada em sua defesa nem de outro ladrão qualquer, apenas que era útil no processo de impeachment, aliás, já foi. Cadeia para ele também, pois, de um cristão se requer amor à verdade, à justiça, além das pessoas.

Tais, mentem 24 horas por dia, até quando se “defendem” dizendo que o cumprimento da Lei é “Golpe”. Se fosse, ingressariam no Supremo, pois, zelar pela Constituição é o papel do referido Tribunal. Sabem que é mentira, mas, devo amar isso, se sou cristão.

Cristo pensava diverso sobre mentirosos, disse: “Vós tendes por pai ao diabo, quereis satisfazer os desejos do vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, pai da mentira.” Jo 8;44

Sobre respeitar os votos, quem prometeu muitas coisas e fez exatamente o oposto, foi Dilma, de modo que ela desrespeitou seus eleitores.

Assim, quando alguém decidir advogar ímpios usando como argumento o Amor de Deus, por questão de decência, não omita o Ódio também. De Cristo o salmista disse: “Tu amas a justiça e odeias a impiedade; por isso Deus, o teu Deus, te ungiu com óleo de alegria mais que a teus companheiros.” Sal 45;7 


Não me preocupa se alguém que me lê me acha digno ou não, isso pertence a Deus. O que está escrito dentro de cada um, no juízo estará por fora, aí, como diz o gaúcho, veremos quem tem butiás no bolso.

segunda-feira, 25 de abril de 2016

A Bênção das Aflições

“Tira da prata as escórias, e sairá vaso para o fundidor;” Prov 25;4

Parece óbvio que o intento do sábio não é ensinar como se purifica prata, uma vez que era sobejamente conhecido, então; antes, usar tal processo como metáfora para purificação humana. Assim, poderíamos parafraseá-lo: “Tira do coração as más inclinações, e nascerá um filho para Deus.”

A ideia inicial de usar a figura relativa ao homem, vem de antes de Salomão. Davi, seu pai, usara também: “Pois tu, ó Deus, nos provaste; tu nos afinaste como se afina a prata.” Sal 66;10 Isaías expressou em que consiste o “fogo” de tal purificação; “Eis que já te purifiquei, mas não como a prata; escolhi-te na fornalha da aflição.” Is 48;10

O mesmo Davi, para ilustrar a pureza da Palavra de Deus, refinou ao extremo, o referido metal. “As palavras do Senhor são palavras puras, como prata refinada em fornalha de barro, purificada sete vezes.” Sal 12;6

Finalmente, Malaquias, aludindo à vinda do Salvador, tendo como mote a purificação, ampliou a figura: “Mas, quem suportará o dia da sua vinda? Quem subsistirá, quando ele aparecer? Porque ele será como o fogo do ourives, como sabão dos lavandeiros. Assentar-se-á como fundidor e purificador de prata; purificará os filhos de Levi, os refinará como ouro, como prata; então, ao Senhor trarão oferta em justiça.” Mal 3;2 e 3

Diferente de certos pregadores da moda, cuja ênfase recai sobre a oferta, a Palavra de Deus o faz sobre a pureza. Sem essa, mesmo as ofertas resultam impuras. Aliás, a própria oração, daquele que recusa a obedecer é reputada como desprezível. “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável.” Prov 28;9

Mas, como se retirava as escórias dos metais preciosos? Eram levados ao fogo, derretido em vasilhas refratárias, os cadinhos, na superfície formava-se uma escuma de impurezas que era removida com uma escumadeira. Processo repetido várias vezes até que fosse obtida a pureza desejada.

Deixando a figura, os metais, digo, olhando para nós, como se dá nossa purificação? Isaías mencionara a “fornalha das aflições”. Contudo, nem toda aflição obra por nos purificar; depende do motivo pelo qual nos afligimos. Paulo distinguiu dois tipos de tristeza. “Agora folgo, não porque fostes contristados, mas porque fostes contristados para arrependimento; pois fostes contristados segundo Deus; de maneira que por nós não padecestes dano em coisa alguma. Porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas, a tristeza do mundo opera morte.” II Cor 7;9 e 10

As tristezas por razões naturais, paixões carnais, não operam arrependimento, daí, não equivalem à tristeza segundo Deus. Essa deriva de, em algum momento eu ter convicção que O entristeci, agi diverso de Seu propósito, Sua vontade. Como na purificação dos metais é indispensável o fogo, na da alma, o novo nascimento, o “calor” do Espírito Santo, que se encarrega de regenerar às cauterizadas consciências de quem se sentiam, então, confortáveis no regaço do pecado.

