sábado, 5 de agosto de 2023

Duas almas; menos que uma



“... vós de duplo ânimo, purificai os corações.” Tg 4;8

“Animus" é a palavra latina para alma. Daí, estar alguém desanimado, é como estar sem alma para fazer qualquer coisa; da mesma fonte, a palavra animal; esses têm apenas alma, não, espírito como nós. Do ser humano, uma vez que, além de alma possui espírito, se diz que é um animal racional; dotado de razão.

O “duplo ânimo” é oscilar como se tivesse duas almas. Virtudes como perseverança e integridade, esperáveis dos cristãos, não combinam com essa alteridade fugaz, que se amolda ao interesse imediato, não aos valores eternos.

Mesmo se, assumido determinado compromisso, esse se revelar danoso, deve, o servo de Deus permanecer no que acordou. “Senhor, quem habitará no Teu tabernáculo? Quem morará no Teu Santo Monte... aquele que jura com dano seu, contudo, não muda.” sal 15;1 e 4

“Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.” Mat 5;37

Embora o duplo ânimo tenha incidência em nossas relações interpessoais, é um mal íntimo, que, cada um deve enfrentar, caso deseje viver de modo agradável ao Eterno.

Quem tem uma consciência regenerada mediante novo nascimento, sempre que tencionar andar em desobediência ao espírito, antes do primeiro passo terá informação de seu erro. “Teus ouvidos ouvirão a palavra do que está por detrás de ti, dizendo: Este é o caminho, andai nele, sem vos desviardes nem para a direita nem para a esquerda.” Is 30;21

Quem é bom ouvinte, ouve e vai após a diretriz recebida, desse se diz que, embora vivendo num corpo carnal, anda em espírito; Paulo sentencia: “... nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo O Espírito.” Rom 8;1

Então, são desonestas ou desinformadas, as pechas que, os cristãos, por terem uma “opinião formada”, são cabeças-duras, fanáticos, avessos às mudanças que o progresso traz.

Primeiro; não se trata de opinião, mas de submissão À diretriz Daquele que sabe onde todos os caminhos levam; “Há um caminho que ao homem parece direito, mas no fim dele são caminhos da morte.” Prov 14;12

Por cabeça-dura entende-se alguém avesso a mudanças, mesmo quando necessário. Ora, um convertido é alguém que fez a mudança mais corajosa possível; negou a si mesmo, convencido da realidade e do amor de Cristo. Ele vive num processo chamado “santificação”, onde, a cada novo aprendizado muda pontualmente, segundo o que aprendeu, para aperfeiçoamento de sua regeneração. “A vereda dos justos é como a luz da aurora; vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito.” Prov 4;18

O “progresso” da forma que nos é apresentado traz em sua esteira coisas que não deveriam estar; não fazem parte dos seus melhoramentos inerentes. Do aperfeiçoamento dos meios, qual o problema? Uso computadores, INTERNET e coisas afins, como todo mundo. Agora, alteração dos valores, perversão dos fins, não são coisas derivadas do progresso tecnológico. São efeitos colaterais contínuos, do afastamento do homem em relação ao Criador.

Nas questões morais, nos valores espirituais, não houve mudanças, no prisma Daquele que as estabeleceu. Alterações rituais e a supressão dos sacrifícios antigos, pelo Feito Magistral de Cristo, não derivou de uma “evolução” de Deus. Antes, do cumprimento de Seu Plano Perfeito, anunciado desde dias antigos. “Mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou Seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a Lei, para remir os que estavam debaixo da Lei, a fim de recebermos a adoção de filhos.” Gál 4;4 e 5

Os valores em jogo não mudaram. “... Ponde-vos nos caminhos, e vede, perguntai pelas veredas antigas, qual é o bom caminho, e andai por ele; achareis descanso para vossas almas...” Jr 6;16 Caso houvesse “progresso” aí, implicaria na negação da Perfeição Divina.

Se é inevitável o melhoramento dos meios, ao aumento da ciência, o fim, segue o mesmo; sóbrio, solene, intocável. “... Por isso, todo o escriba instruído acerca do Reino dos Céus é semelhante a um pai de família, que tira do seu tesouro coisas novas e velhas.” Mat 13;52

O resumo é que todos recebemos certo espaço e tempo, com um objetivo comum; como o pródigo, retornar à casa paterna; “... De um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda face da terra, determinando tempos já dantes ordenados, e limites da sua habitação; para que buscassem ao Senhor...” Atos 17;26 e 27

Naquele, o coração duplo fez as trapalhadas com as quais nos atrapalhamos também; ansiando prazeres desprezou valores; na dureza das consequências fez a necessária releitura, que possibilitou arrependimento, ainda em tempo.

Quantos destroem-se antes de ter tempo para repensar. “Vós de duplo ânimo, purificai os corações!”

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