sábado, 19 de agosto de 2023

Obras abandonadas


“... Este homem começou edificar e não pôde acabar.” Luc 14;30

A hipotética obra inconclusa derivara da falta de previdência do construtor, que, empreendera-a sem um correto cálculo de custos, antes.

Figura usada pelo Salvador, falando aos que pretendessem rumar à salvação, sem calcular o preço da travessia, antes de iniciarem a marcha. “... qualquer de vós, que não renuncia tudo quanto tem, não pode ser Meu discípulo.” v 33

Pensamos em “poder” como uma força, capacidade de conquista, autoridade, domínio; entretanto, o requerido pelo Mestre foi a ousadia de renunciar. Quem não renuncia tudo, não pode.


O lapso de essência no “cristianismo” atual, nem é tanto porque as pessoas se recusam a deixar coisas por Cristo. Os próprios pregadores, em sua imensa maioria, ciosos mais por conseguir aplausos que conversões, omitem essa necessidade, “alargando” à porta estreita, ao arrepio dos ensinos bíblicos.

Invés do, “negue a si mesmo, tome sua cruz e siga-me,” os mestres da moda se dispõem a tudo, até editar à Palavra, para que os mortos espirituais não tenham arranhado seu conforto, em seus ímpios leitos, embalados pelos cantos de ninar dos, igualmente ímpios, pregadores.

Essa simbiose maligna foi antevista: “Porque virá tempo em que não suportarão a sã doutrina; mas, tendo comichão nos ouvidos, amontoarão para si doutores conforme suas próprias concupiscências; desviarão os ouvidos da verdade, voltando às fábulas.” II Tim 4;3 e 4

Evocando argumentos em favor da sua autenticidade, Pedro disse: “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos Sua Majestade.” II Ped 1;16

Fidelidade à Palavra está em oposição às fábulas, o que, qualquer mente razoavelmente criativa pode engendrar.

Uma forma de não acabar o que foi começado é desviar-se em busca de “facilidades”, oferecidas pelos mestres da adulação. Vivemos uma geração melindrosa até, às críticas, o que dizer das perseguições? Pedro ensinou como lidar com as falas alheias: “Tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom porte em Cristo.” I Ped 3;16

Uma obra física empreendida durante certo tempo, uma vez abandonada, queda estanque, na mesma estatura e forma. Se foram colocados os tijolos e telhado, faltou acabamento, assim seguirá em seus dias de abandono. Se, alguém a retomar, partirá daí; do que estava edificado. A obra espiritual não tem as mesmas características.

Por ser a vida, algo que flui, move-se nessa ou naquela direção, quando a fidelidade ao Senhor parece difícil, e alguém a começa negligenciar, esse, não para onde estava; recua. Por isso, O Eterno adverte: “Mas o justo viverá da fé; se ele recuar, Minha Alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que creem para conservação da alma.” Heb 10;38 e 39

Se, crer está em oposição ao recuo, óbvio que esse é um sinônimo de que se começa a duvidar. O problema maior da incredulidade não é que, um pouco dela pode abalar a fé de alguém; antes, que a existência desse pouco, se torna uma “cabeça-de-ponte" por onde o inimigo conseguirá descer seu arsenal de mentiras, tornando aquele pouco, num muito de escuridão.

O Evangelho que parecia difícil com suas demandas por santidade, de repente, não mais é; desaparece; a consciência cauteriza a as demandas silenciam. “Se ainda nosso Evangelho está encoberto, para os que se perdem está encoberto. Nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do Evangelho da Glória de Cristo, que é a Imagem de Deus.” II Cor 4;3 e 4

Um pouco de desconfiança, uma infidelidade aqui outra acolá; uma adesão eventual a um pregador mais “inclusivo”, e breve, nossa cegueira fará tatearmos na pele da morte presumindo tocar na vida.

Não importa a gritaria global, as pechas mentirosas que tentam colar nos mensageiros fiéis; tampouco, se reescreverão a Bíblia às suas maneiras; Deus segue no mesmo lugar, bem como, Suas sentenças: “Como, pois, dizeis: Nós somos sábios, e a Lei do Senhor está conosco? Eis que em vão tem trabalhado a falsa pena dos escribas. Os sábios são envergonhados, espantados e presos; rejeitaram A Palavra do Senhor; que sabedoria, pois, têm?” Jr 8;8 e 9

Enfim, quem começa e abandona, apressa-se à sujeira após o banho. “... melhor lhes fora não conhecerem o caminho da justiça, que, conhecendo-o, desviarem-se do santo mandamento que lhes fora dado; deste modo sobreveio-lhes o que por um verdadeiro provérbio se diz: O cão voltou ao próprio vômito, a porca lavada ao espojadouro de lama.” II Ped 2;21 e 22

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