Mostrando postagens com marcador Papa Francisco. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Papa Francisco. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 25 de novembro de 2014

A dureza branda do amor



“Muitos dos seus discípulos, ouvindo isto, disseram: Duro é este discurso; quem o pode ouvir? Então disse Jesus aos doze: Quereis vós também retirar-vos? Respondeu Simão Pedro: Senhor, para quem iremos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.” Jo 6; 60, 67 e 68

Temos duas reações opostas; um anônimo achando o discurso duro, e Pedro dizendo serem palavras de Vida. É possível que fossem as duas coisas ao mesmo tempo; cada um reagiu conforme a inclinação. 

Antes de pensarmos no discurso em si, devemos atentar ao  contexto. Um dia antes o Senhor multiplicara pães e peixes para uma multidão faminta. Então, atravessara o lago para pregar a novos ouvintes; mas, deparou com a mesma plateia anterior a Sua espera como quando se marca um show de um artista famoso qualquer. 

Invés de exultar com sua súbita popularidade, O Senhor deplorou aquela visão imediatista e interesseira e denunciou o erro. Vocês não me buscam por que entenderam meu ensino e querem mais, antes, porque comeram pão de graça e querem mais. Trabalhem, não pela comida que perece, mas, pela que permanece para a vida eterna. 

Eventuais interlocutores nem se deram ao trabalho de negar seu interesse, antes, confirmaram. “Disseram-lhe, pois: Que sinal, pois, fazes tu, para que vejamos e creiamos em ti? Que operas tu? Nossos pais comeram o maná no deserto, como está escrito: Deu-lhes a comer o pão do céu.” VS 30 e 31 ( Voltaire disse que conhecemos um homem mais por suas perguntas que por suas respostas) A pergunta daquele cogitava de receber “pão do céu”. “...Moisés não vos deu pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu. Porque o pão de Deus é aquele que desce do céu e dá vida ao mundo.” 32 e 33 

Aqui estava o problema. O substantivo, “pão” estava certo; a questão era o adjetivo; celeste. “Eu sou o pão da vida. Vossos pais comeram o maná no deserto e morreram. Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra.” 48 a 50 O pão proposto pelo Mestre não tinha como alvo mera manutenção temporária da vida; antes, vencer a morte.

Quando o Senhor disse que para isso deveriam comer Sua carne e beber Seu sangue, a debandada começou; dada a “dureza” do discurso. Se, tudo aquilo que contraria interesses imediatos e naturais é duro, o Evangelho, malgrado o concurso do amor e da graça Divinos é uma mensagem assim. Declara inúteis, meras obras mortas, todas as “boas obras” humanas, que pretendem chegar a Ele desviando da cruz. 

Paulo em seus escritos denunciou uns assim: Porque muitos há, dos quais muitas vezes vos disse, agora também digo, chorando, que são inimigos da cruz de Cristo, cujo fim é a perdição; cujo Deus é o ventre, cuja glória é para confusão deles; só pensam nas coisas terrenas.” Fp 3; 18 e 19 Parece que uma vez mais temos o erro de pão. 

Claro que, quando Pedro inspirado disse que o Senhor tinha “Palavras de Vida Eterna”, não se trata de algo que as palavras façam sozinhas. Elas trazem diretrizes, que, uma vez seguidas conduzem à Vida Eterna. 

Outro dia, fazendo vergonhosa concessão à blasfema Teoria da Evolução, o Papa Francisco disse que Deus não criou tudo o que há com uma varinha mágica. A Bíblia ensina que O Fez à partir de Sua Palavra. 

Possivelmente miríades de anjos foram “coautores”; Ele ordenava: “Haja plantas, seres viventes, etc.” e deixava a forma ao alvitre deles; depois, supervisionava: “viu que era bom.” Daí, a riquíssima variedade que temos. Só o ser humano foi dito que Ele mesmo fez com Suas mãos. 

Assim ordena a nós, que preguemos “Palavras de Vida Eterna” à toda criatura; mas, deixa conosco, ocasião, modo como faremos. Somos os “anjos” da vez dando difusão à Sua Vontade.

Enfim, é certo que Ele não criou como mago; mas, fez espécies definidas, presas ao determinismo biológico da repetição mecânica. Aliás, segundo os pleitos evolutivos nem teríamos espécies, antes, estágios.

Na verdade, o “duro discurso” da salvação encontra uma dureza maior nos corações humanos que estão moldados há muito num cenário de aversão a Deus. Essa dureza leva pessoas a se aproximarem Dele apenas em busca dos próprios interesses. 

