quinta-feira, 24 de agosto de 2023

Deus; como se pode achar?


“Ah, se eu soubesse onde o poderia achar...” Jó 23;3

Então, não se tinha o manancial de revelações acerca de Deus que temos agora. No auge da aflição, o patriarca desejou saber onde poderia encontrá-lo.

Mediante Jeremias O Senhor disse: “Esconder-se-ia alguém em esconderijos, de modo que Eu não veja? diz O Senhor. Porventura não encho os céus e a terra? diz O Senhor.” Jr 23;24

Davi escreveu algo semelhante: “Para onde me irei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua Face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno minha cama, Tu ali estás também. Se tomar as asas da alva, habitar nas extremidades do mar, até ali a Tua mão me guiará, Tua Destra me susterá.” Sal 139;7 a 10

Como sabia que O Eterno estava nesses lugares todos, não tendo estado lá para comprovar “in loco”? Porque O Espírito de Deus estava nele; assim, aonde fosse, O Santo iria; pensar em fugir seria uma coisa inglória, impossível.

Paulo discursando aos filósofos em Atenas, não colocou o “problema de Deus” como algo a ser alcançado por reflexões; antes, disse que O Criador, de uma “matriz” humana fez todos, e deu um limite de tempo e espaço para que o homem O buscasse. “De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, O pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós;” Atos 17;26 e 27

A própria vida e suas características eram já sinais da presença Divina; “Porque Nele vivemos, nos movemos, existimos...” v 28 Não significa que, basta alguém estar vivo para estar “em Deus”; em comunhão com Ele. Antes, que a vida é impossível sem Ele.

Também Suas obras testificam do Seu saber, bondade e poder; “Porque Suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto Seu Eterno Poder, quanto, Sua Divindade, se entende, e claramente se vê pelas coisas que estão criadas...” Rom 1;20

Entretanto, o que o entendimento capta, e o que a vontade patrocina, nem sempre são as mesmas coisas. Tendo entendido A Majestade do Criador, o que fizeram os homens? “... não O glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos se desvaneceram; seu coração insensato se obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. Mudaram a Glória do Deus Incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, de aves, quadrúpedes e répteis.” Rom 1;21 a 23

Quando o coração se escurece, os olhos da fé perdem seu alcance; resta, quiçá, o tato; “... se porventura, tateando, o pudessem achar...”

A mesma correção endereçada aos romanos contra a inutilidade da idolatria, foi posta diante dos pensadores atenienses: “Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, prata, ou pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens. Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, em todo o lugar, que se arrependam;” Atos 17;29 e 30

Mesmo os filósofos, homens que se ocupavam na tentativa de entender as coisas metafísicas estavam no mesmo barco dos homens comuns, no tocante às coisas espirituais; na ignorância.

Quando Jó desejou saber “onde” encontrar O Santo para expor perante Ele sua causa, já estava diante do Eterno; embora, não o soubesse, nem entendesse os motivos pelos quais sua sorte era tão avessa.

Nossa carência não é de locomoção, para chegarmos em tempo, onde Deus está; mas, de bom uso do tempo e do entendimento, pois, esse nos é limitado, como vimos; “Buscai ao Senhor ‘enquanto’ se pode achar, invocai-o ‘enquanto’ está perto.” Is 55;6

Nossa busca, pois, não é atinente a locais, mas, à postura correta; “Porque Minha mão fez todas estas coisas, e assim todas elas foram feitas, diz O Senhor; mas para esse olharei, para o pobre, abatido de espírito, que treme da Minha Palavra.” Is 66;2

Através da difusão da Sua Palavra, é O Senhor que busca a quem lhe der ouvidos; “A sabedoria clama lá fora; pelas ruas levanta a sua voz. Nas esquinas movimentadas ela brada; nas entradas das portas e nas cidades profere as suas palavras.” Prov 1;20 e 21

Não é que os homens não possam encontrar a Deus; antes que eles se recusam a ser encontrados, na única forma possível; nos termos Dele. Tanto a aceitação, quanto a aversão, terão consequências.

“Porque o erro dos simples os matará, o desvario dos insensatos os destruirá. Mas, o que Me der ouvidos habitará em segurança, estará livre do temor do mal.” Prov 1;32 e 33

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