Embora alguns incautos equalizem o Batismo no Espírito Santo ao fogo, é apenas parte de algo mais complexo. Aflições trazem “calor” para nos derreter; o Espírito, a luz para que sejam manifestas nossas escórias. Por isso, João Batista apresenta como que, dois batismos paralelos: Um, com O Espirito Santo, outro, com fogo. “...eis que vem aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de desatar a correia das alparcas; esse vos batizará com o Espírito Santo, e, com fogo.” Luc 3;16

As “línguas de fogo” que foram “vistas”, não, ouvidas, no dia de Pentecostes ilustravam purificação circunstancial, para que lábios impuros pudessem glorificar Ao Senhor. Tiago advertiu de tais impurezas: “Da mesma boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não convém que se faça assim. Porventura deita alguma fonte de um mesmo manancial, água doce e amargosa?” Tg 3;10 e 11

A Palavra chama de “justo” quem escolhe servir a Deus, ainda que imperfeito; ao tal, suas escórias são reveladas paulatinamente, à medida que se dispõe, mediante obediência, a se livrar delas. “A vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18


Quantos oram pedindo libertação das aflições, sendo que, essas são já o livramento de Deus, digo, Ele revelando escórias das quais nos quer purificar? Que aflição maior há, que a perdição eterna? E, santificação dos servos de Deus não é uma opção, é condição indispensável, se, O queremos ver. “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor;” Heb 12; 14, “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus;” Mat 5;8

domingo, 24 de abril de 2016

"Vício de Origem"

“Disseram-lhe: És tu também da Galileia? Examina, verás que da Galileia nenhum profeta surgiu.” Jo 7;52

A confusão se estabelecera em torno de Cristo; a causa era dupla: Sua Doutrina, e Sua Origem. Não constava que tivesse frequentado grandes centros culturais, como Roma, Alexandria, por exemplo; entretanto, Sua Doutrina era desafiadora, sábia, coerente, profunda. Em “desabono” a isso havia certo “vício de origem”; digo, Seu surgimento associado a uma terra vil, sem importância alguma, Galileia.

Uns desejavam um Messias que surgisse do nada, como Elias, sem ascendência muito conhecida, diziam: Todavia bem sabemos de onde este é; mas, quando vier o Cristo, ninguém saberá de onde é.” Jo 7;27

Outros eram “ortodoxos” ciosos das profecias, nelas esperavam: “diziam: Este é o Cristo; mas, diziam outros: Vem, pois, o Cristo da Galileia? Não diz a Escritura que o Cristo vem da descendência de Davi, de Belém, aldeia de onde era Davi?” Vs 41 e 42

Muitos dos problemas que nos assolam derivam de usarmos mais as cordas vocais que os tímpanos, as emoções, que o cérebro. Diversa da pecha dos opositores, a fé não é cega. Alguém tentar entender, antes de crer, certa dúvida inicial é salutar. Se vou confiar, necessito saber em quê.

Esperar o Messias oriundo de Belém era coerente com as Profecias. Miqueias dissera: “Tu, Belém Efrata, posto que pequena entre os milhares de Judá, de ti me sairá o que governará em Israel, cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade.” Cap 5;2

Contudo, o profeta falara em Nome de Deus, Ele dissera que O Messias sairia “para Ele”, de Belém. Para o povo, Sua estreia ministerial se daria, justo, na vil Galileia, na terra de má fama; quem dissera isso fora Isaías.

Mas, a terra, que foi angustiada, não será entenebrecida; envileceu nos primeiros tempos, a terra de Zebulom, a terra de Naftali; mas, nos últimos tempos a enobreceu junto ao caminho do mar, além do Jordão, na Galileia das nações. O povo que andava em trevas, viu uma grande luz, sobre os que habitavam na região da sombra da morte resplandeceu a luz.” Is 9;1 e 2

Esse vício de ouvirmos apenas o que gostamos, queremos, ou, “pacificar” incompreensões com mera rejeição grosseira vige ainda, infelizmente. Grosso modo as pessoas ouvem o que desejam ouvir, o demais se perde, malgrado, seja sábio, relevante.