Se, é vero que chama a Si, todos, também condiciona a “comer sua carne e beber Seu sangue”; “tomais sobre vós, meu jugo”. Paulo amplia: “De sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve também em Cristo Jesus... esvaziou a si mesmo, tomando a forma de servo... humilhou a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz.” Fp 2; 5 a 8

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Papa Francisco e a relativização



“Toda a Palavra de Deus é pura; escudo é para os que confiam nele. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda e sejas achado mentiroso.” Prov 30; 5 e 6 

Provérbios é definido mais como literatura sapiencial que profética. A exortação sobre o valor Absoluto da Palavra de Deus poderia ser mera concepção humana, de Agur, que escreveu. E, como o conhecimento humano evolui ao curso do tempo, bem poderia estar superado esse conceito. 

Entretanto, o Senhor ressuscitado foi além de um conceito de sabedoria. No Apocalipse deixou a preservação da integridade como mandamento sob séria ameaça: “Porque eu testifico a todo aquele que ouvir as palavras da profecia deste livro que, se alguém lhes acrescentar alguma coisa, Deus fará vir sobre ele as pragas que estão escritas neste livro; se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida, da cidade santa e das coisas que estão escritas neste livro.” Apoc 22; 18 e 19 

Desse modo, qualquer que incidir na relativização, seja por acréscimo, omissão, ou mesmo, interpretação adulterada, insurge-se não apenas contra a Sabedoria; mas, contra o mandamento do Senhor.  

Dado que, Deus respeita ao arbítrio humano, ninguém é, nem será forçado a crer. Todavia, se afirmar fazê-lo, que o faça na íntegra; pois, se é livre para crer, não o é para alterar. 

Porções convenientes, até satanás usa; como fez quando tentou ao Salvador. “Porque está escrito: Mandará aos seus anjos, acerca de ti, que te guardem, que te sustenham nas mãos, Para que nunca tropeces com o teu pé em alguma pedra. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Dito está: Não tentarás ao Senhor teu Deus.” Luc 4; 10 a 12 

Assim, aquele citou uma fração que parecia autorizar a temeridade; O Senhor socorreu-se de outra que vetava. Desse modo, ou temos A Palavra por inteiro, ou, não temos nada.

Alguns se apressam em dissipar uma bruma que ela não contém. Tentam “flexibilizar” coisas espirituais, como se tomássemos tudo ao pé da letra, ou, por outra, como se a Bíblia fosse um tratado mitológico que a ciência desmistifica. 

Embora não seja um compêndio científico, seus postulados devidamente entendidos em nada contrariam à verdade. Chega a vaticinar o progresso da ciência nos últimos dias. “...muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.” Dn 12; 4

Todavia, adverte contra os simulacros que em nome da ciência profanam a Deus negando Sua Palavra. “Ó Timóteo, guarda o depósito que te foi confiado, tendo horror aos clamores vãos e profanos e às oposições da falsamente chamada ciência, a qual, professando-a alguns, se desviaram da fé...” I Tim 6; 20 e 21   

Então, quando vejo o Papa Francisco querendo ser legal com a “ciência” tentando acomodar Deus e Darwin no mesmo assento preciso parafrasear a Lei da Física; Se, dois corpos não ocupam o mesmo lugar no espaço, dois espíritos excludentes não cohabitam na cabana do saber. 

Em momento algum  ciência e fé rivalizam. Atuam em campos diversos, ainda que, ambas podem testificar de Deus. Acima, temos Paulo denunciando a opção pela falsa ciência como desvio da fé. 

Afinal, se Deus apresenta-se à fé via revelação; faz o mesmo para a ciência via criação; leiamos: “Porque as suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto seu eterno poder, quanto sua divindade, se entendem e claramente se veem pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1; 20 

Longe, pois, de ser uma oposição à existência de Deus, a verdadeira ciência é também revelação que deixa seus alvos sem desculpa para não crerem. A propósito, ocorre-me uma definição ácida se Spurgeon: “ Aquele que, contemplando os céus estrelados, o sol em seu esplendor e todas maravilhas da criação- disse- ainda se declara ateu, juntamente declara-se imbecil e mentiroso.” 

Que me perdoem eventuais leitores se acham que ofendi o Francisco, mas, Paulo ensina: “Nada podemos contra a verdade, senão, pela verdade.” Arranjos políticos são coisas desse mundo; O Salvador afiançou que, Seu Reino não é daqui. 

Verdadeiros servos de Deus se atêm à higidez da mensagem para devida sanidade do rebanho, não em aumentar o número, simplesmente. 

E nem se apressem a me apontar erros dos “protestantes” como se defendê-los a todo custo fosse meu alvo. Quem lê o que escrevo sabe que não defendo o indefensável, antes, sou mais severo com  tais, que com os que professam outra fé. 

Meu negócio é A Palavra, interpretada de modo limpo, honesto, não, eventual aplauso humano. Afinal, se Deus não conta, para quê igreja? Se, conta, como alteraríamos o que Ele disse, se nem nós, falhos, aceitamos que se ponha palavras em nossa boca???