quinta-feira, 27 de abril de 2023

A coragem de temer


“... Maldito o homem que confia no homem, faz da carne seu braço, e aparta seu coração do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, não verá quando vem o bem...” Jr 17;5 e 6

Já ouvi, pessoas decepcionadas com a deslealdade alheia citarem parte desse texto como explicação: “Maldito o homem que confia no homem!” Mas, será mesmo essa a intenção? Amaldiçoar quem confia no semelhante?

Basta ler na íntegra o verso, para ver que não. Se, a Palavra de um cristão deve ser, sim, sim. E não, não. Ou, o cidadão dos céus, entre outras características é um que, “... jura com dano seu, contudo, não muda.” Sal 15;4 Como O Eterno nos amaldiçoaria por confiarmos nele?

A texto deixa claro que, o maldito em questão, nas coisas que deveria confiar em Deus, coloca a si mesmo, sua opinião, vontade, apreço; pois, “aparta seu coração do Senhor.” A própria Palavra se interpreta: “Confia no Senhor de todo teu coração; não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, Ele endireitará tuas veredas. Não sejas sábio aos teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal.” Prov 3;5 a 7

Um efeito colateral da maldição é cegueira espiritual. “... não verá quando vem o bem.” Isaías denunciou: “Ainda que se mostre favor ao ímpio, nem por isso aprende justiça; até na terra da retidão ele pratica a iniquidade; não atenta para a majestade do Senhor. Senhor, Tua Mão está exaltada, mas nem por isso a veem...” Is 26;10 e 11

A posse rotineira de algo passa despercebida, por fazer parte do “normal”. Muitas vezes ignoramos o que recebemos, nem sempre somos agradecidos porque Deus nos abençoou. Como luz e água em nossas casas; são tão normais, que apenas quando faltam percebemos quanto são necessárias.

Assim, muitas bênçãos, apenas depois de retiradas são devidamente apreciadas.

O mundo combate com todas as forças aos valores cristãos; para os tolher acabará vetando nosso direito de crer e pregar. Quando conseguir isso, muitos que olham de fora e riem de nossa luta, quando privados de um conselho espiritual, uma oração em momentos de angústia, finalmente entenderão, o quanto vale o que lhes causa riso, agora.

“Irão errantes de um mar até outro mar, do norte até ao oriente; correrão por toda parte, buscando a Palavra do Senhor, mas não acharão.” Am 8;12

Já aconteceu isso no período Inter bíblico; de Malaquias a João Batista, 400 anos de “silêncio profético”. Acontecerá outra vez, quando o motim global, previsto no salmo segundo se estabelecer. “Os reis da terra se levantam e os governos consultam juntamente contra o Senhor e contra Seu Ungido, dizendo: Rompamos Suas ataduras, sacudamos de nós Suas cordas.” Sal 2;2 e 3

Primeiro teremos a perversão da revelação, com “revisão e atualização” da Palavra de Deus; concomitante, o ecumenismo validando toda sorte de credos, por contraditórios que sejam; por fim, o veto ao direito de crer em divindades distantes, imposição de adoração ao “deus presente” o anticristo.

Como vemos, a confiança no braço humano não apenas nos aliena de Deus; acabará jogando os autoconfiantes sob a opressão do Capeta.

Os melindrosos seletivos, que se ofendem com a expressão “temer a Deus” quando estiverem sob o império do “deus” espúrio, finalmente entenderão o que é invasão de domínios, castração de direitos.

Já vislumbramos miniaturas disso, no horizonte de nossa política.

Há uma valentia na entrega da gestão das próprias vidas, que esses que nos acusam de nos escondermos atrás da Bíblia, e riem da nossa fé, desconhecem.

O reconhecimento de nossas carências e fraquezas, nos coloca ao alcance de dádivas tais, que além de, presto vermos quando nos vem o bem, também não capitulamos às ameaças do mal. “Os que confiam no Senhor serão como o monte de Sião, que não se abala, mas permanece para sempre.” Sal 125;1

Força, riqueza, sabedoria, têm lá suas utilidades. Mas, nada se assemelha à preciosidade que é termos intimidade com Deus. “... Não se glorie o sábio na sua sabedoria, nem o forte na sua força; não se glorie o rico nas suas riquezas, mas o que se gloriar, glorie-se nisto: em Me entender, Me conhecer, que Eu Sou o Senhor, que faço beneficência, juízo e justiça na terra; porque destas coisas Me agrado, diz O Senhor.” Jr 9;23 e 24

De que vale a força de nosso raquítico braço no combate ao pecado? “O Senhor desnudou Seu Santo Braço perante os olhos de todas as nações...” Is 52;10

Esse bem que remove a impiedade, Cristo, é preciso crer para ver. “Quem deu crédito à nossa pregação? A quem se manifestou o Braço do Senhor?” Is 53;1

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