sexta-feira, 7 de abril de 2023

Paixão, ou amor?

 

“Deus prova Seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” Rom 5;8

A ideia vulgar de amor deriva de apelos estéticos; beleza, robustez, admiração, desejos, idealização e prazer. O cinema, novelas, os realitys, escolhem os belos, os “sarados” para contarem suas “histórias de amor”; para envolver o público, que, “amaria” seus personagens favoritos. Ora, isso é paixão, uma “doença” com prazo de validade, alterações psicossomáticas, reações químicas no organismo que, logo empalidecem.
Pois, o Amor de Deus aflorou por nós apesar de nossa feiura moral, de sermos adversários Dele. A ideia de inimizade com Deus pode ferir os escrúpulos dos mais sensíveis; Deus não doura a pílula e apresenta as coisas como são: “Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” II Cor 5;19 Quem carece reconciliar-se é inimigo.
Na Bíblia não encontramos o ensino que, Cristo tenha se apaixonado pela humanidade. Embora, as que trazem secções distinguidas por certos títulos, num desses aludam à “Paixão de Cristo”, O Salvador não foi superficial no que sentiu por nós.
“Ninguém tem maior amor que este, de dar alguém Sua vida pelos Seus amigos.” Jo 15;13 O amor se demonstra com ações, não com palavras. “... dar Sua vida...”

Se, a relação do homem com Deus era de inimizade, e O Mediador, deu Sua vida pelos amigos, aparentemente temos uma contradição. Deus “... chama às coisas que não são, como se já fossem.” Rom 4;17
Aqueles que corresponderem ao Seu amor, mediante obediência, serão reconciliados; “Vós sereis Meus amigos, se fizerdes o que vos mando. Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos...” Jo 15;14 e 15 Amigos não têm segredos. “O segredo do Senhor é com aqueles que O temem; Ele lhes mostrará Sua Aliança.” Sal 25;14
Embora a eficácia da regeneração seja suficiente para todos, não serão todos, infelizmente, beneficiados pela Vitória do Salvador. “A todos quantos O receberam, deu-lhes poder de serem feitos filhos de Deus, aos que creem no Seu Nome;” Jo 1;12
“Porque, como pela desobediência de um só homem, muitos foram feitos pecadores, assim pela obediência de um muitos serão feitos justos.” Rom 5;19 Mesmo a salvação estando ao dispor de “toda criatura”, alcançará apenas os que correspondem ao Amor Divino, não, a todos. A porta estreita e o caminho largo conduzem a destinos diferentes.
Pois, o amor, diferente da paixão, não é mero sentimento; é um mandamento, que envolve uma decisão moral, uma escolha, mesmo que o sentimento nem ajude no tocante a isso. “Amai, pois, aos vossos inimigos, fazei bem, emprestai, sem nada esperardes; será grande o vosso galardão e sereis filhos do Altíssimo; porque Ele é benigno até para com ingratos e maus.” Luc 6;35

Alguns se equivocam presumindo ter o “dom do amor”; amor não é um dom.
Paulo denuncia que nenhum dom sem ele faz sentido, ver I Cor 13 de modo que, esse mandamento é “acessório” indispensável para nosso relacionamento, com Deus e o semelhante.
Paulo exemplifica como se pode amar aos inimigos, a despeito dos sentimentos; “se teu inimigo tiver fome, dá-lhe de comer; se tiver sede, dá-lhe de beber; porque, fazendo isto, amontoarás brasas de fogo sobre sua cabeça. Não te deixes vencer do mal, mas vence o mal com o bem.” Rom 12;20 a 21
A hipervalorização da Graça, leva alguns desavisados a presumir que em nome do amor, a “porta estreita” agora é larga. Equacionam erroneamente o amor com sentimentalismo, ausência de correção, disciplina.
Os que pregam essas coisas são cheios de “religiosidade, legalismo, falta de amor”. Será? Deus ensina: “Porque o Senhor corrige ao que ama, e açoita a qualquer que recebe por filho.” Heb 12;6 “Eu repreendo e castigo a todos quantos amo; sê, pois, zeloso e arrepende-te.” Apoc 3;19

É mais fácil enfrentar a outrem do que a si mesmo. Assim, muitos se ocupam de atacar os ministérios de quem lhes causa desconforto anunciando retamente A Palavra, invés de ousar contra seus pecados favoritos, ainda guardados afetivamente em seus armários.
“O não julgueis,” veta juízo temerário, de humana origem. A Palavra julga ao próprio pregador. Quem prega-a retamente não julga, apenas apresenta o juízo Divino. “... a palavra que tenho pregado, essa os há de julgar...” Jo 12;48

Em suma, a entrega de Cristo por nós não derivou de paixão, mas de amor; a aversão à disciplina e correção não são derivados do amor, mas, fuga da verdade. “Deus é Espírito, importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.” Jo 4;24

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