Por exemplo, na votação da admissão do processo de impeachment da Presidente Dilma, votantes de ambos os lados falaram um monte asneiras; uns, até cometeram improbidade passível de cassação. Alguns usam isso, o método, para desfazer o mérito do voto. Gente que ouve o que quer apenas.

Assim, muitos rejeitam mensageiros de Deus pelas limitações culturais, outro “vício de origem”, afinal, pretenderem entender de coisas pertinentes à eternidade, pessoas incultas, é demais.

Entretanto, essa foi a escolha de Deus. Paulo ensina que o método da Sabedoria, o “Plano A” que seria simples obediência se perdeu, Deus está no “Plano B”. “Visto como na sabedoria de Deus o mundo não O conheceu  pela sua sabedoria, aprouve a Deus salvar os crentes pela loucura da pregação.” I Cor 1;21

E, para um método louco, qualquer doidivanas inculto serve, desde que, tenha sido salvo, por sua vez. “Porque, vede, irmãos, vossa vocação, não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas, Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; Deus escolheu as coisas vis deste mundo, as desprezíveis, as que não são, para aniquilar as que são; para que nenhuma carne se glorie perante ele.” I Cor 1;26 a 29

Incautos dos dias de Cristo O queriam vinculado a origem nobre, de Davi, não da Galileia. Os de hoje, O rejeitam por alienado da eloquência, da retórica; não percebem, como aqueles, que apenas sua visão está baça, o que necessitam urgentemente está diante deles.

Quem carece salvação não pode escolher meios, deve aceitar o que surgir. Imaginemos um janota qualquer no fundo de um poço de lama gritando por socorro. De repente aparece um caipira e fala: “Carma moço, já vô pinchá uma soga procê saí.” O sujeito recusa ajuda, afinal, o certo seria: “Não se desespere, vou jogar-lhe uma corda”? Deixa de ser imbecil! Escapa por tua vida!


Pegando carona nos folclóricos votos, bem poderias dizer: “Por que em nenhum outro há salvação; por que sou miserável pecador carente de ti; por que És O Digno Rei dos Reis, por que importa mais a beleza do sentimento que a inspira, que a forma da mensagem, agradecido e comovido, aceito-te, sim, Senhor Jesus”.

sábado, 23 de abril de 2016

Os Campeões de Deus

“Então, também eu a ti confessarei que a tua mão direita te poderá salvar.” Jó
40;14

O advérbio, “então” refere-se a determinado caso, ou, momento. As palavras acima são de Deus, que, após propor a Jó algumas tarefas Divinas, disse que, se ele as executasse, O Próprio Criador reconheceria que o desafiado poderia salvar a si mesmo.

E, olha que Jó era um homem justo, tanto que, o Mesmo Senhor dissera que era reto, temente, e se desviava do mal.

Acontece que o mais alto padrão de justiça humana ainda fica mui aquém do parâmetro Divino. Isaías chutou o pau da barraca: “Todos nós somos como o imundo, nossas justiças como trapo da imundícia; todos nós murchamos como a folha, as nossas iniquidades como um vento nos arrebatam.” Is 64;6

Mesmo que sejamos justos em nossas relações interpessoais, e devemos ser, ainda estaremos distantes das aspirações do Santíssimo. O salmista expressou nossa impossibilidade redentora: “Aqueles que confiam na sua fazenda, se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles, de modo algum pode remir seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele, pois, a redenção da sua alma é caríssima...” Sal 49;6 a 8

Esse valor, entretanto, não se mensura em bens, riquezas materiais, mesmo, justiça horizontal; pois, nesse caso, um justo como Jó serviria para desfazer o mal feito por Adão.

