domingo, 27 de agosto de 2023

A verdade assusta


“... Que é a verdade? ... Não acho Nele crime algum.” Jo 18;38
“... Eis aqui vos trago fora, para que saibais que não acho Nele crime algum.” Jo 19;4 “Disse-lhes Pilatos: Tomai-o vós, e crucificai-o; porque eu nenhum crime acho Nele.” v 6

A pergunta “O que é a verdade?” não era propriamente uma pergunta. Antes, um desdém; como se dissesse: Não percamos tempo com isso, pois, a verdade é mui profunda, que não nos está ao alcance. Tanto é assim que, depois de falar aquilo, Pilatos seguiu sua saga sem esperar resposta.

Entretanto, nas suas afirmações, três vezes falou a verdade sobre O Salvador. “Não acho Nele crime algum!”

O “problema” da verdade não é que ela teste nossa percepção e exija grande perspicácia; antes, ela testa nossa disposição para agirmos conforme vemos, pois, quase nunca estamos dispostos a isso. Pilatos entregou o inocente à morte mesmo convencido disso; “Tomai-o vós, e crucificai-o; porque eu nenhum crime acho Nele”. A conveniência política de não se indispor com as lideranças judaicas pesava mais que a verdade, na relapsa decisão dele.

Sobre o conhecimento de Deus, A Palavra ensina: “Porquanto o que de Deus se pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lhes manifestou. Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto Sua divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis;” Rom 1;19 e 20

Estavam de posse da verdade, sobre Deus; no entanto, “tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram, seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. Mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, aves, quadrúpedes, e répteis.” v 21 a 23 Não gostaram do que viram e “criaram” algo parecido com seus paladares. Ainda é assim. Editam À Palavra da Vida, para deixá-la segundo seus gostos, doentios e suicidas.

Uma vez mais, o conhecimento da verdade ao alcance, porém a ousadia de agir conforme ela, ausente. O Salvador denunciara essa covardia fugaz antes de estar perante Pilatos; dissera: “A condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, os homens amaram mais as trevas que a luz, porque suas obras eram más. Porque todo aquele que faz o mal odeia a luz, não vem para a luz, para que suas obras não sejam reprovadas. Mas, quem pratica a verdade vem para a luz, a fim de que suas obras sejam manifestas, porque são feitas em Deus.” Jo 3;19 a 21

Houve uma escolha arbitrária; “... amaram mais as trevas que a luz...” A verdade requer mais que mero conhecimento; praticar. “... quem pratica a verdade vem para a luz...”

Por isso, O Salvador colocou o conhecimento da verdade um degrau além do mero exercício intelectual; permanecer na Sua Palavra. “Jesus dizia, pois, aos judeus que criam nele: Se vós permanecerdes na Minha Palavra, verdadeiramente sereis Meus discípulos; conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” Jo 8;31 e 32

Se, Deus ocultasse nossos corpos e mostrasse as almas, poucos sairiam às ruas, de vergonha. A verdade é um espelho que deixa patente a íntima sujeira ante quem ouve. O tal, fica num dilema; lavar-se ou quebrar o espelho; na verdade, a maioria o ignora.

“Se alguém é ouvinte da Palavra, e não cumpridor, é semelhante ao homem que contempla ao espelho seu rosto natural; porque contempla a si mesmo, vai-se, e logo se esquece de como era. Aquele, porém, que atenta bem para a lei perfeita da liberdade, e nisso persevera, não sendo ouvinte esquecido, mas fazedor da obra, este tal será bem-aventurado no seu feito.” Tg 1;23 a 25

A encenação do dever perante a “torcida”, como fez Pilatos, pode apaziguar ao barulho social. Porém, apenas seguindo a verdade no íntimo, podemos “ouvir” o silêncio de uma consciência inocente.

Cada vez menos a verdade tem trânsito nesse mar de mentiras, que se tornou o mundo moderno. Todas as doenças são reputadas medicinais, dado que, O Único remédio que cura é amargo ao ímpio Paladar: Jesus Cristo. “... Eu sou o caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai, senão por Mim.” Jo 14;6

Mesmo entre os “fiéis” há muita verdade nos lábios, pouca consistência nas obras. O amor ao dinheiro é o motor; O Santo Nome profanado, a “cera” que usam para dar brilho ao veículo de suas cobiças terrenas.

Nosso compromisso com O Senhor não fica patente pelas palavras, mas, pelas atitudes; “Assim resplandeça vossa luz diante dos homens, para que vejam vossas boas obras e glorifiquem ao vosso Pai, que está nos céus.” Mat 5;16

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