A demanda celeste era “um pouco” mais alta. Buscou para o Sumo Sacerdócio um, “Que não foi feito segundo a lei do mandamento carnal, mas, segundo a virtude da vida incorruptível. Porque nos convinha tal sumo sacerdote, santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, feito mais sublime do que os céus; que não necessitasse, como os sumos sacerdotes, de oferecer cada dia sacrifícios, primeiramente por seus próprios pecados, depois, pelos do povo; porque isto fez ele, uma vez, oferecendo a si mesmo.” Heb 7;16, 26 e 27

Gostemos da assertiva ou não, os melhores de nós, humanos, não passam de layouts, esboços grosseiros da arte final almejada por Deus. “Os melhores homens que conheci, - disse Spurgeon - estavam sempre descontentes consigo mesmo, em busca de algo que os tornasse ainda melhores.”  Eis uma virtude que Deus preza: Humildade, reconhecimento de nossas imperfeições, falhas, e, anseio por aperfeiçoamento.

Afinal, nosso parâmetro proposto não é Jó, malgrado sua justiça, mas, Cristo, Sua Justiça e Santidade. “Querendo o aperfeiçoamento dos santos para a obra do ministério, para edificação do corpo de Cristo; até que todos cheguemos à unidade da fé, ao conhecimento do Filho de Deus, a homem perfeito, à medida da estatura completa de Cristo.” Ef 4;12 e 13

Um dos traços mais marcantes da Estatura Espiritual de Cristo era sua capacidade de manter-se Íntegro, Santo, em meio às adversidades. Nós, por nossa natureza frágil e comodista tendemos a querer facilidades, mesmo em ambientes adversos.

Os vencedores da Terra ganham coroas, faixas, troféus, medalhas... os do Céu, chagas, perseguições, calúnias, ódio... Nossa vitória, enquanto na Terra, não consiste numa chegada, antes, numa travessia perseverante.

Quantas vezes contemplamos alguém sofrendo por causa da justiça e “ajudamos”: “Confie, vai dar tudo certo”. Ora, quem sofre injustiças, perseguições, danos, e não abdica de seu temor a Deus, da prática das melhores obras, não carece que “dê tudo certo”, para tal, já deu. Cristo vence nele!

Uma canção, cujo autor, ignoro, traz: “Um campeão se mostra na derrota”. Não sei qual a luz espiritual tem quem escreveu, mas, se refere-se aos campeões de Deus, com certeza, disse muito bem. Aquilo que soa derrota aos olhos naturais é o triunfo dos de visão espiritual. Foi no auge da “derrota” que o Campeão do Campeões disse: “Está consumado”. Eu venci, acabou.

Paulo, na iminência de sua execução, invés de portar-se como perdedor, sua despedida foi de um grande campeão: “Porque já estou sendo oferecido por aspersão de sacrifício, o tempo da minha partida está próximo. Combati o bom combate, acabei a carreira, guardei a fé. Desde agora, a coroa da justiça me está guardada, a qual, o Senhor, justo juiz, me dará naquele dia; não somente a mim, mas, a todos os que amarem sua vinda.” II Tim 4;6 a 8

Em momento algum rogou pela sua vida, antes, descansou seguro na Justiça de Deus, mesmo em face à morte. Vencedores assim são os mais eloquentes. Nenhum deles carece sair apregoando que venceu, pois, a própria vitória se encarrega de esculpir isso em alto relevo na rocha do testemunho.


Em suma, a justiça própria é incapaz, como Deus dissera a Jó, mas, a de Cristo imputada ao Seus, satisfaz ao pleito dos Céus. Nossa justiça é necessária, como servos de Deus; porém, redentora é apenas a Dele, a do “Senhor, Justiça Nossa.”

domingo, 17 de abril de 2016

PT: O Juízo, afinal

“Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele são a sabedoria e a força; Ele muda os tempos, estações; remove os reis e estabelece reis; ele dá sabedoria aos sábios, conhecimento aos entendidos.” Dn 2;20 e 21

Alguns tentam alienar Deus das coisas terrenas, como se fosse Rei apenas nos Céus, e mandasse algumas “circulares” à Sua Embaixada na Terra, a Igreja. Entretanto, no sonho onde deu a Nabucodonosor a suma das peripécias humanas, digo, na interpretação que deu a Seu servo, Daniel, ficou patente Seu domínio sobre os reinos terrenos, creiam os homens, ou, não.

Como bem disse o Profeta, “estabelece e remove reis.” Quem pensa, pois, que O Senhor dos Senhores, e Rei dos Reis, reina estritamente sobre Seus servos, engana-se. Quando Pilatos jactou-se que tinha poder para crucificar a Jesus, ou, libertar, O Salvador respondeu: “Nenhum poder terias contra mim, se, do Alto não te fosse dado”. O “Alto” para Jesus não era César, antes, Deus. Assim, nenhum governo humano, por ímpio, corrupto, ateu que seja, existe alheio à Vontade, ou, Permissão Divina.

Aliás, O Senhor puniu a um rei de Israel que fez um acordo político, de vassalagem a Babilônia, quando vencido; idos os caldeus, esqueceu seu juramento e buscou apoio do Egito. Confirmou com aperto de mão, jurou por Deus, depois, traiu. “Porque desprezou o juramento, quebrando a aliança; eis que ele tinha dado sua mão; contudo fez todas estas coisas; não escapará. Portanto, assim diz o Senhor Deus: Vivo eu, que o meu juramento, que desprezou, a minha aliança, que quebrou, isto farei recair sobre sua cabeça.” Ez 17;18 e 19

Assim, o que acontece no Brasil hoje, é bem mais que escaramuças políticas opostas em busca de poder, antes, é o Juízo de Deus para com um governo mentiroso, corrupto, desleal, defensor de valores que afrontam aos preceitos Divinos.

O provável impeachment não é obra da oposição, tão fraca, condescendente; tampouco, golpe, como reverberam os desafeitos aos fatos e as leis. Começa que, a proposição primeira do impedimento veio do Dr. Hélio Bicudo, ex fundador do PT, assessorado depois, por Janaína Paschoal, e Reale Jr.

O maior adversário da peleja de hoje é o PMDB, nas figuras de Cunha e Temer, justo, o partido que foi coadjuvante do domínio Petralha por treze anos. Assim, o PT não está sendo alvejado de fora, como tentam fazer parecer. As mais graves acusações derivam de Ex dirigentes da Petrobrás, empreiteiros, Delcídio Amaral, ex líder do Governo no Senado. Tudo “fogo amigo”.

O PT está implodindo, caindo de podre, morrendo de Petismo; quem o está julgando é O Todo Poderoso que Reina acima dos pretensos poderosos da Terra. Mesmo que o Impeachment não passe hoje, governarão como? Com cento e poucos Deputados, um Ministério inchado, inútil, uma Presidente sem credibilidade nenhuma? O PT já caiu e finge não saber.

Claro que haverá violências, badernas, pois, esses bravos “defensores da democracia” não reconhecem nada que os desfavoreça, mesmo previsto em lei e demonstrado mediante fatos. Agora, pretender incendiar o país, como ameaçam, armados de mortadelas é exaltar a falta de senso do ridículo.

E não me venham as viúvas dos corruptos acusando Eduardo Cunha, como se, meu texto visasse embasar sua corrupção também. Deus usa o que lhe apraz, e, como bem disse Roberto Jefferson, Cunha é um adversário à “altura” de Lula. Para ambos, vale dedo no olho, chutes nas partes baixas, apagar a luz, casca de banana, trair, enfim, a regra é que não há regra. Assim sendo, Cunha serve agora, será julgado depois. Ninguém está acima da Lei.

Contudo, quem pensa que eventual impeachment encerra as coisas, o poder muda de lado e a banda segue, repense. Há muita sujeira ainda, muitos empréstimos “top secret” que serão abertos nas mãos de outro governo com um mínimo de probidade. A derrocada apenas começou.

Entre outras coisas, na gravação dos ditos de Lula, acusou aos promotores da “República de Curitiba” de se sentirem deuses porque são crentes. Bem, não são, mas, se enfrentam tais riscos, inclusive das próprias vidas, pelo triunfo da justiça, fazem sim, a Vontade de Deus de um modo digno, honroso. Sejam abençoados e protegidos pelo Eterno, pois!

Claro que a maioria dos agentes favoráveis ao impedimento pode ter suas máculas também; o que não torna seu voto favorável, nulo. Mas, quem tem maior responsabilidade, autoridade, recebe o mais intenso juízo.


Invés de usar seu poder para coibir, o faz para incremento da corrupção. Os petistas sinceros que estão tristes achando que perdem, entenderão depois, que, mesmo sua intenção sendo boa, sua visão estava prejudicada. O melhor para o país é o império da verdade, da justiça.